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GIBA UM

"Não existe partido político no Brasil. O único partido com cabeça, corpo e membros é o PT"

de LULA // na contramão da "frente ampla" anunciada na campanha

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“Não existe partido político no Brasil. O único partido com cabeça, corpo e membros é o PT. O resto é uma cooperativa de deputados que se juntam nas eleições”,

de LULA // na contramão da “frente ampla” anunciada na campanha.

In – Verão: alfaiataria clara

Out – Verão: alfaiataria escura

Olho no Nobel

Embora não cesse de disparar sua metralhadora giratória em várias direções – de Roberto Campos Neto aos deputados, na cena doméstica – o presidente Lula parece ter ressuscitado, no plano internacional, sua tentativa de ganhar o Nobel da Paz, habilitando-se como negociador entre EUA e Rússia para acabar com a guerra na Ucrânia. O presidente Joe Biden não levou adiante essa conversa e Lula lembrou seu trabalho entre americanos e iranianos em torno dos arsenais nucleares (na época, Estados Unidos o deixaram falando sozinho). Agora, prepara viagem à China: quer deixar o presidente Xi Jinping bonzinho.

“COISO”

Na semana passada, Lula foi ao interior de Sergipe e prometeu entregar 14 mil obras – todas iniciadas em governos anteriores – e fez elogios a Renan Filho, ministro dos Transportes e filho do senador Renan Calheiros (MDB). O presidente participou da retomada das obras de duplicação da BR-101 no estado sergipano e só esqueceu de falar, em seu discurso que a obra se arrastou por três gestões petistas sem ser concluída. E de quebra, chamou Bolsonaro de “coiso”.

Recusado

Há poucos dias, João Santana e Mônica Moura, ex-marqueteiros do PT envolvidos na Lava Jato, tiveram recurso negado pelo Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf). O casal foi multado pela Receita depois das investigações apontarem sonegação de pagamentos na eleição de 2014. As multas da Polis, empresa dos dois, superam R$ 21 milhões e envolvem tributos como CSLL, PIS e Cofins. Membros da 1ª turma da Câmara Superior do Carf votaram por unanimidade contra o recurso da Polis (o caso corria no órgão desde 2019).

MEMÓRIA

Lula ainda batalha para “retirar bolsonaristas infiltrados no governo” e está exigindo uma cobrança pública do ministro Rui Costa (Casa Civil) para mapear adversários internos. Quando Bolsonaro assumiu a Presidência, no dia seguinte Onyx Lorenzoni (ex-ministro Casa Civil) exonerou 320 servidores “de orientação ideológica antagônica”. Na sequência, o governo estendeu a medida para outras pastas e exonerou, de uma pancada só, 3,4 mil servidores.

Energia no Nordeste

O governador do Ceará, Elmano de Freitas, negocia com a direção da Petrobras, agora sob gestão de Jean Paul Prates, o fornecimento de gás para a instalação de quatro térmicas na Zona de Processamento de Exportação do estado. Não é o único. O governador da Paraíba, João Azevedo, também costura com a empresa a garantia de entrega do combustível para a construção de duas termelétricas. As tratativas envolvem o uso de instalações flutuantes no litoral dos dois estados com unidades de liquefação e armazenamento de gás natural.

 

A nova embaixadora

A grife italiana Fendi está de olho no Brasil, mesmo com poucas lojas no país. No ano passado nomeou a modelo e estilista Sasha Meneghel como embaixadora da marca no Brasil.

E, agora, acaba de escolher outro nome para compor a equipe de embaixadoras brasileiras: a cantora Iza. Só que representantes da marca dizem que a escolha não foi por acaso.

O motivo é que a cantora em 2021 foi apontada pela revista Time como uma das principais personalidades da próxima geração e como ela se tornou uma das mais importantes vozes contra o racismo no Brasil.

