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A 2 meses das eleições, 51 cidades não têm candidato apto a prefeito

A 2 meses das eleições, 51 cidades não têm candidato apto a prefeito

terra

11/08/2012 - 07h00
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A menos de dois meses das eleições, 51 municípios brasileiros não têm nenhum candidato a prefeito apto a assumir o cargo. São cidades em que todos os políticos que disputam a eleição a foram barrados em alguma instância judicial. Muitos recorrem das decisões, mas mesmo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) admite que o tempo é curto para que tantas ações sejam avaliadas por juízes em níveis municipal, estadual e federal até a votação. O prazo para que a Justiça Eleitoral julgue todas as ações envolvendo possíveis impugnações de candidatos termina no dia 23 deste mês.

O número de 51 municípios se refere as cidades que até esta sexta-feira, não tinham nenhum candidato aptos ao sistema da Justiça eleitoral. "O prazo existe na lei, mas não necessariamente vai ser cumprido", diz o professor de Direito Eleitoral da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Jaime Barreiros Neto. "De qualquer forma, sendo ou não cumprido, a legislação permite que o candidato a prefeito seja substituído até a véspera da eleição", afirma ele. Na maioria dos casos, os partidos substituem os candidatos impugnados por outros antes da votação. Ainda assim, muitas siglas decidem manter o candidato impugnado na disputa enquanto o recurso é julgado - "é a chamada teoria da conta e risco", segundo o professor. Até que a decisão final seja divulgada, o político pode manter a campanha e ser votado no dia 7 de outubro.

Porém, o candidato pode vencer a eleição e ser impugnado depois do pleito. Ele perderia o diploma e caberia à Justiça eleitoral decidir se realiza novas eleições ou empossa o segundo colocado. Se todos os candidatos de uma cidade forem impugnados, a Justiça marca uma nova eleição - que pode inclusive ter partidos que não concorreram no primeiro processo. Se apenas o 1º colocado for impugnado, geralmente o que determina a decisão judicial é a porcentagem de votos do candidato - se tiver maioria absoluta, há nova eleição; se não, o candidato que ficou em segundo lugar assume a prefeitura.

"Vamos imaginar um candidato com 80% dos votos, ele é impugnado, e o segundo colocado ficou com 10%. Um cara com 10% (dos votos) assumir o mandato não é legítimo. Nesse caso, a Justiça entende que tem que fazer outra eleição", explica Barreiros. "Mas se, por exemplo, o primeiro colocado venceu com 30%, o segundo teve 25%, aí já há um entendimento de que poderia chamar o segundo colocado, e não fazer uma eleição nova", enfatiza.

Foto trocada nas urnas
Os partidos podem evitar que isso aconteça substituindo o candidato que foi impugnado por outro - é o que o professor Jaime Barreiros Neto acredita que ocorrerá na maioria dos municípios nessa situação. A lei permite que os candidatos sejam trocados até o dia 6 de outubro. Porém, as urnas são fechadas um mês antes - ou seja, se um partido substituir seu candidato depois do dia 4 de setembro, a foto que aparecerá nas urnas será a do político que não está mais na disputa. "E aí pode ser que o eleitor vote sem saber em quem está votando (...), e isso é um problema. O eleitor que não está bem informado pode votar em um candidato achando que está votando em outro", avalia o professor da UFBA.

Manter um candidato impugnado na disputa por uma prefeitura prejudica o processo eleitoral, segundo Barreiros. "Quando um candidato está ameaçado, os adversários começam a falar que ele não vai poder concorrer. Então, o eleitor fica naquela dúvida: será que o meu candidato vai poder concorrer ou não?", diz ele. Em cidades onde candidatos enfrentam ações de impugnação, a discussão de campanha deixa de ser política e passa a ser judiciária. "Os candidatos, muitas vezes, ao invés de se preocuparem em realmente apresentar propostas, discutir ideias, fazer política, ficam ocupados em se defender de acusações de seus adversários", avalia o professor. "Então, a disputa, que deveria ficar no âmbito da política, fica para os advogados, para a Justiça, e isso não é bom para a democracia".

Por outro lado, o professor vê no alto número de candidaturas barradas representa um avanço no combate às fraudes. "A Justiça só está participando mais porque também está havendo um processo hoje de maior combate à corrupção, e isso é favorável à democracia", diz Barreiros. Mas se os tribunais buscam impedir candidatos corruptos de chegar ao poder, o eleitor também tem a responsabilidade de pesquisar sobre o passado dos políticos e observar se ele tem a ficha limpa. "Nós não podemos nos submeter àquela velha cultura do 'rouba, mas faz' porque, enquanto o eleitor brasileiro tiver esse pensamento de votar no candidato que é corrupto, ficha suja, porque ele tem melhores propostas, nós vamos continuar com a banalização da corrupção", analisa o professor.
 

