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GIBA UM

"Brasil, Bolsonaro e os evangélicos vão se levantar e garantir que Lula, o criminoso internacional"

de STEVE BANNON //  ex-estrategista de Donald Trump em seu programa War Roo.

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Robson de Andrade, presidente da CNI quer que o futuro governo cuide melhor da indústria que, segundo ele, vem perdendo força. A participação do setor no PIB, que era de 48% em 1985, caiu para 23,6% em 2022. 

Mais: ainda responsável por cerca de 1/5 do PIB, a indústria recolhe 39,2% de impostos federais, um terço do total. E é responsável por 71,8% das exportações e por 68,6% dos investimentos empresariais em pesquisa e desenvolvimento.

“Brasil, Bolsonaro e os evangélicos vão se levantar e garantir que Lula, o criminoso internacional, não vá roubar o país?”, 

de STEVE BANNON //  ex-estrategista de Donald Trump em seu programa War Roo.

In – Natal: enfeites artesanais
Out – Natal: enfeites de luxo

Fotos:Reprodução

Em nova fase

A atriz, modelo, musicista e cantora Paris Jackson, 24 anos, parece ter superado a infância tumultuada, por causa da morte de seu pai Michael Jackson quando tinha apenas 11 anos, e as brigas de sua família por causa da guarda, quando até tentou se matar aos 15 anos. Em entrevista ela conta que foi aterrorizante quando lançou sua primeira música porque vinha com o peso do legado de seu pai. Ela também contou que não gosta de rótulos, quando dizem que ela vem da “realeza do pop”. Apesar de se achar bastante talentosa, ela diz que não considera ser uma cantora: “Não me considero uma cantora. Eu posso tocar uma música. Eu posso cantar no tom ... mas há pessoas que são cantores profissionais e eles vão te surpreender. Eu não faço coisas assim”.  Paris agora se dedica mais a sua carreira de modelo e está na nova campanha da Dundas. Com ajuda da terapia, a modelo garante que se cuida mais: “Quando me olho no espelho, não odeio mais o que vejo e cresci com amor-próprio... tento me tratar com gentileza. Tenho alguns dias ruins em que não sou tão gentil comigo mesmo quanto gostaria… Não faço nada perfeitamente, mas tento progredir diariamente”.

Aposentados novos golpes

O INSS tem recebido uma enxurrada de denúncias de golpes em cima da chamada “revisão da vida toda”. A autarquia acionou a Polícia Federal para investigar o esquema e os agentes já estão de posse de números telefônicos, conversas por WhatsApp e números de contas bancárias usadas para recebimento dos pagamentos ilegais. Os “profissionais” têm cobrado até R$ 1 mil  em sites na internet prometendo assessoramento na revisão do cálculo dos seus benefícios como serviço para despachar toda a papelada junto ao INSS. Os golpistas pedem o pagamento de um sinal e depois desaparecem. O INSS já publicou alerta em seu site para que aposentados não passem seus dados  pessoais, nem realizem depósitos. Os incautos, contudo, continuam caindo no conto. Mais: os cinco milhões de trabalhadores que estão na fila do INSS (aposentadoria ou benefícios), agora em ritmo virtual, enfrentam novos problemas: o sistema da autarquia está, vira e mexe, “fora de serviço” ou “em manutenção”, o que significa mais atrasos. Para comparar, cinco milhões é a população o Uruguai. Desse total, dois milhões ocupam essa fila há mais de dois anos. Pela lei, trabalhadores deveriam ser atendidos em 45 dias, no máximo; em 2021, um acordo esticou esse prazo para 90 dias, o que não significou melhoria alguma.

Tem que participar

O empresário e apresentador Roberto Justus, 67 anos, que recentemente revelou um câncer na bexiga diz estar disposto a tudo para superar a doença, já fez uma cirurgia e passará por algumas sessões de quimioterapia para evitar  que as células cancerígenas se espalhem. Na época fez uma declaração emocionante: “Eu tenho um inimigo dentro de mim que ameaça acabar com uma coisa que eu amo, que é a minha vida. Amo estar do lado das pessoas que eu amo. Eu quero estar com eles. Eu não quero deixar minha pequenininha. Ela tem dois anos. A outra tem 13. Mesmo os mais velhos, também quero estar do lado deles”. E o susto fez com que ele mostrasse um lado desconhecido, o pai descontraído. Estes dias postou foto e vídeo no Instagram vestido de pintinho e dançando ao lado das filhas Vicky (também fantasiada de pintinho) e Rafaella (fantasiada de Pepa Pig).