Como representante da grife Iza viajará pela primeira vez para Itália e disse que a expectativa está alta. A técnica do The Voice Brasil, garante que sempre foi ligada à moda e faz uma confissão: “Sou muito consumista. Eu amo moda. Acho que moda é uma forma de expressão.

Para mim, moda é arte. Amo arte, amo me expressar, amo comunicação, sou formada em comunicação, e sempre levo esse braço do meu trabalho muito a sério”. Sobre a exposição de sua vida pessoal desabafa: “Acho muito louca essa exposição que rola em relação à minha vida porque tento ser o mais discreta possível, sempre fui assim.

Quero muito que as pessoas se interessem pelo meu trabalho, essa é a minha prioridade, mas entendo que o resto também faz parte”.

Confissão ou tropeção

Em 2019, o então presidente Jair Bolsonaro comparou-se ao personagem Johnny Bravo do conhecido desenho animado da televisão. Na época, bolsonaristas mais lúcidos acharam que ele tropeçou na comparação.

Nesses dias, seu filho e senador Flávio Bolsonaro, que apostava que o pai retornaria ao Planalto, não deixou por menos: “Johnny Bravo voltará”. No material do canal Cartoon Network, há uma descrição do personagem: óculos escuros, roupas pretas apertadas, dá golpes de karatê, sente muita atração pelas mulheres, mas é sempre rejeitados e está sempre arrumando os cabelos.

É extremamente vaidoso, egocêntrico, inconveniente, não é muito inteligente, não é alguém para se espelhar e é um fracassado de primeira.

Rainha do baile

 Comemorando 100 anos de existência o Hotel Copacabana Palace, começou os festejos com seu tradicional baile de carnaval, após uma lacuna de dois anos, por causa da pandemia. E a escolhida como “rainha do baile” foi a modelo Izabel Goulart.

O tema do evento não poderia ser outro “Túnel do Tempo 1923-2123” que celebrou momentos e personalidades que fizeram parte dos 100 anos de história, além de imaginar e criar expectativas para os próximos 100. Izabel comemorou e fez uma síntese do que acha do evento: “Apesar de ser um grande evento tradicional do Rio, o Baile do Copa é relevante no Brasil e no mundo, capaz de traduzir as raízes e costumes das festividades carnavalescas”.

Gripe aviária

O Ministério da Agricultura vai reforçar o esquema de vigilância sanitária nas fronteiras. E pretende também emitir um alerta aos governos estaduais em regiões de divisa recomendando a adoção de procedimentos semelhante.

A ameaça da gripe aviária chegou perto do território brasileiro, com os primeiros casos no Uruguai e Argentina. As ações profiláticas do Ministério da Agricultura se somam as outras medidas adotadas pelos frigoríficos, entre as quais suspensão de visitas em aviários. Detalhe: jamais foi registrado um caso de gripe aviária no Brasil.

Até marmitas

O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) apresentou representação contra Jair Bolsonaro à Polícia Federal. Pede que seja investigado suposto esquema de desvio de verbas envolvendo gastos com alimentação pela Presidência da República. O senador sugere haver inconsistências nos gastos, como uma única lanchonete de Manaus que vendeu R$ 42 mil em refeições num único dia. Há outro caso envolvendo restaurante de pequeno porte em Boa Vista que teria fornecido 654 marmitas e 2.964 lanches à Presidência em outubro de 2021.

Duas mulheres

Há uma disputa na cena política nacional entre duas primeiras-damas de Lula e Jair Bolsonaro – a atual, Janja, e ex, Michelle. Rosângela da Silva, a Janja, participa de reuniões ministeriais, sai em fotos de encontros presidenciais, indica nomes para o segundo escalão, dá palpites no cotidiano do maridão (e ele escuta) e diz que suas inspirações são Evita Peron e Michele Obama.

Michelle Bolsonaro comanda o PL Mulher, sairá em viagem pelo país (olho nas eleições municipais de 2024) e diz que “está aprendendo porque Deus me deu sabedoria para ajudar o Brasil” (e com salário de R$ 33,7 mil mensais).

