Política

pleito de 2024

A 22 meses da eleição, oito nomes já despontam para a prefeitura da Capital

Três mulheres e cinco homens aparecem como os mais cotados para disputar o cargo de prefeito do maior município de Mato Grosso do Sul

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Apesar de ainda faltar quase dois anos para as eleições municipais, a disputa pela Prefeitura de Campo Grande já tem pelo menos oito fortes candidatos e com chances reais de ocupar o cargo a partir de 2025. 

Na lista, conforme levantamento feito pela reportagem do Correio do Estado, consta o nome da atual prefeita, Adriane Lopes (Patriota); da vereadora e deputada federal eleita Camila Jara (PT-MS); da deputada federal Rose Modesto (sem partido); do ex-governador e ex-prefeito André Puccinelli (MDB); do deputado federal reeleito Beto Pereira (PSDB-MS); do diretor-presidente da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul (Agems), Carlos Alberto de Assis (PSDB); do deputado estadual Capitão Contar (PRTB); e do deputado federal eleito Marcos Pollon (PL-MS).

Entre os oito nomes postos, a reportagem apurou que, levando em consideração a votação obtida na Capital no pleito para governador e para deputado federal deste ano, os favoritos seriam Capitão Contar, que obteve 130.972 votos; seguido por André Puccinelli, que teve 107.260 votos; Rose Modesto, com 68.620 votos; Marcos Pollon, com 38.410 votos; Camila Jara, com 37.737 votos; e Beto Pereira, com 16.444 votos. 

Agora, quando o critério é a força política dos prováveis candidatos, o quadro sofre uma pequena reviravolta, pois o primeiro a lista passa a ser André Puccinelli, seguindo, respectivamente, por Rose Modesto, Capitão Contar e Adriane Lopes, que, pelo fato de ser a atual prefeita, teria a força da máquina para aumentar a sua até a eleição, enquanto os outros três não terão mandatos nem apoios do atual governo do Estado.

Nesse quesito, os outros quatro nomes aparecem mais atrás, pois vão testar a popularidade com a população campo-grandense disputando o principal cargo político pela primeira vez.

No caso do ninho tucano, primeiro os dois prováveis candidatos do partido terão de entrar em consenso para que apenas um seja o representante da legenda e, no momento, quem aparece mais forte é Beto Pereira, que já foi prefeito de Terenos, deputado estadual e, agora, vai para o segundo mandato como deputado federal, enquanto Carlos Alberto de Assis não tem toda essa experiência de urna.

Os nomes de Camila Jara e Marcos Pollon são uma incógnita, afinal, como estão iniciando suas trajetórias na política, ainda é difícil saber como seria o desempenho de ambos em uma eleição para o Executivo municipal.

No caso de Camila Jara, a figura dela está atrelada às gestões passadas do PT no Estado e também como serão os próximos 20 meses do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto Marcos Pollon se apresenta como o antagonismo ao PT, sendo um candidato da extrema direita e muito ligado ao atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), que perderá força longe do Palácio do Planalto, o que pode influenciar o desempenho do candidato da direita.

SEM CHANCES

Na avaliação do cientista político Tércio Albuquerque, a prefeita Adriane Lopes não tem nenhuma experiência de gestão, apesar de ter feito cursos que a capacitam em termos teóricos.

“Na prática, assumiu a prefeitura em um esboço de concessão feito pelo ex-prefeito Marquinhos Trad [PSD], que achou que ganharia a eleição para governador e teria a oportunidade de continuar com presença na gestão municipal, mas acabou deixando nas mãos de outro grupo, composto pela atual prefeita e pelo marido dela, o deputado estadual Lidio Lopes [Patriota]”, analisou.

Para ele, a não ser que melhore muito a experiência de gestão administrativa do município de agora até os próximos 22 meses que faltam para o pleito, Adriane dificilmente conseguirá ser reeleita. 

