Política

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Na Festa do Peão, Bolsonaro critica
Bolsa Família e legislação ambiental

Na Festa do Peão, Bolsonaro critica
Bolsa Família e legislação ambiental

FOLHAPRESS

27/08/2017 - 08h00
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O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) defendeu neste sábado (26) os rodeios como manifestação cultural, criticou a legislação ambiental do país e o total de famílias beneficiadas pelo programa Bolsa Família.

As afirmações foram feitas numa maratona de atividades do postulante à Presidência hoje, em visita a Barretos (a 423 km de São Paulo).

O parlamentar chegou ao aeroporto de São José do Rio Preto pouco antes das 11h (de Brasília) e discursou na caçamba de um veículo. Depois, fez discursos na Queima do Alho -concurso gastronômico da Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos que busca reproduzir a comida típica dos peões-, visitou o Hospital de Câncer da cidade e fez novo ato numa chácara a um grupo de cerca de cem evangélicos. À noite, voltará para a Festa do Peão.

Na chácara, no final da tarde deste sábado, afirmou que o programa Bolsa Família só é necessário para uma minoria e que "não vai ser com caridade que o Brasil vai sair dessa situação crítica".

"Para ser candidato a presidente tem de falar que vai ampliar o Bolsa Família, então vote em outro candidato. Não vou partir para demagogia e agradar quem quer que seja para buscar voto." Afirmou ainda que não visitava a cidade como candidato, "talvez como pré-candidato".

Sobre os rodeios -a cidade tem o mais tradicional evento do gênero no país-, disse que é favorável à modalidade, assim como defende as vaquejadas, regulamentada pelo Senado por meio de uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional).

"É uma cultura, o animal é muito bem cuidado, tem alguns com peso em ouro. Tem alguns locais do Brasil em que, além de veterinário, eles têm pedicure, massagista, têm tudo. Então essa cultura tem de ser preservada, levada para o Brasil todo."

Bolsonaro disse que o discurso de quem o critica por defender os rodeios, de que apoiaria que animais sejam mau tratados, "não vai colar".

Afirmou também que a política ambiental está equivocada e que a burocracia trava investimentos no país. "Quem quer implantar uma PCH [Pequena Central Hidrelétrica] leva até dez anos para conseguir uma licença ambiental do Ibama. Tem que ser no máximo uma semana."

MST

Mais cedo, quando esteve no Parque do Peão, em meio a amantes de rodeio, Bolsonaro criticou o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). "O que vocês precisam é de alguém que não os atrapalhe num primeiro momento, bem como alguém que faça o que aqueles que nos atrapalham, como MST e outros, sejam tratados sob a vara da lei."

A viagem de Bolsonaro a Barretos é a segunda que faz à macrorregião de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) num intervalo de dez dias.

Na própria Ribeirão, no último dia 17, ele foi alvo de ovada de uma manifestante durante caminhada na região central da cidade.

Bolsonaro é também o segundo político cotado para disputar a Presidência em 2018 a visitar a festa no interior paulista. Tradicionalmente, a festa recebe as visitas de muitos políticos, mas sempre em anos de eleições, o que não é o caso de 2017.

No último dia 19, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), esteve no evento e usou a "fantasia" de peão. Com chapéu, discursou num estádio de rodeios lotado por 35 mil pessoas, logo depois de comer a refeição típica dos peões, e falou em levar um rodeio para a capital.

Três dias depois, no entanto, anunciou a desistência da empreitada, após receber muitas críticas em redes sociais.
"Durante o evento, fiz uma manifestação imaginando que poderíamos ter algo semelhante sendo feito aqui na cidade de São Paulo. Vim a conhecer depois que há uma legislação que impede a realização de eventos desse tipo. E uma restrição bastante grande."

A Festa do Peão de Barretos terminará neste domingo (27), com a final da 25ª edição do Barretos International Rodeo.

Mato Grosso do Sul

Mudanças na Educação: Sérgio Gonçalves assume como adjunto em MS

Nomeação de Gonçalves busca fortalecer a gestão da pasta e superar desgastes recentes, imprimindo a marca do governo Riedel na Educação

10/09/2024 18h09

Sérgio Gonçalves é o novo adjunto da Educação

Sérgio Gonçalves é o novo adjunto da Educação Arquivo

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O governador Eduardo Riedel nomeou Sérgio Luiz Gonçalves como secretário-adjunto de Educação de Mato Grosso do Sul nesta terça-feira (10). Gonçalves, considerado um dos quadros mais importantes e de maior confiança do PSDB, assume o cargo que nesta gestão já foi ocupado por Dione Hashioka e Édio Antônio Resende de Castro.

De acordo com informações apuradas pelo Correio do Estado, Gonçalves terá a missão de auxiliar o titular da pasta, Hélio Daher, contribuindo para que o governador Eduardo Riedel imprima sua própria marca na Secretaria de Educação.

A atuação de Gonçalves será essencial para alcançar as metas previstas nos contratos de gestão assinados no início do mandato.

Antes desta nomeação, Sérgio Gonçalves ocupava o cargo de assessor especial na Secretaria de Fazenda, trabalhando ao lado do secretário Flávio César. Nos bastidores, seu nome é bem visto por aliados e críticos, pois Gonçalves é conhecido pela habilidade de aliar um foco técnico nos objetivos de gestão com sensibilidade política.

