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Giba Um

"O nome do plano não era Bíblia Verde e Amarela. Era Punhal Verde e Amarelo"

"Os acampamentos não foram em porta de igreja: eram na frente dos quartéis. E o que há nos quartéis são fuzis, tanques e metralhadoras", de  Flávio Dino (STF), lembrando que 8 de janeiro não era movimento de "velhinhas religiosas"

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Puxada pelos resultados na Argentina (podem mudar se a denúncia de corrupção  no governo de lá ganhar novos capítulos), a melhoria no poder econômico dos países da América Latina e Caribe tem impulsionado a venda de automóveis produzidos no Brasil para esses destinos.

Mais: no ano passado,exportou 68.577 veículos para a região, sendo 40 mil unidades para o país de Lionel Messi. De posse dos dados dos sete primeiros meses de 2025, a montadora japonesa projeta um aumento de 60% nas vendas para os argentinos e de 40% para os países latino-americanos.

Queridinha da publicidade

A atriz e empresária Marina Ruy Barbosa tem dedicado bastaste do seu tempo para a sua grife Ginger. Mas na versão ruiva ou loira ela continua fazendo grande sucesso na publicidade. Nos últimos temos tem feito campanhas ou publics, como são chamadas os posts para as redes sociais para diversas marcas e continua sendo uma das queridinhas das agências devido seu comprometimento e responsabilidade. Entre tantas marcas estão Truss, Sharkbeauty, Ollie, BYD, Kopenhagen, Stella Artois, Vivara, Melissa, Uza Shoes. Nesta semana fez a temperatura subir ao postar fotos de topless, cobrindo partes estratégicas, claro, para a Calzedonia, grife italiana especializada em meias-calças, peças. Em breve Marina poderá ser vista na série Tremembé, da PrimeVideo, que é baseada nos livros “Elize Matsunaga: A mulher que esquartejou o marido” e “Suzane: assassina e manipuladora” que irá estrear no dia 31 de outubro. Mas ela não para ela já gravando Antártida, que tem também no elenco Andréa Beltrão, Leandra Leal, Lázaro Ramos, Antônio Calloni, Gero Camilo. Mais noiva do empresário Abdul Fares, ela já sonha em ser mãe, mas sempre quer passar por todas as etapas necessárias primeiro. “Eu acho que esse momento é muito especial, né? A maternidade para as mulheres. Sim, eu tenho muita vontade de ser mãe. É um momento que eu penso muito. Acho que vai passando o tempo e você vai ficando também, ao mesmo tempo, mais segura enquanto mulher, enquanto o relacionamento. Eu acho que você vai conseguindo se enxergar mais nesse lugar. Eu brinco que eu me acho ainda muito filha, mas aos poucos realmente vem vindo essa vontade. Mas claro, eu ainda tenho alguns projetos pela frente para fazer, o trabalho, vou casar também, então tem umas fases antes dessa chegada".

Moraes vs. Bananinha: declaração de guerra


Vou provar para Alexandre de Moraes que ele encontrou um cara de saco roxo que vai acabar com essa brincadeirinha dele. Moraes, você, sua mulher e depois dela, seus filhos vou atrás de cada um de vocês". Eduardo Bolsonaro, escondido nos Estados Unidos (nenhum oficial de justiça consegue citá-lo), exagerou na dose, já ciente de que seu pai seria condenado pela 1ª Turma do STF. A ameaça aos familiares do ministro do Supremo feita na rede social X, antigo Twitter, provocou providências jurídicas no Brasil e no exterior de Moraes contra o Bananinha (apelido criado por Hamilton Mourão, ex-vice-presidente de Bolsonaro (pai), hoje senador pelo Rio Grande do Sul). Mesmo Eduardo achando que se "excedeu no final",  Alexandre, desta vez, acha que ele poderá surtar e cometer alguma ação violenta contra seus familiares. Por conta, aumentou o número de seguranças armados. Bananinha ainda tentou justificar: "Só um homem agressivo pode ser pacífico, do contrário a opção é ser cordeiro". Não por coincidência, horas depois Trump ameaçou usar seu "poder militar".