Faltam duas

Agora, está sendo articulada uma visita de Lula ao Tribunal Superior do Trabalho (TST). Desde que foi eleito, o petista já cumpriu agendas no STF, TSE, TCU e STJ. Entre as cortes máximas do Judiciário, depois no TST, ficaria faltando apenas o Superior Tribunal Militar, por enquanto um terreno mais delicado. Depois de empossado na Presidência e como comandante-em-chefe das Forças Armadas, quem sabe.

Falta pouco

O futuro chanceler, Mauro Vieira, tratou de informar a ministra das Relações Exteriores do Chile, Antonia Urrejola que, nos primeiros dias de governo, o presidente Lula concederá o agrément a Sebatián Depolo, indicado para assumir a embaixada chilena no Brasil. Ele havia sido colocado na geladeira por Jair Bolsonaro. O pedido de autorização para sua posse está parado a mais de quatro meses. Era troco do Capitão a críticas feitas por Depolo ao seu governo nas redes sociais.

Só ministério

O presidente eleito Lula estaria oferecendo a ex-ministra e deputada federal Marina Silva o comando da chamada Autoridade Climática, que ela mesmo criou ainda na campanha do petista. Marina recusou: só aceita o Ministério do Meio Ambiente. Sua indicação para essa Pasta teria efeito diplomático imediato porque seu prestígio internacional é grande. Ela trabalhou ativamente na campanha de Lula, apesar dos ataques que sofreu do PT em 2014.

TAMBÉM NÃO QUER

Por outro lado, interlocutores de Lula teriam oferecido justamente o Ministério do Meio Ambiente para Simone Tebet, com o qual Lula não falou mais desde a vitória no segundo turno. Tebet não aceita esse ministério: jamais se colocaria no caminho de sua amiga Marina Silva. Quer mesmo o Desenvolvimento Social que cuida do Bolsa Família. Se não der, fica de fora. Baleia Rossi, presidente do MDB, já disse que aceita sua nomeação como “cota do partido”. Os petistas contra Simone fingem que não escutam.

“Fogo amigo”

O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem escolhido integrantes de sua equipe com pensamentos e até propostas de solução próprias. Ele não quer que todos sigam a mesma cartilha: quer o debate das prioridades. No passado, essa espécie de “fogo amigo”, que também poderá ocorrer, marcou a relação entre os ex-ministros Antônio Palocci (Fazenda) e José Dirceu (Casa Civil) no primeiro mandato de Lula. Também nos governos de Lula, Guido Mantega (Fazenda) e Henrique Meirelles (BC) trocaram chumbo o tempo todo. Mais tarde, no governo Dilma, Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento) fizeram a mesma coisa.

DIFICULDADE

Depois da recusa do empresário Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp, de assumir o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior, Lula está tendo dificuldade em conseguir outros nomes. Também Pedro Wongtschowski, do Ultra, sondado, caiu fora. Agora fala-se no ex-ministro do governo de Dilma Rousseff, Armando Monteiro, que já comandou a Pasta. Hoje, as funções desse ministério estão sob comando da Economia. E até Geraldo Alckmin já foi cogitado. Detalhe: muitos dizem que a escolha de Aloizio Mercadante para o BNDES estaria ajudando as sucessivas recusas.

Humilhação

O governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas, fez questão de deixar de fora em seu secretariado qualquer figura do PSDB. E de recente, tucanos não descartam apoiar a reeleição de Tarcísio em 2026, embora o primeiro mandato dele ainda nem tenha começado.  Esses tucanos acreditam que, sem Geraldo Alckmin e João Doria no partido, o novo governador de São Paulo pode defender legado  de política da legenda no Estado. Falta consultar, à propósito, o futuro presidente do PSDB, Eduardo Leite, que, pelas urnas, volta ao governo do Rio Grande do Sul.

Memória

Há alguns anos, o Brasil parecia ter enjoado de Galvão Bueno e ele foi algo de uma campanha surpreendente no Twitter. Um vídeo pedindo fundos para salvar um suposto “Galvão Bird” da extinção viralizou nas redes sociais. Estrangeiros que não entendiam o slogan “Cala Boca, Galvão” passaram a mensagem adiante, crentes que estavam ajudando a preservar a fauna brasileira. A brincadeira se espalhou para fora da internet, alcançou estádios e para muitos, o estilo de Galvão soava tão ultrapassado quanto a emissora onde trabalhava. Com o tempo, a campanha esvaziou.