“No caso da Camila Jara, é o início de uma caminhada política, não tem experiência nenhuma no sentido de saber o que é uma gestão de Executivo. Ela começou na Câmara Municipal de Campo Grande, subindo agora para a Câmara Federal, mas em uma escala ainda de legislativo em ascensão, então, teria muita dificuldade de viabilizar o nome dela de imediato para a Prefeitura de Campo Grande, não tendo muitas chances”.

O cientista político acredita que Beto Pereira tem uma experiência de gestão de Executivo quando foi prefeito de Terenos, teve mandato de deputado estadual e de deputado federal, como Rose Modesto, que também já tem experiência nesse campo, então, ambos teriam alguma possibilidade para esse enfrentamento que é ser prefeito de Campo Grande. 

“Nessa parte de nomes conhecidos, entra André Puccinelli, que perdeu a eleição para governador, mas pode dar muito trabalho na tentativa de retornar à prefeitura da Capital, então, Beto e Rose teriam esse enfrentamento com André”, projetou.

Já Capitão Contar, conforme Albuquerque, não tem nenhuma experiência no Executivo e teve um mandato pífio de deputado estadual.

“Ele tentou ser governador na onda bolsonarista, mas, a depender de como as coisas acontecerão no governo Lula, pode ter uma chance ainda menor do que Camila Jara. A mesma coisa pode acontecer com Marcos Pollon, que também caminha com a história política de Bolsonaro. Então, dependendo de como for o desempenho de Lula e com Bolsonaro caindo no ostracismo, Pollon pode, caso se mantenha na atual linha política, não ter condições de disputar qualquer outro mandato”, assegurou.

Sobre Carlos Alberto de Assis, ele reforça que não tem nenhuma experiência, pois sempre trabalhou em cargos comissionados do Executivo e agora está muito ligado ao grupo do governador eleito Eduardo Riedel (PSDB) e do governador Reinaldo Azambuja (PSDB). 

“Ele até pode tentar se projetar, mas o nome dele, por si só, não é suficiente para alavancar uma candidatura para prefeito, por mais que tenha exercido várias atividades no Poder Legislativo Municipal e depois foi para o Poder Executivo da Capital, sendo secretário municipal de Esportes, mas não tem circulação política fácil”.

NATURAL

Já o cientista político Daniel Miranda acredita que Adriane Lopes é a candidata mais natural por motivos óbvios, pois talvez seja a única pré-candidata oficial, a não ser que aconteça uma mudança muito grande no cenário, frisando que, com exceção de Alcides Bernal (PP), nunca um prefeito da Capital deixou de ser reeleito.

“Cabe a ela, nos próximos dois anos, mobilizar recursos, alianças e apoios para viabilizar o próprio nome, mas, com a máquina na mão, tem um ponto de partida muito favorável”.

Além disso, de acordo com ele, como prefeita pode se tornar mais conhecida, mas, o ponto negativo é que, como titular do cargo, automaticamente é penalizada por todos os problemas que acontecem na cidade.

“Agora, se ela tiver uma avaliação positiva muito alta, isso tende a desmobilizar eventuais adversários, portanto, a candidatura-chave será a dela, se ficar enfraquecida na prefeitura, estimulará muitas candidaturas próprias, caso contrário, deve pavimentar a reeleição”, garantiu.

Na avaliação de Miranda,  André Puccinelli é carta fora do baralho, pois sofreu muito desgaste na campanha eleitoral deste ano e não sabe se tentará um novo pleito.

“Já com relação a Rose, acredito que é o caminho que sobrou para ela, talvez seja uma das poucas pessoas que vai se colocar à disposição a partir do próximo ano porque está sem mandato e está buscando uma colocação na política estadual, passando por vários partidos, então, não lhe resta muita alternativa, terá de se lançar, não sei se será forte, pois vai depender das alianças partidárias, mas tem de ser considerada, tendo muitos votos”, avalia.

Quanto a Carlos Alberto de Assis, o cientista político disse que tem as suas dúvidas, mas acredita que seja uma pessoa mais de bastidores.