Inspiração em Collor

A expressão "saco roxo" usada por Eduardo Bolsonaro, foi inspirada por Fernando Collor quando na presidência do país. É utilizada para indicar coragem e virilidade. Para quem tem memória curta: em abril de 1991, Collor disse ter nascido com "aquilo roxo" e no ano seguinte, sofreu impeachment no Congresso. Neste ano, o mesmo Collor foi condenado por corrupção (está doente e poderá cumprir a pena em casa). No plano de golpe do Capitão havia a possibilidade de três assassinatos: contra Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes.

Encontro de rivais

Um encontro de rivais marcou o tapete vermelho na première do filme dele, ‘Uma Batalha Após a Outra’, (One Battle After Another) em Hollywood. O encontro ou melhor o reencontro dos atores Leonardo DiCaprio e Billy Zane . Na verdade ambos atores são amigos na vida real, mas foram rivais interpretando Jack Dawson e Cal Hockley em Titanic (1997). O encontro, ou pelo menos o registro do encontro deles se deu 28 anos após a estreia do filme. Apesar de nunca ter deixado atuar Zane não é tão prestigiado quanto DiCaprio. Aliás se as expectativas se realizarem ambos irão concorrer ao prêmio de melhor ator no Oscar do ano que vem. Zane, por interpertar o lendário Marlon Brando na cinebiografia 'Waltzing with Brando', que estreia em 19 de setembro, e DiCaprio por dar vida a Bob Ferguson, no longa de Paul Thomas Anderson, que estreia em 26 de setembro.

"Não sobe a rampa"

O ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto, que não se  conforma com sua prisão por participar da chamada "Operação 42" planejada dentro do PL, tinha sobre a mesa de um assessor documento com título "Lula não sobe a rampa". Braga Netto também coordenava a pressão sobre outros comandantes militares e aparece como responsável pelo gabinete da crise que daria sustentação ao golpe.
 

Fusca revistado

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro está reclamando que agentes que participam do monitoramento de Bolsonaro em sua casa de Brasília, revistaram seu fusca para conferir se seu marido estaria saindo escondido da residência. E publicou foto do carro no Instagram, questionando os policiais. "Vocês acham que, na frente de um fusca, cabe um homem de 1m85? Hoje meu fusquinha foi para a oficina e tivemos de abrir a frente para ver se Jair não estava escondido lá. Do jeito que as coisas andam, daqui a pouco pedem para abrir até o porta-luvas. Vai que né?!".

Pérola

"O nome do plano não era Bíblia Verde e Amarela. Era Punhal Verde e Amarelo. Os acampamentos não foram em porta de igreja: eram na frente dos quartéis. E o que há nos quartéis são fuzis, tanques e metralhadoras",

de  Flávio Dino (STF), lembrando que 8 de janeiro não era movimento de "velhinhas religiosas".

Ameaças de 2021

No calhamaço de páginas do processo do STF sobre atos golpistas, estão evidenciadas ameaças de Bolsonaro, então presidente, preparando o terreno, segundo a PGR. Em agosto de 2021, Bolsonaro resolveu "dar um último recado para que eles entendam o que está acontecendo" e ataca integrantes do Judiciário. No mesmo ano, nas manifestações, ele fez novos ataques ao STF e ao TSE. E faz ameaças: diz que não vai cumprir decisões de Moraes, chama o ministro de "canalha" e afirma que "ele deveria pegar o chapéu" e deixar a Corte. De quebra, Bolsonaro deixa claro que "jamais aceitaria uma derrota nas urnas".

Na campanha de 2018

Mais memória: na campanha de 2018, Bolsonaro deixa claro, segundo analistas, que quer calar a imprensa e emparedar o Judiciário. Ainda como candidato, ameaçou "fuzilar a petralhada” e banir "os marginais vermelhos". Propôs também uma ideia para subjugar o Supremo: aumentar o número de ministros de 11 para 21, fazendo a Corte agir sob suas ordens. O truque quase foi usado na ditadura militar em 1965. Agora, Tarcísio de Freitas repete as mesmas incitações à tropa e aos brasileiros, sem o menor pudor, incluindo "tirar golpistas da cadeia".