COPA BILIONÁRIA

Gianni Infantino, presidente da Fifa, disse “essa foi a melhor Copa do Mundo de todas”. Ele sempre diz isso ao final de cada grande campeonato: faz parte da diplomacia da entidade que comanda o futebol com a nação que abriga o Mundial e enche seus cofres – de muito dinheiro. O ciclo entre o Mundial de 2018 e deste ano gerou US$ 7,5 bilhões (quase R$ 40 bilhões) em receitas. Do lado de cá, a CBF vai fechar o ano de 2023 com faturamento de R$ 1,1 bilhão, pouco superior à  receita de R$ 1 bilhão de 2022. Com a eliminação da seleção brasileira, a CBF vai receber da Fifa apenas R$ 96 milhões.

MISTURA FINA

ENTRE os assessores mais chegados de Lula, especialmente entre os que participaram de blocos na transição do governo, corre uma versão especial sobre o que estaria atrasando as nomeações de Marina Silva e Simone Tebet para os Ministérios. Rosângela Lula da Silva, a Janja, que não terá cargo, mas poderá palpitar e várias áreas teriam ciúmes delas. Deve ser apenas boatos.

ENTRE aliados políticos que participam da aliança de partidos montada por Lula na campanha, que também não  entendem por que as nomeações  de Marina Silva  e Simonte Tebet estão tardando, acham que a elas poderão ser oferecidas apenas a xepa as pastas para que elas recusem. A maioria, contudo, apostam que Lula não faria uma bobajada dessas. Ele deve às duas mulheres uma parte de sua eleição. Não reconhecer isso é um mau sinal para muitos.

LULA quer reunir melhores propostas feitas pelos seus 300 colaboradores da transição de governo e transformá-las numa agenda de governo, com pretensão de contas em diversos veículos de comunicação, usando a verba de publicidade de governo. Ele quer sair da ditadura de mercado e trazer a população para as demais pautas como educação, segurança, saúde e outras. A ideia é marchar com o povo e não ser monitorado pela Faria Lima.

O FUTURO ministro da Justiça, Flávio Dino, pretende criar a Agência Reguladora de Armas (ARA), que reduziria a participação do Exército e da Polícia Federal na questão armamentistas, hoje esmagadora, ajudando também a desbolsonarizar o setor. A ideia é reduzir o desgaste das duas instituições sobre o assunto. Além de dar uma organizada em um segmento muito politizado e judicializado, que ainda segue o balizamento do Exército, instituição permanente do Estado.

MESMO cumprindo algumas providências da agenda presidencial – e sempre de cenho fechado – o ainda presidente Jair Bolsonaro ainda não decidiu se passará a faixa para Lula ou se designará a tarefa para outra pessoa (fere a tradição) ou simplesmente vira as costas se deixa o Planalto quando o petista estiver subindo a rampa. Mais: a recente pequena conversa que teve com seguidores no cercadinho da Alvorada, não conseguiu ser entendido pelos bolsonaristas. Eles não decifraram o que o Capitão quis dizer.

AINDA a nova esperança da indústria: a CNI apresentou ao governo eleito o Plano de Retomada da Indústria, que contém propostas para estimular e ajudar milhares de empresas instaladas no país a enfrentarem a acirrada concorrência externa. Para efeito de comparação: hoje, 84 países que representam 90% do PIB Mundial têm políticas ativas de apoio às suas respectivas indústrias. Estima-se que Estados Unidos, China, Japão, Coreia do Sul, Alemanha e outras nações da União Europeia investirão cerca de US$ 5 trilhões nesse campo nos próximos anos.

CLÁUDIO HUMBERTO

"[Lula] mente descaradamente ao prometer uma coisa e fazer outra"

Deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS) sobre Lula não isentar IR para até 5 salários-mínimos

02/10/2024 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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PT-MG já culpa Gleisi por fiasco eleitoral em BH

Quase sem chances de ao menos seguir para o segundo turno, conforme apontam pesquisas eleitorais, o PT de Minas Gerais já sabe a quem responsabilizar pelo fiasco eleitoral anunciado, na disputa pela prefeitura de Belo Horizonte: Gleisi Hoffmann, presidente nacional do partido. Cacique do PT-MG, o deputado Reginaldo Lopes foi um dos principais entusiastas de aliança com atual prefeito, Fuad Noman (PSD), candidato à reeleição. Gleisi interferiu e vetou, condenando o PT a um vexame.

