Obras de importantes diretores do cinema brasileiro, produzidas nos últimos 30 anos, estarão em cartaz a partir de hoje no Centro Cultural José Octávio Guizzo. Trata-se da programação de fevereiro do Projeto Cine Brasil – Curtas e Longas no Centro, que acontece sempre na última semana do mês, às 18h30min, com entrada franca. Hoje é a vez de “Cronicamente inviável” (2000), de Sérgio Bianchi. O maior sucesso comercial e de crítica do polêmico diretor paranaense. O tom pessimista percorre todo o filme. Na avaliação de Bianchi, os problemas nacionais ganham corpo pela ganância de determinado grupo e a inércia de outro. Para demonstrar sua tese, o diretor destaca um escritor que presencia a crueldade e a hipocrisia das relações sociais, econômicas e sexuais no Brasil contemporâneo. Amanhã, é a vez do filme “Tudo bem” (1978), de Arnaldo Jabor, que mostra uma família de classe média do Rio de Janeiro durante a reforma do apartamento para o noivado da filha. O pai é funcionário público aposentado e perdeu o interesse pela mãe, que sofre com a rejeição. O filho é um executivo oportunista. Duas empregadas domésticas completam o quadro de moradores, que têm seu cotidiano totalmente alterado com a chegada dos trabalhadores. Em meio às obras, todos os habitantes desse microcosmo de conflitos sociais vão revelando suas particularidades. Na quinta-feira é a vez de “Jango” (1984), de Silvio Tendler. O documentário faz relato da vida política brasileira dos anos 60, tendo como fio condutor a biografia do presidente João Goulart. Sua ascensão e queda até a morte no exílio são reconstituídas a partir de material de arquivo e entrevistas com personalidades como o ministro Afonso Arinos de Melo Franco, o general Antônio Carlos Muricy, Leonel Brizola, Celso Furtado e Frei Betto, entre outros. Na sexta-feira será exibido “A lira do delírio” (1978), de Walter Lima Júnior. O filme mostra o intervalo entre dois carnavais de um bloco de Niterói. Quem conduz a trama é uma jovem que se envolve com um rico e ciumento amante. Para submetê- la à sua vontade, ele tenta os mais diversos artifícios, como a tentativa de transformá-la numa traficante de tóxicos e o sequestro de seu bebê. Desesperada, mas firme, ela procura ajuda de antigos companheiros do bloco de sujos Lira do Delírio. Mais informações podem ser obtidas no Núcleo de Audiovisual da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul pelo telefone 3316-9166 ou no Centro Cultural José Octávio Guizzo – Rua 26 de Agosto, 453 ou pelo telefone 3317-1795.