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Exclusão dos empregadores da equipe de transição

Sem a participação de quem gera postos de trabalho, a equipe tenderá a impor visão monocular da situação

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A montagem da equipe de transição de governo para temas relacionados a trabalho e emprego excluiu representantes do empresariado.

Sem a participação de quem gera postos de trabalho, a equipe tenderá a impor visão monocular da situação.

No ano em que a reforma trabalhista completa cinco anos, que a economia e relações laborais ganham contornos totalmente inovadores, os representantes da equipe de transição da Pasta do Trabalho podem estar assentados em políticas ultrapassadas.

A equipe é formada por representantes sindicais e pesquisadores. As principais centrais sindicais estão devidamente representadas por profissionais que não têm demonstrado intenção de implementar reformas ou mesmo atualizar as ideias e regras vigentes.

Não se verifica na lista a presença de advogados trabalhistas ou juízes do trabalho, pessoas que estão na linha de frente dos problemas vivenciados por empresas e trabalhadores.

Procuradores do trabalho também não têm nenhuma representatividade na equipe de transição, em que pese a forte atuação para dar contornos de eficácia ao cumprimento da legislação.

Assim, cabe perguntar o que está por trás desse movimento. O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva defendeu revogar a reforma trabalhista realizada no governo Michel Temer em 2017, em vigor desde novembro daquele ano.

Em suas manifestações, ignorou que as mudanças feitas foram apoiadas por diversos segmentos da economia, por incluir inovações capazes de conferir maior aderência dos contratos de empregos a determinadas realidades específicas de cada categoria.

Exemplos são o reconhecimento do trabalho intermitente, forma de contrato que permitiu a dezenas de milhares de trabalhadores informais de eventos, bares, hotéis e similares que pudessem ser formalmente contratados pelas empresas do setor, gerando segurança para as partes.

E a formalização do teletrabalho, inexistente na legislação laboral antes da reforma.

Apesar do apoio obtido junto a diversos representantes de empresas pela candidatura Lula, a revogação da reforma trabalhista é ameaça a ser considerada.

A revogação das regras trazidas pela reforma pode gerar enorme insegurança jurídica sem precedentes.

Como a reforma, de fato, abalou a principal fonte de custeio dos sindicatos, a partir do fim da contribuição compulsória das entidades sindicais, não é impossível supor que se atue para o retorno desta cobrança para custeio das entidades sindicais.

Para se atingir este objetivo e conceder aos sindicatos o dinheiro das contribuições compulsórias, uma alegação utilizada nos últimos anos é de que toda a reforma foi prejudicial ao trabalho.

Não há nenhum elemento ou lastro fático e jurídico que ampare este raciocínio.

Aguardemos as manifestações dos integrantes do comitê de transição.

 

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Reforma tributária e o Comitê Gestor do IBS: o fim da autonomia de estados e municípios?

17/10/2024 07h45

Arquivo

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Apesar de muitos analistas avaliarem que o agronegócio saiu fortalecido das recentes eleições municipais, com prefeitos já eleitos no primeiro turno comprometidos com os produtores e os trabalhadores do campo, não podemos esquecer que está em tramitação no Congresso uma reforma tributária que, caso confirmadas as projeções, poderá ser extremamente prejudicial para o segmento.

Caso não fosse votada até o dia 23 de setembro, a urgência trancaria a pauta do Senado, adiando deliberações importantes, como a sabatina do economista Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central.

Mas por que não há acordo para a votação? São inúmeros os pontos polêmicos e sensíveis em debate. Mais de 1.296 emendas foram apresentadas pelos parlamentares ao texto vindo da Câmara dos Deputados. Com razão, os senadores querem discutir com mais calma o que foi aprovado às pressas na Câmara.

O PLP nº 108/2024, que está em fase final de tramitação na Câmara e será enviado ao exame do Senado, é o segundo projeto destinado a regulamentar a reforma tributária (o primeiro é o PLP nº 68/2024, que regulamenta as mudanças nas regras para a cobrança de impostos sobre o consumo e é tema de um ciclo de debates no colegiado).

Além de instituir o Comitê Gestor do IBS, o PLP nº 108/2024 também trata da transição do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para o IBS, define a distribuição dos valores do novo tributo para os entes federados e altera as normas do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) e do Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI).

Um dos pontos mais preocupantes da regulamentação da reforma tributária é a criação do Comitê Gestor do IBS. Caso seja instituído no modelo como apresentado, estados e municípios ficarão à mercê de Brasília (DF), já que a União concentrará o poder de distribuir os recursos arrecadados, certamente de acordo com interesses políticos.

É importante destacar que a Constituição de 1988 ampliou as competências dos estados e conferiu maior protagonismo aos municípios. No entanto, com a possível criação do Comitê Gestor, essa independência financeira será comprometida, reduzindo, de certo modo, a capacidade de gestão local sem a interferência centralizada.

Esperamos que os prefeitos eleitos, e aqueles que concorrem no segundo turno, tragam à tona nas discussões e nos debates a relevante questão da reforma tributária e seus impactos diretos na vida dos munícipes.

Concordo com as declarações do senador Izalci Lucas (PL-DF), coordenador do grupo de trabalho que trata da regulamentação na Comissão de Assuntos Econômicos. Ele acredita que a conclusão da reforma tributária não ocorrerá neste ano no Senado. Também creio que ficará para 2025. Com tantas divergências e consequências em jogo, estimo que os debates se prolonguem até, pelo menos, o primeiro trimestre do ano que vem.

