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Aliados criticam prisão e 'Gordinho do Bolsonaro' dispara: "passou todos os limites"

Condenado em setembro por liderar uma organização criminosa em tentativa de golpe de Estado para se perpetuar no governo, atual prisão ainda não marca o início do cumprimento da pena de reclusão

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Preso preventivamente na manhã deste sábado (22), por violações ao uso de tornozeleira eletrônica, Jair Bolsonaro ainda encontra apoio em alguns aliados em Mato Grosso do Sul, como em sua ex-ministra da agricultura, Tereza Cristina, e em nomes menores do cenário político local. 

Ex-titular do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil durante a gestão de Bolsonaro, a campo-grandense membro do Partido Progressistas (PP) usou as redes sociais para "lamentar profundamente" a prisão preventiva de Jair Messias. 

Para Tereza Cristina, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e cumprimento do mandado de prisão foram uma ação "inesperada e abusiva". 

"Uma sequência de arbitrariedades. Todos sabemos da fragilidade de sua saúde. Minha total solidariedade a ele e sua família. É fundamental que o devido processo legal seja rigorosamente respeitado. O Brasil precisa de segurança institucional; não de mais instabilidade - e de respeito, sempre, aos direitos e garantias constitucionais. Força presidente Bolsonaro!", disse ela em complemento. 

Além dele, o deputado federal Rodolfo Nogueira, que em seu apelido "Gordinho do Bolsonaro" carrega junto de si a imagem de Jair Messias, não deixou de mostrar a sua fidelidade ao ex-presidente condenado a 27 anos e três meses de prisão em regime fechado por liderar uma organização criminosa em uma tentativa de golpe de Estado para se perpetuar no governo.

Em uma primeira postagem, o 'Gordinho do Bolsonaro' disparou que: "a perseguição desse ditador passou de todos os limites", na publicação onde compartilhava a manchete do canal CNN Brasil, afirmando abaixo que o ex-presidente teria sido preso "por causa de uma vigília de oração". 

Cerca de uma hora depois, Rodolfo voltou a se manifestar com as alegações de que Bolsonaro estaria debilitado: "sofre de fortes soluços e refluxos a quase 2 dias, e prendendo Bolsonaro nessa situação só existe um motivo, ELIMINAR!", disse. 

Para Rodolfo, Bolsonaro não foi pego com dinheiro na cueca, com sítio em Atibaia nem triplex de luxo, mas foi preso pois "não se dobrou ao sistema". 

"Não se corrompeu, não vendeu o Brasil. Hoje, num sábado de manhã, quando o Congresso está desmobilizado e justamente no dia 22, o ministro Alexandre de Moraes desdenha da justiça e, realmente, traz um peso muito grande sobre o Brasil com a prisão do presidente Bolsonaro... injusta. Uma condenação que tirou o devido processo legal, colocou um homem sério e justo nas grades por opção ideológica", diz.

Ele completa sendo categórico na fala de que "isso não vai acabar assim. Deus é justiça e vai fazer sobre o Brasil. Presidente, aguenta firme, estamos contigo", concluiu. 

Cenário local

Nomes de menor influência no cenário nacional, porém com suas determinadas representatividades na política local, como do vereador Rafael Tavares, por exemplo, também fizeram questão de mostrar sua indignação, tal qual o parlamentar na Câmara de Campo Grande pelo Partido Liberal que deixou seus votos de força e coragem. 

Como se não bastasse um primeiro 'storie' compartilhando a manchete do Portal Metrópoles sobre a prisão preventiva de Jair Bolsonaro, com a frase "Força, Capitão. Estamos com você", Rafael Tavares se prestou à gravar um vídeo em defesa do ex-presidente, publicado em seu perfil com a legenda: "Não há mal que dure para sempre" acompanhado do desejo de que Messias seja "forte e corajoso". 

Em quase dois minutos de fala, Tavares discorre que a prisão neste sábado acontece de forma simbólica pois, segundo o vereador, semelhante à multa de R$22 milhões ao PL, acontece em data que faz alusão ao Partido Liberal. 

"A justificativa é de que Bolsonaro iria fugir, é de que estavam organizando uma vigília de orações na frente do condomínio do Bolsonaro e por isso ele deve ser preso", afirmou Rafael Tavares, alegando que o ex-presidente está sendo alvo de perseguição política. 

Rafael Tavares complementa dizendo que a esquerda irá cair "mais rápido do que imaginam", alegando que os motivos que levaram Bolsonaro e Lula à cadeia são diferentes, argumentando que Jair Messias "não roubou ninguém". 

O deputado federal douradense, Marcos Pollon (PL), também se posicionou contrário à prisão de Bolsonaro, o que chamou de "estapafúrdia, exclusivamente política e com requintes de crueldade", afirmando em nota que não haveria nada de jurídico na decisão. 