“Acredito que vá trabalhar na campanha de alguém, a não ser que o cenário seja muito favorável para que possa assumir a cabeça de chapa, mas não vejo como um nome que certamente vá ser o candidato do PSDB. A questão de Beto Pereira é parecida com a de Camila Jara, ambos não têm muita coisa a perder, pois estarão no meio do mandato de deputado federal e poderão disputar uma nova eleição”, pontuou.

“A Camila Jara terá como vantagem o apoio do presidente eleito Lula e por ser uma pessoa jovem, enquanto Beto Pereira terá o apoio do governador eleito Eduardo Riedel”, comparou.

Sobre Contar e Pollon, o cientista político ressalta que Contar, por estar sem mandato, terá de disputar a Prefeitura de Campo Grande para se manter vivo no cenário político estadual.

“Já Pollon foi muito bem votado, sendo o candidato com mais votos para deputado federal no Estado, o que pode pesar em favor dele, podendo até formar uma chapa com ambos, ficando muito forte, pois seria uma chapa mais à direita rivalizando com as outras candidaturas, podendo até ir para o segundo turno”, finaliza.

Saiba: Daqui a dois anos, os eleitores vão voltar às urnas para escolher os representantes nas eleições municipais, que elegem prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. O próximo pleito será em outubro de 2024. As datas exatas ainda não foram definidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

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cnh social

Gordinho do Bolsonaro vota com Lula e petistas de MS, contra

Rodolfo Nogueira (PL) foi o único parlamentar de MS a votar pela manutenção do veto à obrigatoriedade de exame toxicológico para emissão de CNH

06/12/2025 15h00

Rodolfo Nogueira é conhecido por ser um dos parlamentares que invariavelmente vota contra tudo aquilo que é proposto pelo presidente Lula. Desta vez, foi diferente

Rodolfo Nogueira é conhecido por ser um dos parlamentares que invariavelmente vota contra tudo aquilo que é proposto pelo presidente Lula. Desta vez, foi diferente

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Da bancada federal sul-mato-grossense, apenas o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL), o Gordinho do Bolsonaro, votou na última quinta-feira (04) contra a exigência do exame toxicológico para quem for tirar a primeira habilitação de carro e de moto.

 Os demais parlamentares do estado foram a favor da derrubada do veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lei 15.153/25, da CNH social. 

Quando criou o projeto da CNH social, que visava utilizar o dinheiro arrecadado pelas multas de trânsito para custear o processo de habilitação de pessoas de baixa renda, o presidente Lula vetou o exame toxicológico para as categorias de carro e moto.

Na época, o argumento era que aumentaria o preço para tirar a primeira habilitação, indo na contramão do que propunha a CNH Social.

Com a derrubada do veto, o exame toxicológico que já era obrigatório para motoristas das categorias C, D e E, que dirigem veículos de carga e transporte coletivo, agora passa a ser exigido para todas as categorias. 

Votaram pela derrubada do veto ( a favor do exame) os deputados federais sul-mato-grossenses Beto Pereira (PSDB), Camila Jara (PT), Dagoberto Nogueira (PSDB), Dr. Luiz Ovando (PP), Geraldo Resende (PSDB), Marcos Pollon (PL) e Vander Loubet (PT).  Entre os senadores votaram pela derrubada do veto Nelsinho Trad (PSD) e Tereza Cristina (PP).

A senadora Soraya Thronicke (Podemos) não votou. O único parlamentar federal contra a exigência do exame de toxicológico foi Nogueira.

O texto permite o uso de recursos de multas no custeio da habilitação de condutores de baixa renda, cria regras para transferência eletrônica de veículos e ajusta a exigência de exame toxicológico para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

A Lei 15.153, de 2025, passa a valer na data de sua publicação. Deputados e senadores decidiram também derrubar o veto à cláusula de vigência imediata, que o Ministério dos Transportes considerou inadequado para garantir a implementação das mudanças no Código de Trânsito.

Sem o veto, a lei teria seguido o prazo padrão de 45 dias após a publicação oficial, conforme previsto na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), de acordo com a Agência Senado.