Estranha no ninho

Lopes é grande conhecedor da política mineira, mas foi vencido por imposição da “forasteira” Gleisi por candidatura própria do PT.

Rachou a esquerda

A imposição de Gleisi até estremeceu relação com o aliado PDT, que também lançou candidatura própria na cidade, com Duda Salabert.

Não decola

O PT lançou Rogério Correia que soma 5% na Quaest (MG-09740/24), 5,9% no Marca (MG-00538/24) e 11,9% na AtlasIntel (MG-09528/24).

Chance lotérica

Facções do PT falam em sacrificar Correia e garantir algum cargo com Noman, que também não tem vida fácil na eleição e aparece em terceiro.

Até 2027, Lula indicará 15 dos 33 ministros do STJ

Dos 33 ministros que compõem o Superior Tribunal de Justiça (STJ), a segunda mais importante Corte brasileira, 12 foram nomeados pelo presidente Lula durante seus três mandatos na Presidência, desde 2003. Mas até o fim do terceiro mandato, em 2027, serão 15 os ministros indicados pelo petista. Existem duas vagas abertas atualmente. E o ministro Antonio Palheiro atinge a idade-limite para a aposentadoria compulsória em abril de 2026, a sete meses do fim do mandato de Lula.

Desproporcional

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) indicou apenas dois ministros ao STJ nos quatro anos de mandato no Palácio do Planalto.

Quase-quarta

Og Fernandes fica no STJ até novembro de 2026, mas sua vaga deve ser preenchida só em 2027, no mandato presidencial seguinte.

Protocolo

As listas tríplices para as vagas das ministras Laurita Vaz e Assusete Magalhães, abertas há dez meses, serão definidas este mês.

Derrota anunciada

É grande o nervosismo no Palácio do Planalto com a ampla derrota que as pesquisas sinalizam, no domingo (6). No Nordeste, a esquerda só lidera, e bem, no Recife, com João Campos (PSB), mas, em Salvador, Bruno Reis (União) tem 74%, segundo o Paraná (TSE/BA-00014/2024).

Piriri no Planalto

O Planalto aposta na pesquisa Quaest sobre o governo Lula, que sairá nesta quarta (2). A ideia é criar a narrativa de que o PT deve passar vexame, domingo, mas o presidente continua bem avaliado, blábláblá...

Só um videozinho

Começa a fazer água o plano do candidato de extrema-esquerda Guilherme Boulos (Psol) de levar Lula para a reta final na campanha. A expectativa de caminhada pela cidade está virando live com o petista.

Pouco resolve

Além de meter a mão no nosso bolso com a tarifa bandeira vermelha 2, o governo deve começar em novembro a outra parte do falso plano de “conter demanda” por energia elétrica: a volta do horário de verão.

Qual a próxima?

Proibida aos brasileiros, a rede social X, deu mais um passo para ser reativada: informou ao STF que irá quitar R$28 milhões em multas. Espera-se agora uma nova exigência para protelar o fim da censura.

Censura blinda

Sempre que Lula mentia no exterior, as vigilantes redes sociais voltavam a mostrar um vídeo marcante. Nele, jactava-se diante de blogueiros petistas, que sempre mentia no exterior e os abestados acreditavam. Com o Twitter sob censura, já não se preocupa com a eterna vigilância.

Que ambiente...

Há 15 anos, em 2 de outubro, Lula, Sérgio Cabral, Eduardo Paes e Orlando Silva, além de Arthur Nuzman, comemoravam, em Copenhague (Dinamarca), a escolha do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas.

Quase certo

O grupo de países liderado pela China ao qual o Brasil aderiu para dar palpite no conflito Rússia-Ucrânia foi batizado de “Grupo Amigos da Paz”, mas boa parte do grupo é amiga mesmo da Venezuela, Cuba etc.

Pensando bem...

...não pode prender eleitor a cinco dias da eleição, mas pode bloquear rede social durante toda a campanha.

PODER SEM PUDOR

Sofrimento como álibi

Jorcelino Tolentino da Gama, vice, rompeu com o prefeito de Paranaguá (PI), Avelino Lopes, e decidiu candidatar-se à prefeitura. O prefeito foi à Justiça para impugnar a candidatura, alegando que Jorcelino assumira o cargo. Até apresentou um ofício assinado por ele. Reza a lenda, na política do Piauí, que, convocado pelo juiz, Jorcelino negou que autoria da assinatura: “Doutor juiz, eu tenho a maior dificuldade de assinar o meu nome. Quando assino, é um sofrimento. E este ano eu não tive esse sofrimento.”

