Política

CAMPO GRANDE

Pesquisa aponta empate técnico entre Bolsonaro e Lula

Levantamento IPR/Correio do Estado com os eleitores da Capital apontou cenário polarizado, com empate técnico entre o atual e o ex-presidente

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O livramento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) das penas impostas pela 13ª Vara Federal de Curitiba (PR) mexeu com o cenário político nacional e já causa reflexos também em Mato Grosso do Sul. Em Campo Grande, se as eleições de 2022 fossem hoje, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e Lula estariam tecnicamente empatados no primeiro lugar.

O Correio do Estado em parceria com o Instituto de Pesquisas Resultado (IPR) ouviu a população de Campo Grande nos dias 11 e 12 de março e, na pesquisa estimulada, Bolsonaro aparece com 29,84% das intenções de voto, enquanto o ex-presidente tem 26,35% da preferência do eleitorado da Capital.

A margem de erro da pesquisa IPR/Correio do Estado é de 5,5% para mais ou para menos. E o índice de confiança é de 95%. Ao todo, 315 pessoas foram entrevistadas.

Neste mesmo cenário em que Bolsonaro e Lula aparecem empatados, um “prata da casa”, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), tem 3,49% da preferência do eleitor da Capital.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

O ex-ministro da Justiça e ex-juiz da Lava Jato, autor de uma das condenações contra Lula, Sergio Moro (sem partido) tem 2,86% da preferência do eleitorado.

Aparece na sequência neste cenário – em que são colocados todos os nomes que despontam para a disputa presidencial – o apresentador da TV Globo Luciano Huck (sem partido), com 1,27%. Ele tem a mesma pontuação de Ciro Gomes (PDT).

João Amoêdo (Novo) tem 0,95% e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), teve a preferência de 0,32% do eleitorado de Campo Grande. Álvaro Dias (Podemos) não pontuou.

“A pesquisa mostrou que os dois atores principais nas eleições de 2022 devem ser Lula e Bolsonaro e, por enquanto, os outros estão fora do páreo, ao menos em Campo Grande”, explica Aruaque Fresato Barbosa, diretor do IPR. “Isso fica muito claro na diferença expressiva em relação aos outros: o Mandetta, por exemplo, que é de Mato Grosso do Sul, teve aproximadamente 3% dos votos”, complementa.

Sem Lula

Uma das evidências de que a presença de Lula na disputa para 2022 alterou o jogo político, pelo menos em Campo Grande, é que quando Fernando Haddad (PT) substitui seu colega em outro cenário, a transferência de votos de Lula não ocorre, e daí Bolsonaro – que mantém a mesma votação – fica com mais folga sobre os adversários, em que pese uma larga margem de indecisos.

Nesta possibilidade, Bolsonaro teria 29,84% dos votos, muito à frente de seu ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que tem 3,81% da preferência do cidadão de Campo Grande.

O terceiro colocado neste cenário é o ex-juiz e também ex-ministro de Bolsonaro Sergio Moro, com 3,49% de preferência. Luciano Huck (1,90%) e Ciro Gomes (1,59%).

O petista Fernando Haddad aparece somente na sexta posição neste cenário, com 1,27% dos votos, seguido por João Amoedo (0,95%), João Doria (0,32%) e Álvaro Dias, que não pontuou.  

Neste cenário, 12,38% não optaria por nenhum deles (seria a segunda posição), e outros 44,44% não souberam ou não quiseram responder (volume muito maior que a preferência por Bolsonaro, que aparece em primeiro).  

O diretor do IPR enxerga neste próximo pleito uma baixa capacidade de transferência de votos tanto de Lula quanto de Bolsonaro, algo que foge à regra das eleições em que ambos saíram vencedores. Nas duas ocasiões, o efeito “onda” fez com que eles construíssem uma grande bancada.

“Na eleição passada, por exemplo, os candidatos que apoiaram Bolsonaro fizeram muitos votos. Isso não deve mais acontecer. Na eleição passada, essa tendência já ganhou força”, constata.

Embate

Em uma situação muito parecida com um segundo turno, Bolsonaro e Lula ficariam tecnicamente empatados, quase no limite da margem de erro.  

No duelo dos dois em Campo Grande, o atual presidente da República teria 31,43% dos votos, enquanto que o ex-presidente, 26,35%. O total de eleitores que não sabem ou não quiseram responder chega a 25,08%, enquanto os que não votariam em nenhum dos dois, representam 17,14%.  

Rejeição

Uma das provas de que as eleições de 2022 serão muito polarizadas está na rejeição aos que se colocam como possíveis candidatos. Lula e Bolsonaro também empatam nesse quesito.  

O petista tem 20,63%, enquanto que o atual presidente (sem partido) tem rejeição de 17,78%. Moro (1,90%), Huck (1,59%), Mandetta (1,27%), Fernando Haddad (0,63%) e Ciro Gomes (0,63%) tiveram baixa rejeição. Dória, Amoedo e Álvaro Dias não tiveram rejeição.

Rejeitam todos os nomes apresentados, 12,38% dos eleitores, enquanto 34,60% não souberam ou não quiseram responder.

“Até o fim do ano, vejo que Lula terá de tentar se viabilizar na questão judicial [imagem jurídica propriamente dita], enquanto Bolsonaro terá de melhorar o cenário econômico e tentar se libertar da rejeição muito forte criada sobre vários fatores: declarações, gestão da pandemia, entre outras”, explica Aruaque Barbosa.

Polarização

Outro cenário que denota a alta polarização é a baixa capacidade de transferência de votos. Somente 12,06% dos eleitores de Campo Grande aceitariam votar no candidato indicado por Jair Bolsonaro, enquanto 41,27% não votaria. Indiferentes foram 20,32% e 26,35% não quiseram ou não souberam responder.

O caso de Lula é muito semelhante. Apenas 12,38% votariam no candidato indicado pelo ex-presidente, enquanto 44,13% não votariam em quem ele indicasse. Os indiferentes são 16,83% e 26,67% não quiseram ou não souberam opinar. 

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ACEITOU

Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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