Política

ENTREVISTA

"O Legislativo é um Poder independente, mas os Poderes podem ser harmônicos também"

Ainda durante a entrevista, Carlão revelou que pretende sair candidato a deputado federal nas eleições gerais de 2026 para ajudar a fortalecer o PSB na Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Carlos Augusto Borges (PSB), o Carlão, concedeu uma entrevista exclusiva ao Correio do Estado e fez um balanço do seu último ano à frente da Casa de Leis. 

Ele revelou que espera fazer o seu sucessor para o cargo, que, no caso, seria o vereador Papy (PSDB). Além disso, comentou sobre a campanha de reeleição da prefeita Adriane Lopes (PP) e a respeito dos gargalos do município. 

Carlão também revelou que, em 2026, vai sair candidato a deputado federal para reforçar o PSB na Câmara dos Deputados. 

“A gente tem que pegar mais ex-prefeitos e ex-vereadores do interior para a gente fazer uma chapa forte e, dessa forma, eleger um deputado federal”, declarou.

O vereador ainda deu conselhos para os parlamentares de primeiro mandato: “Pela experiência que eu tenho, gostaria de dizer aos vereadores de primeiro mandato que eles têm de trabalhar sempre com um mandato de entrega e que chega até as pessoas”. Confira a seguir.

Qual o balanço que o senhor faz desse último ano como presidente da Câmara Municipal de Campo Grande?

Olha, neste último ano, como presidente, nós implantamos a TV Câmara e o painel digital. Também chamamos mais cinco pessoas que participaram do concurso, que estavam aptas a serem convocadas. Fizemos ainda várias audiências públicas, discutindo todos os temas inerentes à sociedade campo-grandense. Tivemos uma participação ativa nas indicações e fizemos em torno de 9 mil indicações, entre ofícios, indicações e pedidos para atender à sociedade de Campo Grande.

Além disso, organizamos também a Câmara para disputar as eleições municipais deste ano sem ter nenhum problema com a Justiça Eleitoral. Enfim, foi um ano de realizações em que a Casa de Leis participou ativamente de algumas ações e reivindicações perante o Poder Executivo. Das nossas emendas, 40% foram liberadas e atendidas em prol da sociedade.

Então, o balanço que eu faço de 2024 é um balanço muito bom. Poderia ser ótimo? Poderia ser ótimo, mas algumas coisas dependem do Executivo, mas a Câmara, como um todo, esteve à frente de todos os debates, participou ativamente da fiscalização através de requerimentos, pedidos, ofícios e também fez as indicações e leis. São vários projetos de leis aprovados para atender à sociedade, portanto, o balanço que eu faço é um balanço muito bom, um balanço quase ótimo das atividades do Legislativo.
 

O senhor acredita que até a semana que vem a questão da sua sucessão na Casa de Leis estará resolvida?

A sucessão da presidência da Câmara Municipal depende muito dos vereadores. A maioria já entendeu que o vereador Papy [PSDB] é o melhor nome. E é uma pessoa que vai dar a governabilidade necessária que o Executivo precisa, mas não abrindo mão da independência da Casa de Leis. O Legislativo é um Poder independente, mas os Poderes podem ser harmônicos também, buscando sempre a harmonia para chegar ao mandato de entrega, ao mandato de realizações, para atender a sociedade.

Portanto, eu acredito que, aos poucos, o Papy está consolidado como presidente. Não é o presidente de partido, de um ou de outro, mas o presidente de todos. Vamos fazer, vou torcer para ser chapa única e o Papy vai fazer uma boa gestão, vai cuidar do Legislativo e vai também dar uma atenção especial aos projetos que forem de interesse da sociedade e sempre abrindo para o debate e para o diálogo. Eu estou apoiando o Papy e, com certeza absoluta, nós vamos ganhar essa eleição da mesa.

Como foi a sua reeleição para vereador? Foi mais complicada do que nos pleitos anteriores?

A minha reeleição foi tranquila. Eu fiquei 12 dias sem poder fazer reuniões, porque tive um problema de saúde. Tinha mais de 30 reuniões marcadas e tive de adiar, devido a esse problema de saúde. Entretanto, foi um trabalho consolidado que nós tivemos aí durante os quatro anos.

