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Bancada de MS é contra projeto de lei que aumenta o número de deputados federais

Na Câmara, sete parlamentares do Estado votaram contra, enquanto, no Senado, dois senadores terão o mesmo posicionamento hoje

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Após ter sido aprovado em maio deste ano na Câmara dos Deputados, com sete votos contrários dos oito parlamentares sul-mato-grossenses, hoje o Senado deve colocar em votação o Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 177/2023, que aumenta, a partir da legislatura de 2027, de 513 para 531 o número de deputados federais, em razão do crescimento populacional, mas mantém o tamanho das bancadas que perderiam representantes segundo o Censo de 2022.

O PLP precisa ser votado nesta semana pelo Senado, caso contrário, caberá ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) atualizar a distribuição das vagas pela população dos estados, seguindo decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Na eventualidade de também ser aprovado pela Casa de Leis, o Congresso Nacional terá dois possíveis caminhos para as emendas parlamentares: redividir o valor entre os deputados ou elevar o teto estabelecido na Constituição Federal para essas verbas.

O Correio do Estado procurou os três senadores de Mato Grosso do Sul, e Nelsinho Trad (PSD) e Tereza Cristina (PP) informaram que pretendem votar contra o PLP nº 177/23, enquanto Soraya Thronicke (Podemos) não retornou até o fechamento desta edição. 

 Segundo informações da Diretoria-Geral da Câmara dos Deputados, o aumento implicará impacto orçamentário de R$ 64,8 milhões ao ano, a ser absorvido pelas previsões orçamentárias de 2027, quando começa a próxima legislatura com o quociente atualizado. Outro impacto que deverá ser alocado será o das emendas parlamentares que os novos representantes passarão a ter direito de indicar no âmbito do Orçamento da União.

Para Nelsinho Trad, não tem cabimento, pois provocará impacto orçamentário nessa criação de novas cadeiras na Câmara dos Deputados. “Por isso, sou contra. Não creio que seja oportuno em um país com tantas outras prioridades”, afirmou o parlamentar.

Ele lembrou que, conforme determina a Constituição Federal, o número de deputados estaduais também mudará, porque as Assembleias Legislativas devem ter o triplo da representação do estado na Câmara dos Deputados, com uma trava de 36 – se atingido esse número, o total serão os 36 mais o quanto passar de 12 na bancada federal.

Já Tereza Cristina, que é a líder do PP no Senado, disse ao Correio do Estado que é contra a aprovação do PLP nº 177/2023.

“No entanto, como líder dos progressistas no Senado, vou liberar a bancada para votar como entenderem melhor”, disse.

DESPESAS

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), colocou o tema na pauta de hoje após pedidos do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Parte dos senadores, porém, já anunciou voto contrário à proposta, alegando o aumento de despesas e a impopularidade da medida.

Hoje, as emendas individuais que cada parlamentar pode indicar no Orçamento federal são limitadas pela Constituição a 2% da receita corrente líquida do País no ano anterior – 1,55% repartido igualmente entre os deputados e 0,45%, entre os senadores. Se não mexerem nisso, os deputados federais teriam de redistribuir o mesmo bolo atual.

O valor total destinado às emendas no Orçamento deste ano foi de R$ 59 bilhões, sendo R$ 25 bilhões para emendas individuais, quantia próxima ao teto constitucional. 

Na prática, cada senador dispõe de R$ 68 milhões e cada deputado federal, de R$ 37 milhões.

Se não quiserem perder parte dessa verba, os congressistas teriam de ampliar mais uma vez o limite por meio de uma proposta de emenda à Constituição (PEC), o que ocorreu em 2022. 

Antes disso, o teto para as emendas individuais era de 1,2% da Receita Corrente Líquida.

O projeto de lei complementar em debate precisa do voto de 41 dos 81 senadores para passar e tem como objetivo redistribuir as cadeiras entre as unidades federativas de acordo com os dados populacionais do Censo de 2022 do IBGE. 

