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CLÁUDIO HUMBERTO

"Só falta Lula fatiar o governo e comprar apoio parlamentar com cargos"

Deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), após a 'transição' chegar a mil funcionários

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“Só falta Lula fatiar o governo e comprar apoio parlamentar com cargos”
Deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), após a ‘transição’ chegar a mil funcionários

Custo da Transição é 10% do Casa Verde e Amarela

A numerosa equipe montada pelo presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva para a transição de governo, da qual participam cerca de setenta petistas com passagens pela polícia, dispõe de orçamento milionário de R$3,22 milhões.

Uma generosa verba para menos de 60 dias de trabalho até Lula assumir o Palácio do Planalto.

O montante é quase 10% do que está previsto na Lei Orçamentária de 2023 para o principal programa habitacional do Brasil, o Casa Verde e Amarela: R$ 34,1 milhões.

Mais que Bolsonaro

Lula levou mais do que Jair Bolsonaro para fazer a transição de governo em 2018. Eleito, Bolsonaro teve orçamento de R$2,93 milhões.

Boquinha

Compor a equipe também garante uma boquinha para alguns. São 50 cargos remunerados com salários que começam em R$2,7 mil.

Holerite

Do grupão de Lula, que, não custa lembrar, é pago com dinheiro público, o maior salário é o do vice-eleito Geraldo Alckmin: R$ 17,3 mil.

Nobre Instalação

A equipe também não tem do que reclamar do local de trabalho. Está instalada no CCBB, imponente prédio assinado por Oscar Niemeyer.

J&F de Joesley perde mais uma para a Paper

A holding J&F, dos notórios irmãos Wesley e Joesley Batista, perdeu mais uma batalha contra a Paper Excellence pelo controle da Eldorado Celulose, após tentar anular a arbitragem da qual foi derrotada, na disputa bilionária, utilizando a mesma estratégia de um médico que brigava com o plano de saúde Amil.

A J&F entrou com queixa-crime numa delegacia contra o árbitro indicado pela Amil, como fizeram contra o árbitro indicado pela Paper. No fim, foram novamente derrotados.

A J&F se manifestou sobre o caso e enviou a seguinte nota: “A J&F Investimentos não possui nenhuma relação com o caso em questão, não apresentou nenhuma queixa-crime relativa ao caso e, portanto, não teve qualquer medida rejeitada pela Justiça.”

Precedente fajuto

A avaliação nos meios jurídicos é que a J&F tentou criar um precedente com o caso da Amil para usar na ação que a J&F. A manobra fracassou.

Desastre e derrota

O grupo dos irmãos Batista tentava anular a arbitragem na qual a Paper venceu por unanimidade. Mas a Justiça não anulou arbitragem da Amil.

Manobra rejeitada

O relator do caso, desembargador Jorge Tosta, do Tribunal de Justiça de São Paulo, rejeitou a manobra da J&F e impôs nova derrota aos Batista.

Na trave

Lula frustrou a ida do deputado José Guimarães (PT-CE) à presidência do PT. O partido estava em pé de guerra para saber quem seria o novo chefão, mas Gleisi Hoffmann deve permanecer no posto.

Eletrobrás é privada

A visão obtusa de petistas da Transição, tipo Paulo Pimenta, não lhes permite perceber que a privatização da Eletrobras decorre de lei aprovada no Congresso e de decisões dos tribunais, e está consumada. 

Cerimonial

Já circula entre parlamentares e o alto escalão de Brasília o convite para a posse de Bruno Dantas como presidente do Tribunal de Contas da União. O evento será no próximo dia 14.

Cidade que nunca dorme

Tem tudo para acabar mal o anúncio do prefeito de Nova York (EUA) de que vai “hospitalizar à força” pessoas com “transtornos mentais”, para retirá-las das ruas e metrôs. Difícil mesmo será definir os “transtornos”.

Bola da vez

Entre Câmara e Flávio Dino, o PSB prefere mandar o senador eleito do Maranhão para o governo. Com isso, a sigla também manteria a vaga no Senado, já que a suplente Ana Paula Lobato também é do partido.

Há pouco tempo

Completa 104 anos no domingo a viagem do presidente Woodrow Wilson (EUA) para negociar termos de paz da 1ª Guerra Mundial na França, se tornando o primeiro mandatário norte-americano a viajar para a Europa.

Longe do pico

Apesar da recente atenção dada à covid no Brasil, existem cerca de 500 mil casos ativos da doença em todo o País. O pico de infecções em 2022 foi na onda omicron, quando 3 milhões de brasileiros ficaram doentes.

Outra marcha

A agenda da Câmara dos Deputados não prevê nada além de sessões solene e não-deliberativas nesta segunda-feira (5). Faltam apenas três semanas para o recesso parlamentar de fim de ano.

Pensando bem...

