Política

Eleições em Campo Grande

Prescrição e Câmara de Terenos "limpam" ficha de Beto e juiz defere candidatura

Apesar da prescrição e da necessidade de validação pela Câmara, juiz reconheceu condenações e lista do TCE-MS

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O juiz da 36ª Zona Eleitoral de Campo Grande, Ariovaldo Nantes Corrêa, negou os pedidos de impugnação ajuizados pela federação PSOL/Rede e pelo PSDC com base na Lei da Ficha Limpa e deferiu o registro da candidatura a prefeito da Capital do deputado federal Beto Pereira (PSDB). Cabe recurso da decisão.

O magistrado entendeu que, apesar de Beto Pereira ter sido condenado três vezes pelo Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), tais contas não foram reprovadas pela Câmara Municipal de Terenos. Corrêa aplicou a súmula do Supremo Tribunal Federal, segundo a qual a apreciação das contas dos prefeitos deve ser feita por dois terços dos vereadores, e conta apenas com o “auxílio do Tribunal de Contas”.

Além disso, um outro motivo livrou Beto Pereira de ter sua candidatura a prefeito de Campo Grande impugnada: as três condenações do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul contra ele estão prescritas, com o prazo para suscitar a inelegibilidade do deputado federal tucano já decorrido.

A sentença não trata dos motivos pelos quais essas condenações não apareceram em listas de pleitos anteriores.

Desde que foi condenado, Beto Pereira elegeu-se deputado federal por duas vezes e, em 2014, foi eleito deputado estadual logo após deixar a prefeitura de Terenos.

O juiz reconhece as condenações e a lista que colocou o candidato tucano no rol das pessoas que podem ser alvo da Lei da Ficha Limpa.

“Por fim, apenas a fim de esclarecimento considerando as matérias veiculadas acerca de decisão proferida por este juízo, não se pode olvidar que o impugnado de fato figurou em lista de candidatos cujas contas foram reprovadas, mas tal situação fática, por si só, não importa em sua automática inelegibilidade, sendo necessário o preenchimento dos requisitos legais para aplicação da medida, o que não se verifica”, justificou o magistrado.

Motivo das condenações

Quando foi prefeito em Terenos, Beto Pereira foi condenado pelo TCE-MS por comprar passagens aéreas sem licitação e por fazer pagamentos a pessoas físicas sem comprovação da execução do serviço. Por fim, a terceira condenação foi por irregularidades na gestão dos recursos públicos, no lançamento e cobrança de impostos como ISS e IPTU.

Quanto às condenações pelo TCE-MS, apesar de não ser matéria da competência do magistrado na Justiça Eleitoral, ele lembrou que a nova Lei de Improbidade administrativa também poderia afastar a culpabilidade de Beto Pereira nestes casos. Em 2021, a Câmara dos Deputados, presidida por Arthur Lira (PP-AL), aprovou, e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou mudanças que abrandam a Lei de Improbidade, como a exigência da demonstração de má-fé do gestor, e não mais sua condenação por culpa grave ou dolo genérico.

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Política

PGR deve se manifestar sobre o caso Silvio Almeida, solicita Ministro do STF

Processo está em sigilo de Justiça

15/09/2024 13h33

 Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça

Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça Fotos: Carlos Moura/ SCO/ STF

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, pediu manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a competência da Corte para analisar as denúncias de assédio sexual contra o ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida.

Na semana passada, Lula demitiu Almeida, “considerando a natureza das acusações” e por julgar “insustentável a manutenção do ministro no cargo”.

Na última quinta-feira (12), a Polícia Federal (PF) enviou ao STF um relatório preliminar da investigação aberta para apurar o caso. André Mendonça foi sorteado como relator e, nesta sexta-feira (13), encaminhou o processo para manifestação da PGR.

Como as acusações tratam do período no qual o ex-ministro tinha foro privilegiado, a PF pede que o STF defina se a questão deve ser analisada pela Corte ou por instâncias inferiores da Justiça. O processo está em sigilo de justiça, como de costume em ocorrências envolvendo denúncias de violência sexual, e não há prazo para decisão do ministro André Mendonça.

As denúncias contra Silvio Almeida foram tornadas públicas pelo portal de notícias Metrópoles na quinta-feira (5) e confirmadas pela organização Me Too, que atua na proteção de mulheres vítimas de violência. Sem revelar nomes ou outros detalhes, a entidade afirma que atendeu a mulheres que asseguram ter sido assediadas sexualmente pelo então ministro.

Importunação
Entre as vítimas de Almeida estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Apontada como alvo de importunação sexual, a ministra ainda não se pronunciou publicamente sobre o caso, mas divulgou uma nota nas redes sociais pedindo respeito à sua privacidade e afirmando ser inaceitável relativizar ou diminuir episódios de violência e abuso sexual.

Na terça-feira (10), a PF ouviu uma das mulheres. O depoimento é mantido em sigilo. A Comissão de Ética Pública da Presidência da República também abriu procedimento preliminar para apurar o caso.

Responsável por investigar irregularidades trabalhistas, o Ministério Público do Trabalho (MPT) também instaurou um inquérito civil para apurar as recentes denúncias. Segundo o órgão, a Procuradoria Regional do Trabalho no Distrito Federal e no Tocantins (PRT-10) recebeu uma denúncia anônima contra Silvio Almeida depois do caso noticiado pelo Metrópoles. A partir da denúncia anônima e do noticiário, um procurador do Trabalho decidiu instaurar um inquérito de ofício, ou seja, independentemente de ter sido provocado por uma parte interessada. A medida, por si só, significa que o procurador concluiu ser necessário o MPT apurar os fatos.

