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ARTIGO

Seguimos sem "Rumo" para a extinção

Presidente do Instituto Homem Pantaneiro, coronel da reserva da Polícia Militar e ex-comandante da PMA

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Na sequência das inúmeras extinções de animais silvestres como o cachorro-vinagre, seguimos colocando inúmeras espécies, como a onça-pintada, na lista crítica das ameaçadas de extinção.

Nos esquecemos que nós, seres humanos, estamos na sequência. Somente esta semana, outras duas onças morreram atropeladas na BR-262, totalizando mais de 25 em cerca de seis anos. Somadas às que morreram pela mesma causa dentro do Pantanal, este número ultrapassa 50.

Já se sabe que, depois da destruição de habitats, os atropelamentos são a segunda maior causa de mortes de animais, e na sequência a caça.

No caso da BR-262, o número de animais mortos diariamente, entre mamíferos e répteis, ultrapassa 30. Multiplicando os dias do mês, um número assustador: 900! Duvida? Venha contar e conferir. Entre Aquidauana e Corumbá, é triste. E por que isso acontece? Não é somente falta de consciência. Veja os fatos.

1. Nossas exportações para a Bolívia, país altamente dependente do Brasil, no trecho São Paulo-Corumbá, movimentam cerca de 300 caminhões média dia.

2. A Bolívia exporta para o Brasil, diariamente, inúmeros insumos de fertilizantes, como ureia, borato e ainda gás, cerca de 200 caminhões dia sentido São Paulo.

3. Nossa produção de minério de ferro, que, além da exportação via hidrovia, gera uma demanda de consumo interno que desce para o centro-sul do País, movimenta uma média de 300 caminhões por dia. 

Em qualquer conta que fizermos, chegamos à média de 500 caminhões por dia, e se somarmos os carros menores, vamos à média de 800 veículos diários transitando em uma rodovia feita em um aterro no meio do Pantanal.

Uma obra ousada de engenharia dos anos 1970 que resiste com dificuldades para aguentar tanta carga. Temos como minimizar esse problema? Sim!

A ferrovia, sucateada como resultado de uma desastrosa concessão, pode reduzir drasticamente esse desastre ambiental em curso. Não estamos falando somente da onça enquanto espécie, mas também do que ela já representa hoje para o ecoturismo.

A revitalização da ferrovia foi tema de inúmeras reuniões nos últimos 30 anos, e nenhuma decisão. Imaginem o tempo e o custo socioeconômico e ambiental. Segue sem “Rumo”, e a sua concessionária, em um dilema entre o amor e o ódio, não decide se casa ou descasa, se investe ou devolve, resultando no segundo maior desastre ambiental do Pantanal, depois do Rio Taquari. 

A empresa investe no trecho rentável? O nosso não é? E o custo socioambiental, nós pagamos? Nem vou abordar sobre perdas de vidas humanas e materiais. E o custo hoje de manutenção da BR pelo Dnit. Impagável! Me parece que precisamos de todas as forças políticas e do Ministério Público Federal, da Justiça Federal, para chamarem os gestores do trecho à responsabilidade e, a curto prazo, encontrarmos uma saída, uma solução, um novo “Rumo”, já que o atual não me parece consciente da sua responsabilidade no desastre em curso. 

Para finalizar, me permitam fazer uma reflexão sobre nossos caminhos. Todos nós estamos em uma estrada e, lembrando da passagem bíblica do caminho de Damasco, me parece que cada vez estamos mais próximos da entrada da cidade. Saulo, depois de muita arrogância, truculência e indiferença na sua caminhada, se ajoelhou diante da divina piedade. Quero crer que nossas escolhas em nossa caminhada podem nos dar a graça ou a tristeza divina. Como diz a música, “cada um compõe a sua história”.Ângelo Rabelo 

Presidente do Instituto Homem Pantaneiro, coronel da reserva da Polícia Militar e ex-comandante da PMA

Na sequência das inúmeras extinções de animais silvestres como o cachorro-vinagre, seguimos colocando inúmeras espécies, como a onça-pintada, na lista crítica das ameaçadas de extinção. Nos esquecemos que nós, seres humanos, estamos na sequência. Somente esta semana, outras duas onças morreram atropeladas na BR-262, totalizando mais de 25 em cerca de seis anos. Somadas às que morreram pela mesma causa dentro do Pantanal, este número ultrapassa 50. 

