Política

Na mira do MPE

Vice de Contar admite que não é o proprietário do QG do Capitão

Beto Figueiró disse em sabatina que terreno ainda está em "processo de aquisição"; candidatura é investigada por caixa 2

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O advogado Beto Figueiró, 54 anos, candidato a vice-governador na chapa do candidato ao governo de Mato Grosso do Sul, o capitão aposentado do Exército, Renan Contar, 38 anos, confirmou ontem em sabatina à rádio CBN e ao jornal Correio do Estado que não é o proprietário do terreno onde está localizado o comitê da campanha do partido de ambos, o PRTB, também conhecido como QG do Capitão.

O comitê de Contar e Figueiró está localizado em uma das regiões mais nobres de Campo Grande, na Avenida Afonso Pena, em frente ao Parque das Nações Indígenas, no Bairro Chácara Cachoeira, e está avaliado em aproximadamente R$ 60 milhões.

A cessão do terreno, que está registrado em nome de dois empresários do ramo de peles e comunicação, mas realizada por Figueiró – que informalmente se declara proprietário –, foi feita pelo valor de R$ 10 mil.

“Estou em processo de aquisição do terreno. A aquisição, diga-se de passagem, não se opera de imediato, a não ser que você vá com uma pessoa no cartório e já escritura por seu nome”, disse o advogado e candidato a vice.

Embora Figueiró diga ser o proprietário do terreno e afirme ter em casa um contrato de promessa de compra e venda, no registro de imóvel (que é o que realmente comprova a propriedade), não há nenhuma menção ao nome do candidato a vice nem sequer em averbações.

Na mesma sabatina, Figueiró ainda disse que a transação foi feita à “luz do dia”, mas, até agora, sua chapa ainda não apresentou os documentos referentes à cessão, propriedade e uso do terreno à Justiça Eleitoral.

Na noite de domingo, o Ministério Público Eleitoral deu prazo de cinco dias úteis para que a candidatura de Capitão Contar explique as acusações feitas pelo partido Cidadania sobre uma suposta prática de caixa 2 na campanha da chapa do PRTB ao governo de Mato Grosso do Sul.

“Neste sentido, considerando que os fatos merecem uma melhor apuração, determino à Seção Eleitoral que proceda à autuação do documento como Notícia de Fato, com as seguintes disposições: objeto: Apurar eventuais ilícitos eleitorais na prestação de contas do candidato ao cargo de governador Renan Contar, no âmbito das eleições de 2022”, asseverou o Procurador Regional Eleitoral Ministério Público Eleitoral em seu despacho.

Na entrevista de ontem, em que Figueiró admitiu que não é o proprietário de fato do terreno onde está o QG, disse que o imóvel teria sido adquirido neste ano e que só será declarado no exercício futuro.

As regras para a declaração de bens à Justiça Eleitoral, porém, não são exatamente idênticas às do Imposto de Renda, e é recomendável que aquisições patrimoniais feitas antes das eleições sejam incluídas na declaração, informaram especialistas ao Correio do Estado, ainda mais se o patrimônio for utilizado na campanha.

Dívida tributária

O terreno tem problemas tributários. Na semana passada, o Correio do Estado divulgou com exclusividade que a área deve R$ 3,8 milhões em tributos na prefeitura, e a maioria da dívida é composta de cobranças atrasadas do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), que não é pago desde 2011.

Por causa da veiculação da reportagem, a candidatura de Contar foi à Justiça Eleitoral para retirá-la de circulação. Mas o juiz José Eduardo Cury não encontrou irregularidades na matéria e a manteve, rejeitando o pedido da coligação.

Figueiró também falou sobre esta dívida na sabatina. “Adquiri [o terreno] de uma família muito íntegra, e que possui créditos a receber do erário municipal. O nosso combinado dentro do contrato é de que ele fará a compensação de um crédito muito superior ao que ele possui”, disse Figueiró.

Beto Figueiró, ao informar seus bens à Justiça Eleitoral, nem sequer informou a área na qual está instalado o QG do Capitão como sua, e ela também não aparece em sua declaração de bens.

“Houve sonegação de bens do candidato a vice em seu registro de candidatura”, acusa o Cidadania. Desde a década passada, pessoas jurídicas não podem fazer doações para campanhas. 

RESPOSTA

A campanha de Capitão Contar alega que a denúncia do Cidadania é “falsa, ridícula e criminosa”. “Esperamos que os responsáveis pela falsa denúncia do Cidadania, bem como pelo uso indevido do partido, sejam devidamente punidos na esfera eleitoral e criminal”, afirmou o partido por meio de nota.

