Política

RESOLUTIVIDADE

Indígenas e fazendeiro concordam com proposta de Vander de terminar colheita e retirar equipamentos

Deputado foi até Rio Brilhante na manhã deste sábado para tratativas, após conflitos na Fazenda do Inho, e aguardam decisão judicial

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Deputado federal pelo 6º mandato, Vander Loubet foi até o território indígena Guarani-Kaiowá em Rio Brilhante, onde fica localizada a Fazenda do Inho (José Raul das Neves Júnior, dirigente municipal do PT), que tem sido palco de conflitos recentes que parecem apontar para um fim, conforme o parlamentar. 

Ainda que seu colega de partido, Zeca do PT, tenha "condenado" mais recentemente os indígenas que buscavam a reapropriação da fazenda, Loubet apontou para uma proposta que indica ter sido aceita tanto pelo proprietário quanto pelos povos originários daquela região: terminar a colheita e retirar os equipamentos. 

Presente no local desde às 06h de hoje (11), Vander afirma que dialogou com o Governo Federal e foi até o ponto do conflito, junto do promotor do Ministério Público Federal, Marco Antônio, a Polícia Rodoviária Federal e o José Raul, proprietário da fazenda.

"Acabamos de acordar com o proprietário da fazenda, com as lideranças, que ele termine sua colheita, retire seus equipamentos e aguardamos uma decisão judicial", expõe o parlamentar. 

Ainda que falte a decisão judicial, sobre a situação da terra, Vander acredita ser esse o melhor caminho. 

"Que a gente possa ter uma saída sem derramamento de sangue, sem que nenhuma das partes sejam prejudicadas", complementa. 

Iguais diferentes

Colegas de partido, Vander destoou do tom adotado pelo deputado estadual José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT, ainda ontem (10), ocasião em que condenou a ação tida como "invasão", classificando como "uma vergonha". 

"É uma barbaridade o que está se fazendo com o companheiro amigo Raul [José Raul das Neves Júnior, dirigente municipal do PT] em sua propriedade em Rio Brilhante. De um lado porque não tem nenhum estudo antropológico definido para dizer que é terra indígena", argumentou Zeca em discurso na Assembleia Legislativa. 

Ainda, o parlamentar se manifestou pedindo que, determinado grupo não conte com ele "como deputado do pt". 

"Não contem comigo essa gente que sem nenhuma razão ocupa, invade propriedade produtiva gerando uma insegurança jurídica e correndo o risco de consequências que a gente não tem dimensão do que pode acontecer", pontuou. 

Contexto 

José Raul das Neves foi à Polícia Civil após ter a propriedade invadida por indígenas da etnia guarani-kaiowá, no dia 3, e deter três desses supostos invasores. 

Conforme boletim de ocorrência, o fazendeiro disse ter colhido apenas 40 hectares e que o local abrigava dois caminhões, colheitadeira e tratores para a realização dos trabalhos.

Kaiowá e Guarani do tekoha Laranjeira Nhanderu, em Rio Brilhante (MS), retomaram a sede da fazenda Inho, e então, passaram a ser assediados pelos locatários da fazenda, que insistiam em colher e plantar mesmo com os indígenas no local, provocando as famílias acampadas e suas casas, com os maquinários. 

Na sexta-feira (10), o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) autoriza o uso da Força Nacional de Segurança Pública em aldeias indígenas de Mato Grosso do Sul. 

Essa ação do ministério acontece em resposta à iniciativa de Eduardo Riedel, governador de Mato Grosso do Sul, em agenda na quarta-feira (08) com Flávio Dino, responsável pelo MJSP. 

Na ocasião, o governador de MS disse que questões fundiária e de comunidades indígenas são temas sensíveis, sendo preciso colaboração com o governo federal.  

“A solução passa pelo Ministério da Justiça e o ministro, com boa vontade de compreender e buscar os caminhos para que a gente solucione de uma vez por todas os conflitos no Estado”, disse o governador de MS. **(Colaboraram Alison Silva e Celso Bejarano)

 

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Política

Avaliações positiva e negativa do STF crescem e mostram divisão da percepção da população

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano; percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%

19/12/2025 22h00

Supremo Tribunal Federal (STF)

Supremo Tribunal Federal (STF) Crédito: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

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Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta sexta-feira, 19, mostra que cresceram as avaliações positivas e negativas sobre o trabalho do Supremo Tribunal Federal (STF), mostrando uma divisão da percepção da população brasileira sobre a atuação da Corte.

