Política

CAMPO GRANDE

Vereadores só precisam de mais uma assinatura para criar a CPI do Proinc

Criação da quarta CPI na Câmara Municipal da Capital avança, mas presidente da Casa já manda recado para quem assinou

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A proposta que corre na Câmara Municipal de Campo Grande com intuito de criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar eventuais irregularidades no Programa de Inclusão Profissional (Proinc) – projeto assistencial da prefeitura criado para amparar desempregados que integrem famílias carentes – contava até a tarde de ontem com sete assinaturas e o aceno positivo de dois parlamentares. 

Por regra, uma CPI surge a partir de 10 assinaturas. Ou seja, com mais um vereador interessado na questão, a CPI já pode ser criada.

O documento formulado pelo vereador André Luis Soares da Fonseca, o Professor André, do Rede, pede a investigação do programa em razão de uma série de denúncias relacionadas à contratação de pessoas fora dos quesitos básicos para a concessão do benefício. 

Há desconfiança sobre quantidade de contratados, funções desempenhadas e renda familiar de quem recebe o benefício, que funciona desde 2017. Uma lista com nomes de 2,8 mil empregados está nas mãos dos vereadores. O parlamentar entende que, com a CPI, a Câmara poderia impor uma fiscalização correta.

Até a tarde de ontem, além do vereador André Luis, tinham assinado o pedido da CPI os vereadores Coronel Alírio Villasanti (União Brasil), Clodoilson Pires (Podemos), João César Mattogrosso (PSDB), Zé da Farmácia (Podemos), Marcos Tabosa (PDT) e Tiago Vargas (PSD). Outros dois nomes confirmaram em bastidores que assinarão o pedido. 

O presidente da Casa, Carlos Augusto Borges, o Carlão, do PSD, disse ter recebido uma promessa da prefeita Adriane Lopes (Patriota) de que uma equipe da prefeitura fará um pente-fino na lista de beneficiários do Proinc. Carlão não vê a necessidade de abertura de uma CPI no momento, mas entende que ela é um instrumento legal da Câmara.

“No meu entendimento, temos que ouvir primeiro o secretário e depois a prefeita e ver quais atitudes que tem sido tomadas. Para mim, CPI neste momento é política e vai atrapalhar a Casa. Pode abrir a investigação, até agora se quiserem, mas acho que seria melhor depois”, disse Carlão.

Na sessão, mesmo depois de dizer que a prefeitura explicaria na Câmara o andamento do Proinc, ao notar a agitação de vereadores pela CPI, o presidente do Legislativo municipal disse que “quem assinasse a proposta da CPI não precisaria mais contar com ele”.

Saga na Justiça

Conforme já noticiado pelo Correio do Estado, o vereador do Rede recorreu à Justiça no ano passado para obter a relação dos beneficiados do Proinc, mas, ainda assim, não teve acesso. Na semana passada, uma relação dos supostos beneficiários do programa foi divulgada pela prefeitura, no entanto, o vereador acredita que não seja a lista original.  

Proinc

O Proinc é um programa de inclusão social ligado à Fundação Social do Trabalho de Campo Grande (Funsat), e a renda familiar da pessoa não pode ser maior do que um salário mínimo. A pessoa é encaminhada para o programa, onde faz um curso e exerce um trabalho relacionado com o que aprendeu.  

Por exemplo, se ela fez um curso de auxiliar de cozinha, então, será direcionada a algum órgão vinculado ao município e encaixada nessa atividade. Os benefícios do Proinc incluem um salário mínimo por mês, uma cesta básica, alimentação, passe de ônibus e acesso a cursos profissionalizantes.

O Proinc é fruto de uma lei municipal, que determina que o número de vagas não ultrapasse 9% do número de servidores. O programa é alvo de denúncias. Ontem, reportagem do Correio do Estado mostrou que dois dos beneficiários foram condenados por tráfico de drogas.  

POLÍTICA

Carla Zambelli renuncia ao mandato após STF determinar que suplente assumisse

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal.

14/12/2025 15h00

Deputada Federal Carla Zambelli

Deputada Federal Carla Zambelli Divulgação

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Na tarde deste domingo (14), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) renunciou ao cargo parlamentar. A decisão foi tomada após uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o suplente, Adilson Barroso (PL-SP),  assumisse o cargo em até 48 horas.

Em nota, a Câmara informou que a deputada comunicou à Secretaria-Geral da Mesa a sua renúncia. "Em decorrência disso, o presidente da Câmara dos Deputados determinou a convocação do suplente, deputado Adilson Barroso (PL-SP), para tomar posse", informou a Casa em nota.

Em maio, Zambelli foi condenada pela Corte a dez anos de prisão e à perda do mandato por envolvimento na invasão cibernética ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), feita pelo hacker Walter Delgatti Neto. O caso dela transitou em julgado, sem mais chances de recursos, em junho. 

A decisão foi levada para análise do plenário da Câmara. Na madrugada de quinta-feira (11), foram 227 votos a favor da cassação do mandato de Zambelli contra 170 votos pela manutenção. Eram necessários 257 para que ela perdesse o cargo.

Porém, na sexta-feira (12), o STF anulou a deliberação da Câmara e determinou a perda imediata do mandato. A Corte apontou que a votação violava a Constituição no dispositivo que impõe perda de mandato nos casos de condenação com trânsito em julgado.

Estratégia

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal. Segundo aliados de Zambelli, seria uma estratégia para preservar os direitos políticos dela.

“Ao renunciar antes da conclusão da cassação, preserva direitos políticos, amplia possibilidades de defesa e evita os efeitos mais graves de um julgamento claramente politizado”, afirmou o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara.

Carla Zambelli está presa na Itália, desde julho deste ano, depois de fugir do Brasil em decorrência do trânsito em julgado do processo no STF. O Supremo aguarda a extradição.

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Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

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