Defesa
Advogado, professor universitário e por muitos considerado referência no debate sobre as relações raciais e o racismo na estruturação nacional, Silvio Almeida nega as acusações. Em uma primeira nota divulgada na noite de quinta-feira (5), o ainda ministro chegou a se referir às acusações como “mentiras” e “ilações absurdas”, alegando que lhes faltavam materialidade, ou seja, indícios objetivos da existência de crime.

Na sexta-feira (6), a defesa do ex-ministro informou que acionou a Justiça Federal para obter explicações da organização Me Too. Para o lugar de Silvio Almeida no Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, o presidente Lula nomeou a deputada estadual mineira Macaé Evaristo.
 

*Informações da Agência Brasil 

CAMPO GRANDE

Candidatos à prefeitura já investiram mais de R$ 444 mil com mídias sociais

Nos últimos 90 dias, os cinco principais candidatos a prefeito estão investindo pesado tanto no Facebook quanto no Instagram

14/09/2024 10h00

Candidatos à prefeitura já investiram mais de R$ 444 mil com mídias sociais

Candidatos à prefeitura já investiram mais de R$ 444 mil com mídias sociais Arquivo

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Passados 20 dias da primeira consulta à empresa Metaverso, a Meta, responsável pelas redes sociais Facebook e Instagram, para verificar o quanto os oito postulantes à cadeira de chefe do Executivo de Campo Grande gastaram para impulsionar as suas respectivas propagandas eleitorais, o Correio do Estado registrou um aumento expressivo de mais de seis vezes.

Conforme o levantamento feito pela reportagem, nos últimos 90 dias, os candidatos Rose Modesto (União Brasil), Beto Pereira (PSDB), Adriane Lopes (PP), Camila Jara (PT) e Beto Figueiró (Novo) investiram no total R$ 444.204,00 com impulsionamento no Facebook e no Instagram, enquanto na consulta feita há 20 dias esse montante era de R$ 75.346,00.

Agora, até o momento, a campeã de gastos é a ex-deputada federal Rose Modesto, a qual, em 90 dias, investiu o valor de R$ 175.022,00 – há 20 dias o valor estava em R$ 44.587,00.

Depois dela, aparecem o deputado federal Beto Pereira, que destinou R$ 129.933,00 (antes eram R$ 15.402,00), e a atual prefeita da Capital, Adriane Lopes, que reservou R$ 93.435,00 (anteriormente foram R$ 15.357,00).

Já a deputada federal Camila Jara usou R$ 31.514,00 (antes foram R$ 1.735,00), enquanto o advogado Beto Figueiró aplicou R$ 14.300,00 (há 20 dias eram R$ 4 mil).

Por sua vez, os candidatos Ubirajara Martins (DC), Luso Queiroz (Psol) e Jorge Batista (PCO) – considerados os “azarões” no pleito de 6 de outubro –, até o momento, nos últimos 90 dias, não gastaram com impulsionamento nas duas redes sociais mencionadas.

EM UMA SEMANA

Ainda de acordo com o levantamento realizado pelo Correio do Estado, na última semana, com os postulantes já podendo contar com o reforço da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão, os cinco candidatos que estão investindo em impulsionamento no Facebook e no Instagram gastaram 
R$ 219.989,00.

Considerando apenas esses sete dias, o campeão de gastos é Beto Pereira, com investimento de R$ 88.664,00, enquanto logo em seguida aparecem Rose Modesto (com R$ 70.802,00), Adriane Lopes (com R$ 28.623,00), Camila Jara (com R$ 23.835,00) e Beto Figueiró (com R$ 8.065,00).

Segundo os consultores e especialistas em anúncios digitais ouvidos pelo Correio do Estado, é normal nas campanhas eleitorais que a plataforma de anúncios da Meta receba uma avalanche de contratações, tanto dos candidatos a prefeito na Capital e nas cidades do interior quanto dos candidatos a vereador.

Para os especialistas, como os candidatos não tinham ainda a propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão, a saída foi investir nas redes sociais – que não são uma mídia considerada cara.

Além disso, ainda conforme os consultores, há um direcionamento preferencial dos candidatos para impulsionar os anúncios nessas duas redes sociais, que têm maior abrangência entre os internautas.

INTERIOR

O Correio do Estado também aproveitou para consultar os dados dos sete candidatos a prefeito de Dourados.

Por lá, os campeões de investimentos em impulsionamento no Facebook e no Instagram foram o atual prefeito, Alan Guedes (PP), a empresária Bela Barros (PDT), o professor universitário Tiago Botelho (PP), o radialista Marçal Filho (PSDB) e o farmacêutico Racib Harb (Novo).

Conforme o levantamento realizado pela reportagem, nos últimos 90 dias, esses cinco candidatos a prefeito de Dourados já gastaram quase R$ 60 mil.

Até o momento, a campeã de gastos é Bela Barros, que destinou R$ 26.581,00 em 90 dias – há 20 dias, esse montante era de R$ 3.325,00. Na sequência, aparece Alan Guedes, que no mesmo período investiu R$ 22.200,00 (anteriormente eram 13.296,00).

Mais atrás estão Tiago Botelho, que reservou R$ 8.238,00 em 90 dias (há 20 dias eram R$ 2 mil); Marçal Filho, que usou R$ 2.306,00 (antes foram R$ 962,00); e Racib Harb, que aplicou R$ 531,00 (montante que, anteriormente, era R$ 500,00).

Demais candidatos a prefeito de Dourados, Beto Teles (Psol) e Valderi Garcia (PCO) até o momento não gastaram com impulsionamento nas duas redes sociais nos últimos 90 dias. Na última semana da campanha, o Correio do Estado fará uma nova consulta.

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