Política

ELEIÇÕES 2024

TCE divulga lista que pode deixar Beto Pereira inelegível

A relação também traz os prefeitos Nelson Cintra (Porto Murtinho) e Maycon Queiroz (Paranaíba), que vão tentar reeleição

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A dois dias da convenção do PSDB que ofializará a candidatura do deputado federal Beto Pereira como candidato a prefeito de Campo Grande, o presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), conselheiro Jerson Domingos, autorizou a publicação, no fim de tarde de ontem, em uma edição extra do Diário Oficial da Corte de Contas, da relação de gestores e ex-gestores que tiveram suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável.

O nome Beto Pereira é a grande novidade da lista, que tinha de ser publicada no Diário Oficial do TCE-MS até o dia 15 de agosto e, posteriormente, enviada ao Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), a quem caberá a tarefa de declarar ou não a inelegibilidade de gestores e ex-gestores que figuram na relação.

Além de Beto Pereira, a relação ainda incluiu o atual prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra, que é candidato à reeleição, e o atual prefeito de Paranaíba, Maycol Henrique Queiroz Andrade, que também é candidato à reeleição, e os ex-prefeitos de Campo Grande, Alcides Bernal e Gilmar Olarte, o ex-prefeito de Sidrolândia, Daltro Friuza, o ex-prefeito de Ponta Porã, Ludimar Novais, o ex-prefeito de Fátima do Sul, Eronildo Junior, e o ex-prefeito de Iguatemi, José Roberto Arcoverde.

Também estão lista o ex-prefeito de Nova Alvorada do Sul, Arlei da Silva Barbosa, o ex-prefeito de Dois Irmãos do Buriti, Wlademir de Souza Volk, o ex-prefeito de Anastácio, Douglas Melo Figueiredo, o ex-prefeito de Ribas do Rio Pardo, Roberson Moreira, o ex-prefeito de Maracaju, Maurílio Azambuja, o ex-prefeito de Rio Verde, Mário Kruger, o ex-prefeito de Itaporã, Marcos Pacco, a ex-prefeita de Itaquiraí, Sandra Cassone, e os ex-prefeitos de Aquidauana, Luiz Felippe Orro, Fauzi Muhamad Abdul Hamid Suleiman e José Henrique Gonçalves Trindade.

Ainda constam na lista os nomes do ex-prefeito de Brasilândia, José Justino Diogo, do ex-prefeito de Costa Rica, Jesus Baird, do ex-prefeito de Guias Lopes da Laguna, Jácomo Dagostin, do ex-prefeito de Mundo Novo, Humberto Carlos Ramos Amaducci, do ex-prefeito de Corguinho, Dalton de Souza Lima, do ex-prefeito de Bodoquena, Jun Iti Hada, do ex-prefeito de Aral Moreira, Edson Luiz de David, entre outros.
 

FORA DOS PADRÕES

No entanto, no caso de Beto Pereira, já sabendo do fato de que teve três contas suas reprovadas quando foi prefeito de Terenos (MS) por dois mandatos e que já foram transitadas em julgadas em 2016, 2018 e 2023, ingressou com pedidos de liminar na semana passada, os quais foram concedidos pelos conselheiros titulares Márcio Monteiro e Flávio Kayatt e pelo conselheiro substituto Leandro Lobo Ribeiro Pimentel, suspendendo o efeito das condenações.

O Correio do Estado procurou o presidente da Corte de Contas, Jerson Domingos, para saber a validade das liminares concedidas pelos três conselheiros e ele informou que as decisões estão fora dos padrões do Tribunal de Contas.

 “As medidas de encaminhamento do pedido de liminar na tentativa de suspender as três condenações estão, constitucional e regimentalmente, fora dos padrões jurídicos”, garantiu o presidente.

O conselheiro explicou ainda que não deixou de comunicar à Justiça Eleitoral que existem três liminares, concedidas por três conselheiros diferentes, e razões justificadas também diferentes. 

 “Agora, cabe à Justiça Eleitoral determinar se o pré-candidato Beto Pereira pode ou não registrar a candidatura. Eu não poderia omitir a remessa dos nomes pelo simples fato da forma como foi conduzido o pedido de liminar”, ressaltou.

Jerson Domingos disse que uma das razões para que as liminares sejam inconstitucionais é o fato de terem sido ingressadas diretamente para o suposto relator. 

“Quando um processo dessa natureza, de um processo transitado em julgado, que já não é mais de autoria do primeiro relator e sim do colegiado, o encaminhamento teria que ser feito à presidência do TCE, que acataria a admissibilidade disso e a designaria ao relator”, explicou.

O conselheiro detalhou que, a partir do momento que foi votado por um colegiado, a condenação deixa de ser responsabilidade do primeiro relator. “Então, fizeram uma ponte, pularam a presidência, encaminharam diretamente aos três e, eles, intempestivamente, desrespeitaram o rito jurídico legal e deram as liminares para tentar tirar o nome do Beto Pereira da lista”, explicou.

