Política

Deserção

Capitão Contar amarela e foge dos debates no segundo turno das eleições

Candidato ao governo pelo PRTB fugiu do debate organizado pelo Midiamax e, aparentemente, de todos os outros que restam

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O Candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo PRTB, Renan Contar, o Capitão Contar, deixou a entender que vai fugir dos debates com Eduardo Riedel (PSDB), seu adversário neste segundo turno, cuja eleição ocorre daqui exatos 11 dias.

O recuo de Contar, deflagrado na terça-feira, deu-se com sua ausência no debate promovido pelo site Midiamax. Riedel participou do evento sozinho e criticou duramente o concorrente.

Para o postulante tucano, “não vir é uma falta de respeito com toda a população de Mato Grosso do Sul que está mobilizada para escutar as nossas propostas de gestão. Considero isso uma atitude vergonhosa”.

Eduardo Riedel disse que a conduta de Contar em faltar aos debates é lamentável e, “na minha opinião, fica claro que ele não está preparado e não tem o que apresentar para a nossa gente”.

No primeiro debate que Contar deixou de ir, o do Midiamax, Riedel respondeu aos questionamentos do mediador e simulou perguntas ao adversário ausente.

Em uma delas, o candidato tucano afirmou que seu adversário, no primeiro turno, queixou-se por falta de tempo na TV para expressar seu programa de governo.

“Agora, falta, um ato covarde, omisso. Não vem aqui [no debate] e fica [fora do debate] cuspindo mentiras, inverdades, fake news”, criticou Riedel.

Comunicado

Em nota compartilhada com a imprensa, ontem, Capitão Contar deixou a entender que a prioridade em sua campanha não é debater com o adversário.

“Contar agradece o convite e o espaço disponibilizado, mas, para não desprestigiar nenhum veículo, neste momento, Capitão Contar optou por ir aos municípios”, diz trecho da nota emitida pelo candidato do PRTB.

Até a semana que vem, a que antecede a eleição, Contar e Riedel deveriam duelar em ao menos três debates já agendados.

Um deles seria promovido pelo Correio do Estado em parceria com a rádio CBN, pré-agendado para acontecer no dia 26; outro pelo site Top Mídia News, que aconteceria hoje; e ainda o programado pela TV Morena, no dia 27.

De acordo com Contar, ele tem “pouco tempo para conciliar as dezenas de entrevistas e debates solicitados, reuniões e encontros com apoiadores”.

O candidato do PRTB, inicialmente, afirmou a assessores que iria ao debate da TV Morena, mas a informação ainda não foi confirmada.

Outra questão apurada pelo Correio do Estado é a de que Contar teria se reunido com seus coordenadores de campanha para avaliar se manteria ou não a ideia da recusa por debates. O desfecho da conversa, contudo, ainda é conhecido.

O sociólogo e professor Paulo Cabral disse que a ausência de Contar nos debates é uma “tática eleitoral”, mas que isso não é “uma garantia de sucesso”.

Para Cabral, o comportamento de Capitão Contar, normalmente, é adotado por “quem está na frente”, que teme se prejudicar com eventuais embates.

Caixa 2

O Correio do Estado apurou que um dos receios da campanha de Contar era ter de responder a temas espinhosos durante os debates, como a denúncia de uso de caixa 2 em sua campanha.

Na semana passada, o Cidadania protocolou no Ministério Público Eleitoral pedido para investigar a prática contábil que esconde recursos.

Um dos alvos dos questionamentos é o QG do Capitão, principal comitê da campanha.

Na denúncia feita pelo Cidadania, no espaço em que trata das receitas estimáveis em dinheiro da campanha de Capitão Contar, o terreno foi declarado como tendo um valor total de R$ 10 mil.

O QG do Capitão está localizado em área nobre da Avenida Afonso Pena, com valor de mercado de aproximadamente R$ 5 mil por metro quadrado (em torno de R$ 60 milhões para toda a área).

Em reportagem publicada ontem, o Correio do Estado apurou que o terreno, que pertence a um empresário e que não teve a identidade declarada nas prestações de contas na campanha, deve R$ 3,8 milhões em impostos na Prefeitura de Campo Grande.

Coincidência ou não, na frente do QG há uma grande faixa pregando menos impostos. A área, em bairro nobre, não paga imposto desde 2011.

Apoios

Contar e Riedel alcançaram o segundo turno quase que empatados.

Capitão Contar obteve 384.275 votos, ou 26,71% dos votos válidos, já Riedel, 361.981 votos, 25,16%.

Os dois apoiam a reeleição do presidente Jair Bolsonaro, do PL.

Candidatos que ficaram fora do segundo turno, o ex-governador André Puccinelli (MDB) e Rose Modesto (União Brasil) declararam apoio a Contar. Contudo, a opção não é acompanhada por todos os filiados dos dois partidos.