SÓ FORA DO SUS

Rita Lee recebeu diagnóstico de câncer no pulmão em maio de 2021, em exames de rotina. Era um tumor maligno no pulmão esquerdo e o tratamento feito no Albert Einstein (ela tem plano de saúde) combinou radioterapia a imunoterapia.

Em abril de 2022, anunciava-se a remissão do câncer. Tratamento igual no SUS pode demorar 20 anos, segundo médicos oncológicos. Pacientes não tem acesso ao diagnóstico molecular e acesso à terapia alvo e à imunoterapia é limitada. No Ministério da Saúde não há nenhum sinal desses progressos.

MISTURA FINA

O PLANALTO prepara a primeira grande campanha publicitária do governo Lula. A ideia é usar o relançamento do Bolsa Família como mote para embrulhar as medidas mais importantes nos primeiros 60 dias de gestão. O governo vai bater bumbo, sobretudo, em relação às iniciativas de maior impacto social, como a recriação do Minha Casa, Minha Vida e o pagamento dos R$ 600 aos beneficiários do próprio Bolsa Família.

NO programa de governo apresentado por Lula na campanha, registrado no TSE, havia um item dedicado “a uma política de valorização do salário-mínimo”. O aumento de 18 reais para “recuperar o poder de compra dos trabalhadores” e “dinamizar a economia” acabou constrangendo até mesmo petistas muito chegados ao presidente. Os 18 reais são uma fração do recente aumento de R$ 7 mil para ministros do STF. Por outro lado, trabalhadores de baixa renda viram serem aumentados os salários de Lula, deputados e senadores para quase R$ 47 mil.

O GOVERNO Lula planeja retomar neste ano 37,5 mil unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida, que estavam paralisadas. A ideia é que os trabalhos em 10,8 mil casas sejam reiniciados nos primeiros 100 dias de governo e as outras 26,7 mil unidades concluídas até o final do ano. existem ainda 186 mil unidades habitacionais não concluídas e desse total, 83 mil empreendimentos estão com as obras totalmente paralisadas.

A COTEMINAS começará a pagar salários atrasados aos funcionários de Minas Gerais ainda esta semana. Os trabalhadores temem demissões devido as informações de que as fábricas do estado poderão ser fechadas. O grupo fundado pelo ex-vice-presidente da República José Alencar vive tempos difíceis. No último balanço publicado até agora, a Coteminas reportou um prejuízo de R$ 151 milhões no primeiro semestre de 2022, mais do que o triplo das perdas registradas entre janeiro e junho de 2021.

DEPOIS de muita negociação, PP e União Brasil acertaram a formação da federação que representará maior bancada na Câmara e a segunda do Senado. O senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP e o vice-presidente do União Brasil serão copresidentes da aliança, que terá 108 deputados (superando o PL, que tem 99) e 15 senadores, atrás apenas do PSD com 16.

SÉRGIO Moro conseguiu sua primeira vitória no Senado, com pouco menos de um mês na Casa. Ele conquistou 27 assinaturas necessárias para pedir o desarquivamento do projeto de lei que trata da prisão após condenação em segunda instância. E comemorou em suas redes sociais. “Conseguimos o apoio de 27 valorosos senadores e senadoras para desarquivar o projeto de lei já aprovado na CCJ que prevê a prisão em segunda instância. Um primeiro passo. Tenho certeza de que outros se somarão a esta luta”.

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Giba Um

"Quando disse que minha candidatura tem um preço, foi um ato isolado. Vou convencer líderes da...

...direita que meu nome é o mais viável para derrotar o PT. Meu preço é Bolsonaro livre e nas ruas. Ou seja, não tem preço", de Flávio Bolsonaro, mudando tudo, outra vez

12/12/2025 06h00

Giba Um

Giba Um Foto: Reprodução

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Técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) já trataram de avisar equipes de senadores que devem usar todo o prazo de 180 dias para concluir uma auditoria nos Correios, iniciada em setembro. O que significa que informações perigosas ainda não reveladas da estatal.

