Cidades

Campo Grande

Alimentação de crianças PCD não será resolvida antes das eleições na Capital

Com as licitações que serão marcadas ainda este mês, o prazo dado pela Sesau de 60 dias para a entrega de leite e fraldas ocorrerá 7 dias após o primeiro turno das eleições

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Mães de crianças com baixa mobilidade, que necessitam de alimentação especial, fraldas e, em alguns casos, medicação, receberam mais um "chá de cadeira" da Prefeitura Municipal de Campo Grande. Segundo o prazo estimado pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), a entrega ocorrerá em 60 dias, ou seja, após o primeiro turno das eleições.

A reunião ocorreu na manhã desta quinta-feira (15) no Centro Especializado Municipal (CEM), onde elas foram recebidas pelo servidor Marcelo Ferreira, responsável pelo setor de compras da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau). 

O andamento da licitação está previsto para 21 e 29 de agosto. A morosidade durante o processo, segundo a Sesau, ocorre em decorrência dos trâmites burocráticos.

Prazos incertos

O primeiro encontro das mães de crianças com deficiência com a prefeita Adriane Lopes (PP) ocorreu no dia 18 de julho, na Câmara Municipal de Campo Grande.

Com a promessa de resolver a situação com celeridade, a chefe do Executivo Municipal alinhou uma reunião com a secretária Municipal de Saúde, Rosana Leite, para, em tese, apresentar uma solução.

Nesta ocasião, a secretária deu o prazo de 15 dias para resolver a situação, mas o imbróglio prosseguiu

Sem conseguir os insumos, que variam de acordo com a situação específica de cada criança, no dia 8 de agosto, as mães retornaram à Câmara Municipal de Campo Grande.

Dessa vez, a resposta da Prefeitura foi a convocação para uma conversa no CEM, agendada para sete dias depois, e novamente a conversa girou em torno de datas futuras e burocracia.

OunarOquestão apontada por uma das mães, foi que, apesar da liminar concedida pela Justiça determinar a compra de produtos específicos para cada criança, tiveram que passar uma lista para a Secretaria Municipal de Saúde, informando caso a caso.

Algumas crianças são alérgicas a certos tipos de fraldas ou fórmulas. Portanto, ter o produto correto é vital.

Pregão e eleições

O primeiro turno das eleições será no dia 6 de outubro. A entrega estimada pela Sesau, caso ocorra dentro do cronograma previsto, será no dia 14 de outubro.

Isso gerou preocupação em uma das mães, Joelma Eduarda, de 44 anos, devido à incerteza sobre quem poderá ocupar a cadeira do(a) Chefe do Executivo Municipal.

Mesmo em caso de segundo turno, as mães acreditam que as atenções estarão voltadas para outros pontos que não para os produtos indispensáveis para a saúde das crianças com deficiência.

Insumos

Cada uma delas necessita de dietas diferenciadas, como é o caso da pequena Maria Valentina, de 8 anos - filha de Joelma - cujo a alimentação por mês custa R$ 8 mil.

Ao todo, são 18 latas consumidas pela menina, além de uma fórmula para "engrossar" o leite, que garante os nutrientes necessários para que Maria Valentina se mantenha saudável.

Conforme a mãe Joelma, caso a filha não receba a alimentação adequada, que, no caso dela, é composta por Peptamen e Neospoon, a criança evacua com sangue.

Com alto custo, as mães procuraram a Defensoria Pública e conseguiram uma liminar que determinou à Prefeitura o custeio da alimentação e de outros insumos.

“Toda vez [eles] vem com esse papel falando que está em [processo de] licitação, [isso já dura] dois anos. Desta vez dizem que têm pregão ‘disso’ e ‘daquilo’, nota fiscal. Então o que a gente quer? Já que não podem fornecer o produto que parem de empatar o que a Defensoria Pública [determinou] por processo para liberar o sequestro”, disse Joelma e completou:

“Para os nossos filhos terem direito a fralda, e o leite deles, a gente entrou na Justiça para garantir que os nossos filhos tenham o que comer e o que usar”.

Segundo a mãe, uma opção mais rápida para solucionar o problema seria o 'sequestro do valor', que basicamente refere-se a entrar com um requerimento na Defensoria Pública para a obtenção das 18 latas de leite que a filha precisa. Caso o aval seja aceito, a solução dependerá da resposta do Executivo Municipal.

