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Reajuste torna salário de Adriane o 6º maior nas capitais do país; veja

Salto em remuneração torna prefeita a mais bem paga entre as principais prefeituras do Centro-Oeste

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Um acordo judicial entre a Câmara de Vereadores e a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), tornará a líder do executivo municipal a 6ª mais bem paga entre as prefeituras das capitais de todo o Brasil. Previsto para a sessão desta terça-feira (15), o projeto se desenrolou por meio de um imbróglio que prevê o acréscimo de 67% sobre o salário de Adriane, atualmente em R$ 21,2 mil.

Conforme apurado pela reportagem, com o reajuste, os vencimentos da prefeita da capital serão superiores aos de outras 20 prefeituras, e inferiores apenas aos ganhos nas prefeituras das capitais em: São Paulo (SP); Palmas (TO); Porto Velho (RO); Florianópolis (SC) e Rio de Janeiro. A medida produzirá efeito cascata para todo o primeiro escalão da prefeitura e para cerca de 500 auditores-fiscais, médicos, educadores, procuradores e dentistas ativos e aposentados.

Lista 

  • São Paulo (SP): R$ 38.039,38
  • Palmas (TO): R$ 37.627,28
  • Porto Velho (RO): R$ R$ 37.366,93
  • Florianópolis (SC): R$ 35.823,60
  • Rio de Janeiro (RJ): R$ 35.608,27
  • Campo Grande (MS): R$ 35.462,27
  • Manaus (AM): R$ 35.000
  • Rio Branco (AC): R$ 35.000
  • Porto Alegre (RS): R$ 34,9 mil
  • Belo Horizonte (MG): R$ 34.604,00
  • Goiânia (GO): R$ 34.556,93
  • Curitiba (PR): R$ R$ 33.507,00
  • Cuiabá (MT): R$  33.157,53 
  • Salvador (BA): R$ 32.000
  • Macapá (AP): R$ 31,9 mil
  • João Pessoa (PB): R$ 28.051,52
  • Aracaju (SE): R$ 29.120
  • Fortaleza (CE): R$ 27.391,06
  • Maceió (AL): R$ 26.666,66
  • Natal (RN): R$ 26.000,00
  • Belém (PA): R$ 25.332,25
  • Recife (PE): R$ 25.000,00 
  • São Luís (MA): R$ 25.000,00 
  • Boa Vista (RR): R$ R$ 23.364,00
  • Vitória (ES): R$ 19.217,12 
  • Teresina (PI): R$ R$ 17.690,57

Imbróglio

O reajuste tem como determinante as diversas negativas sobre o aumento salarial de Adriane, e será concedido após muita polêmica, visto que inicialmente, o acréscimo possível seria de até R$ 41,8 mil, cifras que à época, foram contestadas pela própria prefeita, que alegou inconstitucionalidade e pediu para que o  Tribunal de Justiça suspendesse o aumento, que entraria em vigor no dia 1º de fevereiro deste ano. 

Entenda

A 1ª tentativa de subir o salário de Adriane foi enterrada no dia 10 de fevereiro, onde, na ocasião, o órgão especial do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul suspendeu o aumento salarial da prefeita e de outros servidores do funcionalismo público.

A decisão correspondia a lei 7.005/2023, assinada em fevereiro de 2023 pelo então presidente da Câmara Municipal Carlão Borges (PSB), que elevava não somente o salário de Adriane Lopes, mas também o de vice-prefeito para R$ 37.658,61, bem como o salário dos dirigentes de autarquias para R$ 35.567,50.

Como o comando da Câmara já temia esta possibilidade naquela ocasião, colocou em votação dois aumentos, mas em projetos separados. Com o primeiro derrubado, restou a Lei 7006/2023, que previa aumento para R$ 41,8 mil, que também foi derrubada no dia 28 do mesmo mês. Diante das negativas sequenciais, as partes chegaram a um acordo para que o aumento do funcionalismo público fosse firmado.