"Saiu do corner"

Gilberto Kassab, presidente do PSD, secretário do governo de Tarcísio de Freitas e considerado uma das últimas raposas políticas do Brasil, que já dissera que Lula não se reelegeria, mudou de ideia. Agora, ele vê chances reais do presidente petista ser reeleito em 2026. "Lula saiu do corner, voltou ao ringue e sabe fazer campanha. Já ganhou cinco". Falou há algum tempo, quando Lula se reiniciava no modo "nós contra eles". SE Tarcísio deżidir tentar a Presidência, deve sair do governo em abril e os próximos meses serão complicados.

"Departamento de Guerra"

Até republicanos estão assustados: Donald Trump resolveu mudar o nome do Pentágono para  Ministério da Guerra (o Pentágono também usa o nome de Departamento da Defesa). Na prática, o secretário da Defesa, Peter Hegseth, e outros integrantes da Pasta passam a usar "secretário da Guerra" e "subsecretário da Guerra". Hegseth disse que a alteração serve para "restaurar o espírito guerreiro". O Secretário da Guerra já foi usado em outras guerras mundiais dos Estados Unidos. Trump diz que mudou"por conta da situação mundial".

No chão

A crise financeira da Band chegou a um ponto crítico: a emissora não tem dinheiro para bancar o combustível do helicóptero de seus telejornais. A aeronave, que havia sido cedida por um patrocinador, está parada mesmo com a queda do preço do querosene de aviação, prejudicando programas como o "Brasil Urgente", comandado por Joel Datena (ele é filho de José Luiz Datena, que está na Rede TV). Para amenizar a situação, a Band vendeu parte da madrugada para a Igreja Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo (segundo a Fortune, fortuna de US$ 1,9 bilhão).

Recorde

A data de exibição do capítulo final da novela "Vale tudo" está prevista para o dia 17 de outubro, quando já se saberá que "Odete Roitman" (Debora Bloch) está morta e então se revelará quem foi o assassino. A Rede Globo está trabalhando noite e dia para vender, em tabela mais que especial, quanto custará a propaganda para a data, que deverá alcançar nada menos do que R$ 200 milhões. A dinheirama é praticamente igual ao custo da publicidade veiculada no Super Bowl nos Estados Unidos (final da NFL).

Mistura Fina

O entorno do Supremo seguirá, com esquema de segurança reforçado até sexta-feira (12), quando será concluído o julgamento de Bolsonaro, de militares e ex-ministros denunciados por supostos crimes para "trama golpista". A operação integrada reforça, desde a semana passada, o policiamento da Praça dos Três Poderes, com agentes da Segurança Pública do DF e a Polícia Judicial do Supremo. A segurança conta também com 30 policiais convocados de tribunais de todo o Brasil, com cães farejadores em vários locais.

Observadores atentos acham que o Congresso deveria investigar o que fazia no palanque de Lula, na favela do Moinho, a mulher que foi presa pela polícia por tráfico de drogas e por extorquir moradores. O irmão dela chefia o PCC na região central de São Paulo. Alguns aliados distribuíram fotos para congressistas, mas sem resultado: o Congresso preferiu não investigar a presença da figura denunciada.

A bancada ruralista articula uma operação trator no Congresso para acelerar o projeto de lei do senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS) que cria um programa de securitização de dívidas de produtores rurais gaúchos. Em jogo, a renegociação de mais de R$ 60 bilhões. Há uma costura com os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, para que o PL seja votado até outubro. A proposta prevê a repactuação de até R$ 5 milhões por CPF, com prazo de carência de três anos e pagamento diferido ao longo de 20 anos, tudo com taxas de juros subsidiadas.

Ainda a securitização das dívidas: nos bastidores, a narrativa é de terra-arrasada. Deputados e senadores ligados ao agronegócio afirmam que a securitização "é a única solução estrutural" para evitar a quebradeira em massa dos produtores gaúchos e conter o risco de calote generalizados nos bancos públicos, em especial o Banco do Brasil, o maior credor do setor.

