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Donald Trump, o tarifaço e o momento de olhar para Dubai

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Com a volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos em janeiro de 2025, o mundo empresarial enfrenta um velho conhecido: o protecionismo tarifário. As novas medidas anunciadas neste mês, com tarifas variando entre 10% e 25%, conforme a reciprocidade comercial percebida por Washington, reacendem incertezas em cadeias de suprimentos globais e pressionam custos de produção em diversos setores. Para países exportadores como o Brasil, o impacto vai muito além da relação bilateral com os EUA: ele força uma urgente diversificação de mercados e estratégias.

Segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), cerca de 20% das exportações brasileiras de manufaturados têm como destino os Estados Unidos. Com os novos entraves tarifários, o setor industrial brasileiro já projeta uma retração de até 2,3% no volume exportado ao país em 2025, especialmente em segmentos como autopeças, máquinas e equipamentos. O agronegócio, embora menos afetado diretamente, também deve sofrer com o encarecimento do transporte e a volatilidade cambial.

É nesse contexto que a busca por novos mercados se torna mais do que uma estratégia – torna-se uma necessidade. E é aí que Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, surge como uma alternativa robusta, ainda subexplorada por brasileiros.

Dubai não é apenas um destino turístico ou um ícone de arquitetura futurista. É, hoje, um dos hubs logísticos e financeiros mais dinâmicos do mundo. Em 2024, o emirado atraiu 6,7 mil milionários, superando os 3,8 mil dos Estados Unidos, segundo o Henley & Partners Wealth Report. São pessoas e empresas em busca de um ambiente seguro, estável e economicamente inteligente. Com zero imposto de renda, isenção sobre ganhos de capital e uma política ativa de atração de investimentos – incluindo o golden visa –, Dubai tem pavimentado o caminho para se consolidar como um polo de negócios global.

Não à toa, Dubai abriga mais de 72 mil milionários em uma população de apenas 3,6 milhões de habitantes. E esse poderio não se resume ao capital financeiro. O emirado é um ponto de conexão estratégica entre Ásia, Europa e África, com mais de 2,5 bilhões de consumidores ao alcance de um voo de quatro horas. Sua infraestrutura portuária e aeroportuária de classe mundial facilita o escoamento de produtos brasileiros e globais para mercados antes logisticamente inacessíveis ou economicamente menos vantajosos.

Apesar desse potencial, o empresariado brasileiro ainda conhece pouco sobre as oportunidades que Dubai e todo os Emirados Árabes Unidos oferecem. Segundo levantamento da GCS Capital – gestora de investimentos com presença física no emirado –, nos últimos 12 meses, mais de 50 pessoas físicas e jurídicas procuraram a empresa para entender melhor como acessar esse mercado. O interesse crescente reflete não apenas o cenário geopolítico atual, mas também uma maior consciência sobre a necessidade de internacionalização patrimonial e diversificação geográfica dos investimentos.

Setores como tecnologia, energia limpa, agronegócio, logística e real estate têm se consolidado entre os mais promissores para investidores brasileiros em Dubai. Além da reconhecida vantagem fiscal, o ambiente local oferece segurança jurídica robusta e processos governamentais ágeis e desburocratizados, além de incentivos estruturais que facilitam a abertura e a expansão de empresas internacionais. Tudo isso dentro de uma política econômica focada na inovação, na sustentabilidade e no crescimento de longo prazo – fatores que tornam Dubai um verdadeiro hub global de oportunidades.

Nesse novo xadrez econômico mundial, esperar que o protecionismo americano recue pode ser ilusório no curto prazo. Em vez disso, o momento exige ação e visão de futuro. A conexão está feita – agora, é hora de usá-la.

EDITORIAL

Mais respeito à lei, mais segurança

O respeito à legalidade deve ser incentivado desde cedo, em casa e na escola. O que está em jogo é mais do que segurança, é o tecido social da nação

16/04/2025 07h15

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A necessidade de um sistema mais íntegro e eficiente na segurança pública brasileira é inegável. Não se trata apenas de uma demanda das forças de segurança ou das autoridades, mas de um clamor da sociedade, que reconhece a importância de instituições confiáveis, bem aparelhadas e comprometidas com o combate à criminalidade. Em estados fronteiriços como Mato Grosso do Sul, a urgência dessa discussão é ainda maior.