A última atualização foi feita em 1994, com base no Censo de 1985.

O STF determinou em 2023 que o Congresso faça o ajuste até segunda-feira, caso contrário, caberá ao TSE definir a divisão até outubro, já para as próximas eleições. 

Em sua decisão, a Corte não estabelece que haja aumento do número de deputados (apenas uma readequação de acordo com a população).

Mas, quando Motta assumiu a presidência da Câmara, no começo deste ano, ele indicou que, em vez de simplesmente redistribuir o número de deputados federais, preferia aumentar o número total de cadeiras, de forma que nenhum estado perdesse representantes, inclusive o seu, a Paraíba.

SOLUÇÃO

Na solução adotada pelo seu conterrâneo Damião Feliciano (União Brasil-PB), relator do projeto, nenhum estado perderia lugares e nove ganhariam: Pará e Santa Catarina (4 cada um), Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Norte (2), Goiás, Ceará, Paraná e Minas Gerais (1), totalizando 18 novos deputados federais já a partir de 2027.

A votação na Casa ocorreu de maneira apressada e terminou com um placar de 270 votos a favor e 207 contrários. Dos parlamentares de Mato Grosso do Sul, votaram contra os deputados federais Camila Jara (PT), Vander Loubet (PT), Marcos Pollon (PL), Rodolfo Nogueira (PL), Dr. Luiz Ovando (PP), Dagoberto Nogueira (PSDB) e Geraldo Resende (PSDB). Beto Pereira (PSDB) faltou à sessão.

Os deputados federais aprovaram a urgência do projeto horas antes, evitando que o tema fosse levado para discussão nas comissões. 

No Senado, também foi aprovada urgência no dia 18. O problema central da reforma em debate não é o aumento dos custos, mas sim a ampliação da distorção entre os estados.

Em relação à legislatura atual, a mudança nas bancadas altera ainda o peso regional proporcionalmente ao total de deputados. A bancada do Norte foi a que mais cresceu (de 65 para 71), seguida pelo Sul (de 77 para 82). A primeira corresponde hoje a 12,67% da Câmara, e a segunda equivale a 15%. A partir de 2027, o Norte representará 13,37% da Casa e o Sul, 15,44%.

Apesar de aumentar sua bancada em três deputados (de 151 para 154), o Nordeste passaria de 29,43% para 29% na nova composição com mais parlamentares. O mesmo aconteceria com o Sudeste (de 179 para 180), que diminuiria de 34,89% para 33,89%. Já o Centro-Oeste aumentaria de 7,99% (41 deputados) para 8,28% (44 representantes).

CENSO

No Brasil, os censos ocorrem de 10 em 10 anos, e o de 2020 foi adiado para 2022 em função da pandemia de Covid-19. 

Se o próximo Censo for em 2030 ou mesmo em 2032, qualquer alteração nas bancadas deverá valer apenas para as eleições gerais de 2034, pois as mudanças têm de ocorrer até um ano antes do pleito.

Do projeto original, Damião Feliciano manteve a possibilidade de os partidos políticos contestarem os dados do Censo perante o Tribunal de Contas da União (TCU), que deverá auditá-los. 

No entanto, não será permitido o uso de dados obtidos por meio de pesquisas amostrais ou estimativas entre cada Censo.

O TCU terá 60 dias para julgar a impugnação, que também poderá ser proposta pela representação jurídica do estado que se considerar prejudicado. 

Embora proíba o uso de outros dados, o relator prevê que, caso o TCU considere os dados não confiáveis, eles não poderão ser utilizados para fins de redistribuição de cadeiras na Câmara dos Deputados.