O presidente da Corte de Contas disse que tomou as medidas que a lei lhe determina, ou seja, de enviar o comunicando à Justiça Eleitoral da existência de três liminares em cima das contas reprovadas do ex-prefeito Beto Pereira. “Esses recursos entraram de forma irregular no TCE, pois não é permitido conceder uma liminar em cima de um processo transitado em julgado”, assegurou.

 

LEGISLAÇÃO

Considerando o disposto no § 5º do artigo 11 da Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997, e no § 5º do artigo 186 de seu regimento interno, aprovado pela Resolução nº 98, de 5 de dezembro de 2018, a Corte de Contas tem de comunicar até o dia 15 de agosto a disponibilização da relação dos responsáveis que tiveram suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável.

A relação inclui agentes políticos que tiveram suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável, com imputação de débito e por decisão irrecorrível do TCE. Também há casos das contas de governo (Balanço-Geral), cujo julgamento já ocorreu pelo respectivo Poder Legislativo e o Decreto regularmente enviado a este Tribunal.

Na divulgação, o TCE pondera que “não cabe ao Tribunal de Contas a tarefa de declarar a inelegibilidade dos gestores que figuram na relação encaminhada ao Tribunal Regional Eleitoral do Estado de Mato Grosso do Sul, sendo a matéria afeta à competência da Justiça Eleitoral, conforme dispõe o artigo 2º, da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990”.

Além disso, as informações fornecidas pela Corte de Contas têm como objetivo assegurar a soberania popular, descrita no artigo 14 da Constituição Federal. A Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1994, que estabelece as normas para as eleições, traz essas obrigações ao TCE-MS. Pelo Artigo 11, os partidos e as coligações solicitarão à Justiça Eleitoral o registro de seus candidatos até as 19h do dia 15 de agosto do ano em que se realizarem as eleições. 

O § 5º estabelece que, até a data a que se refere o artigo, os Tribunais e Conselhos de Contas deverão tornar disponíveis à Justiça Eleitoral relação dos que tiveram suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável e por decisão irrecorrível do órgão competente, ressalvados os casos em que a questão estiver sendo submetida à apreciação do Poder Judiciário ou em que haja sentença judicial favorável ao interessado.

CAMPANHA ELEITORAL 2024

Adriane Lopes confirma vinda de Michelle Bolsonaro na quinta-feira

Michele participará do evento "Mulheres que Transformam", movimento conservador de líderes femininas, apoiando a reeleição da atual prefeita

15/10/2024 11h00

Adriane Lopes e Michele Bolsonaro, em fevereiro de 2024

Adriane Lopes e Michele Bolsonaro, em fevereiro de 2024 DIVULGAÇÃO

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Ex-primeira dama do Brasil, Michele Bolsonaro (PL), confirmou que vem a Campo Grande, na próxima quinta-feira (17), para apoiar a campanha eleitoral de Adriane Lopes (PP) à reeleição.

Michele participará do evento "Mulheres que Transformam", movimento conservador de líderes femininas, que será realizado nesta quinta-feira (17), das 11h às 13h, no Aliançados Arena, localizado na avenida Mato Grosso, número 4.840, bairro Jardim Veraneio, em Campo Grande.

Também participarão do evento a ex-ministra das Mulheres e senadora do Distrito Federal (DF), Damares Alves (PL); primeira-dama de Mato Grosso do Sul, Mônica Riedel e a senadora por Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina (PP). A anfitriã do evento é a atual prefeita e candidata a reeleição, Adriane Lopes (PP), que estará ao lado de sua vice, Camilla Nascimento.

Adriane Lopes estará lado a lado de Michele Bolsonaro durante o evento. Vale ressaltar que Bolsonaro e a esposa declararam apoio à candidata neste segundo turno. No primeiro turno, o apoio conservador foi para Beto Pereira (PSDB).

O objetivo do evento é unir mulheres conservadoras do Brasil, que buscam ampliar suas vozes e fortalecer o papel feminino na política.

Conforme antecipado pelo Correio do Estado, Tereza Cristina já estava planejando trazer Michele para apoiar Adriane Lopes na reeleição da Prefeitura Municipal de Campo Grande (PMCG). 

A última vez que Michele Bolsonaro esteve em Campo Grande foi em 24 de fevereiro de 2024, no evento PL Mulher, realizado no Bosque Expo. 

2º TURNO

Adriane Lopes (PP) e Rose Modesto (União) disputarão o segundo turno das eleições municipais em Campo Grande, no dia 27 de outubro.

A prefeita Adriane Lopes obteve 140.913 votos (31,67%) dos votos, enquanto Rose Modesto alcançou 131.525 votos (29,56%).

Beto Pereira atingiu 115.516 votos (25,96%), a petista Camila Jara fez 41.966 votos (9,43%), o representante do Novo, Beto Figueiró, somou 10.885 votos (2,45%), o candidato do PSOL, Luso Queiroz, chegou a 3.108 votos (0,7%) e o do DC, Ubirajara Martins, ficou com 1.067 votos (0,24%).