MAIS: as informações perigosas ainda não apresentadas, como prejuízo bilionário que virão à tona em março do ano que vem, podendo implodir no colo de Lula no começo da campanha. Este ano, a super dívida dos Correios bate em quase R$ 10 bilhões.

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Ainda tem tapete

Já estamos em contagem regressiva para o ano de 2026, só que ainda dá tempo de alguns tapetes vermelhos. Um dos últimos foi estendido no Farmasi Arena para a entrega do 32º Prêmio Multishow. O comando geral ficou por conta de Tadeu Schmidt e Kenya Sade. A noite também contou com uma homenagem à Gilberto Gil que recebeu um troféu pelo conjunto da obra de sua carreira, e claro que lembrou da filha Preta Gil, que nos deixou este ano, assim como Kanalha (suposto último affair de Preta) que levou seu troféu na categoria Axé/Pagodão do Ano que dedicou sua premiação para a filha de Gil. O grande ganhador da noite foi João Gomes, que levou 4 estatuetas das 6 indicadas, sendo três delas ao lado de Mestrinho e Jota.pê. Entre as premiações está a do álbum do ano. Individualmente João Gomes se destacou como Artista do Ano. A cantora Wenny, que é irmã de Lexa chamou a atenção com um look que tinha 120 mil pedrarias, e acessórios, incluindo chupeta, mamadeira e andador que custou cerca de R$ 60 mil. Na redes sociais explicou o look: “No meu andador, dando meus primeiros passinhos, eu chego hoje ao Prêmio Multishow!". Entre os muitos que estiveram presentes, entre concorrentes, apresentadores e convidados estavam, Sabrina Sato, Lexa, Ana Morais, Tati Machado, Iza, Lexa, Bruna Griphao, Marina Sena, Nicole Bahls, Giulia Costa, Melody, Luedji Luna entre tantos.

Lula vs. Tarcísio é cabo de alta tensão

A discussão sobre a possível intervenção na Enel São Paulo tornou-se um teste de força entre o governo federal e a gestão de Tarcísio de Freitas. Embora critique publicamente a empresa, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem atuado nos bastidores para conter um possível ímpeto intervencionista do órgão regulador. Na visão de Silveira, o afastamento do grupo italiano da operação traria desgaste para o próprio governo Lula por desencadear uma corrente elétrica de insegurança jurídica às vésperas do ano eleitoral. Politicamente, a intervenção é vista dentro do governo como um presente para Tarcísio, que posaria junto ao eleitorado como aquele que "solucionou" os apagões na capital. Tarcísio, do lado oposto, tem feito pressões sobre a Aneel pela ingerência administrativa ou até mesmo pela cassação da concessão da Enel. O governador tem também mobilizado a bancada parlamentar e prefeitos do estado para fechar o cerco à agência reguladora.

Alta tensão 2

Ainda a guerra contra a Enel: fechar o cerco significa forçar uma punição contra a distribuidora de energia. E nesse circuito, há ainda um fio que leva ao TCU. Há poucos dias, o tribunal recomendou que a Aneel analise prós e contras de uma intervenção na Enel São Paulo. O pedido fez subir a temperatura, aumentando a percepção de que o TCU levantou uma bola para o órgão regulador cortar, decretando, assim, o afastamento da Enel da operação. Por enquanto, é melhor aguardar novos capítulos.