Já se sabe que, depois da destruição de habitats, os atropelamentos são a segunda maior causa de mortes de animais, e na sequência a caça. No caso da BR-262, o número de animais mortos diariamente, entre mamíferos e répteis, ultrapassa 30. Multiplicando os dias do mês, um número assustador: 900! Duvida? Venha contar e conferir. Entre Aquidauana e Corumbá, é triste. E por que isso acontece? Não é somente falta de consciência. Veja os fatos.

1. Nossas exportações para a Bolívia, país altamente dependente do Brasil, no trecho São Paulo-Corumbá, movimentam cerca de 300 caminhões média dia.

2. A Bolívia exporta para o Brasil, diariamente, inúmeros insumos de fertilizantes, como ureia, borato e ainda gás, cerca de 200 caminhões dia sentido São Paulo.

3. Nossa produção de minério de ferro, que, além da exportação via hidrovia, gera uma demanda de consumo interno que desce para o centro-sul do País, movimenta uma média de 300 caminhões por dia. 

Em qualquer conta que fizermos, chegamos à média de 500 caminhões por dia, e se somarmos os carros menores, vamos à média de 800 veículos diários transitando em uma rodovia feita em um aterro no meio do Pantanal. Uma obra ousada de engenharia dos anos 1970 que resiste com dificuldades para aguentar tanta carga. Temos como minimizar esse problema? Sim!

A ferrovia, sucateada como resultado de uma desastrosa concessão, pode reduzir drasticamente esse desastre ambiental em curso. Não estamos falando somente da onça enquanto espécie, mas também do que ela já representa hoje para o ecoturismo. A revitalização da ferrovia foi tema de inúmeras reuniões nos últimos 30 anos, e nenhuma decisão. Imaginem o tempo e o custo socioeconômico e ambiental. Segue sem “Rumo”, e a sua concessionária, em um dilema entre o amor e o ódio, não decide se casa ou descasa, se investe ou devolve, resultando no segundo maior desastre ambiental do Pantanal, depois do Rio Taquari. 

A empresa investe no trecho rentável? O nosso não é? E o custo socioambiental, nós pagamos? Nem vou abordar sobre perdas de vidas humanas e materiais. E o custo hoje de manutenção da BR pelo Dnit. Impagável! Me parece que precisamos de todas as forças políticas e do Ministério Público Federal, da Justiça Federal, para chamarem os gestores do trecho à responsabilidade e, a curto prazo, encontrarmos uma saída, uma solução, um novo “Rumo”, já que o atual não me parece consciente da sua responsabilidade no desastre em curso. 

Para finalizar, me permitam fazer uma reflexão sobre nossos caminhos. Todos nós estamos em uma estrada e, lembrando da passagem bíblica do caminho de Damasco, me parece que cada vez estamos mais próximos da entrada da cidade. Saulo, depois de muita arrogância, truculência e indiferença na sua caminhada, se ajoelhou diante da divina piedade. Quero crer que nossas escolhas em nossa caminhada podem nos dar a graça ou a tristeza divina. Como diz a música, “cada um compõe a sua história”.

EDITORIAL

Volta dos radares e o bom senso nas estradas

Que o foco da volta dos radares à BR-163 não seja apenas a fiscalização, mas também a educação e a melhoria na sinalização e na qualidade do asfalto

19/04/2025 07h15

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Os radares estão voltando à BR-163 em Mato Grosso do Sul. E, como quase tudo na vida pública brasileira, isso pode ser encarado sob duas óticas distintas: uma boa e uma má notícia. Para os que trafegam pela rodovia respeitando as regras, é uma medida esperada. Para os que insistem em fazer da pressa um estilo de direção, é mais um obstáculo a sua imprudência. Ainda assim, o ponto central está no equilíbrio que deve nortear essa reinstalação.