Com o título "Energy and Tech Fórum 2025 Brazil-US", o jornal Valor e a Amcham promovem um evento em Nova York, no próximo dia 22, reunindo lideranças empresariais e autoridades dos dois países. O fórum discutirá cooperação em energia limpa, minerais críticos, segurança alimentar e inovação digital. Os promotores vêm preferindo realizar esse tipo de encontro do que se submeter a conhecida organização Lide, de João Doria.

In –  Caipirinha de laranja

Out – Caipirinha de pitaya

Giba Um

"Quando disse que minha candidatura tem um preço, foi um ato isolado. Vou convencer líderes da...

...direita que meu nome é o mais viável para derrotar o PT. Meu preço é Bolsonaro livre e nas ruas. Ou seja, não tem preço", de Flávio Bolsonaro, mudando tudo, outra vez

12/12/2025 06h00

Giba Um

Giba Um Foto: Reprodução

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Técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) já trataram de avisar equipes de senadores que devem usar todo o prazo de 180 dias para concluir uma auditoria nos Correios, iniciada em setembro. O que significa que informações perigosas ainda não reveladas da estatal.

MAIS: as informações perigosas ainda não apresentadas, como prejuízo bilionário que virão à tona em março do ano que vem, podendo implodir no colo de Lula no começo da campanha. Este ano, a super dívida dos Correios bate em quase R$ 10 bilhões.

Giba Um

Ainda tem tapete

Já estamos em contagem regressiva para o ano de 2026, só que ainda dá tempo de alguns tapetes vermelhos. Um dos últimos foi estendido no Farmasi Arena para a entrega do 32º Prêmio Multishow. O comando geral ficou por conta de Tadeu Schmidt e Kenya Sade. A noite também contou com uma homenagem à Gilberto Gil que recebeu um troféu pelo conjunto da obra de sua carreira, e claro que lembrou da filha Preta Gil, que nos deixou este ano, assim como Kanalha (suposto último affair de Preta) que levou seu troféu na categoria Axé/Pagodão do Ano que dedicou sua premiação para a filha de Gil. O grande ganhador da noite foi João Gomes, que levou 4 estatuetas das 6 indicadas, sendo três delas ao lado de Mestrinho e Jota.pê. Entre as premiações está a do álbum do ano. Individualmente João Gomes se destacou como Artista do Ano. A cantora Wenny, que é irmã de Lexa chamou a atenção com um look que tinha 120 mil pedrarias, e acessórios, incluindo chupeta, mamadeira e andador que custou cerca de R$ 60 mil. Na redes sociais explicou o look: “No meu andador, dando meus primeiros passinhos, eu chego hoje ao Prêmio Multishow!". Entre os muitos que estiveram presentes, entre concorrentes, apresentadores e convidados estavam, Sabrina Sato, Lexa, Ana Morais, Tati Machado, Iza, Lexa, Bruna Griphao, Marina Sena, Nicole Bahls, Giulia Costa, Melody, Luedji Luna entre tantos.

Lula vs. Tarcísio é cabo de alta tensão

A discussão sobre a possível intervenção na Enel São Paulo tornou-se um teste de força entre o governo federal e a gestão de Tarcísio de Freitas. Embora critique publicamente a empresa, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem atuado nos bastidores para conter um possível ímpeto intervencionista do órgão regulador. Na visão de Silveira, o afastamento do grupo italiano da operação traria desgaste para o próprio governo Lula por desencadear uma corrente elétrica de insegurança jurídica às vésperas do ano eleitoral. Politicamente, a intervenção é vista dentro do governo como um presente para Tarcísio, que posaria junto ao eleitorado como aquele que "solucionou" os apagões na capital. Tarcísio, do lado oposto, tem feito pressões sobre a Aneel pela ingerência administrativa ou até mesmo pela cassação da concessão da Enel. O governador tem também mobilizado a bancada parlamentar e prefeitos do estado para fechar o cerco à agência reguladora.