Com uma extensa faixa de fronteira seca com o Paraguai e a Bolívia, MS vive uma situação peculiar: o entra e sai constante de pessoas, mercadorias e substâncias ilegais é uma realidade antiga, que desafia governos há décadas. O contrabando, o tráfico de drogas e o descaminho fazem parte do cotidiano de fiscalização nas áreas limítrofes. Contudo, ainda não conseguimos implementar um sistema robusto que seja capaz de conter de forma eficaz esse tipo de movimentação ilícita.

É verdade que, em muitas cidades de Mato Grosso do Sul, o cidadão não percebe diretamente os efeitos da violência urbana que marca outras regiões do País. Em parte, isso se deve ao trabalho preventivo das forças policiais. Mas também é verdade que, em algumas áreas de fronteira, a aparente tranquilidade tem um motivo preocupante: o medo. Muitas comunidades convivem com a presença constante de grupos criminosos, que impõem a ordem pelo poder do medo e do dinheiro fácil do tráfico.

Quando o assunto é controle de fronteira, é preciso deixar claro: o Brasil é um país soberano. É, portanto, responsabilidade da União garantir que suas fronteiras estejam protegidas, fiscalizadas e organizadas. A omissão ou a fragilidade do Estado nesses pontos permite que o crime organizado encontre brechas para se estruturar, crescer e aliciar. A segurança pública, nesses casos, começa por um controle territorial eficiente.

Nesta edição, relatamos um novo exemplo da sofisticação e ousadia do tráfico: estudantes de Medicina sendo flagrados transportando cocaína da Bolívia para o Brasil. Um caso que choca, mas que mostra como o crime não poupa perfis nem classes sociais. Jovens com futuro promissor, em formação acadêmica, cooptados por quadrilhas para agir como “mulas” do tráfico, cruzando a fronteira com entorpecentes.

Situações como essa exigem mais do que fiscalização. Exigem, sobretudo, a valorização da ética, da lei e da cidadania. O combate ao crime precisa ser também um trabalho cultural, de conscientização e educação. O respeito à legalidade deve ser incentivado desde cedo, em casa, na escola e nas universidades. O que está em jogo é mais do que segurança, é o tecido social da nação.

Para que tenhamos fronteiras mais seguras, é preciso uma ação coordenada entre União, estados e municípios, com investimentos constantes, inteligência e vontade política. Acima de tudo, é preciso cultivar uma cultura de legalidade e respeito às instituições, sem isso, qualquer muro ou fiscalização será apenas paliativo. Segurança de verdade se constrói com integridade – institucional e pessoal. Mas não basta apenas isso: precisamos das forças federais, de mais policiais federais e rodoviários federais na região.

Cláudio Humberto

"O Brasil foi tirado do caminho da prosperidade pela esquerda"

Senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) sobre precarização nutricional do povo brasileiro

16/04/2025 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Investigação de espionagem é ‘nitroglicerina pura’

Pode virar “nitroglicerina pura” a investigação da Polícia Federal de espionagem da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) contra o governo do Paraguai. A Abin é subordinada à Presidência da República e seu diretor-geral, Luiz Fernando Corrêa, é homem de confiança de Lula (PT), ex-diretor da PF em seu segundo governo. Ele irá depor amanhã sobre destruição de provas. Se avançar, a investigação pode chegar em quem ordenou tudo, daí o "alto poder explosivo”. O Planalto se apressou em espalhar que a investigação, quinze dias depois, estaria em “fase final”.

 

Sem vestígios

A suspeita é que, para apagar vestígios, o diretor-geral da Abin teria determinado a formatação do disco rígido de computadores da Abin.

 

Ele teve papel?

Correia será inquirido sobre seu eventual papel nessa arapongagem que abala as relações com o pais vizinho, onde o caso também é investigado.