É preciso deixar claro: radares, quando bem instalados, com sinalização adequada e objetivos transparentes, não são vilões. Ao contrário, são instrumentos de segurança e prevenção. A BR-163 é uma das mais importantes vias do Estado, e também uma das mais perigosas. O excesso de velocidade é um dos principais fatores de risco nas estradas brasileiras, e limitar esse comportamento é preservar vidas. O retorno dos equipamentos, nesse contexto, é bem-vindo.

Contudo, também é preciso dizer com todas as letras: radares não podem ser armadilhas. Quando mal posicionados, escondidos ou sem qualquer lógica aparente, deixam de cumprir sua função educativa e preventiva e se tornam mecanismos arrecadatórios. Não faltam exemplos no Brasil de motoristas que são surpreendidos por radares mal sinalizados, em trechos sem qualquer histórico de acidentes. Esse tipo de uso precisa ser combatido com rigor.

Cabe ao governo federal e à concessionária CCR MSVia o compromisso de que os equipamentos serão instalados com critério, embasamento técnico e, sobretudo, transparência. A população precisa confiar que os radares estão ali para salvar vidas, e não para punir motoristas descuidados por puro capricho burocrático. Transparência na gestão do trânsito também é uma forma de educação.

Ao mesmo tempo, é preciso evitar o outro extremo. Radares extremamente visíveis, em locais já conhecidos, podem levar motoristas a frear bruscamente antes do ponto e acelerar novamente em seguida. Esse tipo de comportamento, além de ineficaz na prevenção, pode ser igualmente perigoso. Por isso, bom senso é a palavra de ordem na configuração e localização desses equipamentos.

Viajar com responsabilidade ainda é a melhor solução para qualquer problema de trânsito. Revisar o veículo, utilizar os itens de segurança e respeitar os limites de velocidade são atitudes que não custam caro e podem evitar tragédias. A velocidade, como se sabe, é uma das maiores inimigas da segurança. E nenhuma viagem compensa a perda de uma vida no asfalto.

Por fim, que a volta dos radares à BR-163 sirva como ponto de partida para uma política mais séria e eficiente de segurança nas estradas. Que o foco não seja apenas a fiscalização, mas também a educação e a melhoria na sinalização e na qualidade do asfalto. O trânsito é reflexo da nossa sociedade, e qualquer esforço por mais segurança merece apoio. Desde que venha acompanhado de respeito, responsabilidade e, principalmente, coerência.

CLÁUDIO HUMBERTO

"Agora resgatamos criminosos em países vizinhos"

Deputado Filipe Barros (PL-PR) sobre Lula conceder asilo a ex-primeira-dama do Peru

19/04/2025 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Após ‘chocolate’, Marina está de saída do Rede

A derrota humilhante de Marina Silva (Meio Ambiente) por quase 50 pontos (26,5% do seu candidato a 73,5% da oposição), pelo controle do partido Rede, fez ressurgir a possibilidade de a ministra de Lula ter de abandonar o partido que ajudou a fundar em 2015. É a terceira derrota seguida de Marina no Rede. O destino pode ser voltar ao PSB, onde a consideram uma chata de galocha, ou ao PT do atual chefe, com o qual rompeu há quase 20 anos, após o que chamou de “embates”.

Jogo sensível

A antipatia de Marina é percebida. Intrigas internas fizeram até o partido perder um senador: Randolfe Rodrigues não aguentou e meteu o pé.

Queria ser Dilma

Marina deixou o PT em 2009 para lançar candidatura a presidente, após ser preterida na sucessão de Lula, à época no final do segundo mandato.

Único motivo

Marina ainda não deixou o Rede por ser deputada. “Se sair, pode perder o mandato”, explica um interlocutor. Por enquanto, a ordem é ficar.