Política

CPI das Bets convoca Carlinhos Maia e pede análise de finanças de Virgínia e Melquiades

O documento destaca ainda que o influenciador divulga essas casas de aposta para mais de 34 milhões de seguidores nas redes sociais

22/05/2025 13h55

Senadora sul-mato-grossense Soraya Thronicke é relatora da CPI

Senadora sul-mato-grossense Soraya Thronicke é relatora da CPI Marcelo Victor/Correio do Estado

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A relatora da CPI das Bets, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), convocou o influenciador Carlinhos Maia para depor como testemunha. O requerimento, aprovado pela comissão nesta quarta-feira, 21, também solicita a análise das finanças de Virgínia Fonseca e Rico Melquíades, que já prestaram depoimento à comissão.

No pedido, a senadora convoca Carlinhos Maia para prestar esclarecimentos sobre sua participação na promoção de plataformas de apostas online. O documento destaca ainda que o influenciador divulga essas casas de aposta para mais de 34 milhões de seguidores nas redes sociais.

"Diante da abrangência de sua influência, especialmente sobre públicos vulneráveis, torna-se imprescindível compreender os termos e a natureza dessas relações contratuais, bem como os critérios éticos e legais adotados para a divulgação desses conteúdos", diz o requerimento.

A convocação de Carlinhos Maia tem o objetivo de esclarecer o grau de responsabilidade assumido pelos influenciadores na divulgação de casas de apostas. O depoimento também busca apurar a transparência e a legalidade das ações publicitárias, além de investigar a possível indução de comportamentos de risco financeiro entre seus seguidores.

Além de Carlinhos Maia, a comissão também aprovou o requerimento de análise das finanças dos influenciadores Virgínia Fonseca e Rico Melquíades no período de 1º de janeiro de 2023 a 30 de abril de 2025. A relatora justificou que o Relatório de Inteligência Financeira (RIF) relacionado à atuação de Virgínia Fonseca será fundamental para o andamento das investigações.

"Considerando o potencial impacto de suas ações publicitárias no orçamento das famílias brasileiras e nas práticas de consumo relacionadas ao setor de apostas online, é essencial compreender o alcance de sua influência e as responsabilidades éticas associadas a essas campanhas", destaca Soraya.

Com relação a Rico Melquíades, a relatora entendeu que os documentos solicitados ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) desempenharão papel fundamental pra esclarecer o lucro do influenciador com a publicidade digital das bets.

A audiência ainda não tem data marcada.

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ELEIÇÕES 2026

Riedel lidera disputa ao governo, aponta pesquisa Correio do Estado/Ipems

O levantamento foi realizado entre os dias 5 e 16 em 53 municípios de Mato Grosso do Sul com o total de 1.720 eleitores

22/05/2025 08h00

Governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel

Governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel Gerson Oliveira

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A 17 meses das eleições gerais de 2026, a primeira pesquisa realizada pelo Correio do Estado e pelo Instituto de Pesquisas de Mato Grosso do Sul (Ipems) para governador aponta a liderança do atual chefe do Executivo estadual, Eduardo Riedel (PSDB), para continuar no cargo por mais quatro anos.

De acordo com o primeiro cenário do levantamento estimulado, que ouviu 1.720 eleitores de 53 municípios entre os dias 5 e 16 e que tem grau de confiança de 95%, com margem de erro de 2,36 pontos porcentuais para mais ou para menos, Riedel está na frente, com 39,70% da preferência dos entrevistados.

Logo atrás, aparecem o ex-deputado estadual Capitão Contar (PRTB), com 23,37%; o deputado estadual e ex-governador Zeca do PT, com 15,41%; e o empresário Guto Scarpanti (Novo), com 1,10%. Já 20,42% dos entrevistados não souberam opinar, não responderam ou não votariam em nenhum deles.

Na estratificação dos dados, Riedel obteve 35,85% em Campo Grande, enquanto no interior do Estado ele chegou a 41,54%. Já Capitão Contar fez 28,95% na Capital e 20,69% no interior de MS.

Por sua vez, Zeca do PT alcançou 10,09% em Campo Grande e 17,95% no interior do Estado, enquanto Scarpanti fez 1,31% na Capital e 0,99% no interior de MS – votos para nenhum deles, além de votos em brancos/nulos, somaram 11,90%, enquanto 1,10% não soube opinar ou não respondeu.

