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Nunca houve uma decisão de Copa como Argentina e França

Jornalista, autor de 'Escola Brasileira de Futebol', cobriu sete Copas e oito finais de Champions

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19/12/2022 - 00h05
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A final muda o padrão, e a impressão por 120 minutos foi a de voltar aos 12 anos de idade, quando se pode dizer, com razão: "Nunca vi nada igual". Não houve uma decisão como os 3 a 3 de Argentina e França.

Não só pela qualidade do futebol, mas pelo roteiro, que incluiu Messi artilheiro da Copa, levando a virada de Mbappé, voltando a empatar e ser goleador e líder de assistências e ver o francês de novo à frente, com o gol de pênalti.

Quem julgava ser mais do que Messi x Mbappé, viu dois gols do melhor jogador do século 21 e três de seu provável herdeiro.
O capricho de Alá foi Messi errar a jogada que resultou no gol de empate da França. Quando o mundo inteiro já estava pronto para se curvar para reverenciar o maior gênio do futebol no século 21, dobrar o tronco, como se estivesse numa mesquita, para dizer: "Meeeeeesssi!"

Então, Messi errou.

Perdeu disputa no meio de campo e a jogada se desenvolveu com Muani, chegou para Mbappé, tabela com Thuram e um gol de placa.

Sem se abater, Messi voltou a comandar o título.

Muitas finais tiveram roteiros parecidos, como Argentina 3 x 2 Alemanha, em 1986. Maradona também viu seu time fazer dois gols de vantagem e levar o empate. Só que, neste momento, deu um passe de sinuca e deixou Burruchaga na cara do goleiro Schumacher.

Desta vez, o gênio errou. Depois, consertou.

O que torna o roteiro quase inédito, porque não se tratou apenas da marcha do placar. Trata-se de Messi fazer 1 a 0, tornar-se artilheiro da Copa e líder de assistências, os argentinos darem um baile, colocarem os franceses na roda e, quando ninguém imaginava, Mbappé dar a volta no marcador e na artilharia.

Primeiro, uma falha de Otamendi, vilão da eliminação de 2010, quando jogou como lateral direito e não conseguiu parar Podolski. Desta vez, por começar o pênalti.

E, então, o gênio errou. E, depois do erro, fez mais uma jogada de gênio, tirada do fundo da lâmpada, num chute de fora da área que obrigou Lloris a espalmar para escanteio.

Ainda encontrou espaço para um lançamento para Julián Álvarez, que poderia resultar no terceiro gol, no tempo normal.
Então, se foi à prorrogação, e Messi outra vez inventou algo brilhante. De pé direito, deixou Lautaro Martínez na cara de Lloris.

Upamecano, que tinha errado no segundo gol da Argentina, salvou brilhantemente ao travar Lautaro de frente para o gol.
Apesar do abalo psicológico de sofrer o empate, quando tinha a vitória aparentemente garantida, a Argentina melhorou no tempo extra. Teve as melhores chances, duas com Lautaro. No início da segunda etapa, Messi chutou fraco, e Lloris espalmou, com dificuldade.

As pernas atrapalhavam. O cansaço era evidente, até a torcida diminuiu o ritmo. E Messi tirou o gol do fundo da lâmpada de Lionel.

Ainda veio Mbappé tirando de novo a artilharia de Messi.

Jorge Valdano, campeão de 1986, disse ao Clarín que não admite quem diga que Messi é o melhor de todos os tempos, mas não aceita quem diga que não é. Pelé é Deus! Mas a frase de Valdano é brilhante.

É mesmo incrível que Messi ganhe a Copa onde o povo dobra o tronco para a frente para reverenciar Alá. E diz: "Meeeeeessi!"
 