Insisto: esse é o momento ideal para que as entidades representativas do agronegócio, agricultores, juristas, prefeitos, governadores e a sociedade civil organizada se unam e levem suas preocupações ao Congresso. É essencial que apresentem propostas, levantem pontos controversos e evitem que o novo modelo tributário se torne um instrumento de poder impossível de contestar no futuro.

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CLÁUDIO HUMBERTO

"Ele tem muito o que explicar"

Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo, sobre as relações do ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) com os irmãos Batista

17/10/2024 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Políticos que apoiaram censura não largam o ‘X’

Alguns dos principais defensores da censura imposta ao “X”, ex-Twitter, adotada a pretexto de “desrespeitar a lei e a justiça”, não têm a coerência ou a decência de abandonar a rede social que acusam de “tóxica” ou “antro de fake news”. Não fosse um espaço democrático, o X teria tocado para fora oportunistas como Guilherme Boulos (Psol), candidato de extrema-esquerda a prefeito de São Paulo, que ficou conhecido invadindo o alheio e, claro, agora pede votos no X, cuja censura apoiou.

Extrema-hipocrisia

Após chamar Elon Musk de “alucinado de extrema-direita”, Boulos já fez mais de 300 posts na rede do bilionário desde a suspensão da censura.

É ruim, mas é bom?

Lula (PT) é outro que se aproveita do espaço: após apoiar a censura e hostilizar Musk, desde quinta (10) não para de publicar lorotas no X.

Pregador da censura

Orlando Silva (PCdoB-SP) voltou aos posts. Sabe que no território livre do X ele pode defender até o seu Projeto da Censura. Sem censura.

Aproveitadores

Outros oportunistas de extrema-esquerda como Ivan Valente (Psol-SP) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ), pró-censura, estão “tuitando” adoidados.

Indicação de Silveira deixa servidor em pé de guerra

As escolhas do ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) continuam desagradando: ele deixou em pé de guerra os servidores do Serviço Geológico Brasileiro (SGB) ao anunciar a recondução de Cassiano Alves para o cargo de diretor de Administração e Finanças. A indignação é geral, em razão dos erros primários de gestão e acusações de assédio moral, assim como a criação de “um ambiente de trabalho tenso e hostil”.

Testemunhos

A revolta levou cinco chefes de departamento da Cia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), assinarem carta criticando a indicação.

Fora Cassiano’

Associações e sindicatos da área também aderiram ao movimento “Fora Cassiano”, sob a batuta da Conae, coordenação nacional das entidades.

No mundo da Lua

Cassiano não se pronunciou e, indagada, a direção do SGB fez que não entendeu, ignorou os protestos e disse repudiar assédio moral.

Jerico desistiu da ideia

Alexandre Silveira é um vexame ambulante. Cumpriu o castigo de anunciar a desistência do horário de verão, que defendia com ardor só para desfazer ato do governo anterior. Mas, após a derrota histórica nas urnas, Lula, o Rei da Esperteza, quis evitar marolas contra seu governo.

Papa em Brasília

O governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), irá no fim do mês a Roma, onde pretende reforçar convite ao Papa Francisco para visitar Brasília em 2025, na celebração dos 65 anos da Igreja Católica na capital.

Nunes com folga

A casa de apostas Polymarket já registra 94% de chances de vitória de Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo contra apenas 7% de probabilidade de vitória do candidato de extrema-esquerda Guilherme Boulos.

Bandidos a pão de ló

Para o senador Sergio Moro (União-PR), “é irracional” conceder progressão de regime a quem permanece associado a facções criminosas. “Não faz o menor sentido”, afirmou na tribuna do Senado.

Possibilidades

O PL tem oito deputados federais candidatos no segundo turno das eleições municipais. Atualmente o partido de Jair Bolsonaro continua com a maior bancada da Câmara: 92 parlamentares.

Óleo de peroba

Luiz Lima (PL-RJ) resgatou publicação de Lula no X com promessa de acabar com o sigilo de 100 anos e comparou com decreto escondendo lista de passageiros do Aerolula. O deputado concluiu: “cara de pau”.

Uso político do círio

Bia Kicis (PL-DF) mandou ofício questionando a Arquidiocese de Belém do Pará sobre Lula ter segurado a imagem da santa no círio fluvial de Nazaré, o que foi negado a Jair Bolsonaro.

Vermelho mercado

A Bolsa fechou em leve alta ontem (16), mas nos últimos 30 dias patinou 2,5% no vermelho e permanece abaixo do patamar no qual estava há um ano (-0,7%). Mas o governo garante que a economia vai bem.

Pergunta no banco

Achado nas contas bancárias alheias não é roubado?

 

PODER SEM PUDOR

Promovido com orgulho

O destemido jornalista Paulo Silveira, ex-Última Hora, era diretor-geral da Assembléia Legislativa do Rio quando, em Brasília, Ernesto Geisel demitiy o ministro do Exército, Sílvio Frota. O general saiu atirando, num manifesto em que dizia estar o governo “infestado de comunistas”. Naquele dia, Paulo recebeu uma ligação do irmão Joel Silveira, outro patrimônio da imprensa brasileira: “Aí, hein, foi promovido!” Paulo estranhou: “Promovido a quê?” Joel brincou: “À História. Você está na lista do Silvio Frota, como ‘subversivo’.”

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