Giba Um

Se gosta mais

Fazendo grande sucesso com o programa “Angélica ao Vivo”, às quintas-feiras na GNT em entrevista ao videocast “Conversa vai, conversa vem”, do GLOBO, a apresentadora abriu seu coração. Ela garantiu que hoje aos 52 anos, agora presta mais atenção as suas vontades. “O trabalho sempre foi me levando. Sempre fiz análise, gostei de meditar, sempre fui meio holística, mas nunca me dediquei tanto ao meu interior. Vivia o externo, o dia a dia dos programas de TV, emendava uma coisa na outra. Fiquei dos quatro aos 48 sem parar de trabalhar. Parar para sentir, saber o que estava rolando comigo, passei pelas mudanças da vida vivendo, sem olhar para elas. Quando olhei um pouco para dentro, pouco antes da pandemia, comecei a prestar atenção nos meus quereres”. Olhando mais para dentro de si e se conhecendo mais ela disse que ficou mais à vontade para falar de assuntos que são considerados tabus e que se gosta mais: “Acho que hoje gosto mais de mim. Não sei se gostava. Gostava do que eu via ali, do que as pessoas gostavam. Hoje, gosto quando eu vejo. Quando não gosto, mudo. Mas hoje sei que sou eu, que não é o que as pessoas querem que eu seja”.

Giba Um

Aldo 2026

Sem maior alarde - pelo menos, por enquanto, o ex-ministro de vários governos (foi da pasta de Relações Institucionais à Defesa), Aldo Rebelo está se preparando para anunciar sua candidatura à Presidência nas eleições do ano que vem. Ele e o grupo que aposta em sua vitória - sobre Lula e eventuais governadores contra a esquerda - acham que a candidatura não ganharia ataques de  presidente e tampouco do ex-presidente encarcerado, agora achando que ganha a liberdade em pouco mais de dois anos. Aos poucos, Aldo vai montando uma estrutura de comunicação: tem até um podcast para encantar apoiadores (nesses dias, entrevistaram Chiquinho Scarpa). Mais: ele é o único político sem laços genéticos com indígenas, que fala fluentemente tupi-guarani.

Festival, de cassações

O presidente da Câmara, Hugo Motta (ninguém sabe se ele tem mais medo de Lula, do clã Bolsonaro ou de Davi Alcolumbre) deverá analisar só na semana que vem os pedidos de cassação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ). As cassações de Carla Zambelli (PL-SP) e Glauber Braga (PSOL-RJ) poderão ser avaliadas antes. Os pedidos passarão pela CCJ - Comissão de Constituição e Justiça da Casa e, depois, pelo plenário. Motta quer liquidar esses assuntos antes do final do ano. No caso de Eduardo, poderá usar o excesso de faltas. Com isso, poderia escapar da inelegibilidade e até ficar livre para retomar a cadeira em 2026.

Pérola

"Quando disse que minha candidatura tem um preço, foi um ato isolado. Vou convencer líderes da direita que meu nome é o mais viável para derrotar o PT. Meu preço é Bolsonaro livre e nas ruas. Ou seja, não tem preço",

de Flávio Bolsonaro, mudando tudo, outra vez.

Presidente frágil

Ainda Hugo Motta, presidente da Câmara: no péssimo episódio deflagrado por Glauber Braga e esticado pela truculência dos policiais da Casa, ele mandou desligar luzes, cortar o sinal da TV Câmara e expulsar jornalistas à força. A imagem de Motta piorou. Sem liderança sobre os colegas, vem se mostrando um presidente frágil, tutelado, segundo analistas, pelos padrinhos Ciro Nogueira e, claro, Arthur Lira. A troca usada para abortar a candidatura de Flávio Bolsonaro serviu para mostrar, de novo, sua dependência do Centrão. Nem a "demonstração de coragem" no episódio Glauber Braga ajudou.