Caixa 2 pode levar à cassação de candidatura de Contar

Caso as acusações de caixa 2 na campanha de Capitão Contar e Beto Figueiró, ambos do PRTB, feitas pelo Cidadania, sejam comprovadas na Justiça, a chapa está sujeita a punições. A pena mais severa para o uso de caixa 2 na campanha é a cassação da candidatura. 

 

ELEIÇÕES 2026

Pesquisa Correio do Estado/IPR aponta empate triplo para o Senado em MS

Ao todo, foram entrevistadas 1.700 pessoas nos 12 maiores municípios do Estado no período de 1º a 6 de dezembro

10/12/2025 08h20

Reinaldo Azambuja (PL), com 17,76%, o ex-deputado estadual Capitão Contar (PL), com 16,74%, e o senador Nelsinho Trad (PSD), com 13,59%

Reinaldo Azambuja (PL), com 17,76%, o ex-deputado estadual Capitão Contar (PL), com 16,74%, e o senador Nelsinho Trad (PSD), com 13,59% Montagem / Correio do Estado

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Pesquisa de intenções de votos para o Senado, realizada pelo Correio do Estado e o Instituto de Pesquisa Resultado (IPR), com 1.700 eleitores de 12 municípios de Mato Grosso do Sul, no período de 1º a 6 de dezembro deste ano, apontou empate técnico triplo para as duas vagas ao cargo no Estado, considerando a margem de erro de 2,5 pontos porcentuais para mais ou para menos.

Conforme o levantamento estimulado, quando são apresentadas aos entrevistados as opções com os nomes dos candidatos, na média da somatória do primeiro com o segundo voto, estão tecnicamente empatados o ex-governador Reinaldo Azambuja (PL), com 17,76%, o ex-deputado estadual Capitão Contar (PL), com 16,74%, e o senador Nelsinho Trad (PSD), com 13,59%.

Com os 2,5 pontos porcentuais para mais ou para menos de margem de erro, os três teriam os mesmos porcentuais.

Além disso, ainda de acordo com a pesquisa Correio do Estado/IPR, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), aparece colada nos três, com 12,12%. Também considerando a margem de erro de 2,5 pontos porcentuais para mais ou para menos, ela estaria tecnicamente empatada com Capitão Contar e Nelsinho Trad.

Também de acordo com o levantamento, muito atrás aparecem a senadora Soraya Thronicke (Podemos), com 4,68%, o deputado federal Marcos Pollon (PL), com 3,74%, a vice-prefeita de Dourados, Gianni Nogueira (PL), com 2,21%, o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, deputado estadual Gerson Claro (PP), com 1,38%, e o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck (PSD), com 0,5%.

A pesquisa traz ainda que 5,97% dos 1.700 entrevistados estão indecisos em relação ao segundo voto para senador: 9,21% não votariam em nenhum deles e 12,12% não sabem ou não quiseram responder. No caso de considerar apenas os votos válidos, ou seja, quando são excluídos os votos nulos e os em branco, o empate triplo permanece.

Entretanto, Azambuja obteve 24,43%, Capitão Contar, 23,02%, e Nelsinho, 18,69%, enquanto Simone somou 16,67%, estando tecnicamente empatada apenas com o senador do PSD. Mais atrás temos Soraya, com 6,43%, Pollon, com 5,14%, Gianni, com 3,03%, Claro, com 1,9%, e Verruck, com 0,69%.

Já na pesquisa espontânea, quando não são apresentadas aos entrevistados as opções com os nomes dos candidatos, Azambuja ainda lidera, com 3,47%, seguido por Capitão Contar, com 1,59%, Nelsinho, com 1,53%, a senadora Tereza Cristina (PP), com 1,53%, Simone, com 1,35%, Pollon, com 0,94%, Soraya, com 0,71%, Gianni, com 0,47%, e o prefeito de Dourados, Marçal Filho (PSDB), com 0,18%.

Mais atrás estão Maria Cristina, de Ponta Porã, com 0,18%, o ex-prefeito de Três Lagoas Angelo Guerreiro (PL), com 0,12%, o ex-prefeito de Aquidauana Odilon Oliveira (PL), com 0,12%, Gerson Claro, com 0,06%, a ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil), com 0,06%, e o deputado federal Vander Loubet (PT), com 0,06%. Dos entrevistados, 87,65% não sabem ou não quiseram responder.