ELEIÇÕES 2026

Pressionada pelo PL, União Progressista terá de lançar pré-candidato ao Senado

Com Azambuja e Contar no páreo, PP e União Brasil ficam praticamente obrigados a lançar um nome para concorrer

06/12/2025 08h20

O deputado estadual Gerson Claro (PP) ou o secretário de Estado Jaime Verruck (PSD) pode ser o escolhido

O deputado estadual Gerson Claro (PP) ou o secretário de Estado Jaime Verruck (PSD) pode ser o escolhido Montagem

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Com a provável chapa pura do PL para disputar as duas vagas ao Senado por Mato Grosso do Sul, já que, até o momento, são pré-candidatos pelo partido o ex-governador Reinaldo Azambuja e o ex-deputado estadual Capitão Contar, a Federação União Progressista, formada pelo PP e o União Brasil, será obrigada a lançar pelo menos um pré-candidato ao cargo.

A informação foi passada ao Correio do Estado por uma fonte da própria federação, revelando ainda que o nome poderá ser o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, deputado estadual Gerson Claro (PP), ou o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck (PSD), que teria sido convidado a fazer parte dos progressistas.

A União Progressista lançará apenas um pré-candidato ao Senado porque tem o compromisso de apoiar a eleição de Azambuja, porém, como o PL caminha para ter dois pré-candidatos ao Senado, a federação terá de formar uma “aliança branca”, ou seja, fazer um acordo eleitoral informal com a legenda à qual, oficialmente, não estará coligada.

Por meio dessa informalidade, PP e União Brasil poderão pedir votos para o próprio candidato a senador e também para Azambuja e vice-versa, sem a necessidade de um documento de coligação formal registrado na Justiça Eleitoral que una os partidos em todos os níveis da disputa.

Esse tipo de aliança permite que diretórios regionais apoiem candidatos que seriam vetados pelas executivas nacionais, contornando, por vezes, regras de verticalização, que exigem alinhamento das coligações em diferentes níveis.

Na prática, o partido pode lançar um candidato próprio, mas orientar, de forma velada ou explícita, seus eleitores a votarem no candidato de outra legenda. Isto é, a Federação União Progressista pedirá para que os seus eleitores destinem o primeiro voto para Gerson Claro ou Jaime Verruck e o segundo, para Azambuja.

DISPUTA

Pacificada a questão da federação lançar um pré-candidato ao Senado nas eleições do próximo ano, o imbróglio ficará na definição do nome, pois Gerson Claro já está no PP e tem demonstrado desde o início do ano o desejo de ser o escolhido para ser o representante.

Procurado pelo Correio do Estado, o presidente da Assembleia Legislativa disse que não sabia dessa provável configuração para o pleito de 2026.

“Eu só posso afirmar que estou trabalhando para ser o candidato da federação ao Senado Federal”, afirmou.

O secretário Jaime Verruck também foi procurado pela reportagem, mas preferiu não comentar nada, revelando apenas que tem interesse em ser pré-candidato a senador da República pelo PSD, partido em que está filiado desde março do ano passado.

Ele já teria até anunciado a data em que vai se desincompatibilizar do cargo de secretário de Estado (30 de março de 2026) para disputar uma das duas cadeiras ao Senado pelo grupo político do governador Eduardo Riedel (PP).

No entanto, se ficar no PSD, Verruck terá problemas internos para resolver, afinal, a sigla é presidida no Estado pelo senador Nelsinho Trad, que tentará a reeleição e, portanto, poderá inviabilizar a candidatura do secretário pela legenda, o que poderia obrigá-lo a trocar de partido.

Por isso, a ida de Verruck para o PP está muito próxima e, caso o escolhido para representar a Federação União Progressista seja Gerson Claro, o secretário poderá acabar disputando uma cadeira na Câmara dos Deputados.

O Correio do Estado ainda procurou a presidente estadual do PP e também da federação, senadora Tereza Cristina, porém, não houve retorno até o fechamento desta edição. Em tempo, PP e União Brasil já entregaram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o protocolo com o requerimento de registro de federação partidária.

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