Cientistas descobriram que a natureza utiliza o DNA como um "fio" para detectar os danos genéticos e as falhas que, se não reparadas, podem levar a doenças como câncer e declínio físico e mental causados pelo envelhecimento. A partir da descoberta, os pesquisadores pretendem criar um dispositivo que possa ajudar no diagnóstico de doenças a partir da mudança na condutividade elétrica no DNA. O estudo foi divulgado durante uma plenária do 244º Encontro e Exposição Nacional da Sociedade Americana de Química.
"O DNA é um fio muito frágil e especial. Você nunca vai usar ele para ligar uma casa, e ele não é resistente o suficiente para usar em aparelhos eletrônicos. Mas essa fragilidade é exatamente o que faz ele tão bom como biossensor elétrico para identificar danos no DNA", explica Jacqueline K. Barton, líder do estudo e pesquisadora do Instituto de Tecnologia da Califórnia. A pesquisadora ganhou a Medalha Nacional de Ciência dos Estados Unidos pela descoberta de que as células usam as fitas duplas da hélice do DNA como um fio de sinalização fundamental para a identificação e reparo de danos genéticos.
A pesquisa sugere que o DNA utiliza suas propriedades elétricas para avisar as proteínas que consertam as falhas no DNA. Se ele já não conduz eletricidade direito, pode ser um sinal para que as proteínas ajam. A equipe está usando essa descoberta para desenvolver "chips de DNA", que usam a condutividade elétrica natural do DNA e sua habilidade de se ligar a outras partes que têm uma sequência complementar de unidades de base, e assim, testar essa sequencia em busca de problemas. Esse chip poderia ajudar no diagnóstico do risco de doenças pelas mudanças na condutividade elétrica resultante por mutações ou outras falhas.