Alta tensão 2

Ainda a guerra contra a Enel: fechar o cerco significa forçar uma punição contra a distribuidora de energia. E nesse circuito, há ainda um fio que leva ao TCU. Há poucos dias, o tribunal recomendou que a Aneel analise prós e contras de uma intervenção na Enel São Paulo. O pedido fez subir a temperatura, aumentando a percepção de que o TCU levantou uma bola para o órgão regulador cortar, decretando, assim, o afastamento da Enel da operação. Por enquanto, é melhor aguardar novos capítulos.

Giba Um

Se gosta mais

Fazendo grande sucesso com o programa “Angélica ao Vivo”, às quintas-feiras na GNT em entrevista ao videocast “Conversa vai, conversa vem”, do GLOBO, a apresentadora abriu seu coração. Ela garantiu que hoje aos 52 anos, agora presta mais atenção as suas vontades. “O trabalho sempre foi me levando. Sempre fiz análise, gostei de meditar, sempre fui meio holística, mas nunca me dediquei tanto ao meu interior. Vivia o externo, o dia a dia dos programas de TV, emendava uma coisa na outra. Fiquei dos quatro aos 48 sem parar de trabalhar. Parar para sentir, saber o que estava rolando comigo, passei pelas mudanças da vida vivendo, sem olhar para elas. Quando olhei um pouco para dentro, pouco antes da pandemia, comecei a prestar atenção nos meus quereres”. Olhando mais para dentro de si e se conhecendo mais ela disse que ficou mais à vontade para falar de assuntos que são considerados tabus e que se gosta mais: “Acho que hoje gosto mais de mim. Não sei se gostava. Gostava do que eu via ali, do que as pessoas gostavam. Hoje, gosto quando eu vejo. Quando não gosto, mudo. Mas hoje sei que sou eu, que não é o que as pessoas querem que eu seja”.

Giba Um

Aldo 2026

Sem maior alarde - pelo menos, por enquanto, o ex-ministro de vários governos (foi da pasta de Relações Institucionais à Defesa), Aldo Rebelo está se preparando para anunciar sua candidatura à Presidência nas eleições do ano que vem. Ele e o grupo que aposta em sua vitória - sobre Lula e eventuais governadores contra a esquerda - acham que a candidatura não ganharia ataques de  presidente e tampouco do ex-presidente encarcerado, agora achando que ganha a liberdade em pouco mais de dois anos. Aos poucos, Aldo vai montando uma estrutura de comunicação: tem até um podcast para encantar apoiadores (nesses dias, entrevistaram Chiquinho Scarpa). Mais: ele é o único político sem laços genéticos com indígenas, que fala fluentemente tupi-guarani.

Festival, de cassações

O presidente da Câmara, Hugo Motta (ninguém sabe se ele tem mais medo de Lula, do clã Bolsonaro ou de Davi Alcolumbre) deverá analisar só na semana que vem os pedidos de cassação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ). As cassações de Carla Zambelli (PL-SP) e Glauber Braga (PSOL-RJ) poderão ser avaliadas antes. Os pedidos passarão pela CCJ - Comissão de Constituição e Justiça da Casa e, depois, pelo plenário. Motta quer liquidar esses assuntos antes do final do ano. No caso de Eduardo, poderá usar o excesso de faltas. Com isso, poderia escapar da inelegibilidade e até ficar livre para retomar a cadeira em 2026.

Pérola

"Quando disse que minha candidatura tem um preço, foi um ato isolado. Vou convencer líderes da direita que meu nome é o mais viável para derrotar o PT. Meu preço é Bolsonaro livre e nas ruas. Ou seja, não tem preço",

de Flávio Bolsonaro, mudando tudo, outra vez.

Presidente frágil

Ainda Hugo Motta, presidente da Câmara: no péssimo episódio deflagrado por Glauber Braga e esticado pela truculência dos policiais da Casa, ele mandou desligar luzes, cortar o sinal da TV Câmara e expulsar jornalistas à força. A imagem de Motta piorou. Sem liderança sobre os colegas, vem se mostrando um presidente frágil, tutelado, segundo analistas, pelos padrinhos Ciro Nogueira e, claro, Arthur Lira. A troca usada para abortar a candidatura de Flávio Bolsonaro serviu para mostrar, de novo, sua dependência do Centrão. Nem a "demonstração de coragem" no episódio Glauber Braga ajudou.