No período, a lei foi considerada inconstitucional porque, segundo argumentação da chefe do Executivo, não trazia o impacto financeiro do reajuste de gastos, já que provocava efeito cascata ao elevar o teto remuneratório do funcionalismo municipal. 

Um estudo anexado ao processo posteriormente por sindicatos previa aumento mensal da ordem de R$ 8 milhões caso o valor fosse para R$ 41,8 mil. 

Ao falar com  Correio do Estado no último sábado, o presidente da Câmara dos vereadores Epaminondas Neto, o Papy, não soube precisar o impacto financeiro do reajuste, mas afirmou que "a própria prefeitura anexou esses estudos à ação judicial e está tudo dentro da capacidade financeira da administração municipal".

Tanto o Executivo quanto o Judiciário já assinaram a mudança e, segundo o líder do legislativo municipal, os detalhes seriam ajustados nesta segunda (14).  "Foram semanas de articulação madura e esta foi a saída que encontramos para atender tanto aos servidores, que estão há mais de uma década sem reajuste, quanto à prefeita", afirmou Papy. 

Diante disso, a previsão é de que a Câmara vote nesta terça-feira (15), a alteração na lei 7.006, dando a palavra final para o acordo, que tem a anuência do Ministério Público e do Tribunal de Justiça.

Teto

Atualmente, nenhum servidor pode receber salário superior a R$ 21,2 mil. Com isso, até a remuneração dos vereadores acabou sendo afetada, já que desde o começo do ano o salário dos parlamentares passou de R$ 18,9 mil para R$ 26,08 mil. 

Sendo assim, cerca de R$ 4,8 mil são glosados todos os meses da remuneração dos vereadores. Após  a aprovação do acordo, o limite acaba. 

*Saiba

Brasília não consta na lista porque funciona como uma unidade federativa autônoma, gerida pelo governador. 

*Colaborou Neri Kaspary

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INVESTIGAÇÃO

Testemunha afirma que Neno Razuk foi vítima de 'armação' em investigação do jogo do bicho

Neno Razuk é acusado de chefiar organização criminosa que praticava roubos para assumir o comando dos jogos de azar

24/04/2025 16h00

Deputado Neno Razuk

Deputado Neno Razuk Foto: Luciana Nassar / Alems

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Nesta semana, o processo que acusa o deputado Roberto Razuk Filho, o Neno Razuk (PL), de chefiar uma organização criminosa que praticava roubos na intenção de assumir o comando do jogo do bicho em Campo Grande, teve novos desdobramentos. Conforme a defesa de Razuk, o acusado foi vítima de uma armação.

A informação foi confirmada após o depoimento de uma testemunha afirmar com riqueza de detalhes, que, mesmo com a investigação, a organização criminosa continua atuando. Essa testemunha alegou que foi membro do grupo criminoso, e ainda foi ameaçado de morte por diversas vezes.

A testemunha identificada como Ricardo, relatou que era responsável pelo recolhe do dinheiro, e no dia 16 de outubro de 2023, se encontrou com os supostos assaltantes, em uma residência no bairro Monte Castelo. Em seguida, o homem recolheu o dinheiro das apostas, aproximadamente R$ 10 mil, e foi abordado pelos falsos assaltantes. Depois, ele voltou na casa para e recebeu parte do dinheiro levado.

Nesse mesmo dia, equipes do Grupo de Apoio a Repressão de Roubos e Assaltos – (Garras), estiveram no local e apreenderam 700 máquinas de jogo do bicho, onde supostamente funcionava o QG do jogo do bicho liderado pelo deputado.

Após o depoimento da testemunha, o delegado responsável pelo caso Fábio Brandalise, da DERF (Delegacia Especializada na Repressão de Roubos e Furtos), descartou que a suposta organização criminosa comandada por Neno Razuk (PL), tivesse praticado roubos na guerra para assumir o comando do jogo do bicho em Campo Grande.

Conforme o delegado, os assaltos foram investigados pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) porque aconteceram no mesmo dia, e tiveram como alvo, os responsáveis pelo recolhe de quantias do jogo do bicho.