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano. No mesmo período, a percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%. Já a avaliação regular recuou de 34% para 24%.

No intervalo entre os dois levantamentos, a Primeira Turma do STF condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão pelos crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra o patrimônio da União.

Entre as duas edições da pesquisa, também houve mudança no comando da Corte. O ministro Edson Fachin assumiu a presidência do tribunal e o ministro Luís Roberto Barroso se aposentou. Fachin adota um perfil mais discreto e defende a chamada "autocontenção" do Judiciário, em contraste com o antecessor, que sustentava que o Supremo deveria exercer um "papel iluminista" e atuar de forma mais protagonista na definição de direitos.

No mesmo período, o secretário de Estado do governo Donald Trump, Marco Rubio, revogou o visto do ministro Alexandre de Moraes e de seus familiares, além de outros sete integrantes do STF. O governo dos Estados Unidos também aplicou sanções a Moraes com base na Lei Magnitsky, norma criada para punir violadores graves de direitos humanos. Foi a primeira vez que uma autoridade de um país democrático foi alvo das medidas previstas na legislação. Neste mês, o presidente Donald Trump retirou o nome do ministro da lista de sancionados.

Outros poderes

A pesquisa também avaliou os demais Poderes. No Legislativo, a percepção varia conforme a Casa. No Senado Federal, a maior parcela dos entrevistados (34%) classifica o desempenho como regular, porcentual que empata, dentro da margem de erro (2 p p), com a avaliação negativa, de 33%. A avaliação positiva soma 22%, enquanto 11% não souberam ou não quiseram responder.

Na Câmara dos Deputados, a avaliação negativa predomina: 36% consideram o trabalho ruim ou péssimo. A percepção, porém, está tecnicamente empatada com a avaliação regular, que alcança 35%. A avaliação positiva é de 20%, e 9% não responderam.

A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas presenciais entre os dias 11 e 14 de dezembro de 2025. O levantamento tem nível de confiança de 95% e margem de erro de dois pontos porcentuais. Os entrevistados puderam classificar cada Poder como ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo, com os resultados consolidados nas categorias positiva, regular e negativa.

Governo Lula

Em relação ao Executivo federal, 38% dos brasileiros avaliam que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faz um trabalho ruim ou péssimo. Outros 34% consideram a gestão boa ou ótima, enquanto 25% a classificam como regular. Já 3% não souberam ou não responderam.

Política

Ministro do Paraguai fala em disposição construtiva para avançar em acordo Mercosul-UE efetivo

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais

19/12/2025 21h00

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais Foto: Divulgação

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O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcano, reafirmou a "disposição construtiva" para avançar na concretização efetiva do acordo entre Mercosul e União Europeia (UE), durante a 67ª reunião do Conselho do Mercado Comum (CMC) do Mercosul, órgão decisório de nível ministerial do bloco, nesta sexta-feira, 19, segundo nota do Ministério de Relações Exteriores do país.

"Em particular, o Paraguai confia que os mecanismos de salvaguarda serão abordados e aplicados de maneira compatível com respeito ao negociado e acordado, e também de acordo com as normas multilaterais preservando o equilíbrio de direitos e obrigações das partes", disse Lezcano.

O chanceler também afirmou que "o Paraguai acredita e aposta em um Mercosul que funcione para todos, capaz de traduzir seus princípios em resultados concretos e de responder com pragmatismo e visão aos desafios estruturais que ainda persistem" na região.

Segundo Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais entre os Estados Parte do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e, mais recentemente em 2024, Bolívia). "Não se trata de uma noção abstrata, mas de uma realidade econômica e geográfica que limita nosso desenvolvimento e condiciona nossa competitividade", disse, frisando que a condição mediterrânea do país impõe custos adicionais que encarecem as exportações e restringem a participação nas cadeias regionais de valor.

A reunião do CMC, em Foz do Iguaçu, nesta sexta-feira, foi majoritariamente fechada à imprensa.

No sábado, 20, o Brasil deve passar o bastão da Presidência Pro Tempore do bloco ao Paraguai, durante a 67ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, também em Foz do Iguaçu. 

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