Política

TENDÊNDIA

Votação revela consolidação da direita nas eleições municipais brasileiras

Partidos de direira elegeram mais de 3.200 prefeitos, segundo os resultados preliminares do primeiro turno, relativos a 5.555 municípios

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A disputa em São Paulo destaca um fenômeno que se repete em todo o país: o crescimento da direita e da centro-direita. É nítida a evolução do desempenho desses partidos, que, conjuntamente, elegeram mais de 3.200 prefeitos, segundo os resultados preliminares do primeiro turno, relativos a 5.555 dos 5.568 municípios do país.

A estratégia do presidente do PSD, Gilberto Kassab, de atrair para a legenda prefeitos em exercício parece ter dado resultado. O partido ultrapassou o MDB e o PP, tornando-se a legenda com o maior número de prefeitos eleitos no país.

PSD e MDB, atualmente os partidos mais adaptáveis ao governo de ocasião, registraram os melhores desempenhos nas urnas neste domingo, com 888 e 861 prefeitos eleitos no país, uma vantagem de mais de cem prefeituras conquistadas em relação ao PP (752), partido que se esperava que colhesse os frutos das emendas parlamentares ao orçamento na era Lira, figura de maior destaque da legenda atualmente.

União Brasil e PL também aparecem entre os mais bem posicionados em relação à quantidade de prefeituras conquistadas neste primeiro turno (589 e 523, respectivamente). O União Brasil, fruto da fusão entre PSL e DEM, registrou um crescimento tímido se comparado à soma das duas legendas em 2020.

O PL, de Valdemar da Costa Neto, embora seja apenas o quinto da lista e tenha sofrido uma derrota notável no Rio de Janeiro, disputará o segundo turno em 9 das 15 capitais que definirão seus novos governantes no final do mês. Se for bem-sucedido, o partido poderá se tornar a legenda que governa o maior número de grandes cidades do país.

No entanto, o grande destaque parece ser o Republicanos, partido que completa o grupo dos partidos de direita, ou do chamado centrão. A legenda mais que dobrou o número de cidades que irá administrar no próximo quadriênio, passando de 212 para 439, consolidando uma estratégia de crescimento orgânico e sustentável, já observada em 2020. Parece que o partido está se preparando para, em breve, assumir o papel de principal representante eleitoral da direita.

PSB, com 311 prefeituras, e PT (251) obtiveram os melhores desempenhos entre os partidos de esquerda, seguidos pelo PDT (151). Enquanto o Partido Socialista Brasileiro e o Partido dos Trabalhadores cresceram em comparação com 2020, os herdeiros do brizolismo encolheram, perdendo mais da metade das prefeituras conquistadas em 2020.

De maneira geral, as forças de esquerda ficaram longe de alcançar os adversários de centro-direita. O PT ficou atrás até mesmo do moribundo PSDB, que alcançou 273 prefeituras, mas não elegeu nem disputará o segundo turno em nenhuma capital em 2024. Para completar, os tucanos conseguiram a façanha de, pela primeira vez desde sua fundação, não eleger um único vereador na capital paulista.

Antes de encerrar, dois comentários sobre a disputa para a Câmara Municipal da cidade de São Paulo:
Embora o PRTB de Pablo Marçal tenha ficado muito próximo de disputar o segundo turno, o partido não elegeu um único vereador. Curiosamente, obteve aproximadamente o mesmo número de votos nominais e de legenda, o que é notável.

Os dois candidatos mais votados na cidade foram influenciadores digitais filiados a partidos de direita. Lucas Pavanato, do PL, conquistou mais de 160 mil votos, muito acima dos cerca de 36 mil que obteve quando tentou uma vaga na Assembleia Legislativa em 2022. Ana Carolina Oliveira, que ganhou notoriedade após a trágica morte de sua filha Isabella Nardoni, concorreu pelo Podemos e recebeu quase 130 mil votos.
 

ELEIÇÕES 2024

'Dinossauros' da política ficam fora da Câmara Municipal de Campo Grande

Carlão foi o único 'dinossauro' que conseguiu se reeleger e garantiu o quinto mandato consecutivo; veja quem não se reelegeu

07/10/2024 09h45

Valdir Gomes (PP), Dr. Loester (MDB) e João Rocha (PP), os antigões da Câmara Municipal, não conseguiram se reeleger pela quinta vez

Valdir Gomes (PP), Dr. Loester (MDB) e João Rocha (PP), os antigões da Câmara Municipal, não conseguiram se reeleger pela quinta vez

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Dr. Loester (MDB), Valdir Gomes (PP) e João Rocha (PP), os antigões da política campo-grandense, ficaram de fora e não conseguiram garantir cadeiras na Câmara Municipal de Campo Grande, no mandato 2025-2028.