Além disso, a investigação apontou que o grupo teria planejado os supostos crimes para impor o medo contra o grupo paulista e assumir o comando dos jogos de azar após a falência da família Name com a Operação Omertà, deflagrada pela primeira vez em 29 de setembro de 2019.

ENTENDA

A juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, da 4ª Vara Criminal, julga deste setembro de 2024, a ação penal de organização criminosa e exploração do jogo do bicho contra o deputado estadual Neno Razuk (PL).

Razuk foi denunciado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) na Operação Sucessione. Conforme a ação penal, a suposta organização criminosa estaria usando da violência, inclusive com roubos de malote, para assumir o controle do jogo do bicho em Campo Grande, que ficou sem mandante após a Operação Omertà contra a família Name.

Como tem foro privilegiado, Neno Razuk poderia contar com o apoio dos deputados estaduais para se livrar da denúncia por organização criminosa e exploração do jogo do bicho. Diante disso, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado - (Gaeco) deflagrou duas fases da Operação Sucessione e denunciou Razuk em dezembro de 2023.

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EXPLICAÇÕES

PL culpa MDB por calote que sujou nome de dois funcionários de Pollon

A dívida foi gerada nas eleições gerais de 2018 no âmbito da coligação "Amor, Trabalho e Fé", liderada pelo partido do ex-governador André Puccinelli

24/04/2025 15h17

Fac símile da cobrança da dívida pela Procuradoria da Fazenda Nacional e que motivou a negativação no Cadin

Fac símile da cobrança da dívida pela Procuradoria da Fazenda Nacional e que motivou a negativação no Cadin Reprodução

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O diretório estadual do PL em Mato Grosso do Sul esclareceu, nesta quinta-feira (24), que o MDB é o responsável legal pela dívida não paga em 2019 e que provocou a negativação de dois funcionários do deputado federal Marcos Pollon junto ao Cadastro Informativo de Créditos Não Quitados do Setor Público Federal (Cadin).
 
O Correio do Estado divulgou que Felipe Di Benedetto Júnior e Neysaac Alves Pereira ingressaram na Justiça com duas ações declaratórias com pedido de tutela de urgência contra o PL do Estado, alegando que ambos não exerciam qualquer função ou cargo no partido durante o período em que a obrigação tributária foi constituída, mas, sim, a partir de 2023, quando Marcos Pollon assumiu o comando da legenda em Mato Grosso do Sul.
 
Por meio de nota oficial, o PL explicou que a dívida mencionada na matéria publicada pelo Correio do Estado, que resultou na negativação dos nomes de Felipe Di Benedetto Júnior e Neysaac Alves Pereira no Cadin, refere-se a uma obrigação contraída e não quitada durante a gestão anterior da sigla, no período entre 2018 e 2019, à época sob a presidência de Filinto Gomes de Abreu.
 
Ainda conforme a legenda, conforme documentação disponível, a dívida foi gerada nas eleições de 2018, no âmbito da coligação “Amor, Trabalho e Fé”, lidera pelo MDB, partido do ex-governador André Puccinelli, que tentava retornar ao cargo, e composta ainda pelos partidos PL, PRTB, DC, PHS e PRP. 
 
“Na prática, a responsabilidade era do MDB, que não quitou o débito, entretanto, como o PL integrava a coligação, a obrigação acabou recaindo sobre o partido. É importante destacar que os dois citados jamais exerceram cargos ou funções partidárias no PL durante o período em que a dívida se originou, tendo ingressado no partido apenas em 2023, já sob a gestão do deputado federal Marcos Pollon”, detalhou a nota.
 
A legenda acrescentou também que a atual executiva estadual, que tem como presidente o primeiro-suplente de senador Aparecido Andrade Portela, o “Tenente Portela”, e como vice-presidente o deputado federal Rodolfo Nogueira, “reitera que não teve qualquer participação ou conhecimento prévio sobre esse passivo, que só recentemente se tornou público por meio da imprensa”.
 