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Consequências da reforma tributária para o agro

Por Eduargo Berbigier, advogado tributarista

01/10/2024 07h45

Caminhos da vida

Caminhos da vida Arquivo

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A regulamentação da reforma tributária em tramitação no Congresso Nacional tem sido alvo de intensos debates, especialmente no que tange aos reflexos para o agronegócio, um setor vital para a economia brasileira. É crucial analisar as possíveis mudanças e seus impactos à luz dos textos propostos, também com foco nas alíquotas e na estrutura tributária. Embora a reforma tenha como objetivo simplificar o sistema de impostos sobre consumo, as consequências para o agronegócio podem ser severas.

Atualmente, o agronegócio desfruta de uma situação diferenciada no sistema tributário brasileiro. Muitos dos tributos que incidem sobre o setor – como IPI, PIS, Cofins, ICMS e ISS – têm alíquotas reduzidas ou até mesmo zeradas. Além disso, o setor ainda conta com a possibilidade de recuperar créditos tributários em espécie ou compensá-los com outros tributos. No entanto, com a substituição desses impostos pelos novos tributos – Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) –, além do Imposto Seletivo (IS), as alíquotas tendem a aumentar significativamente.

O ponto central da preocupação reside no fato de que a alíquota média paga pelo agronegócio gira hoje em torno de 3% a 4%, mas com a nova estrutura proposta essa alíquota pode saltar para mais de 11%, representando um aumento de praticamente três vezes. E isso pode ser ainda mais elevado: o pedido do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para aumentar a alíquota em mais 1,47% – e que pode levar o porcentual total para 28% – coloca o Brasil no patamar das maiores alíquotas de Imposto sobre Valor Agregado (IVA) do mundo, comparável à Hungria.

Por outro lado, a dita simplificação tributária está cada vez mais distante, com uma série de regras específicas, e a concomitância de dois sistemas distintos anda encarecendo ainda mais o staff de empresários que já usam muitas horas para a apuração de seus tributos.

Esse aumento pode impactar negativamente a competitividade do agronegócio brasileiro. O setor já enfrenta desafios significativos, como altos custos logísticos e trabalhistas, que são alguns dos mais elevados globalmente. A carga tributária majorada poderá inviabilizar a capacidade do agro em competir no mercado internacional, especialmente em um cenário em que outros países, como Estados Unidos, França e Suíça, oferecem subsídios substanciais para seus produtores.

Outro ponto que merece atenção é o impacto sobre os pequenos produtores. A reforma prevê que produtores que faturam até R$ 3,6 milhões anuais precisarão se tornar pessoas jurídicas para ter acesso ao crédito presumido, essencial para manter 
a competitividade. Isso pode criar barreiras adicionais, dificultando a sobrevivência desses pequenos produtores no mercado e, por consequência, prejudicando toda a cadeia produtiva do agro.

Além disso, a dívida tributária já existente no Brasil, que ultrapassa R$ 12,5 trilhões, evidencia um sistema falido. O aumento da carga tributária pode agravar essa situação, tornando o cumprimento das obrigações fiscais ainda mais difícil para os empresários honestos e que já lutam para se manter em dia com o Fisco.

A velocidade com que a reforma está sendo aprovada também é motivo de preocupação. A Câmara dos Deputados aprovou o texto em tempo recorde, sem a devida discussão nem análise aprofundada das centenas de emendas apresentadas. Agora, cabe ao Senado examinar com mais calma e atenção, evitando que decisões precipitadas prejudiquem ainda mais 
o setor agropecuário.

A Frente Parlamentar da Agropecuária, as entidades representativas do agro e os agricultores precisam se mobilizar intensamente para que sejam apresentadas soluções ao texto, com o objetivo de mitigar os impactos negativos da reforma. Embora o pior cenário já esteja delineado, ainda há espaço para ajustes que possam preservar a competitividade do setor e, por extensão, a estabilidade econômica do País.

Em suma, a reforma tributária em discussão tem potencial para trazer mudanças profundas para o Brasil, mas é preciso cautela para evitar que o agronegócio, responsável por uma fatia significativa do Produto Interno Bruto (PIB) e do saldo positivo da balança comercial brasileira, sofra prejuízos irreparáveis. A sociedade deve estar ciente de que as decisões tomadas agora poderão afetar o País por décadas, e é necessário um esforço conjunto para garantir que o novo sistema tributário seja justo e eficiente, sem sacrificar um dos setores mais importantes da nossa economia.

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