A minha candidatura já é, pela segunda vez, uma das mais votadas da Câmara. Na eleição de 2020, por exemplo, eu perdi para o vereador Thiago Vargas [PP], que veio como o novo e foi o mais votado. E agora eu perdi para o Marcos Trad [PDT], que foi deputado estadual e duas vezes prefeito de Campo Grande, e para o Rafael Tavares [PL], que era ex-deputado estadual e foi cassado recentemente.

Porém, mais de 12 vereadores candidatos, dos 28 vereadores que saíram à reeleição, eu fui o mais votado pela segunda vez, 2020 e 2024. Então, foi uma eleição tranquila, e eu deixei para a população julgar o nosso trabalho. Os eleitores julgaram positivamente, nos dando o quinto mandato e a terceira posição no ranking dos eleitos.

Reeleito para mais quatro anos, quais são os seus projetos?

O nosso projeto é sempre estar ao lado da sociedade e fazer com que realmente termine essas obras paradas, bem como fazer com que os serviços públicos cheguem até a sociedade, principalmente nas áreas da saúde e assistência social. E eu vou estar ali cobrando, reivindicando, para que o nosso mandato seja melhor do que o atual em termos de resultado. Com certeza absoluta, o quinto mandato será melhor do que o quarto.

Qual a avaliação que o senhor faz sobre a reeleição da prefeita Adriane Lopes?

Sobre a reeleição da Adriane Lopes [PP], ela pegou o mandato em andamento e, no seu último ano, agora, 2024, deu uma aprimorada, principalmente na atenção básica dos serviços públicos, tipo recapeamento das ruas asfaltadas, atendeu bem aquela questão da favela do Mandela. Ela ainda estava andando bastante, enfrentando aquela questão da Avenida Ernesto Geisel, entre outros temas.

Além disso, o candidato Beto Pereira [PSDB] foi muito mal no primeiro turno e, no segundo, a candidata Rose Modesto [União Brasil] perdeu a mão ao começar a atacar Adriane. Já a prefeita demonstrou para a população que estava querendo trabalhar e, aí, o povo de Campo Grande deu esse voto de confiança, permitindo que a Adriane administre a cidade por mais quatro anos.

Ela demonstrou credibilidade de que realmente vai desenvolver o que prometeu. Mas uma das coisas mais importantes que ela ganhou no segundo turno foi a parceria do governador Eduardo Riedel [PSDB] e, somando com a força da senadora Tereza Cristina [PP], deixou a reeleição dela praticamente encaminhada. 

Para o senhor, quais são os gargalos que precisam ser solucionados em Campo Grande?

O maior gargalo que eu vejo para a Prefeitura de Campo Grande resolver é essa questão da saúde pública, principalmente a parte dos exames médicos, da atenção básica e da falta de leito hospitalar. Hoje, nós temos várias pessoas que ficam de seis a sete dias nos postos de saúde aguardando vaga em uma Unidade de Tratamento Intensivo [UTI] ou em um Centro de Tratamento Intensivo [CTI], e todos sabem que um infarto ou um acidente vascular cerebral [AVC] não esperam.

Se a pessoa não for socorrida rapidamente, ela perde a vida ou fica com sequelas para o resto da vida. Por isso, na minha opinião, a saúde pública é o principal gargalo da nossa cidade. Na habitação popular, nós também precisamos melhorar, pois há vários anos não entregamos mais moradias para a população mais carente.

Além disso, na área social, o centro de Campo Grande está cheio de moradores em situação de rua e, para isso, teremos de encontrar uma solução. A respeito das obras paradas na parte de infraestrutura urbana, nós temos de melhorar muita coisa e, aí, a Câmara tem de ajudar a prefeita, que tem bons projetos e está preocupada com isso. Por isso, o que depender da Câmara e do vereador Carlão, a gente vai estar junto.

Qual a opinião do senhor a respeito do papel da Câmara Municipal neste segundo mandato da prefeita Adriane Lopes?

Olha, o papel da Câmara é importante, pois o Poder Legislativo não pode abrir mão das suas prerrogativas, mas tem que, com a prefeita Adriane Lopes, com o Poder Executivo, ajudar a solucionar os problemas da cidade. Campo Grande tem problemas gravíssimos, como as enchentes, as obras paradas, a saúde, a área social e a infraestrutura urbana nos bairros. Nós temos aí a manutenção das praças, das ruas e dos parques. Eu penso que a Câmara tem que estar ativamente cobrando e ajudando a solucionar esses problemas.

Em 2026, teremos mais uma eleição. O senhor pretende sair candidato a deputado federal ou estadual?