O PT, da candidata Giselle Marques, afirmou que segue neutro na disputa. O mais votado pela legenda, Zeca do PT, eleito deputado estadual, disse que vota em Riedel.

E o concorrente do Psol, Adonis Marcos, resolveu também apoiar Riedel.

Campanhas

Na propaganda eleitoral deste segundo turno, Capitão Contar tem priorizado ataques ao atual governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que não é candidato a nada.

Azambuja apoiou a candidatura de Riedel, que era o secretário estadual de Infraestrutura.

Riedel é estreante na política. Contar é deputado estadual desde janeiro de 2019, quando foi eleito deputado estadual pelo PSL.

 
 

ELEIÇÕES 2026

Pressionada pelo PL, União Progressista terá de lançar pré-candidato ao Senado

Com Azambuja e Contar no páreo, PP e União Brasil ficam praticamente obrigados a lançar um nome para concorrer

06/12/2025 08h20

O deputado estadual Gerson Claro (PP) ou o secretário de Estado Jaime Verruck (PSD) pode ser o escolhido

O deputado estadual Gerson Claro (PP) ou o secretário de Estado Jaime Verruck (PSD) pode ser o escolhido Montagem

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Com a provável chapa pura do PL para disputar as duas vagas ao Senado por Mato Grosso do Sul, já que, até o momento, são pré-candidatos pelo partido o ex-governador Reinaldo Azambuja e o ex-deputado estadual Capitão Contar, a Federação União Progressista, formada pelo PP e o União Brasil, será obrigada a lançar pelo menos um pré-candidato ao cargo.

A informação foi passada ao Correio do Estado por uma fonte da própria federação, revelando ainda que o nome poderá ser o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, deputado estadual Gerson Claro (PP), ou o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck (PSD), que teria sido convidado a fazer parte dos progressistas.

A União Progressista lançará apenas um pré-candidato ao Senado porque tem o compromisso de apoiar a eleição de Azambuja, porém, como o PL caminha para ter dois pré-candidatos ao Senado, a federação terá de formar uma “aliança branca”, ou seja, fazer um acordo eleitoral informal com a legenda à qual, oficialmente, não estará coligada.

Por meio dessa informalidade, PP e União Brasil poderão pedir votos para o próprio candidato a senador e também para Azambuja e vice-versa, sem a necessidade de um documento de coligação formal registrado na Justiça Eleitoral que una os partidos em todos os níveis da disputa.

Esse tipo de aliança permite que diretórios regionais apoiem candidatos que seriam vetados pelas executivas nacionais, contornando, por vezes, regras de verticalização, que exigem alinhamento das coligações em diferentes níveis.

Na prática, o partido pode lançar um candidato próprio, mas orientar, de forma velada ou explícita, seus eleitores a votarem no candidato de outra legenda. Isto é, a Federação União Progressista pedirá para que os seus eleitores destinem o primeiro voto para Gerson Claro ou Jaime Verruck e o segundo, para Azambuja.

DISPUTA

Pacificada a questão da federação lançar um pré-candidato ao Senado nas eleições do próximo ano, o imbróglio ficará na definição do nome, pois Gerson Claro já está no PP e tem demonstrado desde o início do ano o desejo de ser o escolhido para ser o representante.

Procurado pelo Correio do Estado, o presidente da Assembleia Legislativa disse que não sabia dessa provável configuração para o pleito de 2026.

“Eu só posso afirmar que estou trabalhando para ser o candidato da federação ao Senado Federal”, afirmou.

O secretário Jaime Verruck também foi procurado pela reportagem, mas preferiu não comentar nada, revelando apenas que tem interesse em ser pré-candidato a senador da República pelo PSD, partido em que está filiado desde março do ano passado.

Ele já teria até anunciado a data em que vai se desincompatibilizar do cargo de secretário de Estado (30 de março de 2026) para disputar uma das duas cadeiras ao Senado pelo grupo político do governador Eduardo Riedel (PP).

No entanto, se ficar no PSD, Verruck terá problemas internos para resolver, afinal, a sigla é presidida no Estado pelo senador Nelsinho Trad, que tentará a reeleição e, portanto, poderá inviabilizar a candidatura do secretário pela legenda, o que poderia obrigá-lo a trocar de partido.

Por isso, a ida de Verruck para o PP está muito próxima e, caso o escolhido para representar a Federação União Progressista seja Gerson Claro, o secretário poderá acabar disputando uma cadeira na Câmara dos Deputados.

O Correio do Estado ainda procurou a presidente estadual do PP e também da federação, senadora Tereza Cristina, porém, não houve retorno até o fechamento desta edição. Em tempo, PP e União Brasil já entregaram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o protocolo com o requerimento de registro de federação partidária.