CLÁUDIO HUMBERTO

"Este país precisa ser pacificado. Ninguém aguenta mais esse radicalismo"

José Múcio, ministro da Defesa, pedindo a soltura dos inocentes do 8 de Janeiro

12/02/2025 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Ministra tirada da cúpula de Paris se agarra ao cargo 

Excluída da delegação à Cúpula de Paris sobre Inteligência Artificial, a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, ativista do PCdoB, deveria ter a dignidade de pedir demissão. O Brasil foi representado pelo chanceler decorativo Mauro Vieira. Deve ser demitida na reforma ministerial, mas esquerdista adora uma boquinha e Luciana se sujeita à humilhação porque espera virar ministra da Mulher no lugar de Aparecida Gonçalves, alvo de várias denúncias de assédio moral. 

Quem dá mais?

Ambicionado pelo PSB, o cargo da ministra já foi oferecido ao PSD de Gilberto Kassab, que chefiou a pasta no governo Michel Temer. 

La vie en rose

Mauro Vieira entende tanto de inteligência artificial quanto de física quântica, mas o que ele adora mesmo é flanar nas ruas parisienses.

Irrelevância

Enquanto discutiam inteligência artificial em Paris, segunda (10) e terça (11), a ministra ocupava o tempo com agenda irrelevante em Brasília.

Fracasso

Luciana Santos teve sorte: a Cúpula de Paris fracassou com a recusa dos Estados Unidos e do Reino Unido de assinar a declaração final.

‘Barraco’ de auxiliar de Lula vira caso de polícia

A Polícia Civil do Distrito Federal investiga acusação contra Diogo da Fonseca Tabalipa, subsecretário de Gestão Estratégica, Tecnologia e Inovação do Ministério dos Transportes. Ele é acusado de armar o maior barraco por ter perdido vaga para estacionar seu carro no pelo Lago Sul, bairro de Brasília. O BO narra ameaças, ofensas e, claro, “dedo na cara” própria de barraco. O Ministério dos Transportes não comentou o caso.

Grito e ameaça

O autor da denúncia acusa o subsecretário de misoginia contra sua esposa, mulher negra, enquanto ele manobrava o carro.

Quem está falando

O casal não sabia quem era o homem nervoso e se revoltou ainda mais ao descobrir se tratar de servidor público, aliás, muito bem pago.

Belo contracheque

O Portal da Transparência mostra que, em outubro, última data disponível, o subsecretário recebeu R$45,9 mil no contracheque.

Honrosa exceção

A corajosa declaração de José Múcio (Defesa), pedindo liberdade para os inocentes e os que tiveram participação mínima na baderna do 8 de Janeiro, ajudando a pacificar o Pais, reforça a avaliação de que ele é, sobrando, o melhor e mais leal ministro de Lula. Mas não será perdoado.

Ladeira abaixo

Pesquisa AtlasIntel aponta reprovação de Lula em 51,4% e tem duas más notícias para o petista: já há empate técnico com Tarcísio de Freitas (Rep-SP). E o governador de São Paulo tem imagem melhor que Lula.

Sem respostas

O governo quer “regulamentar” as redes sociais, porque não a controla, e o deputado Osmar Terra (MDB-RS) questiona: “Quem define o que é verdade ou mentira? O Governo petista? O STF? A grande mídia?”.

Banquinho inocentado

Como não dá mais para culpar o banquinho bolsonarista, cúmplice da tesourinha de direita, prevalece em Brasília a suspeita de que o cotovelo enfaixado de Lula tem a ver apenas com uma simples dor de cotovelo.

Olha o chifre

Viralizou campanha do município de Prata (MG) para tentar combater descarte de entulho pela cidade. O prefeito Xexéu (PP) mandou instalar placa “Aqui só joga lixo quem é corno assumido!”. Tem dado certo.

Fique esperto

Ao ouvir anão do jornalismo lorotando tipo “conversei com um ministro” etc, sem citar nomes, sabia que o homenzinho banca o bem informado, mas apenas tem instruções da Secom para difundir versões palacianas.

Lulatour

Depois do giro pelo Rio de Janeiro e Bahia, semana passada, Lula segue com o que tanto aprecia, viajar na faixa, com tudo bancado pelo pagador de impostos. Desembarca amanhã (13) em Belém (PA) e Macapá (AP).

