Política

REFORMA ADMINISTRATIVA

Riedel apresenta plano de reestruturação do governo; Veja mudanças

Estrutura continuará com 11 secretarias já existentes, mas com criação de 16 novas secretarias executivas, além de mudanças de atribuições

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O governador eleito de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), entregou hoje, na Assembleia Legislativa, um plano de reestruturação do governo para a próxima gestão.

A proposta prevê alterações na estrutura básica do Poder Executivo estadual, com mudanças de atribuições em algumas secretárias e criação de secretárias executivas dentro das pastas já existentes.

Ou seja, a estrutura organizacional continuará com as 11 secretarias atuais, mas com a criação de 16 novas pastas executivas, além de outras alterações.

Apenas a Secretaria Estadual de Educação (SED) permanecerá inalterada.

Não houve aumento de secretarias, não houve diminuição de secretarias, permanecemos com o mesmo número de secretarias, mas houve algumas mudanças de conceito em algumas", explicou Riedel.

Segundo Riedel, as mudanças foram definidas junto a comissão de transição e objetivo é "otimizar a estrutura de governo para dar resultado mais eficiente para a sociedade".

"Algumas áreas não estavam contempladas e, com algumas trocas de posições de áreas responsáveis por políticas públicas, vão ficar mais adequadas", disse.

Ele explica ainda que o que houve são mudanças de atribuições, com as pastas assumindo ou transferindo responsabilidades, para aumentar a eficiência da política pública.

"A gente poderia aumentar a secretarias? Poderia. Mas a gente prefere manter uma linha de otimizar o trabalho do governo num modelo mais enxuto, mas garantir a dimensão da política pública. E é por isso que a gente teve essas transformações", acrescentou.

Devido às mudanças de atribuições e incorporação de outros órgãos, algumas secretarias também tiveram alteração no nome.

Com relação aos nomes de secretários e também dos responsáveis pelas novas secretarias executivas, que deverão ser nomeados, o governador eleito disse que ainda não foram discutidos.

Riedel afirma, no entanto, que algumas pessoas serão mantidas, outros entrarão para "reforçar o time" e alguns ainda serão deslocados para outras áreas.

A proposta apresentada ainda passará por votação na Assembleia Legislativa, em regime de urgência.

Mudanças

Confira as mudanças propostas na estrututa básica do Poder Executivo para o próximo ano:

                                    ATUAL                                                           ALTERAÇÕES
Governadoria Criado o Conselho de Estado
Casa Civil

Recebe a Casa Militar

Cria:
Secretaria Executiva de Gestão Política da Capital;
Secretaria Executiva de Gestão Política do Interior.

Secretaria de Governo e Gestão Estratégica (Segov)

Formaliza o Conselho de Governança

Cria:
Excritório de Relações Internacionais;
Secretaria Executiva de Comunicação;
Secretaria Executiva de Transformação Digital, que recebe responsabilidade do SGI e do Governo Digital;
Secretaria Executiva de Gestão Estratégica e Municipalismo.

Secretaria de Administração e Desburocratização (SAD)

Mantém a sigla SAD, mas retira desburocratização do nome

Cria a Secretaria Executiva de Licitações

Secretaria de Educação (SED) Inalterada
Secretaria de Saúde (SES) Cria nova Diretoria de Governança e Gestão Hospitalar
Secretaria de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast)

Altera o nome para Secretaria de Direitos Humanos e Assitência Social (Sedhas)

Cria:
Secretaria Executiva de Assistência Social;
Secretaria Executiva de Direitos Humanos;
Secretaria Executiva de Orientação e Defesa do Consumidor;
Superintendência para o terceiro setor;
Desloca a Funtrab (Fundação do Trabalho) para a Semadesc

Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro)

Altera o nome para Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc)

Cria:
Secretaria Executiva de Desenvolvimento Econômico Sustentável;
Secretaria Executiva de Agricultura Familiar, de povos originários e comunidades tradicionais;
Secretaria Executiva de Qualificação Profissional e Trabalho;
Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Inovação;
Secretaria Executiva de Meio Ambiente;