...prometer no governo dos outros pode dar azar.

PODER SEM PUDOR

As batatas do presidente

Perseguido pelo regime militar, Juscelino Kubitschek dedicou-se a uma pequena fazenda nas proximidades de Brasília.

Certo dia, vestido a caráter e calçando botas, ele irrompeu no escritório de um amigo, o saudoso jornalista Sérgio Rossi, representante da Bloch Editores em Brasília: “Serginho, estou aí fora com um caminhão carregado com as batatas que eu plantei. Como faço agora para vender isso?”

Incrédulo, Rossi o acompanhou até a rua e, de fato, lá estava um caminhão: “O senhor plantou isso tudo, presidente?”

JK confirmou: “Claro. Mandaram-me plantar batatas e eu as plantei. Agora, é tratar de vendê-las.”

CLÁUDIO HUMBERTO

"Governos com cabeça vazia produzem pratos vazios"

Senador Ciro Nogueira (PP-PI) em momento reflexão sobre a situação do País

14/02/2025 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Montadoras ainda não se recuperaram de Dilma

A mais grave crise do setor automobilístico brasileiro não foi a pandemia da covid e sim o governo Dilma (PT). É o que apontam dados Federação da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Em 2011, primeiro ano da petista no Planalto, vendas bateram recorde com 5,7 milhões de veículos leves e comerciais emplacados. Mas, até o impeachment, em 2016, as vendas caíram à metade após cinco anos seguidos de retração e atingiram o pior nível dos últimos 15 anos: 3,2 milhões de veículos.

Permanece abaixo

Em 2024, o mercado comemorou 4,7 milhões de veículos vendidos, mas o resultado é quase 20% menor que o recorde de 2011.

Recuperar demora

Após o “tsunami Dilma” na economia brasileira, veículos novos emplacados voltaram a superar a marca de 4 milhões apenas em 2019.

Sem respiro

Com a pandemia da covid e lockdowns em 2020, vendas de veículos despencaram para 3,2 milhões. Mas voltaram a crescer em 2021.

Observe e compare

Em 2020, ano da pandemia, vendas caíram 21,63%. Em 2015, último ano cheio de Dilma, a queda foi de 21,85%. Em 2016, tombaram 20,3%.

Lula mal disfarça perda de autoridade sobre Ibama

Na visita ao Amapá, nesta quarta (13), o petista Lula deixou claro que seu discurso envelheceu com ele, recorrendo a velhos chavões, tentando jogar pobres contra ricos, para tentar se reconectar com o eleitor que o rejeita, e esconder sua falência de autoridade na área de meio ambiente do próprio governo. Hoje, o Brasil tem governo oficial, chefiado por Lula, e outro paralelo, no qual ele não manda, segundo resumiu o ex-ministro Aldo Rebelo no Jornal Gente, da rádio Bandeirantes e TV BandNews.

Lula quem?

O Ibama dá banana a Lula e não autoriza nem mesmo estudos sobre as fantástica reserva 10 bilhões de barris de petróleo na Margem Equatorial.

Lesa-Pátria

O Brasil e seu presidente estão reféns dos ambientalóides, ignorando a riqueza inexplorada que poderia garantir a prosperidade da população.

Hipocrisia

Rebelo lembrou que o burocrata nomeado presidente do Ibama diz defender o “paraíso da Amazônia”, mas nem sequer conhece a região.

Sentou na cadeira

Com Lula fragilizado, o ministro Flávio Dino age como se tivesse assumido o poder supremo. Intimou AGU, PGR, TCU e ministérios para uma audiência no próprio STF para discutir emendas e Orçamento, antes mesmo do início das discussões no Congresso.

Aqui, não

O senador Carlos Portinho (PL-RJ) avisou o juiz Carlos Villareal, da Corte Interamericana de Direitos Humanos , que investiga o STF por violar liberdade de expressão no Brasil: “Democracia aqui não é”.

Lotou

Faltou vaga para estacionar no centro de Brasília nesta quinta (13). A sede do PL fica na região e ficou lotada com prefeitos em busca de uma foto ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Gastança sem controle

Já soma R$1,4 trilhão o total de despesas realizadas pelo governo Lula até 10 de fevereiro de 2025. Isso representa pouco mais de 27% de todo o orçamento público previsto para este ano.

Muito por fora dos autos

Em mais uma entrevista ao canal de notícias CNN, o ministro Gilmar Mendes (STF) voltou a comentar sobre a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, que ainda sequer foi julgado pela Corte Suprema.

Otimismo de aço

Os produtores de aço não parecem muito preocupados com as ameaças de taxação de Trump. Acham que tudo se resolverá com negociação, como disse ontem Marco Pólo de Melo Lopes, do Instituto Aço Brasil

À espera de um milagre

Quem circulou por Brasília nos últimos dias foi o ex-candidato à Presidência da República Padre Kelmon. O padre rodou pela Câmara atrás de apoio para o projeto de anistia aos presos pelo 8 de Janeiro.