Além de sua capacidade administrativa, Gonçalves é elogiado por sua simpatia e trato refinado no relacionamento com o público, características que, segundo uma fonte, serão de grande ajuda para Daher e Riedel na condução da pasta da Educação.

Missão: recuperar a imagem do cargo

A Secretaria de Educação vinha enfrentando um período de desgaste. Em 2023, o primeiro impacto negativo ocorreu com a exoneração de Édio Castro, figura próxima ao ex-governador Reinaldo Azambuja, que foi alvo da Operação Turn Off e chegou a ser preso preventivamente.

Além disso, a pasta sofreu um revés político com a saída de Dione Hashioka (União Brasil), que deixou o cargo no início do ano para se candidatar em Nova Andradina, concorrendo diretamente contra o candidato do PSDB.

Agora, Gonçalves tem o desafio de restaurar a estabilidade e fortalecer a gestão da Educação, alinhando-se às diretrizes e expectativas do governo Riedel.

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Eleições 2024

Família de candidato em MS é acusada de trabalho escravo

Ministério do Trabalho encontra sete trabalhadores em condições degradantes em fazenda da família Carbonaro, ligada a Tiago Carbonaro, candidato a prefeito em Itaporã; Justiça aceitou a denúncia

10/09/2024 16h33

Tiago Carbonaro, candidato a prefeito de Itaporã pelo PP e o pai, cuja fazenda foi flagrada com trabalhadores em condições análogas à escravidão

Tiago Carbonaro, candidato a prefeito de Itaporã pelo PP e o pai, cuja fazenda foi flagrada com trabalhadores em condições análogas à escravidão Instagram/Reprodução

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A campanha eleitoral tem trazido à tona investigações sobre trabalhos degradantes (análogos a escravidão) e infrações ambientais. Esse é o caso de Itaporã, cidade da Grande Dourados, a 233 quilômetros de Campo Grande, onde a família Carbonaro, ligada ao candidato a prefeito Tiago Carbonaro (PP), enfrenta acusações de trabalho escravo.

Durante uma fiscalização do Ministério do Trabalho, em conjunto com o Ministério Público do Trabalho e a Polícia Militar, sete trabalhadores foram encontrados em condições análogas à escravidão na Fazenda Santa Maria, em Bela Vista, entre 13 de março e 25 de abril de 2022.

A propriedade pertence a Aristeu Alceu Carbonaro e Álvaro José Carbonaro, tio e pai de Tiago Carbonaro, candidato a prefeito de Itaporã.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), em relatório do procurador Alexandre Aparizi, os trabalhadores enfrentavam condições degradantes, sem alojamento adequado, obrigados a se abrigar em barracos de lona e a dormir em tarimbas (camas de madeira) ou redes.

A água disponível para consumo não tinha proteção contra contaminação, e não havia local adequado para armazenar alimentos ou realizar refeições. Os trabalhadores relataram ainda a falta de banheiros, sendo obrigados a fazer suas necessidades fisiológicas no mato, em condições insalubres e sem privacidade.

Os auditores fiscais do trabalho informaram que os funcionários trabalhavam das 5h às 11h, com intervalo para almoço, e retomavam as atividades entre 12h e 13h, estendendo-se até as 17h.

A jornada, portanto, variava de 10 a 11 horas diárias, superando as 44 horas semanais permitidas pela lei. Alguns trabalhadores também afirmaram que a alimentação não era fornecida pelo empregador.

Relato da vítima

Uma das vítimas relatou que trabalhou por oito meses na Fazenda Santa Maria na construção de cercas para contenção do gado. Segundo ele, o gerente da fazenda, Edilson Pereira das Graças, informou que os alojamentos estavam ocupados e que os trabalhadores deveriam “se virar” para encontrar hospedagem.

Eles improvisaram barracos de lona, dormiam em tarimbas e buscavam água em um córrego próximo, pois a água trazida de trator estava frequentemente contaminada, causando crises de diarreia em alguns colegas.

O gerente Edilson negou as acusações, afirmando que a família Carbonaro forneceu alojamento com água, luz e banheiro, mas os trabalhadores recusaram por estar distante do local de trabalho. Ele também afirmou que a água era proveniente de um poço artesiano, consumida por todos na fazenda.

Álvaro Carbonaro declarou desconhecer as condições dos trabalhadores, que foram contratados por seu irmão em parceria com o gerente da fazenda. Aristeu, por sua vez, disse que os alojamentos adequados foram oferecidos e que não havia visto os barracos durante suas visitas esporádicas à fazenda.
A denúncia foi aceita pela Justiça Federal, e Edilson, Álvaro e Aristeu foram formalmente acusados em julho deste ano.

Além das acusações de trabalho análogo ao escravo, os proprietários da Fazenda Santa Maria estão sendo investigados pelo Ministério Público Estadual por possível desmatamento irregular em 122,58 hectares de área de Preservação Permanente.

A promotora Nara Mendes dos Santos Fernandes informou que, apesar de os proprietários negarem a responsabilidade pelo desmatamento, não buscaram uma solução amigável para o problema, o que levou à conversão do inquérito em ação civil pública.

Outro lado

Procurado pela reportagem para comentar o caso, o candidato Tiago Carbonaro limitou-se a responder “boa tarde” e não acrescentou mais informações.

O espaço permanece aberto para o posicionamento dos envolvidos.

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