CAMPO GRANDE

Ex-prefeito já "opera" nos bastidores para fazer novo presidente da Câmara

Vereador mais votado, Marquinhos Trad (PDT) estaria articulando para que o vereador Delei Pinheiro (PP) seja o escolhido

15/10/2024 08h00

O ex-prefeito e agora vereador eleito Marquinhos Trad e o vereador reeleito Delei Pinheiro

O ex-prefeito e agora vereador eleito Marquinhos Trad e o vereador reeleito Delei Pinheiro Foto: montagem

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Com os 29 vereadores que foram eleitos e reeleitos no dia 6 de outubro para a próxima legislatura da Câmara Municipal de Campo Grande, teve início na semana passada a corrida para presidir a Casa de Leis, que até a posse dos novos parlamentares ficará sob o comando do vereador reeleito Carlos Augusto Borges (PSB), o Carlão.

O Correio do Estado recebeu informações de que alguns dos 14 parlamentares reeleitos e outros dos 15 eleitos já foram procurados pelo ex-prefeito de Campo Grande e agora vereador eleito mais votado do último pleito, Marquinhos Trad (PDT), para que ajudem a eleger o “amigo” e vereador reeleito Delei Pinheiro (PP) como presidente da Câmara Municipal na próxima legislatura.

Segundo fontes ouvidas pela reportagem, alguns dos parlamentares foram procurados por telefone, enquanto outros receberam a visita de Marquinhos Trad, que não pretende disputar a presidência do Legislativo municipal, mas faria questão de colocar Delei Pinheiro no cargo, o que, segundo alguns vereadores, seria a mesma coisa, pois foi o ex-prefeito quem teria lançado o parlamentar na vida política.

O ex-prefeito e o vereador têm mais de 39 anos de convivência política e caminharam juntos até a renúncia do cargo de Marquinhos Trad, em abril de 2022, para concorrer à eleição para governador no mesmo ano, quando foi derrotado depois que denúncias de cunho sexual vieram à tona e das quais o ex-gestor acabou sendo inocentado pela Justiça ainda neste ano.

No entanto, a articulação de Marquinhos Trad esbarra na rejeição que ele tem entre os demais colegas de parlamento, tanto os antigos quanto os novatos, ainda em razão das denúncias feitas em 2022, pois, conforme apurou o Correio do Estado, a concorrência pela cadeira de chefe do Legislativo é grande.

Apesar de o regimento interno ainda permitir, o atual presidente, Carlão, disse que não pretende concorrer, pois ficou por quatro anos no cargo. 

“Eu não sou candidato, não, porque já tenho uns compromissos com um pessoal que vai concorrer ao cargo também. Vou apoiar um candidato desse pessoal, depois da eleição do segundo turno eu vou ver isso aí”, declarou.

O vereador reeleito explicou que, apesar de o regimento não impedir, ainda há muitas controvérsias no Supremo Tribunal Federal (STF), o que poderia judicializar a questão. 

“O Supremo julga de um jeito em um estado e de maneira completamente diferente em outro. Então, para evitar problemas, estou fora”, garantiu.

Carlão defendeu ainda uma oxigenação no cargo, pois a Casa de Leis tem muitos parlamentares competentes. 

“Além disso, ser presidente é uma responsabilidade muito grande, você não pode faltar à sessão, tem de estar à disposição 24 horas por dia, são muitos compromissos, e eu já estou cansado. Neste mandato agora, eu vou fazer uns exames e cuidar mais de mim, mas sem deixar de continuar trabalhando em prol da cidade”, avisou.

Com isso, estariam na disputa, pelo menos por enquanto, os vereadores reeleitos Delei Pinheiro, Professor Riverton (PP), Silvio Pitu (PSDB) e Papy (PSDB). 

Por isso, Marquinhos Trad corre para convencer os demais parlamentares a votar em Delei Pinheiro e tem usado como argumento que, caso a candidata a prefeita de Campo Grande ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil) seja eleita neste segundo turno, será melhor ter um presidente próximo.

Afinal, o PDT está coligado com o União Brasil nas eleições municipais deste ano e, com uma possível vitória dela, o poder de convencimento de Marquinhos Trad cresceria exponencialmente, mesmo com toda a rejeição e a concorrência de Professor Riverton, Silvio Pitu e Papy.

A reportagem entrou em contato com Marquinhos Trad, que garantiu que não conversa com Delei Pinheiro desde quando deixou o PSD para se filiar ao PP. “Portanto, não tem nada dessa história. O único vereador que me chamou para conversar foi o Papy. Fui até a casa dele, e ele não se lançou candidato à presidência, disse apenas que está querendo fortalecer a Casa de Leis”, declarou.

Delei Pinheiro também foi procurado, porém, até o fechamento desta edição, não houve retorno.

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