Preso em Brasília após os atos de depredação e vandalismo aos prédios do Congresso Nacional, Palácio da Alvorada e Supremo Tribunal Federal (STF), o trabalhador rural Mário José Ott, 59 anos, dono de um lote no Assentamento Nova Itamarati, em Ponta Porã (MS), gravou um áudio para um grupo de WhatsApp da extrema direita em que pede golpe militar e expulsão dos esquerdistas do Brasil, demonstrando uma clara intenção de afrontar a Constituição Federal.
“Se fosse separar o Brasil e pôr esse povo (esquerdistas) para um lado e os da direita ficasse para o outro seria bom demais. A nossa saída hoje é nós ir (sic) pra rua, fechar o País e fazer o Exército sumir essa m.... porque aí quero ver se esses vagabundos não vai trabaiar (sic). Ou vai trabaiar ou vai pro cacete, aí quero ver eles ficar (sic) pedindo esmola”, declarou o assentado rural.
Ele ainda reforça que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) só venceu a eleição porque teria fraudado as urnas eletrônicas, fato que já foi comprovado como fake news pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Tem meia dúzia desses vagabundos e eles votam nele (Lula). Pior de tudo é o voto roubado, porque se não fosse roubado não ganhava não. Ganhou porque é roubado. Por que que não quiseram fazer o voto impresso na urna?”, questionou.
No fim do áudio, Mário José Ott ainda pede para que os integrantes da direita saiam às ruas para fechar o Brasil. “Vamos para a rua, vamos fechar esse País, vamos parar e exigir voto impresso pra próxima eleição já ou senão não tem eleição”, ameaçou o ex-presidente da APM (Associação dos Pais e Mestres) da Escola Carlos Pereira, localizada no distrito de Ponta Porão.
Outros presos
Outros dois trabalhadores rurais do assentamento Nova Itamarati estão entre os mais de 1.100 presos que foram encaminhados para o Complexo Penitenciário da Papuda conforme lista divulgada pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal. Trata-se de Antônio Plantes da Silveira, 53 anos, e Rodrigo Ferro Pakuszewski, 28 anos.
Antônio da Silveira, mais conhecido também como “Tonho Pombinha”, está entre os beneficiados pelo auxílio emergencial e recebeu parcelas de R$ 600,00. Até agora pelo menos dez pessoas que residem em Mato Grosso do Sul estariam presas em Brasília.
Além dos três assentados, o empresário de Maracaju Adailto Fernandes Coronel e a comerciante de Três Lagoas Aparecida Solange Zanini estariam envolvidos nos atos como financiadores. Ambos negam, mas junto a outras 50 pessoas tiveram bens bloqueados a pedido da AGU (Advocacia-Geral da União).
Ainda constam entre os presos que saíram de Mato Grosso do Sul as seguintes pessoas: José Paulo Alfonso Barros (Ponta Porã), Djalma Salvino dos Reis (Itaporã), Fabio Jatchuk Bullmann (Campo Grande), Ivair Tiago de Almeida (Maracaju), José Paulo Alfonso Barros (Ponta Porã), Cassius Alex Schons de Oliveira (Campo Grande), Eric Prates Kobayashi (Campo Grande), Fabrício de Moura Gomes (Três Lagoas) e Diego Eduardo de Assis Medina (Dourados).