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presidência

Pesquisa AtlasIntel/Bloomberg: Lula lidera todos cenários de 1º e 2º turnos

Em um possível segundo turno, Lula aparece com 49% das intenções de voto contra 45% de Tarcísio de Freitas

18/12/2025 07h56

A pesquisa da Bloomberg traz Lula com 53% das intenções de voto contra 41% de Flávio Bolsonaro em um eventual segundo turno

A pesquisa da Bloomberg traz Lula com 53% das intenções de voto contra 41% de Flávio Bolsonaro em um eventual segundo turno

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Pesquisa AtlasIntel/Bloomberg divulgada nesta quinta-feira, 18, mostra que se as eleições gerais de 2026 fossem realizadas hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que concorrerá à reeleição ao Palácio do Planalto, venceria todos os adversários, tanto no primeiro quanto no segundo turnos.

O instituto traçou vários cenários, incluindo a entrada no páreo do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), indicado por seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está preso e inelegível, para representá-lo nas urnas. Neste cenário, no 1º turno, Lula teria 48,1%, Flávio 29,3% e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil) 7,2%.

Num cenário ampliado, incluindo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a pesquisa mostra Lula com 47,9%, Flávio com 21,3%, Tarcísio com 15% e Caiado com 4,4%. Na disputa com Tarcísio, sem o senador Flávio Bolsonaro, Lula teria 48,8%, o governador de São Paulo 28,3% e Caiado 5,5%.

Na disputa contra a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), Lula teria 48,8%, Michelle 30% e Caiado 7,5%. Num cenário sem nenhum Bolsonaro ou Tarcísio, Lula pontua 48,8%, Caiado 16,3%, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) 11,7% e o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD) 9%.

Sobre a escolha de Flávio Bolsonaro por seu pai para ser o candidato da ala bolsonarista à Presidência da República no ano que vem, o instituto indagou entre os eleitores dessa ala política se a escolha foi ou não correta. Do total, 75,2% responderam que concordam, 17,1% discordam e 7,6% disseram não saber.

Sobre quem deveria ser o vice na chapa do senador, caso ele concorra mesmo ao Palácio do Planalto em 2026, as respostas foram: Tarcísio de Freitas 25,8%, Michelle Bolsonaro 23%, Romeu Zema 9,6%, Ronaldo Caiado 9,6%, Ratinho Júnior 8,6% e Cláudio Castro (PL) 8,1%.

Foi testado ainda um cenário onde o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, seria o candidato do PT à Presidência da República em 2026. Neste cenário, sem Lula, o ministro aparece com 43,9%, Tarcísio com 28,5%, Caiado com 6,1% e Ratinho Júnior com 4,1%.

Segundo turno

Nos cenários de eventual segundo turno, onde Lula ganharia de todos os concorrentes, a pesquisa mostra: Lula com 49% contra 45% de Tarcísio; Lula com 50% contra 45% de Michelle Bolsonaro; Lula com 53% contra 41% de Flávio Bolsonaro, Lula com 49% contra 39% de Caiado, Lula com 49% contra 39% de Zema e Lula com 49% contra 39% de Ratinho Júnior.

Rejeição

Em uma lista em que consta o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro, a AtlasIntel/Bloomberg perguntou em qual político os entrevistados não votariam de jeito nenhum. Bolsonaro lidera com 48,9%, seguido de Lula com 47,8%, Flávio Bolsonaro com 45,6%, Michelle Bolsonaro com 43,3%, Nikolas Ferreira (PL) com 42,9%, Romeu Zema com 39,8% e Tarcísio com 39,3%.

A pesquisa foi realizada entre os dias 10 e 15 de dezembro, com 18.154 pessoas em todo o território nacional, com margem de erro de 1 ponto porcentual para mais ou para menos e nível de confiança de 95%.

A pesquisa foi feita através da metodologia Atlas Random Digital Recruitment (RDR), na qual os entrevistados são recrutados organicamente durante a navegação de rotina na web em territórios geolocalizados em qualquer dispositivo - smartphones, tablets, laptops ou Pcs -, segundo o instituto "os procedimentos estatísticos complexos para calibrar amostras robustas, representativas da população-alvo", respondendo o questionário em plena anonimidade, sem temer causar impressões negativas ao entrevistador ou pessoas que possam ouvir a entrevista.
 