SEGUNDO CENÁRIO

A pesquisa Correio do Estado/Ipems também fez um segundo cenário, mas sem Riedel. Nesse levantamento, a liderança fica com a senadora Tereza Cristina (PP), com 32,65%, seguida pelo ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB), com 29,93%.

Logo depois, aparecem o ex-deputado federal Fábio Trad (PT), com 9,38%, e Scarpanti, com 1,09%. No total, 26,95% dos entrevistados não souberam opinar, não responderam ou não votariam em nenhum deles.
Na estratificação dos dados, Tereza Cristina alcançou 34,34% em Campo Grande e fez 31,85% no interior do Estado, enquanto Azambuja somou 23,40% na Capital e 33,06% no interior de MS.

Trad fez 11,00% em Campo Grande e 8,61% no interior do Estado, enquanto Scarpanti alcançou 1,01% na Capital e 1,13% no interior de MS – votos para nenhum deles, além de votos em brancos/nulos, totalizaram 13,87%, enquanto 13,08% não souberam opinar ou não responderam.

ESPONTÂNEA

No levantamento espontâneo do Correio do Estado/Ipems, Riedel também lidera, com 4,97%, seguido pelo ex-governador André Puccinelli (MDB), com 0,71%; pela ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil), com 0,49%; e por Azambuja, com 0,44%.

Logo em seguida, aparecem o deputado estadual Pedro Caravina (PSDB), com 0,25%; o prefeito de Dourados, Marçal Filho (PSDB), com 0,16%; Tereza Cristina, com 0,15%; o vereador Marquinhos Trad (PDT), com 0,14%; e o prefeito de Ivinhema, Juliano Ferro (PSDB), com 0,13%.

Mais atrás estão Capitão Contar, com 0,13%; a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), com 0,11%; o deputado federal Vander Loubet (PT), com 0,09%, a deputada federal Camila Jara (PT), com 0,09%; e o deputado federal Marcos Pollon (PL), com 0,09%.

Ainda, foram citados pelos entrevistados o vereador Maicon Nogueira (PP), com 0,08%; o vereador Rafael Tavares (PL), com 0,06%; o deputado federal Geraldo Resende (PSDB), com 0,06%; o senador Nelsinho Trad (PSD), com 0,01%; e por fim Fábio Trad, com 0,01%.

Na estratificação dos dados, Riedel obteve 3,47% em Campo Grande e 5,70% no interior do Estado, enquanto Puccinelli fez 1,41% na Capital e 0,38% no interior de MS, seguidos por Rose (1,24%/0,14%) e também por Azambuja (0,00%/0,65%).

Já Caravina fez 0,24% em Campo Grande e 0,26% no interior do Estado, tendo logo atrás Marçal Filho (0,00% na Capital e 0,24% no interior de MS), Tereza Cristina (0,00%/0,23%) e Marquinhos Trad (0,42%/0,00%).

Mais atrás aparecem Ferro (0,00% em Campo Grande e 0,20% no interior do Estado), Capitão Contar (0,00%/0,19%), Simone (0,00%/0,16%), Loubet(0,00%/0,14%) e Camila (0,27%/0,00%).

Ainda mais atrás estão Pollon (0,26% em Campo Grande e 0,00% no interior do Estado), Nogueira (0,23%/0,00%), o emedebista e ex-prefeito de Costa Rica Waldeli Rosa (0,00%/0,09%) e Resende (0,00%/0,09%).

Por fim, também há Nelsinho Trad, com 0,00% em Campo Grande e 0,02% no interior do Estado, e Fábio Trad, com 0,00% na Capital e 0,02% no interior de MS. No total, 91,83% dos entrevistados não souberam opinar ou preferiram não responder.

REJEIÇÃO

A pesquisa Correio do Estado/Ipems também levantou a rejeição para governador de Mato Grosso do Sul. Nesse quesito, o empresário Guto Scarpanti está na frente, com 75,82% de rejeição, seguido bem de perto por Zeca do PT, com 67,22%.

Depois, aparecem o advogado Fábio Trad, com 64,96%; o ex-governador do Estado Reinaldo Azambuja, com 47,68%; o ex-deputado estadual Capitão Contar, com 39,68%; a senadora e ex-ministra Tereza Cristina, com 38,28%; e por fim, o atual chefe do Executivo estadual, Eduardo Riedel, com 32,09%.

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