Ministro lacra, mas não tem poder de punir Enel
Todo serelepe no evento-conchavo que reuniu em Roma, a mais de 9.000km de Brasília, de ministros do Supremo Tribunal Federal a figuras da crônica policial como o ex-detento bilionário Wesley Batista, o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) perdeu a chance de cobrar da estatal italiana Enel os investimentos devidos à subsidiária brasileira.
Com paulistanos às escuras, apenas acenou a Alberto de Paoli, diretor de Resto do Mundo da estatal, que a concessão no Brasil será renovada.
Contando vantagens
Silveira conta vantagem: para prorrogar (expressão correta) concessão, é preciso que a agência reguladora Aneel delibere e a recomende.
Lorotas em série
Empolgado com holofotes, Silveira ainda deu prazo de 3 dias a Enel. Não tem esse poder. Por lei, é a Aneel que fiscaliza a concessionária.
Prorroga ou não?
A Aneel delibera nesta terça-feira (15) sobre abertura de consulta pública para prorrogar ou não a concessão da Enel. É o que diz a lei 9.074/95.
Nada para São Paulo
As multas de R$370 milhões anunciadas há um ano pela Aneel não seriam revertidas para São Paulo e sim para um fundo nacional.
PT tem poucas chances de vitória no 2º turno
O PT disputa apenas 13 cidades no segundo turno das eleições. Para piorar, o partido do presidente Lula chegou na primeira colocação em apenas cinco dessas corridas; Camaçari (BA), Olinda (PE), Pelotas (RS), Santa Maria (RS) e Mauá (SP). Nos principais colégios eleitorais, petistas chegaram na segunda colocação com resultados pouco convincentes, como os 26,28% de Maria do Rosário, em Porto Alegre (RS).
PL em alta
Já o principal partido de oposição, o PL é o partido que mais emplacou candidatos no segundo turno: 23. Em 11 cidades levou o primeiro lugar.
Disputas nacionalizadas
PT e PL reeditam a batalha nacional em quatro municípios no segundo turno: Fortaleza, Anápolis (GO), Cuiabá (MT) e Pelotas.
Bom, mas...
O PT considera ter boas chances em Camaçari (BA), uma das corridas mais apertadas do primeiro turno, onde dois candidatos obtiveram 49%.
Falta controle
Empoeira no TCU pedido do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), pelo fim do contrato com a Enel. Está lá desde janeiro. Este fim de semana, o governador Tarcísio de Freitas passou a mão no telefone e ligou para Bruno Dantas, presidente do tribunal, e pediu celeridade.
Olha a mão boba
Quem esqueceu valor em conta bancária tem até amanhã (16) para resgatar, caso contrário, o governo vai passar a mão nos R$8,5 bilhões que não lhe pertencem, em vez de devolvê-los por pix, por exemplo.
Porto Alegre decide
O Paraná Pesquisas divulga nesta terça (15) o primeiro levantamento do segundo turno na disputa para prefeito de Porto Alegre (RS) entre o candidato à reeleição Sebastião Mello (MDB) e Maria do Rosário (PT).
Atrás
O PL de Jair Bolsonaro aparece atrás no primeiro levantamento do 2º turno em Aparecida do Goiás: Leandro Vilela (MDB) tem 54,1% contra 35,7% do Professor Alcides (PL). Registro da pesquisa: nº GO-02580/24.
Lamento bilionário
Caiu o esquisitíssimo descontão de R$6,8 bilhões à J&F em acordo de leniência da empresa dos irmãos Batista. A decisão, unânime, foi do Conselho Institucional do MPF. A subprocuradora Maria Iraneide Facchini chegou a classificar o acordão, feito por colega, de “lamentável”.
Do dia para noite
Donos de postos de combustíveis de Brasília, mestres na esperteza, impuseram aos motoristas alta de R$0,40 no preço da gasolina. Autoridades de defesa do consumidor seguem em sono profundo.
Inconfiáveis
Tentando cavar pauta positiva para o governo, Lula acaba desmentido pelo próprio ministro da Fazenda sobre a tal reforma do Imposto de Renda. Fernando Haddad já falou que nem sabe se sai esse ano.
Freio trans
Júlia Zanatta (PL-SC) quer impedir que criminosos condenados por crimes hediondos alterem nome e gênero no registro civil. A deputada cita “sucesso” da esperteza no exterior e quer aqui também.
Pensando bem...
...assim como tudo para martelo é prego, para taxador, tudo é “imposto não-realizado”.
PODER SEM PUDOR
Encarando o provocador
Jânio Quadros fazia campanha para o governo paulista, em 1982, quando um mendigo, com toco de cigarro pendurado na boca, gritou: “Fujão! Fujão! Fujão!” Jânio ignorou a provocação, enquanto assessores tentavam silenciar o homem. Mas ao descer do palanque, ele se viu frente a frente com o mendigo, que, claro, gritava a plenos pulmões: “Fujaããão!”
Jânio olhou-o fixamente e se dirigiu a ele, resoluto. Todos temiam que o ex-presidente, aos 65 anos, decidira agredir o homem, que, já pálido, calou a boca, com medo. Jânio levantou o braço sobre um segurança e, num golpe rápido, ao invés do soco, retirou o toco de cigarro dos lábios provocadores, colocou-o na própria boca e foi embora.
O mendigo permaneceu inerte. E emocionado.