Nada de inelegibilidade

O ex-presidente Jair Bolsonaro disse ontem que “quando eu voltar à presidência, transformarei a libertação do povo cubano em prioridade da política externa”, diz. “Tudo em cooperação com Donald Trump e Javier Milei”.

Pensando bem...

...VAR no campeonato carioca é como perfume em gente fedida: não serve para nada.

PODER SEM PUDOR

Um ataque elogioso

Ex-secretário-geral da Presidência da República Eduardo Jorge cultivava o hábito da discrição, evitando declarações fortes desde a época de poder. Mas, certa vez, surpreendeu um interlocutor que queria saber sua opinião sobre o governo do PT. Ferrenho defensor da era FHC, de quem foi ministro, EJ surpreendeu: “Eles têm muitas ideias boas e novas...”, disse, referindo-se aos petistas. O interlocutor não se conteve: “Dr. Eduardo, o senhor ‘lulou’?” Com seu estilo de sempre, o ex-ministro esclareceu: “Não. O problema é que as ideias boas não são novas, e as ideias novas não são boas.”

artigo

A dor que cala e o silêncio de todos nós

13/02/2025 16h14

Arquivo

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Imagine. Era uma manhã como outra qualquer. Em algum lugar, uma mulher acordava com o coração acelerado, os olhos marejados de medo. Em algum lugar, uma mulher olhava para o homem ao seu lado e não via mais o companheiro, o pai de seus filhos, o amor de sua vida. Via um algoz. Em algum lugar, uma mulher respirava fundo, tentando encontrar coragem para mais um dia de sobrevivência. Em algum lugar uma mulher suspira fundo ao imaginar que pode ser agredida a qualquer momento. Em algum lugar uma mulher será próxima vítima.

Ela teme vir à público, denunciar. Teme por mais agressões antes que medidas se tornem efetivas. Alguém, não sem razão, fará a pergunta: Quantas vezes o sistema falhou em protegê-las? Pode invocar o argumento que a justiça, que deveria ser um porto seguro, muitas vezes se transforma em um labirinto burocrático, onde a vítima é revitimizada a cada depoimento, a cada julgamento adiado, a cada olhar de descrença.

O machismo brasileiro é um câncer enraizado. Ele está nas piadas que objetificam as mulheres, nas letras de música que as reduzem a corpos, nas igrejas que pregam a submissão, nas famílias que ensinam aos meninos que chorar é “coisa de menina” e que meninas devem ser “boazinhas” e “comportadas”. Está nas delegacias, onde policiais despreparados perguntam: “Por que você não se separou antes?” Está nos tribunais, onde juízes questionam: “Mas ela não provocou?” Está nas ruas, onde homens se sentem no direito de invadir o espaço das mulheres com assédios e ameaças.

E enquanto isso, os números não mentem: o Brasil é um dos países com mais feminicídios no mundo. O Estado do MS, infelizmente, também não fica atrás. São mulheres mortas por serem mulheres. Mortas porque ousaram dizer “não”. Mortas porque tentaram recomeçar. Mortas porque existiam. São assassinadas pelo simples fato de ser mulheres. E, muitas vezes, seus assassinos seguem impunes, protegidos por uma justiça lenta e por uma sociedade que ainda hesita em enxergar a gravidade do problema.

Onde está a luz no fim deste túnel de horrores?  Nas mulheres que se levantam, que denunciam, que apoiam umas às outras. Há homens que questionam o machismo, que educam seus filhos para o respeito, que entendem que a luta pela igualdade não é só das mulheres, mas de todos nós. Há leis que avançam, como a Lei Maria da Penha e a tipificação do feminicídio (em MS já existe essa tipificação), mas que precisam ser aplicadas com rigor e eficácia. E há luz nas campanhas incisivas a exemplo da #TodosporElas, criada pela desembargadora Jaceguara Dantas, com chancela dos três Poderes.

É necessário se engajar. Protestar. Gritar se preciso for. E se unir a outras mulheres. Ninguém, em sã consciência, deve se calar, naturalizar, muito menos ignorar. Mais do que nunca é preciso alento. Para além das jovens, mulheres na meia idade e até idosas está em jogo o futuro das nossas crianças, meninas que sonham. Elas não precisam carregar esta culpa.

A dor que cala é a dor de milhares de mulheres silenciadas. A justiça que falta é a que deveria protegê-las. Enquanto houver uma mulher com medo, enquanto houver um agressor impune, enquanto houver um sistema que falha, a luta não pode parar. Porque nenhuma vida a menos é aceitável. Porque todas merecem viver sem medo. Porque o silêncio já foi demais.

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