Dinossauro é o termo utilizado para se referir aos veteranos e mais antigos vereadores da Capital, com no mínimo quatro mandatos consecutivos.

Loester Nunes de Oliveira, mais conhecido como dr. Loester, exerceu três mandatos como deputado estadual de Mato Grosso do Sul (1991-1995), (1999-2003) e (2003-2007) e quatro como vereador de Campo Grande (2009-2012), (2013-2016), (2017-2020) e (2021-2024), permanecendo quase 33 anos na política.

Mas, desta vez, não conseguiu se reeleger. Ele recebeu 3.333 votos nas eleições municipais de 2024.

Valdir João Gomes de Oliveira, mais conhecido como Valdir Gomes, exerceu quatro mandatos consecutivos como vereador da Capital (2009-2012), (2013-2016), (2017-2020) e (2021-2024).

Mas, desta vez, não conseguiu garantir uma cadeira no legislativo municipal pelos próximos quatro anos. Ele recebeu 3.648 votos nestas eleições.

João Batista da Rocha, mais conhecido como João Rocha, permaneceu por quatro mandatos como vereador de Campo Grande, sendo eleito em 2008 e reeleito em 2012, 2016 e em 2020, totalizando 16 anos na política. Mas, com 3.693 votos em 2024, não conseguiu se reeleger pela quinta vez.

Carlos Augusto Borges (PSB), mais conhecido como Carlão, foi o único ‘dinossauro’ que conseguiu se reeleger e garantiu o quinto mandato consecutivo. Ele recebeu 6.912 votos e foi o 3º vereador mais votado, perdendo para Marquinhos Trad (8.567) e Rafael Tavares (8.128).

Primeiro turno das eleições municipais 2024 ocorreu neste domingo (6), quando eleitores foram às urnas escolher prefeitos e vereadores para o pleito 2025-2028. 

VEREADORES ELEITOS

Confira todos os vereadores que foram eleitos em Campo Grande:

  • Marquinhos Trad (PDT)
  • Rafael Tavares (PL)
  • Carlão (PSB) - reeleição
  • Silvio Pitu (PSDB) - reeleição
  • Veterinário Francisco (União Brasil) - reeleição
  • Fábio Rocha (União Brasil)
  • Professor Riverton (PP) - reeleição
  • Junior Coringa (MDB) - reeleição
  • Dr. Victor Rocha (PSDB) - reeleição
  • Professor Juari (PSDB) - reeleição
  • Flávio Cabo Almi (PSDB)
  • Luiza Ribeiro (PT) - reeleição
  • André Salineiro (PL)
  • Papy (PSDB) - reeleição
  • Ana Portela (PL)
  • Neto Santos (Republicanos)
  • Maicon Nogueira (PP)
  • Delei Pinheiro (PP) - reeleição
  • Wilson Lands (Avante)
  • Herculano Borges (Republicanos) 
  • Beto Avelar (PP) - reeleição
  • Dr. Jamal (MDB) - reeleição
  • Landmark (PT)
  • Clodoilson Pires (Podemos) - reeleição
  • Jean Ferreira (PT)
  • Dr. Lívio (União Brasil)
  • Ronilço Guerreiro (Pode) - reeleição
  • Leinha (Avante)
  • Otávio Trad (PSD) - reeleição

VEREADORES ANTIGOS NÃO ELEITOS

Confira os atuais vereadores que se candidataram, mas não venceram as eleições:>

  • Ayrton Araújo (PT)
  • Betinho (Republicanos)
  • Coronel Vilassanti (União Brasil)
  • Dr. Loester (MDB)
  • Dr. Sandro Benites (PP)
  • Edu Miranda (Avante)
  • Gian Sandim (PSDB)
  • Gilmar da Cruz (PSD)
  • Prof. João Rocha (PP)
  • Marcos Tabosa (PP)
  • Valdir Gomes (PP)
  • William Maksoud (PSDB)
  • Zé da Farmácia (PSDB)
  • Tiago Vargas (PP)

INTERIOR

Marçal Filho é eleito em Dourados e Dr. Cassiano é o prefeito de Três Lagoas

Em Corumbá, o eleito foi Dr. Gabriel e, em Ponta Porã, o tucano Eduardo Campos se elegeu chefe do Executivo

07/10/2024 08h25

Fotos: Divulgação

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Com quase o dobro dos votos do principal rival, Marçal Filho (PSDB) ontem foi eleito prefeito de Dourados no primeiro turno.