Faltou gente 1

O senador Flávio Bolsonaro ofereceu, esta semana, um jantar para dirigentes do Centrão, em sua mansão em Brasília, comprada, segundo ele, por seu trabalho como advogado. O secretário do Governo da gestão Tarcísio de Freitas, Gilberto Kassab, dono do PSD e Marcos Pereira, que comanda o Republicano, partido de Tarcísio, não deram as caras. Analistas acham que Kassab não đá ponto sem nó: quis evidenciar que está fora dessa "candidatura" do Zero Um. A jornalista Vera Rosa lembrou, nesses dias, que Antônio Carlos Magalhães costumava dizer: "Jantar ao qual não vou, não vale”.

Faltou gente 2

Presidente do PP, Ciro Nogueira, foi ao jantar de Flávio, acompanhado de Antônio Rueda, que dirige (e muita gente não sabe como chegou lá) o União Brasil. Ciro não vê chance na candidatura de Flávio, mas disse que pode contar com ele. A maioria dos presentes concordou que, malgrado ele tenha desmentido, Flávio negociou mesmo a redução da pena de Bolsonaro como condição de dar um passo atrás. Detalhe: nenhum dos convidados leva a sério mesmo toda essa "ópera bufa".

Com incentivos fiscais

Ministros como Fernando Haddad e Luiz Marinho ficaram "de cabelos em pé" com o modelo de montagem de carros elétricos, com incentivos fiscais, que Lula e Geraldo Alckmin visitaram no Ceará, no novo polo da GM voltado apenas para carros elétricos. Os dois primeiros deverão ser Spark e Captiva, montados na antiga palma da Toller. A empresa quer produzir 10 mil carros elétricos por ano. Para a Fazenda, é mais uma renúncia de receita que deve ser repensada. E sem investimento da indústria, tampouco gera os empregos que se esperariam.

Duas caras 1

A luz do dia, o pastor Silas Malafaia diz que não vai trabalhar contra a indicação do evangélico Jorge Messias para o Supremo e até faz críticas a Davi Alcolumbre pelas tentativas de brecar a nomeação; nas trevas da noite, no entanto, Malafaia e lideranças religiosas ligadas a ele fazem campanha contra o advogado-geral da União. Nos últimos dias, circulam entre parlamentares da bancada da Bíblia textos associando Messias membro da Igreja Batista Cristã de Brasília à textos falsos.

Duas caras 2

Nesses textos, o indicado religioso de Lula tem seu nome ligado, falsamente, à defesa do aborto e de bandeiras LGBT. Um dos principais disseminadores dos ataques a Messias é o deputado bolsonarista Sóstenes Cavalcanti (PL-RJ). A mobilização chegou aos corredores do Congresso onde foi arquitetada uma contraofensiva comandada pelo Pastor e deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), ex-aliado de Bolsonaro e hoje amigo de fé de Lula. Também o ministro André Mendonça, evangélico, desmente falsidades espalhadas contra Messias.

Mistura Fina

Agora já se sabe por que o PT entrou em desespero, em outubro, para impedir a convocação à CPMI do roubo dos aposentados do desconhecido Edson Claro Medeiros Jr. que recebia o tratamento de "testemunha-bomba". Ex-braço-direito de Antônio Camilo Antunes, o "Careca do INSS", Edson Claro foi barrado pelos petistas no CPMI, mas acabou contando à Polícia Federal que Careca pagou a políticos e gente influente. O filho de Lula, Lulinha, teria recebido R$ 25 milhões, mais R$ 300 mil mensais.

Edson Claro levou pânico a petistas como Paulo Pimenta (RS), o que fez Adriana Ventura (Novo-SP) concluir: "Chegamos ao cara". Edson é uma das 60 testemunhas vetadas pela CPMI e o Planalto, conheceria o "poder destruidor" de cada uma delas. O senador Rogério Marinho (PL-RN) disse que Edson Claro não falou à CPMI, mas prestou depoimento à PF de mais de 70 horas, dando detalhes -  e nomes. E o petista desavisado Rogério Correia (MG) foi obrigado a pagar mico e retirar o requerimento.