Faltou gente 1

O senador Flávio Bolsonaro ofereceu, esta semana, um jantar para dirigentes do Centrão, em sua mansão em Brasília, comprada, segundo ele, por seu trabalho como advogado. O secretário do Governo da gestão Tarcísio de Freitas, Gilberto Kassab, dono do PSD e Marcos Pereira, que comanda o Republicano, partido de Tarcísio, não deram as caras. Analistas acham que Kassab não đá ponto sem nó: quis evidenciar que está fora dessa "candidatura" do Zero Um. A jornalista Vera Rosa lembrou, nesses dias, que Antônio Carlos Magalhães costumava dizer: "Jantar ao qual não vou, não vale”.

Faltou gente 2

Presidente do PP, Ciro Nogueira, foi ao jantar de Flávio, acompanhado de Antônio Rueda, que dirige (e muita gente não sabe como chegou lá) o União Brasil. Ciro não vê chance na candidatura de Flávio, mas disse que pode contar com ele. A maioria dos presentes concordou que, malgrado ele tenha desmentido, Flávio negociou mesmo a redução da pena de Bolsonaro como condição de dar um passo atrás. Detalhe: nenhum dos convidados leva a sério mesmo toda essa "ópera bufa".

Com incentivos fiscais

Ministros como Fernando Haddad e Luiz Marinho ficaram "de cabelos em pé" com o modelo de montagem de carros elétricos, com incentivos fiscais, que Lula e Geraldo Alckmin visitaram no Ceará, no novo polo da GM voltado apenas para carros elétricos. Os dois primeiros deverão ser Spark e Captiva, montados na antiga palma da Toller. A empresa quer produzir 10 mil carros elétricos por ano. Para a Fazenda, é mais uma renúncia de receita que deve ser repensada. E sem investimento da indústria, tampouco gera os empregos que se esperariam.

Duas caras 1

A luz do dia, o pastor Silas Malafaia diz que não vai trabalhar contra a indicação do evangélico Jorge Messias para o Supremo e até faz críticas a Davi Alcolumbre pelas tentativas de brecar a nomeação; nas trevas da noite, no entanto, Malafaia e lideranças religiosas ligadas a ele fazem campanha contra o advogado-geral da União. Nos últimos dias, circulam entre parlamentares da bancada da Bíblia textos associando Messias membro da Igreja Batista Cristã de Brasília à textos falsos.

Duas caras 2

Nesses textos, o indicado religioso de Lula tem seu nome ligado, falsamente, à defesa do aborto e de bandeiras LGBT. Um dos principais disseminadores dos ataques a Messias é o deputado bolsonarista Sóstenes Cavalcanti (PL-RJ). A mobilização chegou aos corredores do Congresso onde foi arquitetada uma contraofensiva comandada pelo Pastor e deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), ex-aliado de Bolsonaro e hoje amigo de fé de Lula. Também o ministro André Mendonça, evangélico, desmente falsidades espalhadas contra Messias.

Mistura Fina

Agora já se sabe por que o PT entrou em desespero, em outubro, para impedir a convocação à CPMI do roubo dos aposentados do desconhecido Edson Claro Medeiros Jr. que recebia o tratamento de "testemunha-bomba". Ex-braço-direito de Antônio Camilo Antunes, o "Careca do INSS", Edson Claro foi barrado pelos petistas no CPMI, mas acabou contando à Polícia Federal que Careca pagou a políticos e gente influente. O filho de Lula, Lulinha, teria recebido R$ 25 milhões, mais R$ 300 mil mensais.

Edson Claro levou pânico a petistas como Paulo Pimenta (RS), o que fez Adriana Ventura (Novo-SP) concluir: "Chegamos ao cara". Edson é uma das 60 testemunhas vetadas pela CPMI e o Planalto, conheceria o "poder destruidor" de cada uma delas. O senador Rogério Marinho (PL-RN) disse que Edson Claro não falou à CPMI, mas prestou depoimento à PF de mais de 70 horas, dando detalhes -  e nomes. E o petista desavisado Rogério Correia (MG) foi obrigado a pagar mico e retirar o requerimento.