Reinaldo Azambuja (PL), com 17,76%, o ex-deputado estadual Capitão Contar (PL), com 16,74%, e o senador Nelsinho Trad (PSD), com 13,59%

REJEIÇÃO

A pesquisa Correio do Estado/IPR também levantou a rejeição dos pré-candidatos ao Senado em Mato Grosso do Sul, e Simone aparece na frente, com 12,29%, seguida por Contar, com 10,06%, Soraya, com 8,12%, Nelsinho, com 7,53%, Azambuja, com 4,82%, Pollon, com 3,06%, Gerson Claro, com 1,76%, Gianni, com 0,82%, e Verruck, com 0,53%. Dos entrevistados, 25,76% não rejeitam nenhum deles, 13,59% rejeitam todos e 11,65% não sabem ou não quiseram responder.

O levantamento ouviu, no período de 1º a 6 de dezembro de 2025, 1.700 pessoas com 16 anos ou mais, distribuídas pelos municípios de Campo Grande, Dourados, Sidrolândia, Ponta Porã, Nova Andradina, Amambai, Paranaíba, Aquidauana, Três Lagoas, Naviraí, Maracaju e Corumbá, tendo grau de confiança de 95%, com margem de erro de 2,5 pontos porcentuais para mais ou para menos.

Apesar de ter sido feita nos 12 maiores municípios sul-mato-grossenses, a pesquisa cobre a maior parte da capacidade eleitoral do Estado, ou seja, oferece uma fotografia extremamente fiel do cenário real, já que os pequenos municípios têm baixo peso estatístico.

Como as 12 cidades pesquisadas concentram mais de dois terços de todos os eleitores, a ausência dos municípios pequenos não distorce a tendência geral. Dois terços do eleitorado representam cerca de 1,25 milhão de eleitores, enquanto o Estado tem cerca de 1,88 milhão de eleitores (dado utilizado nas análises de 2022-2024).

ANÁLISE

Segundo o diretor do IPR, Aruaque Fressato Barbosa, primeiro, é preciso definir quais serão os candidatos para as eleições ao Senado. "Quais realmente disputarão as duas vagas, porém, com os nomes que foram colocados na pesquisa, quatro se destacaram: Azambuja, Capitão Contar, Nelsinho Trad e Simone Tebet", pontuou.

Ele frisou que, no caso do primeiro voto ao Senado, Capitão Contar saiu na frente, com 22%, mas logo em seguida vem Azambuja, com 20%, depois, Simone, com 14%, e Nelsinho, com 13%. "No segundo voto, Azambuja já está na liderança, com 15%, seguido por Nelsinho, com 14%, Capitão Contar, com 11%, e Simone, com 9%", destrinchou.

Na somatória dos dois votos, conforme Aruaque Barbosa, que é o que realmente conta, Azambuja está um pouco à frente, mas dentro da margem de erro, tendo Capitão Contar e Nelsinho Trad embolados. "Então, neste momento, os três estão empatados tecnicamente, só que a Simone também está muito próxima, com 12,12%", comentou.

Ele reforçou que é preciso verificar se todos os pré-candidatos vão realmente se manter no páreo, se Simone Tebet vai ser candidata pelo Estado ou por São Paulo, se Soraya Thronicke vai se arriscar, se Marcos Pollon vai mesmo concorrer ao Senado ou ao governo de MS e se Gerson Claro vai trocar a reeleição garantida como deputado estadual para concorrer ao Senado.

O diretor do IPR explicou que, por enquanto, a disputa pelas duas vagas para o cargo de senador está entre os quatro nomes melhores colocados na pesquisa: Azambuja, Capitão Contar, Nelsinho e Simone Tebet.

"Os dois primeiros concentram um voto mais alinhado à direita e à centro-direita, enquanto Simone tem um voto mais alinhado à esquerda e Nelsinho oscila entre centro e um pouco da direita. Agora vai depender das estratégias de cada candidato para conseguir conquistar os votos dos eleitores, principalmente desses indecisos ainda", analisou.

Aruaque Barbosa completou que a tendência é de que a disputa pelas duas vagas ao Senado seja acirrada.

"É preciso entender para quem, se os outros pré-candidatos com menores porcentuais desistirem, os votos deles vão migrar. Com o tempo, a gente consegue ver quem consegue pegar esses votos e quem vai conseguir conquistar os votos dos indecisos", concluiu.