Boquinha

Lula quer um amigo petista no comando da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O nome de Wadih Damous, hoje secretário Nacional do Consumidor, está na fila de sabatina do Senado.

Pergunta no gabinete do ódio  

Merece defesa o ministro que pede liberdade para inocentes do 8 de Janeiro?

PODER SEM PUDOR

Tapinha amigo

No início dos anos 90, em visita ao Brasil, Fidel Castro foi almoçar na casa de Lula, em São Bernardo (SP). Até provador foi destacado pela segurança cubana. D. Marisa compreendeu: todo o cuidado era pouco, afinal, a CIA tentara matar Fidel durante décadas. O comandante meteu o bife rolê inteiro na boca, mas se engasgou com o palito que mantinha a carne enrolada. O homem ficou roxo, abriu os braços, pânico geral, até Lula aplicar um tapa nas suas costas. Um alívio. Depois que o convidado foi embora, Lula comentou: “Quase matei o Fidel, coisa que nem a CIA conseguiu!”

ARTIGOS

CNPJ alfanumérico: a próxima fronteira da modernização financeira

11/02/2025 07h45

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O setor financeiro brasileiro vive um momento de intensas transformações. Depois do sucesso do Pix e do avanço do open finance, uma nova exigência está prestes a testar a capacidade de adaptação dos bancos: a implantação do formato alfanumérico para o Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ). A Receita Federal do Brasil (RFB) anunciou que a mudança será obrigatória a partir de julho de 2026. A adaptação é muito complexa e embute riscos para as áreas de tecnologia, mas uma grande aliada poderá ser a inteligência artificial generativa.

Primeiramente, é essencial compreender as razões por trás dessa decisão. O sistema atual de CNPJs oferece 100 milhões de combinações numéricas, das quais 60 milhões já foram utilizadas. Mantida a demanda atual, essas combinações se esgotariam até 2033. A transição para um formato alfanumérico é, portanto, uma resposta necessária para garantir a continuidade desse registro fundamental para a economia.

Porém, a implementação dessa mudança está longe de ser trivial. A complexidade técnica e os riscos associados exigem uma reflexão sobre os desafios que bancos, instituições de pagamento e seguradoras terão de enfrentar. Alterar sistemas que já estão em funcionamento, muitos dos quais foram desenvolvidos há anos e carecem de documentação atualizada, é um trabalho minucioso e arriscado. Além disso, falhas nessas alterações podem comprometer não apenas a operação das instituições, mas também a confiança dos usuários nos sistemas financeiros.

Aqui, a tecnologia desponta como uma aliada indispensável. Soluções baseadas em inteligência artificial generativa podem simplificar esse processo. Frameworks que identificam automaticamente códigos a serem ajustados, atualizam documentações e aprimoram os testes de segurança estão mostrando ser cruciais para mitigar os riscos dessa transição. É uma oportunidade de modernizar sistemas e aumentar a resiliência do setor financeiro.

Entretanto, é importante salientar que essa modernização não acontece da noite para o dia. Testes extensivos e implementações seguras demandam tempo, e o prazo para adaptação está se aproximando rapidamente. Algumas instituições já iniciaram seus preparativos, o que é um exemplo positivo para o mercado.
Acredito que a discussão sobre o novo formato do CNPJ deve ir além da questão técnica. É também uma oportunidade para revisão das prioridades em termos de inovação e segurança digital. Se o desafio for encarado com a seriedade que merece, poderemos não apenas superar as dificuldades imediatas, mas também fortalecer as bases do sistema financeiro nacional para as próximas décadas.

Como setor, é preciso se fazer a pergunta: estamos preparados para essa evolução? Mais do que isso, estamos dispostos a transformar esse desafio em uma oportunidade de crescimento e modernização? A resposta a essas perguntas definirá o futuro das instituições financeiras no Brasil.

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