Política

Rio Brilhante

Zeca do PT 'condena' indígenas que invadiram fazenda de companheiro de partido

Ocupação foi apoiada pelo MST e o Cimi, órgão ligado à Igreja Católica

Continue lendo...

O deputado estadual José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT, 73, na política sul-mato-grossense, e com mandatos eletivos há mais três décadas, numa trajetória costurada a partir de convicções assumidas por ele como a luta por reforma agrária, suscitou espanto ao condenar a invasão de uma fazenda, semana passada, em Rio Brilhante, cidade 160 quilômetros de Campo Grande.

A área, de 400 hectares, com lavoura de soja, está ocupada por ao menos 400 indígenas. Zeca incriminou a tomada da propriedade, cujo dono é um dirigente petista, num curto discurso recitado ontem, na sessão da Assembleia Legislativa.

"É uma vergonha [a invasão]", disse Zeca, que já ocupou de 1991 para cá, 31 anos mandatos de deputado estadual, governador, vereador, deputado federal e, agora, deputado estadual.

O parlamentar petista, antes de atacar a invasão, defendeu o motivo do discurso contrário à ação dos índios guarani-caiová, que entraram na fazenda por acreditaram que a área pertencem a eles.

"É uma barbaridade o que está se fazendo com o companheiro amigo Raul [José Raul das Neves Júnior, dirigente municipal do PT] em sua propriedade em Rio Brilhante. De um lado porque não tem nenhum estudo antropológico definido para dizer que é terra indígena", proclamou Zeca no discurso.

Do Inho, é o nome da fazenda ocupada pelos indígenas e, lá, planta-se soja e a ideia, antes do manifesto, era é o de cultivar milho na área.

Depois de criticar o fato de dois ônibus terem "derramados", segundo ele, uns 80 índios em frente à porteira da fazenda, Zeca seguiu com sua fala:

"Agora, trancaram o portão, ocuparam a sede da fazenda de 400 hectares, proibindo Raul [dono] e a família de tirar de lá 7 mil sacas de soja (avaliado em R$ 1.050.000,00 valor atual) que foram colhidos e, pior, proibindo consequentemente de plantar o milho".

Zeca disse também no discurso, que foi recentemente a Brasília e narrou o que os "índios fizeram", em conversas que teve com assessores do presidente Lula.

O parlamentar petista encerrou o discurso com este complemento: "quero me manifestar como deputado do PT, não contem comigo essa gente que sem nenhuma razão ocupa, invade propriedade produtiva gerando uma insegurança jurídica e correndo o risco de consequências que a gente não tem dimensão do que pode acontecer".

Confira:

 

/

 


OUTRO LADO


Contrariando o discurso do Zeca, o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), órgão que defende os direitos dos indígenas, ligado à Igreja Católica, informou ao Correio do Estado que a fazenda em questão é parte de um estudo antropológico iniciado em 2007, já há 16 anos. 

Assegurou ainda que os indígenas "sabem o que está fazendo", isto é, a ocupação tem respaldo no levantamento em curso.

O MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) também apoiou a ação dos indígenas e criticou a ação de policiais militares que desocuparam a fazenda na semana passada. Contudo, dias depois, a área foi reocupada.

Zeca do PT, nesta semana já havia dito ao Correio do Estado que tinha ido em Brasília tratar da ocupação da fazenda em Rio Brilhante.
Leia aqui

 

Assine o Correio do Estado 

Política

Lula sanciona alta de 8% em salários do Jucidiário em 2026, mas veta reajuste em 2027 e 2028

Texto foi publicado no Diário Oficial da União (DOU).

22/12/2025 19h00

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva Agência Brasil

Continue Lendo...

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou o reajuste para os servidores do Poder Judiciário em 2026, mas vetou o aumento dos salários nos tribunais em 2027 e 2028. O texto foi publicado no Diário Oficial da União (DOU).

O projeto aprovado pelo Congresso Nacional prevê reajuste de 8% nos salários do Judiciário a partir de julho de 2026. Lula vetou aumentos idênticos previstos para julho de 2027 e julho de 2028.

"Em que pese a boa intenção do legislador, a proposição legislativa contraria o interesse público ao estabelecer aumento da despesa com pessoal com parcelas a serem implementadas em períodos posteriores ao final do mandato do Presidente da República, contrariando a vedação prevista no art. 21, caput, inciso IV, alínea b, da Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal", justificou o Planalto.

Assine o Correio do Estado 

"Pé direito"

Gordinho do Bolsonaro pede boicote à Havaianas após comercial com Fernanda Torres

Deputado federal jogou chinelos no lixo e disse que irá passar virada do ano ouvindo Zezé de Camargo

22/12/2025 14h45

Foto: Divulgação

Continue Lendo...

Em polêmica que envolveu boa parte da direita, o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS), conhecido como "Gordinho do Bolsonaro" pediu boicote à Havainas após a atriz Fernanda Torres estrelar a nova propaganda da marca"alfinetando" indiretamente o espectro bolsonarista.

Na propaganda, a atriz afirma aos espectadores que não deseja que eles comecem o próximo ano "com o pé direito", fator que revoltou o deputado, que fez questão de descartar os chinelos em uma lixeira, gravar a ação e postar em suas redes sociais.

"Passei a minha vida inteira usando chinelo havaianas, mas infelizmente como eu não vou poder virar 2026 com o pé direito, aqui em casa vai pro lixo, havainas aqui na minha casa não entra mais, e tem outra vou passar a virada escutando Zezé de Camargo", destacou Gordinho. 

Abaixo, a íntegra da propaganda estrelada pela atriz. 

"Desculpa, mas eu não quero que você comece 2026 com o pé direito. Não é nada contra a sorte, mas vamos combinar: sorte não depende de você, depende de sorte. O que eu desejo é que você comece o ano novo com os dois pés. Os dois pés na porta, os dois pés na estrada, os dois pés na jaca, os dois pés onde você quiser. Vai com tudo, de corpo e alma, da cabeça aos pés. Havaianas, todo mundo usa, todo mundo ama", diz Fernanda, no comercial.

Vale destacar que o comercial gerou polêmica com outros políticos da direita. O "jogo de palavras" com a conhecida expressão popular significou, para Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG), entre outros, uma indireta ao espectro político da direita.

"Eu achava que isso aqui era um símbolo nacional. Já vi muito gringo com essa bandeirinha do Brasil no pé, só que eu me enganei, disse Eduardo, antes de qualificar Fernanda Torres como alguém 'declaradamente de esquerda'", disse em suas redes sociais.

Até a publicação desta matéria, a declaração do deputado conta com 155 mil curtidas e mais de 15 mil comentários. 

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).