Política

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Lideranças políticas se reúnem para agenda de Bolsonaro em Mato Grosso do Sul

Com boa avaliação, presidente volta ao Estado pela primeira vez desde eleição

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Com a melhor avaliação desde que assumiu o cargo de presidente do Brasil, Jair Bolsonaro visita Mato Grosso do Sul pela primeira vez como o chefe do Executivo federal, nesta terça-feira (18). Com agenda confirmada em Corumbá – distante 420 quilômetros de Campo Grande –, o maior líder da nação será recebido por políticos sul-mato-grossenses.  

Entre os nomes que devem acompanhar Bolsonaro na agenda estão o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), além dos secretários Eduardo Riedel (Governo), Antônio Carlos Videira (Justiça e Segurança Pública) e Jaime Verruck (Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).

Em entrevista ao Correio do Estado, Videira afirmou que vai acompanhar o governador e pretende debater questões relacionadas às fronteiras de Mato Grosso do Sul entre o Paraguai e a Bolívia. 

“Na pauta, o importante papel de MS na segurança pública nas fronteiras com Paraguai e Bolívia, e seus reflexos no restante do País. Também o impacto desses resultados no sistema penitenciário do MS”.

A agenda de Bolsonaro é para inaugurar uma nova estação de radares que deve dar continuidade ao processo de modernização da rede de radares de vigilância do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) e, com o objetivo de aprimorar o controle do espaço aéreo na fronteira do Brasil com o Paraguai e a Bolívia, a Força Aérea Brasileira (FAB) é responsável pelo sistema. 

A estação será composta por radares primário e secundário. 

Da bancada federal de Mato Grosso do Sul, os senadores Nelson Trad Filho (PSD) e Soraya Thronicke (PSL) confirmaram que vão acompanhar Bolsonaro. A senadora deve conversar com o presidente sobre as queimadas no Pantanal e o potencial turístico de Corumbá.

Trad esteve na semana passada em missão humanitária no Líbano e ainda está em Brasília. O senador deve vir de carona com o presidente no avião oficial. 

“A gente sempre busca levar nossas pautas. Eu vou aproveitar para levar as demandas dos prefeitos que conversei. O prefeito de Campo Grande [Marcos Trad] pediu para ver com o presidente a possibilidade de testagem em massa para Covid-19 e também sobre o asfalto no Rita Vieira”, destacou o senador.  

A presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Simone Tebet (MDB), não deve seguir para a Cidade Branca, mas, de acordo com a assessoria, encontra o presidente na Base Aérea de Campo Grande.  

A previsão é de que Bolsonaro almoce no aeroporto de Corumbá, em uma recepção para 72 pessoas, e siga para a Base Aérea de Campo Grande para assistir a um treinamento de 700 militares da FAB.

Ainda há expectativa de o presidente seguir para Nioaque para visitar a unidade militar do Exército, onde serviu de 1979 a 1981. Bolsonaro foi tenente do 9° Grupo de Artilharia de Campanha de Nioaque, sendo a primeira missão fora do território do Rio de Janeiro, seu estado de origem.  

Conforme apurado pelo Correio do Estado, o presidente ainda deve sobrevoar parte do Pantanal sul-mato-grossense para ver os estragados causados pelas queimadas.  

Mato Grosso do Sul, que já teve dois ministros no governo Bolsonaro, é representado no primeiro escalão pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina. A assessoria da ministra confirmou sua participação na agenda, mas não deu mais detalhes se alguma demanda deve ser tratada com relação à produção agrícola e a pecuária do Estado.

Entre os deputados estaduais que vão acompanhar o presidente está Capitão Contar – que pretende, assim como fez Bolsonaro, desfiliar-se do PSL. A assessoria de imprensa do parlamentar afirmou que ele estava seguindo para a cidade na tarde de ontem.  

Aliado do presidente, o deputado Coronel David (ex-PSL) não vai conseguir prestigiar a visita do líder. O parlamentar foi diagnosticado com o novo coronavírus (Covid-19) no começo do mês e ainda está se recuperando da doença. 

“Eu fiz o teste ontem [domingo] e ainda estou positivo para o vírus. Fiquei internado e não desejo que ninguém pegue. Preciso me recuperar e, por mais que não esteja mais transmitindo, o melhor é não ir na agenda”, destacou.  

POLÍTICA

Em pedido de renúncia, Zambelli diz que segue viva e que Brasil continuará ouvindo sua voz

Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por mandar um hacker invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e está presa na Itália desde julho.

14/12/2025 22h00

Deputada federal Carla Zambelli

Deputada federal Carla Zambelli Agência Câmara

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A agora ex-deputada federal, Carla Zambelli (PL-SP), usou o pedido de renúncia de seu mandato para elogiar a proteção recebida pela Câmara e para dizer que "segue viva" mesmo após deixar os quadros da Casa. Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por mandar um hacker invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e está presa na Itália desde julho.

"A história registra: mandatos podem ser interrompidos; a vontade popular, jamais. Eu sigo viva, a verdade permanece, e o Brasil continuará a ouvir minha voz", afirmou, na solicitação encaminhada ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos).

Zambelli também agradeceu as decisões da Câmara que mantiveram o mandato da deputada, antes de Supremo Tribunal Federal anulá-las e determinar a perda de mandato de Zambelli. "Esse ato da Câmara foi institucional e constitucional: um momento em que a Casa do Povo afirmou a soberania do voto, o devido processo legal e os limites do poder punitivo do Estado", escreveu.