Nas eleições de 2026, eu pretendo sair candidato a deputado federal. Se o partido precisar de mim, eu estou pronto para disputar a eleição para deputado federal e ajudar a legenda a crescer e ter uma bancada federal mais forte. E nós vamos organizar uma chapa para isso, pois temos que ter nove candidatos fortes, incluindo do interior. O PSB já tem o Chicão Viana, que é vereador em Corumbá também e pretende sair candidato. A gente tem que pegar mais ex-prefeitos e ex-vereadores do interior para a gente fazer uma chapa forte e, dessa forma, eleger um deputado federal.

Qual o conselho que o senhor deixa para os vereadores eleitos para o primeiro mandato?

Pela experiência que eu tenho, gostaria de dizer aos vereadores de primeiro mandato que eles têm de trabalhar sempre com um mandato de entrega e que chega até as pessoas. Eles têm de ser o despachante dos problemas da sociedade, sejam eles em nível municipal, estadual e até federal. Então, eu penso que os vereadores novatos precisam ser aquele elo entre o povo e o Poder Executivo.

Agora, o conselho que eu dou para eles é sempre construir. Se forem da base da prefeita, precisarão mostrar resultados, se forem oposição, que façam uma oposição construtiva, mas nunca abandonem as próprias bases, nunca abandonem os parceiros e sempre trabalhem em prol da cidade, não de um único grupo.

Para finalizar, o senhor acredita que os próximos anos serão de pleno desenvolvimento para Campo Grande?

Eu penso que, se fizer um ajuste na máquina administrativa e a política financeira nacional e estadual ajudar, fazendo com que o nosso PIB [Produto Interno Bruto] apresente um crescimento, Campo Grande pode voltar a se desenvolver e a crescer.

As cidades do entorno de Campo Grande estão crescendo bastante, como Sidrolândia e Ribas do Rio Pardo, e a nossa Capital precisa que em 2025 retome o pleno desenvolvimento.

Agora, precisamos que a prefeita enxugue a máquina administrativa e faça parcerias com o governo do Estado e com a União para que tenhamos grandes obras para impactar economicamente o nosso município, tipo o macroanel rodoviário, os viadutos necessários, mais casas populares e uma boa lei de atração de investimentos privados, para que novas empresas venham para Campo Grande, gerando mais emprego e renda. Eu acredito que Campo Grande volta a crescer e se desenvolver bem forte mesmo, estou muito esperançoso, confiante e otimista.

Perfil - Carlos Augusto Borges

Natural de Pedro Gomes (MS), onde passou parte de sua infância e adolescência, Carlão mudou-se para Campo Grande no fim dos anos 1970 e iniciou sua luta em favor dos movimentos populares. Casado, pai de três filhos, ele foi morador do Jardim Campo Verde (antigo corredor do Bairro Nova Lima), por mais de 30 anos. Atualmente, mora no Coronel Antonino e está em seu quarto mandato como vereador.

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Política

Alckmin: essência do pacote fiscal foi aprovada e vai zerar déficit

Vice-presidente critica juro alto para combater inflação de alimentos

23/12/2024 20h00

Alckmin: essência do pacote fiscal foi aprovada e vai zerar déficit

Alckmin: essência do pacote fiscal foi aprovada e vai zerar déficit BRUNO PERES/AGÊNCIA BRASIL

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O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou nesta segunda-feira (23) que, mesmo com alterações do Congresso Nacional, as medidas do pacote fiscal apresentadas pelo Executivo foram amplamente aprovadas, o que deve zerar o déficit nas contas públicas em 2025, que é a meta estabelecida pelo governo. 

"Eu entendo que a aprovação, pelo Congresso Nacional, das propostas do governo para zerar o déficit foram importantes. Não foi aprovado exatamente que o governo mandou, mas foi aprovada a parte mais significativa para não ter déficit. Não tendo déficit, a gente deve ter juros menores e crescimento da economia maior", disse o vice-presidente à Agência Brasil, depois de participar da gravação de um programa no CanalGov, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Após a conclusão de uma maratona de votações na semana passada, de um pacote com três medidas legislativas, incluindo um projeto de lei complementar e uma proposta de emenda à Constituição, a estimativa de economia de gastos foi reduzida em R$ 2,1 bilhões, segundo cálculos do Ministério da Fazenda. Isso ocorreu por causa das mudanças promovidas pelos parlamentares, que reduziram o alcance de algumas medidas.

