Nesta semana, o processo que acusa o deputado Roberto Razuk Filho, o Neno Razuk (PL), de chefiar uma organização criminosa que praticava roubos na intenção de assumir o comando do jogo do bicho em Campo Grande, teve novos desdobramentos. Conforme a defesa de Razuk, o acusado foi vítima de uma armação.
A informação foi confirmada após o depoimento de uma testemunha afirmar com riqueza de detalhes, que, mesmo com a investigação, a organização criminosa continua atuando. Essa testemunha alegou que foi membro do grupo criminoso, e ainda foi ameaçado de morte por diversas vezes.
A testemunha identificada como Ricardo, relatou que era responsável pelo recolhe do dinheiro, e no dia 16 de outubro de 2023, se encontrou com os supostos assaltantes, em uma residência no bairro Monte Castelo. Em seguida, o homem recolheu o dinheiro das apostas, aproximadamente R$ 10 mil, e foi abordado pelos falsos assaltantes. Depois, ele voltou na casa para e recebeu parte do dinheiro levado.
Nesse mesmo dia, equipes do Grupo de Apoio a Repressão de Roubos e Assaltos (Garras), estiveram no local e apreenderam 700 máquinas de jogo do bicho, onde supostamente funcionava o QG do jogo do bicho liderado pelo deputado.
Após o depoimento da testemunha, o delegado responsável pelo caso Fábio Brandalise, da DERF (Delegacia Especializada na Repressão de Roubos e Furtos), descartou que a suposta organização criminosa comandada por Neno Razuk (PL), tivesse praticado roubos na guerra para assumir o comando do jogo do bicho em Campo Grande.
Conforme o delegado, os assaltos foram investigados pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) porque aconteceram no mesmo dia, e tiveram como alvo, os responsáveis pelo recolhe de quantias do jogo do bicho.
Além disso, a investigação apontou que o grupo teria planejado os supostos crimes para impor o medo contra o grupo paulista e assumir o comando dos jogos de azar após a falência da família Name com a Operação Omertà, deflagrada pela primeira vez em 29 de setembro de 2019.
ENTENDA
A juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, da 4ª Vara Criminal, julga deste setembro de 2024, a ação penal de organização criminosa e exploração do jogo do bicho contra o deputado estadual Neno Razuk (PL).
Razuk foi denunciado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) na Operação Sucessione. Conforme a ação penal, a suposta organização criminosa estaria usando da violência, inclusive com roubos de malote, para assumir o controle do jogo do bicho em Campo Grande, que ficou sem mandante após a Operação Omertà contra a família Name.
Como tem foro privilegiado, Neno Razuk poderia contar com o apoio dos deputados estaduais para se livrar da denúncia por organização criminosa e exploração do jogo do bicho. Diante disso, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado - (Gaeco) deflagrou duas fases da Operação Sucessione e denunciou Razuk em dezembro de 2023.