 

Golpe baixo

O objetivo da espionagem era descobrir o que o Paraguai defenderia em negociação com o Brasil sobre Itaipu. Muito pouco para o risco elevado.

 

Denúncia

A investigação iniciou após a PF receber denúncia de servidor da Abin sobre a espionagem ilegal, que provocou indignação no Paraguai.

 

Justiça libera paralisação após calote dos Correios

Enquanto figurões do governo Lula curtem show do Gilberto Gil em turnê com R$4 milhões dos Correios falidos, transportadoras penam para receber pelos serviços. Empresários acionaram a Justiça cobrando a dívida. Somente uma das ações, curiosamente em “segredo de Justiça”, cobra uma dívida de R$395,9 mil. A 17ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do DF acatou os pedidos da empresa e deu 15 dias para a estatal quitar o calote, sob pena de paralisação autorizada dos serviços.

 

Calote continuado

O processo lista as inúmeras tentativas de cobrança extrajudicial. Tudo em vão. Os atrasos são, em média, de 60 dias até quitação das notas.

 

Metástase

Outra transportadora, no Acre, oficiou os Correios. Diz que a fatura de R$200 mil está também atrasada. Promete parar hoje (16).

 

Ingresso caro

O show de sábado teve Fernando Haddad e gente do grupo petista “Prerrogativas”, que indicou Fabiano Silva para presidir os Correios.

 

Caso é grave

O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro lembrou que a falsificação da entrada de Filipe Martins nos EUA, que rendeu a prisão do ex-assessor de Jair Bolsonaro, é crime que dá 25 anos de cadeia, pela lei americana.

 

Se ficar, o bicho pega...

Silvinei Vasques não irá acompanhar seu próprio julgamento. A defesa avaliou que o uso da imagem do ex-PRF na mídia poderia abrir margem para colocar os ministros contra ele. Como se já não estivessem.

 

Profissa da embromação

Foi puro constrangimento discurso de Lula em Serra das Araras (RJ) ontem (15). Cobrado por um policial ferroviário para regulamentar a profissão, prometida em 2009, Lula enrolou, enrolou... e se esquivou.

 

Greve gourmet

Glauber Braga (Psol-RJ) tenta colar nas redes sociais que se alimenta de “solidariedade”. O deputado barraqueiro, em “greve de fome”, é assistido por médicos e não fala que faz ingestão de líquidos, como isotônicos.

 

Cota questionada

Chegou ao TCU o imbróglio que virou a cota trans na Unicamp. O pedido é do deputado Evair de Melo (PP-ES), que cobra apuração do impacto orçamentário da invenção. Há suspeita quanto a legalidade da medida.

 

É só chamar

O deputado Nicoletti (União-RR) cobrou de Lula a convocação dos 700 aprovados em concurso da PRF, que passa por quadro de defasagem. A turma foi aprovada em 2021 em edital que expira em dezembro.

 

Governar é viajar

O ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) é quem mais torra dinheiro público com viagens nacionais, em janeiro e fevereiro deste ano: R$57 mil, sendo R$10 mil só em diárias.

 

Sem noção, sem trabalho

Pesquisa do serviço de streaming Tubi revela que a “geração Z” ama o trabalho remoto porque, para 84%, não perdem séries e filmes favoritos. E 53% confessam ter adiado tarefas para terminar um episódio.

 

Pensando bem...

...a espionagem brasileira ao Paraguai parece mais flagrante que olho no buraco da fechadura.

 

PODER SEM PUDOR

Cláudio Humberto

Elegância presidencial

Vaidoso, Juscelino Kubitschek jamais negligenciava a elegância. Certa vez, num voo do Rio para o canteiro de obras de Brasília, foi despertado pelo aflito ajudante de ordens em meio a forte turbulência: “Senhor Presidente, estamos em pane e o problema é grave!” JK trocou de roupa com calma, vestindo seu terno. Ajeitava o nó da gravata quando viu a cara de incredulidade do jovem capitão. O presidente sorriu: “O avião pode cair. Não fica bem o corpo do presidente ser encontrado de pijamas.”

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