Desloca a Fundação de Turismo (Fundtur) para a Setescc

Recebe a MSGás

Secretaria de Cidadania e Cultura (Secic)

Muda o nome para Secretaria de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania (Setescc)

Recebe a Fundtur e a Fundação de Desporto e Lazer (Fundesporte)

Cria assessoria especial da defesa e proteção da vida animal e Superintendência de Economia Criativa e Políticas Integradas

Secretaria de Infraestrutura (Seinfra)

Novo nome para Secretaria de Infraestrutura e Logística (Seilog)

Cria assessoria especial de logística, agrega saneamento a superintendência existente de energia

Desloca a MSGás para a Semadesc

Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp)

Cria:
Secretaria Executiva de Segurança Pública;
Secretaria Executiva de Justiça;
Polícia Penal

 

Secretaria de Fazenda (Sefaz) Transfere para a Segov as atribuições da Superintendência de gestão da informação.

Política

Guimarães: Haddad vai entregar economia numa situação absolutamente confortável para sucessor

Declarações ocorreram durante café do deputado com os jornalistas.

18/12/2025 13h40

Deputados José Guimarães

Deputados José Guimarães Foto: Câmara dos Deputados

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O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), disse nesta quinta-feira, 18, que, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, "vai entregar a economia do Brasil em uma situação absolutamente confortável para o seu sucessor". Isso se o ministro sair, ponderou Guimarães. "Se ele sair, porque eu sou contrário de sair do governo, acho que ele não tinha que sair do governo. Para sair do governo, tinha que ser candidato em São Paulo. Mas aí é tarefa para Luiz Inácio Lula da Silva." As declarações ocorreram durante café do deputado com os jornalistas.

Durante o encontro, Guimarães fez um balanço das aprovações de projetos de interesse do governo na Câmara. "Pelas derrotas que sofremos ao mesmo tempo pelo o que nós aprovamos, eu não imaginava que nós começássemos um ano com tanta perspectiva fiscal e de tranquilidade", completou.

Questionado sobre pautas aprovadas na Câmara com grande impacto fiscal, como a Proposta de Emenda à Constituição da aposentadoria dos agentes de saúde, Guimarães disse que será necessário "ver como a amortecer". "Todo mundo tem um discurso que o País não pode gastar mais do que arrecada. Todo mundo, da direita à esquerda. Ninguém quer desarrumar as contas públicas. Mas aí quando vêm os projetos é sempre assim. E há decisão do Supremo, de que, para você votar um aumento, tem que ter a fonte Porque, senão, o governo recorre e ganha", disse.

Guimarães defendeu que o País "tem que fazer uma profunda reforma de teto (do funcionalismo público), de supersalário", mas completou que "não dá para fazer tudo em quatro anos". Chegou a indicar ainda que a reunião de líderes desta quarta, 17, foi cancelada após a lista de projetos a serem debatidos na possível sessão plenária - que também acabou cancelada - conter "só bomba atômica".

"A razão de não ter tido sessão ontem, é exatamente isso. Como é que nós vamos fazer o último período do ano, vamos nos meter numa confusão dessa de projeto com impacto. Acabamos de cortar, diminuir os benefícios fiscais. Aí de noite bota mais R$ 50 bi dentro. Então, isso não pode também", disse ele, sem informar quais seriam esses projetos.

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JUSTIÇA

Condenação na Operação Successione pode custar o mandato de Neno Razuk

O titular da 4ª Vara Criminal da Capital condenou o deputado a 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado

18/12/2025 08h20

O deputado estadual Neno Razuk (PL) durante reunião da CCJR

O deputado estadual Neno Razuk (PL) durante reunião da CCJR Luciana Nassar/Alems

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Após ser condenado pelo juiz José Henrique Kaster Franco, da 4ª Vara Criminal de Campo Grande, a 15 anos, 7 meses e 15 dias reclusão, em regime fechado, por chefiar organização criminosa armada que buscava assumir o controle do jogo do bicho na Capital, o deputado estadual Roberto Razuk Filho (PL), o Neno Razuk, corre sério risco de perder o mandato parlamentar.