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pesquisa Ipsos/Ipec

Lula tem 38% das intenções de voto na disputa à Presidência; Flávio Bolsonaro, 19%

Os governadores do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), de Goiás, Ronaldo Caiado (União), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), aparecem com 9%, 7% e 5%, respectivamente

10/12/2025 07h47

Flávio Bolsonaro anunciou na última sexta-feira (5) que foi escolhido pelo pai para disputar a Presidência da República no próximo ano

Flávio Bolsonaro anunciou na última sexta-feira (5) que foi escolhido pelo pai para disputar a Presidência da República no próximo ano

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Nova pesquisa da Ipsos-Ipec sobre a eleição presidencial de 2026, divulgada na noite desta terça-feira, 9, mostra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na liderança em todos os cenários de primeiro turno testados. Contra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que lançou sua candidatura na sexta-feira, 5, Lula tem 38% ante 19% do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Neste cenário, os governadores do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), de Goiás, Ronaldo Caiado (União), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), aparecem com 9%, 7% e 5%, respectivamente. Votos em branco e nulos são 17% e não sabem ou não responderam, 6%.

O levantamento, realizado entre 4 e 8 de dezembro, simulou mais três cenários. Foram realizadas 2 mil entrevistas em 131 cidades brasileiras. O nível de confiança é de 95%. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais.

Na simulação contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Lula aparece com 38% ante 17% do chefe do Executivo estadual. Lula e Tarcísio são seguidos por Ratinho Jr., com 9%, Caiado, com 5%, e Zema, com 3%. Votos em branco e nulos somam 19% e não sabem ou não responderam, 8%.

Quando o candidato bolsonarista é a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), ela tem 23% contra os 38% de Lula. Em seguida, vêm Ratinho Jr. com 8%, Caiado, com 5%, e Zema, com 4%. Neste cenário, votos em branco e nulos são 16% e não sabem ou não responderam, 5%.

Quando o candidato bolsonarista é o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o parlamentar aparece com 18%, ante os 38% do atual presidente. Eles são seguidos por Ratinho Jr., com 9%, Caiado, 7%, e Zema, 5%. Votos em branco e nulos somam 17% e não sabem ou não responderam são 6%.

Na pesquisa, espontânea, quando o entrevistado não é informado sobre os nomes, Lula aparecem com 29%, Jair Bolsonaro, com 18%, Flávio com 2% e Tarcísio, com 2%. Michelle e Ratinho Jr. têm 1% cada. Votos em branco e nulos somam 14% e não sabem/não responderam, 30%.

Mais rejeitados

Lula é o pré-candidato com o maior índice de rejeição entre eleitores entrevistados na pesquisa Ipsos-Ipec. O presidente tem 44% de rejeição. Flávio Bolsonaro é rejeitado por 35%.

Em seguida, aparecem como mais rejeitados o deputado Eduardo Bolsonaro, com 32%, e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, com 30%. Os governadores Ratinho Jr. e Romeu Zema têm 13% de rejeição cada um. Depois, vem Tarcísio de Freitas, com 11%.

Ronaldo Caiado é o menos rejeitado, com 10%. Dos entrevistados, 1% diz que poderia votar em todos os candidatos. Já 7% não sabem ou não responderam.

Para 57% dos entrevistados, Lula não deveria se candidatar à reeleição. Eram 62% que tinham essa opinião na pesquisa realizada em agosto. Já 40% afirmaram que o presidente deveria disputar um novo mandato, ante 36% no levantamento de agosto.

Segundo a sondagem, 56% dos eleitores entrevistados consideram que Lula não merece ser eleito, contra 40%, que acham que merece Não sabem ou não responderam 4%.

Para 20%, a influência do apoio de Bolsonaro na intenção de voto para presidente aumentaria muito. Já para 7%, aumentaria um pouco, enquanto 5% dizem que diminuiria um pouco, e 25% que diminuiria muito. A influência do apoio de Bolsonaro não afetaria a vontade de votar no candidato indicado para 37%. Não sabem ou não responderam 5%.

A pesquisa aponta ainda que 21% gostariam que o próximo presidente da República fosse mais alinhado com a direita bolsonarista, enquanto 6% preferem mais alinhado com a direita não bolsonarista. Para 10%, o próximo presidente deveria ser mais de centro. Já 3% preferem um presidente mais alinhado com a esquerda não lulista, e 15%, com a esquerda ligada a Lula. Outros 38% não têm preferência e dizem que o que importa é a capacidade de governar. Não sabem ou não responderam 6%.
 

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