O advogado Augusto de Arruda Botelho, que fazia a defesa de um dos diretor do Banco Master e que esteve com o ministro Dias Toffoli, do STF, em um voo a Lima, é conhecido na Alta Corte desde outros processos, como a Lava Jato. Ele defendeu Márcio Faria, da Odebrecht e que até foi preso no processo sobre a pilhagem da Petrobras. A investigação foi anulada por canetadas de Toffoli.

Botelho foi também personagem em trama com dossiê desqualificando delegados da PF na Lava Jato, acusados de criticar o PT e elogiar o PSDB. O rolo foi tamanho que, em abril de 2016, o advogado chegou a ser indiciado criminalmente. A PF não provou que ele pagou pelo dossiê. E mais: Botelho é membro do "Prerrogativas", grupo de advogados petistas que atuou no desmonte da operação Lava Jato.

A Bombril ganhou um fôlego com a aprovação do plano de recuperação judicial. verdadeiro teste de resistência, contudo, está prevista para Brasília. Trata-se da dura negociação com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. A fabricante de produtos de limpeza comandada pelo empresário Ronaldo Sampaio Ferreira busca um acordo para a renegociação de cerca de R$ 2,3 bilhões em dívidas tributárias. O valor equivale a quase oito vezes o total das dívidas incluídas na recuperação judicial, em torno de R$ 330 milhões.

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artigos

A escalada do jogo de soma zero em Brasília

11/12/2025 07h30

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A recente indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva do advogado-geral da União, Jorge Messias, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) reacendeu o debate sobre a crescente dificuldade de governabilidade no âmbito do Poder Executivo.

Embora a escolha para o STF seja prerrogativa presidencial e tradicionalmente aprovada pelo Senado – gesto que reforça a legitimidade institucional e a harmonia entre os Poderes –, trata-se de um processo que raramente encontra resistência. Em 134 anos, apenas cinco indicações foram rejeitadas pelo Senado, todas ainda no início da República, sob Floriano Peixoto.

Desde o início do terceiro mandato de Lula, o governo tem registrado o pior índice de aprovação de suas pautas no Congresso desde a redemocratização. Esse enfraquecimento ganhou corpo a partir do governo de Dilma Rousseff e se ampliou nos anos seguintes.

Michel Temer foi o único a obter vitórias relevantes, ainda que ao custo de ampliar o protagonismo de deputados e senadores. Nem Jair Bolsonaro nem Lula – apesar de sua força política e carisma – conseguiram frear o avanço das emendas parlamentares, que comprimem a margem de ação do Executivo, especialmente na área econômica.

Para tentar contrabalançar o peso crescente do Congresso sobre o Orçamento, Lula vem optando por indicar nomes alinhados ao governo para posições estratégicas, inclusive no Judiciário. A nomeação de Flávio Dino ao STF é um exemplo emblemático dessa estratégia. Em movimento inverso, o presidente também trouxe ao Executivo figuras do Judiciário, como o ex-ministro Ricardo Lewandowski, atual titular da Justiça. Essa dinâmica de avanços e recuos, porém, contribui para bloquear a capacidade dos Três Poderes de exercerem integralmente seus papéis constitucionais.

O Executivo, pressionado, tem recorrido cada vez mais à judicialização de suas políticas. O Legislativo, por sua vez, consolidou-se como um “Executivo paralelo”, operando quase como um sistema parlamentarista informal. O Judiciário, ao atuar como intérprete expansivo da Constituição, muitas vezes assume funções legislativas, criando contorcionismos jurídicos para suprir lacunas políticas.

O que emerge desse arranjo é um jogo de soma zero, que compromete a formulação de um projeto nacional coerente e moderno. Cada Poder avança sobre a esfera do outro, mas nenhum amplia, de fato, sua capacidade de governar. O resultado é um país paralisado por impasses institucionais que corroem a eficácia do Estado e dificultam a construção de consensos duradouros.
 

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