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Maioria da bancada federal é favorável à PEC da Transição

Dos oito parlamentares do Estado na Câmara dos Deputados, cinco disseram que vão votar a favor, um se posicionou contra e dois não se pronunciaram

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Após intensas negociações, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou para amanhã a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que libera R$ 145 bilhões para o novo governo fora do teto de gastos pelo prazo de dois anos.

A reportagem do Correio do Estado procurou os oito deputados federais de Mato Grosso do Sul, e a maioria – cinco – declarou que votará favorável à aprovação, enquanto um se posicionou contra e dois não se pronunciaram.

Os cinco parlamentares favoráveis são Fábio Trad (PSD), Dagoberto Nogueira (PSDB), Vander Loubet (PT), Rose Modesto (sem partido) e Beto Pereira (PSDB).

O único que se posicionou contra foi o deputado federal Dr. Luiz Ovando (PP), e os deputados federais Tereza Cristina (PP) e Loester Trutis (PL) foram procurados pela reportagem, mas não se pronunciaram até o fechamento desta matéria.

Fábio Trad disse ao Correio do Estado que votará favorável à PEC da Transição porque ela traz justamente as medidas e propostas que foram vencedoras na eleição presidencial.

“É uma questão de respeito à vontade da maioria. Além disso, é preciso equilibrar responsabilidade fiscal com responsabilidade social, porque, nos últimos três anos, acentuou-se a perda de renda da população”, afirmou.

Ele acrescentou que hoje a situação é tão calamitosa que quase um terço dos brasileiros vive com menos de meio salário mínimo por mês. “A fome dos brasileiros não pode financiar a responsabilidade fiscal. Por isso, voto sim à PEC da Transição”, garantiu.

Já Dagoberto Nogueira declarou que também votará a favor, assim como a maioria dos deputados federais dos outros estados, porque todos têm dificuldade de votar contra as questões sociais.

“Eu sou oposição ao governo de Jair Bolsonaro [PL], entretanto, quando ele apresentou essas medidas sociais no período eleitoral, que na minha avaliação eram ilegais, votei favoravelmente”, recordou, acrescentando que a PEC deve passar sem problemas.

Beto Pereira anunciou voto favorável, porém, condicionou o voto a como será o texto do relator.

“Acredito que a medida é importante, mas apenas para resguardar os programas sociais. Para isso, faz-se necessário que o relator reduza o valor e também o prazo de vigência, não precisa de dois anos, um ano é mais do que suficiente para adequar as contas públicas. Após 12 meses, o Congresso e o Executivo têm de rediscutir a matéria”, analisou.

A deputada federal Rose Modesto também se posicionou favorável à aprovação da PEC da Transição, por tratar de uma questão social de extrema importância para a população mais vulnerável da sociedade brasileira. “Voto favorável”, reforçou a parlamentar.

Único deputado federal de Mato Grosso do Sul que se posicionou contra, Luiz Ovando disse que se declarou contra a “PEC do Lula” porque, da forma que está sendo feita a articulação, será a “PEC do Rombo”, impossibilitando que vote a favor.

“Eu poderia ser a favor apenas se o valor da PEC fosse única e exclusivamente usado para garantir o Auxílio Brasil de R$ 600 instituído para ajudar os brasileiros no governo Bolsonaro. Fora isso, o que o PT está tentando fazer é uma afronta aos cofres públicos e, principalmente, aos brasileiros”, ressaltou o parlamentar.

Texto aprovado no Senado

O Plenário do Senado aprovou, no dia 7, a PEC da Transição, com 64 votos a favor e 16 contrários no primeiro turno, confirmada por 64 a 13 votos no segundo turno de votação.

Para o relator da proposta, senador Alexandre Silveira (PSD-MG), o valor de R$ 145 bilhões é o mínimo necessário para fazer face “às necessidades da sociedade brasileira”, que estaria “em séria crise econômica e social”.

Ele fez questão de destacar que os recursos serão destinados ao Bolsa Família, que atende a parcela mais carente da população, para a recomposição de investimentos em áreas sociais e para o aumento real do salário mínimo.

Silveira ainda disse que até o mercado reagiu bem a seu relatório, por entender que os valores serão direcionados para quem mais precisa.

O senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator do Orçamento de 2023 (PLN 32/2022) e primeiro signatário da PEC, afirmou que a proposta é necessária, lembrando que a Consultoria do Senado apontou o prazo de dois anos como o mais razoável.

Como o Executivo teria de mandar ao Congresso, já em abril, o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), a falta de previsão para o ano de 2024 poderia comprometer as projeções do projeto.

O que é a PEC

A equipe de transição de Lula articula uma PEC a ser aprovada ainda neste ano no Congresso Nacional para começar 2023 abrindo espaço orçamentário fora do teto de gastos com o objetivo de cumprir promessas de campanha do petista.

O texto é considerado necessário para viabilizar o Auxílio Brasil de R$ 600,00, que deve voltar a se chamar Bolsa Família, com acréscimo de R$ 150 por criança com até 6 ou 8 anos, por exemplo.

A proposta orçamentária enviada ao Congresso pelo atual governo de Jair Bolsonaro (PL) prevê que o auxílio volte a ser de R$ 400 a partir de 2023.

A equipe de transição estimou que o valor fora do teto para o programa deveria ficar em R$ 175 bilhões, enquanto a proposta de Orçamento para o ano que vem enviada ao Congresso pelo atual governo projetou o retorno do pagamento do Auxílio Brasil em R$ 405 a partir de janeiro.

Com a PEC, R$ 105 bilhões poderiam ser abertos dentro do teto no Orçamento para turbinar outras ações sociais e vontades de Lula, como a correção da tabela do Imposto de Renda de pessoas físicas, reajuste do salário mínimo acima da inflação e destinação de mais investimentos a obras públicas.

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cnh social

Gordinho do Bolsonaro vota com Lula e petistas de MS, contra

Rodolfo Nogueira (PL) foi o único parlamentar de MS a votar pela manutenção do veto à obrigatoriedade de exame toxicológico para emissão de CNH

06/12/2025 15h00

Rodolfo Nogueira é conhecido por ser um dos parlamentares que invariavelmente vota contra tudo aquilo que é proposto pelo presidente Lula. Desta vez, foi diferente

Rodolfo Nogueira é conhecido por ser um dos parlamentares que invariavelmente vota contra tudo aquilo que é proposto pelo presidente Lula. Desta vez, foi diferente

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Da bancada federal sul-mato-grossense, apenas o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL), o Gordinho do Bolsonaro, votou na última quinta-feira (04) contra a exigência do exame toxicológico para quem for tirar a primeira habilitação de carro e de moto.

 Os demais parlamentares do estado foram a favor da derrubada do veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lei 15.153/25, da CNH social. 

Quando criou o projeto da CNH social, que visava utilizar o dinheiro arrecadado pelas multas de trânsito para custear o processo de habilitação de pessoas de baixa renda, o presidente Lula vetou o exame toxicológico para as categorias de carro e moto.

Na época, o argumento era que aumentaria o preço para tirar a primeira habilitação, indo na contramão do que propunha a CNH Social.

Com a derrubada do veto, o exame toxicológico que já era obrigatório para motoristas das categorias C, D e E, que dirigem veículos de carga e transporte coletivo, agora passa a ser exigido para todas as categorias. 

Votaram pela derrubada do veto ( a favor do exame) os deputados federais sul-mato-grossenses Beto Pereira (PSDB), Camila Jara (PT), Dagoberto Nogueira (PSDB), Dr. Luiz Ovando (PP), Geraldo Resende (PSDB), Marcos Pollon (PL) e Vander Loubet (PT).  Entre os senadores votaram pela derrubada do veto Nelsinho Trad (PSD) e Tereza Cristina (PP).

A senadora Soraya Thronicke (Podemos) não votou. O único parlamentar federal contra a exigência do exame de toxicológico foi Nogueira.

O texto permite o uso de recursos de multas no custeio da habilitação de condutores de baixa renda, cria regras para transferência eletrônica de veículos e ajusta a exigência de exame toxicológico para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

A Lei 15.153, de 2025, passa a valer na data de sua publicação. Deputados e senadores decidiram também derrubar o veto à cláusula de vigência imediata, que o Ministério dos Transportes considerou inadequado para garantir a implementação das mudanças no Código de Trânsito.