Isso porque o magistrado determinou, com o trânsito em julgado, conforme o artigo 2º, parágrafo 6º, da Lei nº 12.850/2013, a perda do mandato eletivo de deputado estadual, bem como a interdição para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de oito anos subsequentes ao cumprimento da pena resultante depois da investigação da Operação Successione, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) em outubro de 2023, para desarticular a organização criminosa que seria comandada por Neno Razuk.

A pedido do Correio do Estado, o professor doutor da Faculdade de Direito (Fadir), da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Sandro de Oliveira, fez uma análise do caso sob a perspectiva do Direito Constitucional.

“À luz do entendimento mais recente do Supremo Tribunal Federal [STF], que foi o caso da deputada federal Carla Zambelli [PL-SP], a condenação criminal com trânsito em julgado pode, sim, produzir como efeito automático a perda do mandato parlamentar, quando expressamente declarada na sentença condenatória”, declarou.

Ele explicou que, nessa linha, o STF tem afirmado que, havendo condenação definitiva e imposição de efeitos penais que suspendem os direitos políticos, o mandato eletivo torna-se juridicamente incompatível com a permanência no cargo.

“Para os deputados estaduais, aplica-se o regime constitucional que vincula o exercício do mandato à titularidade plena dos direitos políticos. Assim, uma vez operada a suspensão desses direitos em razão da condenação transitada em julgado, a perda do mandato decorre de forma automática, como consequência jurídico-constitucional necessária, não se tratando de ingerência indevida do Judiciário sobre o Poder Legislativo”, detalhou.

O professor doutor Sandro de Oliveira acrescentou que, nesse contexto, a atuação da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) assume caráter meramente declaratório, voltado à formalização da vacância do cargo, e não propriamente deliberativo, pois o suporte jurídico do mandato deixa de existir com a condenação definitiva.

“O Supremo tem sinalizado que essa compreensão não viola o princípio da separação dos Poderes, uma vez que o Judiciário não substitui o Parlamento em decisão política, mas apenas reconhece e declara efeitos jurídicos impostos diretamente pela Constituição e pela sentença penal transitada em julgado”, falou.

Portanto, conforme o doutor em Direito Constitucional, havendo previsão legal expressa, como no caso da Lei nº 12.850/2013, e condenação definitiva com imposição de perda do mandato, a medida pode ser considerada legítima e imediatamente eficaz, preservando-se a coerência do sistema constitucional e a moralidade no exercício da função pública.

CASA DE LEIS

Procurado pela reportagem, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Gerson Claro (PP), informou que, até ontem, não tinha chegado nenhuma notificação oficial da Justiça sobre a condenação de Neno Razuk. 

“Não chegou nada sobre ele e não podemos agir de ofício. Além disso, a presidência não vai se manifestar sobre a conclusão do processo, até porque é uma decisão de primeira instância, ou seja, ainda cabe recurso”, disse, lembrando que o parlamentar foi condenado por crime comum sem relação com a Casa de Leis ou com o exercício do mandato.

Já o corregedor da Assembleia Legislativa, deputado estadual Junior Mochi (MDB), reforçou que a Casa não pode agir de ofício e que qualquer providência depende de provocação formal por parte da Justiça. “A Corregedoria não é um órgão proativo para abrir inquérito, a menos que seja provocada”, avisou.

O advogado João Arnar, responsável pela defesa do deputado estadual Neno Razuk, explicou ao Correio do Estado que o cliente dele tem o direito de recorrer da decisão em liberdade, completando que já está preparando um recurso contra a sentença.

“Ele pode manter o mandato de deputado estadual normalmente. A condenação é em primeira instância, não tem efeito nenhum de coisa julgada”, disse.

Ele ressaltou ainda que, com os recursos, o processo vai longe. “Não há nenhum prejuízo à perda do mandato, pois essa sentença não produz eficácia imediata. A sentença está com os efeitos suspensos em razão do recurso. A possível perda de mandato somente depois de transitada em julgado a sentença, que está embargada por força de recursos”, destacou.

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