Política

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

Deputado acusa Cimi de financiar invasões de terras por indígenas no Estado

Notas fiscais apontam que Conselho Indigenista Missionário teria fretado ônibus para levar indígenas até fazenda em Rio Brilhante

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O deputado estadual Coronel David (PL) acusou o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) de financiar invasões de terras por indígenas em Mato Grosso do Sul.

Para comprovar as acusações, durante a sessão na Assembleia Legislativa, o deputado apresentou um inquérito da Polícia Civil, onde consta que o Cimi realizou pagamentos para empresas de ônibus, que teriam sido fretadas para levar os indígenas até Rio Brilhante, onde ouve a ocupação de uma propriedade rural.

"O Cimi está financiando a invasão de terras por indígenas aqui no Estado e faço essa denúncia munido de provas que comprovam que o órgão possa estar fugindo das atribuições pelas quais foi criado para incentivar a prática criminosas contra os cidadãos e contra o setor produtivo", disse Coronel David.

Ele explicou que solicitou ao secretário estadual de Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, informações sobre o inquérito instaurado para buscar a responsabilização das invasões e tomar conhecimento das medidas já adotadas.

O parlamentar apresentou, durante a sessão, uma cópia do inquérito.

"Dentro dele [do inquérito] há termos de declaração e provas que mostram a atuação criminosa do Cimi no incentivo e na ajuda que está dando as invasões de terra no Mato Grosso do Sul. O inquérito traz declarações das empresas de ônibus que foram contratadas pelo Cimi para buscar indígenas em todo o Conesul para que fizessem grande presença e facilitassem a invasão", disse o deputado.

Notas fiscais anexadas ao inquérito aponta que o Cimi teria pago R$ 10 mil à empresa Anjos Transporte e Turismo, de Amambai, e R$ 10 mil para a SB Turismo, de Dourados, além de declarações das empresas que afirmaram terem sido contratadas para o transporte de indígenas, facilitando a invasão em Rio Brilhante, segundo Coronel David.

O deputado disse ainda que vai cobrar para que haja responsabilização, para desestimular novas práticas criminosas. No que cabe a Assembleia Legislativa, o deputado afirmou que estuda propor uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

"Estou acompanhando de perto a investigação que está sendo feita pela Polícia Civil e vou cobrar a responsabilização ao final da investigação, do Cimi e de todas as outras pessoas que possam ter, ao longo desse tempo todo, contribuído também para que a invasão tivesse ocorrido", disse.

"Nós já temos um fato determinado que poderia, certamente, dar início a CPI, mas eu entendo que nós temos que ser bastante responsáveis. Vamos acompanhar a investigação da Polícia Civil e, havendo a possibilidade de que a CPI da Assembleia Legislativa ajudar na resolução, na busca de mais informações e que a gente possa levar a paz no campo, aí sim nós discutiremos essa possibilidade [de uma CPI] com o presidente Gerson Claro", acrescentou o deputado.

Deputados debatem tema 

O deputado Zeca do PT disse, que é líder do partido na Assembleia, disse que o governo federal já deixou claro que não concorda com invasões de terras.

“O governo Lula não concorda com invasão irresponsável. Tem que se tem uma justificativa muito grande para desapropriar e entregar para agricultura familiar", disse.

O petista afirmou ainda que um dos motivos dele estar na Assembleia é destinar recursos de emendas aos assentados, indígenas e quilombolas que estão em terras legitimadas e não tem dinheiro para produzir.

"Não concordo com a invasão pela invasão. Se alguém tem culpa não são os coitados dos produtores que estão lá em posse legítima e na calada da noite são invadidos”, ressaltou Zeca.,

Márcio Fernandes, coordenador da Frente Ampla em Defesa do Agronegócio, disse que, junto com a Frente Parlamentar de Defesa do Direito de Propriedade, estão articulando com a bancada federal uma solução.

“ Esse caminho que estamos direcionando, com as duas frentes, é o da indenização. Precisamos fazer com que o a União acelere o processo a esses produtores. Falta o que? Para mim, é boa intenção. Que então que faça, que mande esse recurso, para indenizar os produtores que estão sem perspectiva”.

O presidente da Casa, Gerson Claro, disse que todas as comissões permanentes da Assembleia estão atentas ao assunto.

“Não somos um estado sem lei e essa Casa não quer permitir que isso aconteça [novas invasões]. Recentemente ouvi também fala do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, sobre o assunto, assim como do governador Eduardo Riedel [PSDB], queremos deixar registrado que a Casa de Leis se preocupa com as invasões financiadas. Esse final de semana o governo prontamente agiu para conter uma tentativa sem sucesso”, disse, se referindo a invasão de uma propriedade da família da senadora Tereza Cristina (PP).

Mara Caseiro se manifestou a respeito da sugestão da criação de uma CPI para investigar o Cimi, relembrando que a entidade já foi alvo de uma CPI em 2015 por supostamente incitar o crime.

"Não somos contra a Reforma Agrária, mas sim contra a invasão e incitar as pessoas, colocá-las em risco, trazendo insegurança no campo. Precisamos sentar todos os atores, federais, estaduais e municipais, para solucionar o problema”, ponderou.

Zé Teixeira (PSDB), Rafael Tavares (PRTB) e Pedro Pedrossian Neto (PSD) também se manifestaram contra as invasões, pedindo providências e fiscalização e reforçando o papel da União para evitar que novas invasões aconteçam.

Ocupação em Rio Brilhante

Cerca de 200 indígenas ocuparam e fecharam as porteiras da Fazenda Doinho, localizada no km 309 BR-163, em Rio Brilhante, no dia 3 de março deste ano.

A ação teve como justificativa a retomada do território indígena Guarani Kaiowá, em curso desde o início de março mês na região.

Na ocasião, houve confronto entre indígenas e policiais e um indígena e três jovens foram feridos pela PM.

Após a ocupação da sede, os indígenas fecharam as porteiras da fazenda, entretanto, permitiram que arrendatários e donos das commodities plantadas no local, colhessem o que plantaram e se retirassem da fazenda.

ACEITOU

Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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