Sem o veto, a lei teria seguido o prazo padrão de 45 dias após a publicação oficial, conforme previsto na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), de acordo com a Agência Senado.

ELEIÇÕES 2026

Pressionada pelo PL, União Progressista terá de lançar pré-candidato ao Senado

Com Azambuja e Contar no páreo, PP e União Brasil ficam praticamente obrigados a lançar um nome para concorrer

06/12/2025 08h20

O deputado estadual Gerson Claro (PP) ou o secretário de Estado Jaime Verruck (PSD) pode ser o escolhido

O deputado estadual Gerson Claro (PP) ou o secretário de Estado Jaime Verruck (PSD) pode ser o escolhido Montagem

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Com a provável chapa pura do PL para disputar as duas vagas ao Senado por Mato Grosso do Sul, já que, até o momento, são pré-candidatos pelo partido o ex-governador Reinaldo Azambuja e o ex-deputado estadual Capitão Contar, a Federação União Progressista, formada pelo PP e o União Brasil, será obrigada a lançar pelo menos um pré-candidato ao cargo.

A informação foi passada ao Correio do Estado por uma fonte da própria federação, revelando ainda que o nome poderá ser o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, deputado estadual Gerson Claro (PP), ou o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck (PSD), que teria sido convidado a fazer parte dos progressistas.

A União Progressista lançará apenas um pré-candidato ao Senado porque tem o compromisso de apoiar a eleição de Azambuja, porém, como o PL caminha para ter dois pré-candidatos ao Senado, a federação terá de formar uma “aliança branca”, ou seja, fazer um acordo eleitoral informal com a legenda à qual, oficialmente, não estará coligada.

Por meio dessa informalidade, PP e União Brasil poderão pedir votos para o próprio candidato a senador e também para Azambuja e vice-versa, sem a necessidade de um documento de coligação formal registrado na Justiça Eleitoral que una os partidos em todos os níveis da disputa.

Esse tipo de aliança permite que diretórios regionais apoiem candidatos que seriam vetados pelas executivas nacionais, contornando, por vezes, regras de verticalização, que exigem alinhamento das coligações em diferentes níveis.

Na prática, o partido pode lançar um candidato próprio, mas orientar, de forma velada ou explícita, seus eleitores a votarem no candidato de outra legenda. Isto é, a Federação União Progressista pedirá para que os seus eleitores destinem o primeiro voto para Gerson Claro ou Jaime Verruck e o segundo, para Azambuja.

DISPUTA

Pacificada a questão da federação lançar um pré-candidato ao Senado nas eleições do próximo ano, o imbróglio ficará na definição do nome, pois Gerson Claro já está no PP e tem demonstrado desde o início do ano o desejo de ser o escolhido para ser o representante.

Procurado pelo Correio do Estado, o presidente da Assembleia Legislativa disse que não sabia dessa provável configuração para o pleito de 2026.

“Eu só posso afirmar que estou trabalhando para ser o candidato da federação ao Senado Federal”, afirmou.

O secretário Jaime Verruck também foi procurado pela reportagem, mas preferiu não comentar nada, revelando apenas que tem interesse em ser pré-candidato a senador da República pelo PSD, partido em que está filiado desde março do ano passado.

Ele já teria até anunciado a data em que vai se desincompatibilizar do cargo de secretário de Estado (30 de março de 2026) para disputar uma das duas cadeiras ao Senado pelo grupo político do governador Eduardo Riedel (PP).

No entanto, se ficar no PSD, Verruck terá problemas internos para resolver, afinal, a sigla é presidida no Estado pelo senador Nelsinho Trad, que tentará a reeleição e, portanto, poderá inviabilizar a candidatura do secretário pela legenda, o que poderia obrigá-lo a trocar de partido.

Por isso, a ida de Verruck para o PP está muito próxima e, caso o escolhido para representar a Federação União Progressista seja Gerson Claro, o secretário poderá acabar disputando uma cadeira na Câmara dos Deputados.

O Correio do Estado ainda procurou a presidente estadual do PP e também da federação, senadora Tereza Cristina, porém, não houve retorno até o fechamento desta edição. Em tempo, PP e União Brasil já entregaram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o protocolo com o requerimento de registro de federação partidária.

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