Rendeu cargo

Derrotada nas disputas presidenciais de 2010 (pelo PV), 2014 (pelo PSB) e 2018 (pelo Rede), Marina voltou a apoiar Lula em 2022.

Projeto de Anistia deve ter 300 votos, estima Jordy

O projeto de lei na Câmara dos Deputados que concede anistia aos presos do 8 de janeiro, e que obteve 264 assinaturas para ganhar regime de urgência, deve ser aprovado por mais de mais de 300 parlamentares, segundo estimativa do deputado Carlos Jordy (PL-RJ). Em entrevista ao podcast Diário do Poder, ele disse que após a oposição emplacar a urgência, muitos que ficaram de fora passaram a ser cobrados. A previsão é que deputados que assinaram a urgência apoiem o mérito.

Motivo da preocupação

“Pode ter certeza. E é isso que está preocupando tanto o Hugo Mota e os ministros do Supremo”, garante Jordy, ex-líder da oposição.

Pressão sob pressão

Jordy acredita que a pressão popular e dos próprios parlamentares deve elevar o número de deputados que vão votar a favor do PL da Anistia.

Disputa de força

A aprovação do projeto da anistia, diz Jordy, “vai realmente fazer com que o Supremo Tribunal Federal se sinta enfraquecido”, conclui.

Trem fantasma

Secretário de Orçamento, Clayton Montes foi o escolhido pelo ministro da Fazenda de Lula, Fernando Haddad, para “anunciar” o que todo mundo já sabe: o caos vem aí. As contas não fecham já a partir de 2027.

Noves fora, crise

Na contramão do governo Lula (PT), que prevê superávit de R$34 bilhões em 2025, a Instituição Fiscal Independente do Senado estima déficit primário de R$ 64,2 bilhões. Daí a previsão de crise iminente.

Agressão é golpe

“É desanimador ver que o deputado que agrediu pessoa dentro da Câmara pode receber anistia”, ironiza Maurício Marcon (Pode-RS), após o presidente da Câmara, Hugo Motta, garantir dois meses de sobrevida a Glauber Braga (Psol-RJ), cassado no Conselho de Ética por agressão.

Cri, cri, cri...

O STF anulou o perdão de Jair Bolsonaro a Daniel Silveira, lembra Bia Kicis (PL-DF), mas, “agora, Lula dá asilo a uma condenada por corrupção, contra a lei e tratados internacionais”. Cobra: “E o STF?”

Exaustão

O futebol dominou buscas na internet na semana da Páscoa, no Top 100 no Google Trends no Brasil. Erika Hilton, cujo visto aos EUA identifica a parlamentar trans como homem, é o único tema político na lista.

História multicentenária

O ministro do STF Gilmar Mendes inaugurou parceria do seu IDP com a Universidade de Coimbra (Portugal), instituição fundada mais de 200 anos antes do Descobrimento do Brasil, o Centro de Estudos IDP-UC.

Bom ou ruim?

A revista inglesa The Economist diz que o ministro do Supremo Tribunal Federal brasileiro Alexandre de Moraes é “um dos juízes mais poderosos do mundo” e quer “salvar a democracia contendo as redes sociais.”

Nem com a natureza

Abril é historicamente um dos meses com menos focos de queimadas, mas, em 2024, sob Lula, com Marina Silva ministra do Meio Ambiente, registra-se o maior número de incêndios desde 2020.

Pensando bem...

...até greve de fome acaba em pizza na Praça dos Três Poderes.

PODER SEM PUDOR

Só na horizontal

O repentista Pedro Ferreira era deputado estadual em Alagoas, nos anos 1980, quando uma eleitora o procurou para pedir emprego. Mas condicionou: “Só posso trabalhar à noite, deputado.” Ele prometeu: “Vou ver o que posso fazer.” Ela aumentou a exigência: “Mas eu só posso trabalhar depois das nove da noite...” Com franqueza incomum para um político, Pedro Ferreira descartou: “Olhe, minha filha, emprego para moça depois das nove da noite, só se for deitada olhando para o teto.”

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