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Política

Flávio anuncia que Bolsonaro o escolheu como candidato a presidente da República em 2026

Antes de falar publicamente sobre o assunto, o senador avisou ao Partido Liberal e ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sobre a decisão de Bolsonaro

05/12/2025 15h37

Flávio Bolsonaro

Flávio Bolsonaro Agência Brasil / Tânia Rêgo

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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) anunciou nesta sexta-feira, 5, que seu pai, Jair Bolsonaro (PL), confirmou que ele será o candidato a presidente do grupo em 2026. "É com grande responsabilidade que confirmo a decisão da maior liderança política e moral do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, de me conferir a missão de dar continuidade ao nosso projeto de nação", escreveu Flávio em uma publicação no X.

Antes de falar publicamente sobre o assunto, o senador avisou ao Partido Liberal e ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sobre a decisão de Bolsonaro.

A informação foi antecipada pelo site Metrópoles. O Estadão confirmou que o senador conversou com Tarcísio nesta semana para tratar do assunto. O presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, disse estar a par da articulação.

"Flávio me disse que o nosso capitão ratificou sua candidatura. Bolsonaro falou, está falado. Estamos juntos", afirmou Valdemar

Na publicação nas redes sociais, o filho "01" do ex-presidente disse que o País vive dias difíceis e que não pode se conformar em vê-lo caminhar para tempos de instabilidade, insegurança e desânimo.

Ele também afirmou que não ficará de braços cruzados vendo a democracia sucumbir. Bolsonaro está preso na Superintendência Regional da Polícia Federal em Brasília desde 25 de novembro, cumprindo a pena de 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.

"Eu me coloco diante de Deus e diante do Brasil para cumprir essa missão. E sei que Ele irá à frente, abrindo portas, derrubando muralhas e guiando cada passo dessa jornada", concluiu Flávio.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem autorizado visitas periódicas ao ex-presidente, especialmente de sua família. Na terça-feira, Flávio esteve com o pai, mas não mencionou qualquer conversa sobre candidatura à Presidência da República.

Membros da cúpula do PL dizem ver a informação com ressalvas, e que acreditam se tratar de um balão de ensaio para tanto inflar quanto testar o nome de Flávio a nível nacional. A escolha definitiva, para alguns, será tomada mais adiante.

Uma pessoa ligada à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) rechaça a escolha de Flávio e diz que Bolsonaro não teria tomado tal decisão sem consultar a esposa. E questiona a razão de o ex-presidente "não ter confidenciado para a Michelle, mas para outra pessoa, sem falar para a esposa, ainda mais depois do ocorrido na última semana".

A informação surge dias após um racha entre Michelle e os filhos Flávio, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ). O estopim da briga pública foi uma crítica da ex-primeira-dama à articulação feita pelo PL cearense, chefiado pelo deputado federal André Fernandes, para apoiar o ex-presidenciável Ciro Gomes na disputa contra o PL pelo governo do Estado.

Os três filhos saíram em defesa de Fernandes, alegando que a articulação teve aval de Bolsonaro, e Flávio chamou a postura da madrasta de "arrogante e autoritária". Após a visita ao pai na segunda-feira, o senador disse ter pedido desculpas a Michelle.

No dia seguinte, o PL fez uma reunião de emergência para colocar panos quentes na crise, e o acordo com Ciro foi suspenso por tempo indeterminado - o que foi lido por alguns como vitória parcial de Michelle sobre os enteados.

A crise pública que teve a formação de alianças eleitorais como pivô aconteceu uma semana depois de o bolsonarismo cerrar fileiras, numa reunião a portas fechadas em 24 de novembro, para defender um alinhamento de discurso em defesa de Bolsonaro, que havia acabado de ser preso preventivamente.

Em seu discurso na ocasião, Michelle criticou os correligionários que atacam os colegas nas redes sociais, afirmou que a "roupa suja" deve ser lavada em casa, e pediu maior alinhamento em torno de Bolsonaro. O que foi debatido naquele encontro, entretanto, veio a ruir com a exposição das divergências feita em Fortaleza.

Já Flávio foi ungido o porta-voz oficial do pai. Sem Eduardo, autoexilado nos Estados Unidos, e mais próximo do ex-presidente do que o outro irmão Carlos, que mora no Rio de Janeiro, o senador ocupa um espaço privilegiado, com mandato, holofotes e acesso à PF para trazer e levar informações do mundo externo.

A decisão do PL de dar o posto de tamanha influência a Flávio contrasta com a avaliação que o irmão Eduardo faz do poder de todos os membros da família de representar a voz do ex-presidente.

"Enquanto durar a prisão do Bolsonaro, sempre vai haver essa confusão de quem fala por ele, quem fala, quem não fala. Tanto o Flávio como o Carlos, a Michelle, são próximos do meu pai e vão ter acesso a ele. Eu acho importante que sigam tendo essa proximidade pelo ponto de vista principalmente emocional", declarou Eduardo em entrevista ao Estadão.

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