A previsão inicial da pasta era de que as medidas fiscais teriam capacidade de economizar R$ 71,9 bilhões em dois anos, mas o valor deve ficar em R$ 69,8 bilhões, entre 2025 e 2026.

Inflação e juros

Perguntado sobre a inflação, que deve encerrar o ano um pouco acima do teto da meta, Alckmin ponderou que vem sendo puxada, no segundo semestre, pela elevação no preço dos alimentos, ainda em decorrência da seca da última safra. O vice-presidente também criticou o aumento da taxa básica de juros, a Selic, como forma de combater uma inflação causada por intempérie climática, e comparou a postura do Banco Central do Brasil com a do Federal Reserve (Fed), o BC dos Estados Unidos.

"A inflação, no segundo semestre, foi muito de alimento, em razão da seca que nós tivemos. Por que o preço do café aumentou? Seca e calor. Não adianta aumentar juros, então o Fed, o Banco Central americano, exclui energia e alimentação no estudo e no cálculo da questão inflacionária. Eu acho que nós vamos ter um ano muito bom – até agora, todo o cenário é positivo para o ano que vem em termos de clima. Por isso, a expectativa de aumento de produção agrícola deve passar de 6% ano que vem, [exatamente] 5,8% a mais. Uma produção mais robusta é mais emprego e queda de preço", observou o vice-presidente.

Há duas semanas, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC voltou a elevar a taxa Selic, desta vez em um ponto percentual, para 12,25%, em decisão unânime dos diretores da instituição. A alta do dólar e as incertezas em torno da inflação e da economia global foram as principais razões alegadas pelo Copom para endurecer os juros.  

"Todos os países emergentes, como nós, tiveram uma desvalorização das suas moedas, e o dólar aumentou. Por guerras, geopolítica, mas, no que depende de nós, acho que podemos ter um cenário melhor, com bom ajuste fiscal", acrescentou Alckmin.

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerada a inflação oficial do país – em 2024 passou de 4,89% para 4,91%. A avaliação consta na edição do Boletim Focus, desta segunda. A previsão do crescimento da economia brasileira neste ano também subiu, passando de 3,42% para 3,49%.

Mercosul-União Europeia

O vice-presidente ainda comentou a expectativa de internalização do acordo entre União Europeia e Mercosul, cujos termos finais foram assinados no início de dezembro, após mais de 25 anos de negociação. Para entrar em vigor, no entanto, o tratado ainda precisa percorrer um longo caminho formal, que inclui revisão legal e aprovação interna pelos parlamentos dos 31 países envolvidos (27 europeus e quatros sul-americanos), entre outras etapas.

"Eu diria que o mais importante já foi feito, ele [o acordo] não pode ser alterado mais, não se discutem mais os termos do acordo. Agora, é avançar na internalização do acordo que é muito positivo. Comércio exterior é emprego na veia, são empresas que vão vender mais, vão contratar mais, vão conquistar mais mercados."

Política

Deputada Camila Jara para viatura da polícia em defesa dos donos de bares da 14 de Julho

Diante do ocorrido, a Associação e o Centro Social de Policiais Militares e Bombeiros Militares repudiaram "a intervenção" da parlamentar

23/12/2024 17h45

Reprodução Redes Sociais

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Após a deputada federal Camila Jara (PT-MS) ter interpelado a ação da polícia militar - contra os proprietários de bares da rua 14 de Julho -, a Associação e Centro Social de Policiais Militares e Bombeiros Militares de Mato Grosso do Sul (ACS/PMBM/MS) repudiou a atitude da parlamentar.

Muito embora a Prefeitura Municipal de Campo Grande tenha sancionado a Lei nº 7.294, que instituiu os bares da 14 de Julho como corredor gastronômico, por mais de uma vez, passadas as eleições municipais de 2024, a ação da Polícia Militar (PM) tem causado transtornos e gerado impasses que envolve os baristas, frequentadores e moradores dos arredores.

Como bem acompanha o Correio do Estado, o ‘rolê na 14 de julho' tem sido alvo de discussão na Câmara Municipal de Campo Grande que chegou a promover audiência pública para debater com os empresários e representantes da sociedade civil, com intuito de ouvir e compartilhar ideias que busquem o desenvolvimento. 

