Apenas a senadora Soraya Thronicke não faz parte da dobradinha, pois ela também é candidata à presidência do Senado
A maioria da bancada sul-mato-grossense no Congresso Nacional vai seguir as orientações de seus partidos e votar nos candidatos que as legendas declaram apoio ao cargo de presidente nas duas Casas de Leis.
Na Câmara dos Deputados, o nome indicado é Hugo Motta (Republicanos-PB), enquanto no Senado é Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Ambos têm a maior parte das legendas referendando suas respectivas candidaturas.
Na Câmara, Motta está construindo uma base ampla, com partidos que apoiam o governo e de oposição, consignando até esta sexta-feira 15 legendas. Esse compromisso pode garantir até 385 votos, quando são necessários 257 deputados em votação secreta, registrada em cabines eletrônicas nos plenários. Ou seja, teoricamente, ele já tem 128 votos a mais do que necessário para vencer a eleição.
Do PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado federal sul-mato-grossense Vander Loubet afirmou que vai seguir a orientação partidária e votar em Motta.
“Eu vejo que o governo agiu corretamente, pois nós não temos uma maioria para indicar uma candidatura mais próxima da gente. A candidatura do Hugo foi construída com todas as forças da Câmara e interessa ao governo, uma vez que ele tem a posição ideológica dele, mas assumiu compromisso de pautar os projetos de interesse do governo. Se vamos conseguir aprovar ou não aprovar, aí é uma outra história”, disse.
“Mas é importante o governo ter a tranquilidade de que suas propostas de interesse vão tramitar lá na Câmara, e isso é um passo para buscar uma certa tranquilidade para governar. Com todos os desafios
e problemas que tivemos com o [Arthur] Lira [PP-AL, atual presidente da Câmara], o governo não enfrentou grandes obstáculos nas suas pautas de interesse, principalmente na área econômica. Então, eu acredito que o Hugo foi o melhor caminho para o PT e para o Lula”, declarou.
A também petista e vice-líder da Federação Brasil da Esperança, deputada federal Camila Jara, reforçou que seguirá o partido. “Vou seguir a orientação partidária, entendendo que o mandato do Hugo será um mandato que tenta fazer com que a política volte a orientar as decisões da Câmara e evite que o extremismo domine as pautas internas”, pontuou.
Outros três deputados federais que anunciaram que seguirão seus partidos são os tucanos Geraldo Resende, Dagoberto Nogueira e Beto Pereira. O PSDB declarou apoio à candidatura de Motta nesta terça-feira.
Geraldo Resende, que está em viagem, disse que “o partido apoia Hugo Motta”. “Eu, por defender a fidelidade partidária, sigo a orientação do partido”, afirmou, explicando que, ao retornar, vai “discutir de forma mais detalhada o posicionamento”.
Já Dagoberto foi categórico: “Sim, eu voto em Hugo. Ele é meu amigo, vou acompanhar o partido”. Por sua vez, Beto Pereira argumentou que “apoio a indicação do Hugo para a presidência da Câmara dos Deputados, principalmente pelo acordo partidário celebrado”.
O deputado federal Dr. Luiz Ovando (PP) disse que, “a princípio, vou seguir a orientação do partido quanto à candidatura do Hugo”. Já Marcos Pollon (PL), filiado a partido de oposição ao governo, não se pronunciou, mas tem seguido a orientação do partido.
Já Rodolfo Nogueira (PL) disse que não seguirá a orientação partidária, que apoia Motta, mas sem apontar em quem votaria.
“Minha posição em relação à eleição para a presidência da Câmara estará alinhada à orientação do presidente Jair Bolsonaro. Meu voto será no candidato que se comprometer de forma clara e firme com a defesa das prerrogativas parlamentares, fundamentais para a autonomia do Legislativo, e com a anistia aos presos do 8 de Janeiro, uma pauta que considero justa e essencial para a pacificação e a estabilidade democrática no País. Precisamos de uma liderança na Câmara que priorize essas bandeiras e defenda nossos princípios”, frisou.
Até sexta, o deputado federal paraibano tem o apoio de parlamentares do PDT (18), do PSB (14), do PSDB (12), do Cidadania (5), do PL (92), do PT (68), do PP (50), do Republicanos (44), do MDB (44), do Podemos (14), do PCdoB (7), do PV (5), do Solidariedade (5), do Rede (5) e do PRD (6).
Com a adesão, Motta já tem 15 partidos em sua campanha e contabiliza 385 votos, 128 a mais que o necessário para vencer a eleição. Essa sua ampla base de apoio é explicada pelo líder do PSDB, Adolfo Viana (BA), em virtude da “capacidade de construir convergências” que o candidato tem:
“Queremos estar ao seu lado pelos próximos dois anos, ajudando o País a encontrar os caminhos que merece”.
Líder do Cidadania, Alex Manente (SP) disse que o partido confia “na condução, nos princípios e nos valores” de Motta. “Certamente, estaremos aqui na Câmara dos Deputados para colaborar, agregar valor”, afirmou.
Em defesa de sua candidatura, Motta enfatizou que o desafio é ter a Casa “funcionando”, apesar do extremismo no Brasil. Para ele, ter a Câmara construindo uma candidatura consensual “é um ponto positivo”.
“É poder ter no parlamento a condição de sermos um Poder protagonista, e não apenas um Poder que analisa o que chega do Executivo. Ter a nossa agenda própria, ter um alinhamento com o Senado”, complementou Motta, dizendo que “eu quero deixar aqui de maneira muito precisa que o nosso compromisso é com o País”.
SENADO
Já no Senado, dos três parlamentares sul-mato-grossenses, dois afirmam que votarão em Davi Alcolumbre para presidente, seguindo a orientação de seus partidos. Ele é o candidato que mais angariou apoio na disputa pelo cargo.
O senador Nelsinho Trad (PSD) enfatizou que, a princípio, apoia a candidatura de Alcolumbre. “Fui uma das pessoas que ajudaram a construir essa candidatura, e 80% dos integrantes do PSD estão com o David. Desses 80%, um deles sou eu”, declarou, explicando que no dia 12 os senadores do partido vão se reunir para bater o martelo.
Já a senadora Tereza Cristina (PP) disse que vota em Alcolumbre porque “é o nome que dialoga com a oposição e o governo e unifica o Senado neste momento”.
“Ele se comprometeu a respeitar a proporcionalidade das bancadas na composição da Mesa Diretora, de comissões e relatorias”, falou, emendando que seguirá a orientação do partido.
“Foi uma decisão democrática em que todos os senadores do PP foram ouvidos, inclusive pelo próprio Alcolumbre, que esteve reunido conosco”, assegurou.
A parlamentar agradeceu ter sido cogitada para disputar o cargo, mas disse que abre mão dele. “Não vejo outro nome neste momento e não pretendo disputar a presidência do Senado. Agradeço por meu nome ser lembrado”, garantiu.
Se Tereza Cristina abre mão da disputa, a senadora sul-mato-grossense Soraya Thronicke (Podemos) afirmou que mantém a sua candidatura e que vai disputar a vaga com Alcolumbre – portanto, ela votará em si mesma.
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