Conforme dados do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), o candidato tucano teve 60.418 votos (50,05% do total), contra 34.027 votos (28,19%) do atual prefeito Alan Guedes (PP), que tentava a reeleição.

O professor da Universidade Federal da Grande Dourados Tiago Botelho (PT) teve 14,78% dos votos (17.845). Marçal Gonçalves Leite Filho é natural de Dourados.

Nascido em 1964, o radialista e advogado é uma figura conhecida na política sul-mato-grossense.

Marçal já foi deputado federal e estadual e vereador de Dourados por dois mandatos (1992 e 2016). 

Em sua proposta de governo, ele defendeu bandeiras como redução da tarifa do transporte coletivo, investimento nas parcerias público-privadas, aprimoramento do serviço de saúde e ampliação da oferta de vagas da Rede Municipal de Ensino de Dourados, tanto nas escolas quanto nas creches.

TRÊS LAGOAS 

O candidato do PSDB, Dr. Cassiano Maia, foi eleito prefeito de Três Lagoas. Apoiado pelo atual prefeito, Angelo Guerreiro, do mesmo partido, e do time do ex-governador Reinaldo Azambuja, Dr. Cassiano confirmou o favoritismo apontado pelas pesquisas eleitorais. 

O TRE-MS dava o resultado como matematicamente definido, com 89,38% dos votos apurados. No fechamento das urnas, Maia teve 68,61% do total, com 38.076 votos.

Ruy Costa, do Democracia Cristã (DC), ficou em segundo lugar, com 28,88% (16.027 votos). Professor Vitor, do PSTU, teve 2,51% (1.392 votos). 

Dr. Cassiano é o atual presidente da Câmara Municipal de Três Lagoas. A cidade é a terceira maior de Mato Grosso do Sul e polo econômico produtor de celulose.

CORUMBÁ

Gabriel Alves de Oliveira, o Dr. Gabriel (PSB), foi eleito prefeito de Corumbá. Com 100% das urnas apuradas, ele teve 28.394 votos, o que corresponde a 56,74% dos votos válidos.

O segundo colocado, Luiz Antônio Pardal (PP), teve 10.659 votos, o equivalente a 21,30%.

O candidato do PL, André Campos, teve 11,88% (5.944 votos). Último colocado, o ex-senador Delcídio do Amaral (PRD) teve 5.043 votos (10,08%). 

Gabriel Alves de Oliveira é médico e iniciou sua vida política em 2016, após ser eleito vereador por Corumbá.

Disputou o cargo de prefeito nas eleições municipais de 2020, mas acabou em terceiro lugar. Em 2022, concorreu para deputado estadual, mas não obteve votos suficientes e se tornou suplente.

PONTA PORÃ

O candidato do PSDB, Eduardo Campos, foi reeleito em primeiro turno como prefeito de Ponta Porã na tarde deste domingo.

Apoiado pelo ex-governador Reinaldo Azambuja, Campos venceu com tranquilidade o concorrente Pompilio Júnior (PL), confirmando seu favoritismo nas urnas do município que faz fronteira com o Paraguai.

Segundo informações do TRE-MS, Eduardo Campos obteve 51,76% dos votos (26.473 votos). Seu concorrente, Pompilio Júnior totalizou 29,71% dos votos (15.195).

O terceiro colocado nas urnas, Carlos Bernardo (PDT), obteve 15,97% dos votos (8.168). Já o candidato Álvaro Soares (Podemos) alcançou 2,75% dos votos (1.314).

O tucano Eduardo Campos é advogado, produtor rural e atuou como professor de Direito.

Ele também é especialista em Direito Tributário, foi presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) local e conselheiro por dois mandatos no órgão. 

No início de 2023, Campos assumiu a prefeitura de Ponta Porã, após o então prefeito Hélio Peluffo se tornar secretário de Infraestrutura e Logística no governo de Eduardo Riedel (PSDB). (Colaboraram Eduardo Miranda e João Gabriel Vilalba)

Saiba

Somente Campo Grande, a capital do Estado, terá segundo turno nas eleições municipais deste ano. 

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