O advogado Augusto de Arruda Botelho, que fazia a defesa de um dos diretor do Banco Master e que esteve com o ministro Dias Toffoli, do STF, em um voo a Lima, é conhecido na Alta Corte desde outros processos, como a Lava Jato. Ele defendeu Márcio Faria, da Odebrecht e que até foi preso no processo sobre a pilhagem da Petrobras. A investigação foi anulada por canetadas de Toffoli.

Botelho foi também personagem em trama com dossiê desqualificando delegados da PF na Lava Jato, acusados de criticar o PT e elogiar o PSDB. O rolo foi tamanho que, em abril de 2016, o advogado chegou a ser indiciado criminalmente. A PF não provou que ele pagou pelo dossiê. E mais: Botelho é membro do "Prerrogativas", grupo de advogados petistas que atuou no desmonte da operação Lava Jato.

A Bombril ganhou um fôlego com a aprovação do plano de recuperação judicial. verdadeiro teste de resistência, contudo, está prevista para Brasília. Trata-se da dura negociação com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. A fabricante de produtos de limpeza comandada pelo empresário Ronaldo Sampaio Ferreira busca um acordo para a renegociação de cerca de R$ 2,3 bilhões em dívidas tributárias. O valor equivale a quase oito vezes o total das dívidas incluídas na recuperação judicial, em torno de R$ 330 milhões.

In – Natal: coquetel de pêssego            
Out – Natal: sangria de saquê

artigos

A escalada do jogo de soma zero em Brasília

11/12/2025 07h30

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A recente indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva do advogado-geral da União, Jorge Messias, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) reacendeu o debate sobre a crescente dificuldade de governabilidade no âmbito do Poder Executivo.

Embora a escolha para o STF seja prerrogativa presidencial e tradicionalmente aprovada pelo Senado – gesto que reforça a legitimidade institucional e a harmonia entre os Poderes –, trata-se de um processo que raramente encontra resistência. Em 134 anos, apenas cinco indicações foram rejeitadas pelo Senado, todas ainda no início da República, sob Floriano Peixoto.

Desde o início do terceiro mandato de Lula, o governo tem registrado o pior índice de aprovação de suas pautas no Congresso desde a redemocratização. Esse enfraquecimento ganhou corpo a partir do governo de Dilma Rousseff e se ampliou nos anos seguintes.

Michel Temer foi o único a obter vitórias relevantes, ainda que ao custo de ampliar o protagonismo de deputados e senadores. Nem Jair Bolsonaro nem Lula – apesar de sua força política e carisma – conseguiram frear o avanço das emendas parlamentares, que comprimem a margem de ação do Executivo, especialmente na área econômica.

Para tentar contrabalançar o peso crescente do Congresso sobre o Orçamento, Lula vem optando por indicar nomes alinhados ao governo para posições estratégicas, inclusive no Judiciário. A nomeação de Flávio Dino ao STF é um exemplo emblemático dessa estratégia. Em movimento inverso, o presidente também trouxe ao Executivo figuras do Judiciário, como o ex-ministro Ricardo Lewandowski, atual titular da Justiça. Essa dinâmica de avanços e recuos, porém, contribui para bloquear a capacidade dos Três Poderes de exercerem integralmente seus papéis constitucionais.

O Executivo, pressionado, tem recorrido cada vez mais à judicialização de suas políticas. O Legislativo, por sua vez, consolidou-se como um “Executivo paralelo”, operando quase como um sistema parlamentarista informal. O Judiciário, ao atuar como intérprete expansivo da Constituição, muitas vezes assume funções legislativas, criando contorcionismos jurídicos para suprir lacunas políticas.

O que emerge desse arranjo é um jogo de soma zero, que compromete a formulação de um projeto nacional coerente e moderno. Cada Poder avança sobre a esfera do outro, mas nenhum amplia, de fato, sua capacidade de governar. O resultado é um país paralisado por impasses institucionais que corroem a eficácia do Estado e dificultam a construção de consensos duradouros.
 

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