Leia a íntegra do comunicado:

RENÚNCIA AO MANDATO PARLAMENTAR

AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR

PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

DEPUTADO FEDERAL HUGO MOTTA

Excelentíssimo Senhor Presidente,

Senhoras e Senhores Deputados,

Povo brasileiro,

Eu, Carla Zambelli Salgado de Oliveira, Deputada Federal eleita para a 57ª Legislatura (2023-2027), representante do Estado de São Paulo, legitimada por 946.244 votos nas eleições gerais de 2022, faço esta manifestação por intermédio de meus advogados constituídos, Dr. Fabio Pagnozzi e Dr. Pedro Pagnozzi, diante da impossibilidade de comparecer pessoalmente a esta Casa, em razão de encontrar-me privada de liberdade em território estrangeiro. Falo, portanto, não apenas como parlamentar, mas como voz de quase um milhão de brasileiros que confiaram em mim sua representação.

O que se registra neste ato não é apenas a renúncia a um mandato, mas um marco institucional. A Câmara dos Deputados exerceu integralmente sua competência constitucional, observando o procedimento previsto no artigo 55 da Constituição Federal, especialmente seus ?? 2º e 3º, que atribuem exclusivamente ao Poder Legislativo a deliberação sobre a perda de mandato parlamentar, mediante decisão do Plenário, assegurados o contraditório e a ampla defesa.

No curso desse procedimento, foi elaborado relatório pelo Relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, Deputado Diego Garcia, demonstrando, de forma técnica e fundamentada, que não existem provas jurídicas aptas a sustentar a perda do meu mandato, tampouco elementos que embasem qualquer condenação. Esse relatório trouxe à luz uma verdade elementar do Estado de Direito: não se cassa um mandato sem provas.

Essa compreensão foi confirmada pelo Plenário da Câmara dos Deputados, que, ao não deliberar pela cassação, afirmou que não havia fundamento jurídico legítimo para suprimir um mandato conferido por quase um milhão de brasileiros. Esse ato foi institucional e constitucional: um momento em que a Casa do Povo afirmou a soberania do voto, o devido processo legal e os limites do poder punitivo do Estado.

A História constitucional ensina que os regimes livres somente subsistem quando cada Poder reconhece seus limites. Montesquieu advertia que "todo aquele que detém poder tende a abusar dele, indo até onde encontra limites". O registro aqui produzido reafirma que o Parlamento não é instância acessória, mas Poder constitucional autônomo, cuja competência não pode ser esvaziada sem grave risco ao Estado Democrático de Direito. Este episódio permanecerá como referência institucional para situações semelhantes, nas quais se discuta a preservação do mandato popular frente à expansão indevida do poder punitivo estatal.

Posteriormente, deliberação do Supremo Tribunal Federal determinou a perda do mandato, afastando o resultado do procedimento conduzido por este Parlamento.

É diante desse quadro, e não por medo, fraqueza ou desistência, que comunico, de forma pública e solene, minha renúncia ao mandato parlamentar, para que fique registrado que um mandato legitimado por quase um milhão de votos foi interrompido apesar do reconhecimento formal, por esta Casa, da inexistência de provas para sua cassação.

Este gesto não é rendição. É registro histórico. É a afirmação de que mandatos passam; princípios permanecem. A democracia não se resume às urnas; ela vive no respeito às instituições e na coragem de registrar a verdade.

Dirijo-me, por fim, ao povo brasileiro. Aos meus eleitores, afirmo: a verdade foi dita, a história foi escrita e a consciência permanece livre. Ideias não se cassam. Convicções não se prendem. A vontade popular não se apaga.

A história registra: mandatos podem ser interrompidos; a vontade popular, jamais. Eu sigo viva, a verdade permanece, e o Brasil continuará a ouvir minha voz.

Que Deus abençoe o povo brasileiro, ilumine esta Nação e a conduza, sempre, pelo caminho do direito, da justiça e da liberdade.

Respeitosamente,

Carla Zambelli Salgado de Oliveira

Deputada Federal - Brasil

POLÍTICA

Carla Zambelli renuncia ao mandato após STF determinar que suplente assumisse

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal.

14/12/2025 15h00

Deputada Federal Carla Zambelli

Deputada Federal Carla Zambelli Divulgação

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Na tarde deste domingo (14), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) renunciou ao cargo parlamentar. A decisão foi tomada após uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o suplente, Adilson Barroso (PL-SP),  assumisse o cargo em até 48 horas.

Em nota, a Câmara informou que a deputada comunicou à Secretaria-Geral da Mesa a sua renúncia. "Em decorrência disso, o presidente da Câmara dos Deputados determinou a convocação do suplente, deputado Adilson Barroso (PL-SP), para tomar posse", informou a Casa em nota.

Em maio, Zambelli foi condenada pela Corte a dez anos de prisão e à perda do mandato por envolvimento na invasão cibernética ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), feita pelo hacker Walter Delgatti Neto. O caso dela transitou em julgado, sem mais chances de recursos, em junho. 

A decisão foi levada para análise do plenário da Câmara. Na madrugada de quinta-feira (11), foram 227 votos a favor da cassação do mandato de Zambelli contra 170 votos pela manutenção. Eram necessários 257 para que ela perdesse o cargo.

Porém, na sexta-feira (12), o STF anulou a deliberação da Câmara e determinou a perda imediata do mandato. A Corte apontou que a votação violava a Constituição no dispositivo que impõe perda de mandato nos casos de condenação com trânsito em julgado.

Estratégia

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal. Segundo aliados de Zambelli, seria uma estratégia para preservar os direitos políticos dela.

“Ao renunciar antes da conclusão da cassação, preserva direitos políticos, amplia possibilidades de defesa e evita os efeitos mais graves de um julgamento claramente politizado”, afirmou o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara.

Carla Zambelli está presa na Itália, desde julho deste ano, depois de fugir do Brasil em decorrência do trânsito em julgado do processo no STF. O Supremo aguarda a extradição.

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