DOSIMETRIA

Tereza e Nelsinho votam a favor da redução da pena de Bolsonaro

A senadora Soraya Thronicke votou contra o projeto que reduz as punições aos envolvidos nos atos do 8 de jeneiro. Medida foi aprovada com 48 votos contra 25

18/12/2025 07h36

Soraya foi voto vencido, mas Nelsinho e Tereza ajudaram a aprovar o chamado projeto da dosimetria no Senado nesta quarta-feira (17)

Soraya foi voto vencido, mas Nelsinho e Tereza ajudaram a aprovar o chamado projeto da dosimetria no Senado nesta quarta-feira (17)

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Os senadores sul-mato-grossenses Nelsinho Trad (PSD) e Tereza Cristina (PP) votaram a favor e a senadora Soraya Thronicke (Podemos) contra o projeto de lei que reduz as penas dos condenados por envolvimento nos atos golpistas do 8 de janeiro de 2023 e do ex-presidente Jair Bolsonaro.  

O PL 2.162/23 acabou aprovado por 48 votos a favor e 25 contrários na noite desta quarta-feira (17), além de uma abstenção, sendo que agora a matéria segue agora para a sanção da Presidência da República.

O texto foi aprovado pelo plenário ser aprovado hoje mesmo na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), após muita discussão e seis horas de reunião. Na Comissão foram feitas alterações com a inclusão de uma emenda do senador Sérgio Moro (União-PR) para limitar a redução de penas somente aos envolvidos nos atos golpistas. 

Este ponto era polêmico porque o projeto aprovado pela Câmara dos deputados poderia criar a possibilidade de a redução de penas beneficiar condenados por outros crimes violentos, como os envolvidos em organizações criminosas e delitos contra a administração pública.

O relator do PL, o senador Esperidião Amin (PP-SC), afirmou que o projeto busca “corrigir distorções” com foco nas condenações dos atos antidemocráticos do 8 de janeiro. Amin afirmou que o texto é o primeiro passo para uma futura anistia, e que “traz um alento, sem acirrar os ânimos”. Ele destacou que “há um consenso de que a mão [nos julgamentos] foi muito pesada. A narrativa de se tratar de “blindagem ampla” ou qualquer outra expressão que o valha não é verdadeira”.

Na prática, o projeto reduz a pena final de condenados por diversos enquadramentos dentro do mesmo ato golpista, inclusive nos processos já julgados ou pendentes sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022 e 2023. É o caso do ex-presidente da República Jair Bolsonaro, condenado pelo STF a uma pena de mais de 27 anos.

O texto também cria uma regra de redução de pena para situações em que o crime for cometido em contexto de multidão. Nesse caso, quem não tiver financiado ou liderado as ações poderá receber um redutor de um terço a dois terços. A medida distingue quem atuou sem protagonismo de figuras organizadoras ou financiadoras dos atos antidemocráticos.

O projeto promove uma alteração na Lei de Execução Penal, para prever quando o condenado poderá passar para um regime mais brando. Com a mudança, os 16% (ou 1/6) da pena em regime fechado valerão para crimes com ou sem os critérios de violência ou grave ameaça. Além disso, os reincidentes — aqueles que já cometeram crimes — terão que cumprir 20% da pena. Com a legislação atual, os réus primários têm que cumprir 25% da pena em regime fechado, e os reincidentes, 30%.

Remição

Ainda pelo projeto, pessoas em prisão domiciliar poderão considerar o trabalho como forma de reduzir a pena a ser cumprida — a chamada remição. Atualmente, apenas o estudo pode remir a pena na modalidade domiciliar.

(Com informações da Agência Senado)

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