Pollon cita que não há fundamentos jurídicos para a prisão de Bolsonaro, além de, segundo ele, não haver um relatório do suposto rompimento da tornozeleira eletrônica. 

"O que se vê é uma decisão premeditada, criada em cima de uma mentira exclusivamente para dar narrativa a esse processo show. Não há nada jurídico. É uma tentativa de assassinato de reputação. A prisão de Bolsonaro é um símbolo. Estão atacando o Brasil. É o recado ao cidadão comum que nós não merecemos ter esperança", disse. 

Entenda

Jair Messias Bolsonaro foi condenado pela Primeira Turma do STF - pelo placar de 4x1 - em setembro deste ano, a 27 anos e três meses de prisão em regime fechado por liderar uma organização criminosa em uma tentativa de golpe de Estado para se perpetuar no governo.

Neste sábado (22), Bolsonaro foi levado até a Superintendência da Polícia Federal (PF), ficando em uma sala de Estado, espaço que é reservado para autoridades como presidentes da República e outras altas figuras públicas.

Pelo entendimento recento do STF, segundo o ministro Alexandro de Moraes, Jair Bolsonaro violou uso de tornozeleira eletrônica e tinha "elevado risco de fuga", na decisão em que determinou prisão do ex-presidente neste sábado, 22.

A decisão pela prisão do ex-presidente, vale citar, ainda não marca o início do cumprimento da pena de reclusão.

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Política

Cármen Lúcia vota pela confirmação da cassação de Zambelli e conclui placar da Primeira Turma

Com a manifestação da ministra, o colegiado tem quatro votos e conclui o julgamento

12/12/2025 19h00

Crédito: LULA MARQUES/ AGÊNCIA BRASIL

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A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, também votou para que a Primeira Turma da Corte confirme a decisão que decretou a perda do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP) - condenada a um total de 15 anos de prisão em duas ações penais. Com a manifestação da ministra, o colegiado tem quatro votos e conclui o julgamento chancelando também a anulação da decisão da Câmara dos Deputados que tentou salvar Zambelli.

Assim como o relator, Alexandre de Moraes, e os colegas Flávio Dino e Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia apontou inconstitucionalidade na votação da Câmara que tentou poupar o mandato da bolsonarista.

A ministra destacou a impossibilidade de Zambelli exercer seu cargo como deputada vez que foi condenada a prisão em regime fechado, lembrando que, por essa razão, é estabelecida a perda automática do mandato como decorrente da sentença condenatória.

"A condenação a pena que deva ser cumprida em regime fechado, como se dá na espécie vertente, relativamente a Carla Zambelli Salgado de Oliveira, impede que ela sequer se apresente, sendo fática e juridicamente impossível ela representar quem quer que seja. A manutenção do mandato deixaria o representado - o povo que elege - sem representação, pela impossibilidade de comparecimento para o exercício do cargo pelo que tinha sido eleito", destacou a ministra.

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De olho em 2026, Botelho e Tebet articulam uso de terras da União para destravar obras em MS

Encontro teve como foco destravar ativos imobiliários federais para acelerar a habitação popular e a reforma agrária no estado

12/12/2025 16h00

Divulgação

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O superintendente do Patrimônio da União em Mato Grosso do Sul (SPU/MS), Tiago Botelho (PT), reuniu-se na quarta-feira (11), em Brasília, com a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB). O encontro teve como foco destravar ativos imobiliários federais para acelerar duas frentes sensíveis no estado: habitação popular e reforma agrária.

O encontro em Brasília carrega forte componente político. Segundo Botelho, a expectativa é preparar um pacote de entregas robusto para uma visita do presidente Lula a Mato Grosso do Sul, prevista para o primeiro trimestre de 2026. 

A agenda serviria como contraponto político em um estado majoritariamente ligado ao agronegócio conservador, apostando em obras estruturantes para disputar a narrativa local.

A articulação busca dar celeridade ao programa "Imóvel da Gente", transformando terrenos ociosos da União em canteiros de obras para o Minha Casa, Minha Vida. Botelho apresentou a Tebet um mapeamento de áreas em municípios estratégicos, visando ampliar o estoque de moradias antes do início das vedações eleitorais do próximo ano.

"Precisamos avançar, pois o déficit habitacional é muito grande", argumentou Botelho, citando números da gestão Lula 3. O superintendente também tocou em um ponto nevrálgico para a política do Centro-Oeste: a reforma agrária. A estratégia é utilizar áreas da União já identificadas, dependendo apenas de estudos de viabilidade do Incra, para evitar conflitos fundiários e acelerar assentamentos.

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