A executiva estadual do PL ainda reforçou que não há qualquer relação entre essa dívida e a atual administração do partido, tampouco com os representantes da legenda alinhados ao ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro em Mato Grosso do Sul. 
 
“A responsabilização indevida de pessoas que sequer integravam a legenda no momento da ocorrência é injusta e será devidamente contestada nos meios judiciais apropriados. O PL reafirma seu compromisso com a transparência, a responsabilidade fiscal e a retidão na condução partidária, colocando-se à disposição das autoridades competentes para colaborar com o esclarecimento completo dos fatos”, concluiu a nota.

Entenda

Nas duas ações declaratórias com pedido de tutela de urgência impetradas por Felipe Di Benedetto Júnior e Neysaac Alves Pereira, eles alegaram surpresas com a inclusão dos seus nomes no Cadin, pois ambos não exerciam qualquer função ou cargo no partido durante o período em que a obrigação tributária foi constituída, mas, sim, a partir de 2023, quando Marcos Pollon assumiu o comando da legenda em Mato Grosso do Sul.
 
No caso de Benedetto, os autos trazem, em anexo, documento de nomeação que comprova seu ingresso como secretário-geral do PL no Estado apenas no dia 13 de julho de 2023, muito após os fatos geradores da dívida em questão.
 
Na situação de Pereira, o documento demonstra que a nomeação dele como tesoureiro da legenda também foi na mesma data, ou seja, quatro anos depois da dívida fiscal. Ambos faziam parte da equipe de Pollon no diretório regional da sigla.
 
Ainda nas duas ações declaratórias com pedido de tutela de urgência, eles alegaram que foi um evidente erro administrativo redirecionar a responsabilidade fiscal para ambos, pois causou uma obrigação inexistente e ilegal. 
 
Os ex-membros do diretório regional pontuaram que tal situação se traduz em verdadeira afronta à Justiça e à segurança jurídica, pois a inscrição indevida no Cadin está causando prejuízos gravíssimos e irreparáveis a eles.
 
Para Benedetto, a negativação está causando danos à reputação profissional, pois ele é advogado e depende de sua credibilidade e imagem para exercer suas atividades. 
 
“A inclusão indevida compromete sua confiança junto a clientes e terceiros. Também dificulta o acesso ao crédito, pois a negativa por instituições financeiras impacta diretamente na minha vida pessoal e profissional, e abalo moral, já que a inscrição indevida acarreta constrangimento público, ferindo minha dignidade e imagem junto a órgãos e entidades”, escreveu na defesa.
 
Ele completou que tentou resolver a questão de forma extrajudicial com o atual presidente estadual do PL, Aparecido Andrade Portela, o Tenente Portela, primeiro-suplente de senador. Contudo, ele se manteve “inerte, evidenciando total descaso com os danos causados”.
 
Pereira também explicou que a negativação causou danos à reputação profissional, pois ele é policial civil e depende de sua credibilidade e imagem para exercer suas atividades.
 
Disse ainda que a dificuldade no acesso ao crédito impacta diretamente na sua vida pessoal e profissional, bem como provocou abalo moral, por conta do constrangimento público ferir sua dignidade e sua imagem junto a órgãos e entidades.
 
Diante dos fatos, cada um dos autores solicitou à Justiça para declarar a inexistência de qualquer vínculo jurídico ou fiscal entre eles e a obrigação tributária que originou a inscrição no Cadin e que o PL pague, a título de indenização por danos morais, valor não inferior a R$ 20 mil (para cada um), bem como a condenação do partido ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, além da produção de todas as provas admitidas em direito, especialmente documental e testemunhal, se necessário.
 
O juiz David de Oliveira Gomes Filho, 3ª Vara do Juizado Especial Cível e Criminal, determinou a realização de uma audiência de conciliação entre as partes no dia 20 de março deste ano, porém, não chegaram a um consenso. 
 
Por isso, para a fase contenciosa, foi designada audiência de instrução e julgamento para o dia 10 de junho deste ano, quando as partes deverão apresentar as provas que tiverem e estarem acompanhadas de seus respectivos advogados. 

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