Desta vez, na noite de sábado (21), a deputada federal Camila Jara, segundo informou sua assessoria, estava acompanhando as atividades dos bares da 14 de Julho - a convite dos empresários - quando se deparou com uma operação policial.

Conforme a nota, o objetivo dos agentes era fechar os bares antes do horário previsto. Nesse ínterim, os frequentadores começaram a reclamar de uma suposta truculência por parte dos militares, mesmo enquanto os empresários apresentavam os alvarás de funcionamento, devidamente expedidos pela prefeitura.

Com o efetivo composto por três viaturas da Polícia Militar, os policiais exigiam o fechamento dos bares antes do horário estabelecido, e a deputada federal decidiu intervir.

“Ao perceber o conflito, a parlamentar, que acabara de chegar de Brasília para o recesso de final de ano, se identificou e interpelou o tenente responsável sobre a razoabilidade da atuação.”

Segundo a nota da deputada, o efetivo deixou a 14 de Julho e seguiu em direção a um bar em frente ao Armazém Cultural. Neste momento, depararam-se novamente com Camila Jara.

“Um soldado do Primeiro Batalhão da Polícia Militar chegou a apontar a pistola para a representante e ameaçou prendê-la. O militar abaixou a arma apenas depois que a congressista se identificou pela segunda vez”, diz a nota.

Durante a ação, o tenente responsável pela operação e a deputada federal chegaram a um consenso. Não encontrando nenhuma irregularidade no bar, que possuía alvará em dia, o estabelecimento seguiu funcionando normalmente.

Leia a nota da ACS/PMBM/MS 

"ACS/PMBM/MS vem a público repudiar a atuação da deputada federal Camila Jara PT/MS, ao confrontar sem justificativa a atividade policial militar desempenhada na região central de Campo Grande/MS, na noite do dia 21/12/2024.

A Polícia Militar possui importante atribuição constitucional de realizar policiamento ostensivo e preventivo, com o objetivo de preservar a ordem pública. 

É fundamental destacar que a atuação da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul é pautada pela legalidade, proporcionalidade, com técnica e respeito, refletindo em um dos estados mais seguros do Brasil para se viver.

Neste contexto, a intervenção da deputada federal Camila Jara se revela totalmente descabida e inoportuna, pois sua postura ao embaraçar o exercício da atividade policial compromete a segurança e o interesse público na manutenção da ordem.

A ACS enaltece o trabalho dos policiais militares do Estado e parabeniza a postura técnica e profissional dos militares envolvidos, o episódio reforma que temos uma Polícia Militar preparada e treinada para garantir a ordem pública, mesmo diante das mais variadas adversidades, sejam elas praticadas por criminosos ou autoridades públicas"

Posicionamento de bancada

Após o episódio, a bancada do Partido dos Trabalhadores de Mato Grosso do Sul emitiu nota afirmando que a PM repetiu “o padrão” utilizado nos últimos três meses de coação de atividades asseguradas por lei.

Na nota, os parlamentares do PT se solidarizaram com a deputada federal, informando que ela estava no local a pedido dos empreendedores quando a ação ocorreu.


“A bancada parlamentar do Partido dos Trabalhadores de Mato Grosso do Sul se solidariza com a atuação da representante, com as reclamações dos membros do Movimento Ocupa Centro, dos frequentadores e dos empresários dos bares do centro de Campo Grande, porque entende que o direito ao lazer, à cultura e ao empreendedorismo deve ser assegurado pelos agentes do Estado — e não reprimido.” e ainda:

“Nós acreditamos, acima de tudo, que o diálogo é a ferramenta que devemos seguir em todas as instâncias democráticas: seja em uma operação policial na Avenida 14 de Julho, seja no parlamento para defender o direito de empresários, moradores e frequentadores. A Campo Grande que queremos respeita as diversidades e as diferenças. É uma cidade alegre e livre, com lazer e sossego para todos. Por esse sonho possível, nós, parlamentares eleitos para defender o povo, fazemos um apelo a todos que lerem esta minuta: não deixem o futuro criativo da Capital acabar. Convidamos você a sonhar e trabalhar conosco por esse horizonte. A economia criativa merece apoio!”


Assinaram a nota o ex-governador e deputado estadual Zeca do PT, a deputada federal Camila Jara, o deputado federal Vander Loubet, os deputados estaduais Gleice Jane e Pedro Kemp, e os vereadores Luiza Ribeiro, Landmark Rios e Jean Ferreira.

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