“O Juiz, manda para Prefeitura que minha filha Maria Valentina faz uso de 18 latas de leite e que por mês isso custa R$ 8 mil reais. Então, a Prefeitura tem que responder ou em dinheiro ou com a fórmula, mas eles não respondem mais”, explicou Joelma.

A judicialização do caso de Maria Valentina ocorreu em 2016, com o pedido de que o Estado e a Prefeitura dessem o aporte.

No caso do Estado, a mãe consegue tirar a fralda sem maiores problemas.

Com relação à medicação que Maria Valentina necessita para não enjoar - por ser alimentada por gastrotomia (GTT) -, ela alega que não recebeu nada durante a gestão da prefeita Adriane Lopes.

“O município no caso da minha filha tem que dar a alimentação e a medicação, de refluxo, há dois anos a gente não vê nada”, pontuou a mãe e completou:

“Antes tinha o sequestro, eles davam o dinheiro. Tinha dificuldade, mas não um descaso total desse. Quando recebia o dinheiro, vinha a documentação. O juiz emite um alvará, sai direto na conta, temos o prazo de 30 dias para comprar porque muitas vezes a farmácia não tem no estoque. Depois de comprar precisamos apresentar a nota fiscal, quanto tempo que faz uso, a receita atualizada, tudo certinho”

Outro lado

Por meio de nota, a Sesau confirmou que houve a entrega de uma remessa de insumos e que o processo de licitação ainda será aberto. Leia na íntegra:

"A SESAU vem por meio desta nota esclarecer que durante a reunião com as mães atípicas ficou esclarecido que a secretaria municipal da saúde vem se empenhando para resolver as demandas do grupo (caso judicializado). Nos dias 21 e 29 de agosto haverá pregão para a tomada de preços dos processos 018435/2024-61 e 0566414/2024-25 referentes a aquisição de fórmulas infantis e outros produtos nutricionais e aquisição de suplemento alimentar e módulos alimentares (respectivamente). Quanto à qualidade dos insumos fornecidos, a SESAU esclarece que ouviu o Feedback das mães sobre o uso do que foi comprado, e se compromete a estudar modificações nos próximos pregões. Até agora, a SESAU conseguiu concluir 4 processos de compras (conforme determinado pela justiça) são eles os processos de número 16691/2024-50 (aquisição de fraldas descartáveis/ sem marca); 007988/2024-98 (aquisição de suplemento alimentar infantil, cereal e leite em pó); 0300322/ 2023-52 (aquisição de fórmula alimentar enteral) ; 007988/2024-98 (aquisição de gêneros alimentícios lácteos e especiais)". 

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MATO GROSSO DO SUL

Evento Federal marca inauguração do aeródromo de Inocência

Lançamento da pedra fundamental da indústria de celulose da Arauco trouxe representantes do Governo e políticos federais para o interior do Estado com uso do novo 'aeroporto'

09/04/2025 12h44

Aeródromo fica no quilômetro 02 da rodovia MS-240, em Inocência

Aeródromo fica no quilômetro 02 da rodovia MS-240, em Inocência Reprodução/Arquivo/Agesul

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Com execução de obras previstas até meados deste ano, o aeródromo de Inocência parece já ter sido inaugurado na manhã desta quarta-feira (09), com a chegada de aeronaves para o lançamento da pedra fundamental da indústria de celulose da Arauco no município. 

A inauguração do aeródromo no quilômetro 02 da rodovia MS-240 em Inocência, na manhã de hoje (09), foi parte da agenda do Governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel.

Contando com a presença do presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, o evento, longe cerca de 337 quilômetros de Campo Grande, Capital de Mato Grosso do Sul, trouxe para o interior do Estado representantes de diversos setores e políticos locais. 

Entre esses nomes cabe destacar a vinda da ministra três-lagoense, Simone Tebet (Planejamento e Orçamento do Brasil), e da senadora ex-ministra da agricultura, Tereza Cristina, que foi quem revelou para MS a "boa notícia". 

Para além das informações a respeito do novo empreendimento da gigante chilena, foram apresentados também alguns andamentos locais, indicando que o aeródromo em Inocência já está em operação. 

Tereza Cristina lembrou que o município está prestes a receber uma quantidade de trabalhadores maior que própria população de Inocência, o que reflete em desafios para áreas como a Saúde, "dor do crescimento" essa que segundo a senadora pode ser minimizada. 

"Essa dor do crescimento vai ser minimizada, já está tomando aí umas pirinazinhas, hoje já inauguramos a pista de aeródromo de Inocência", disse. 

Relembre

Recentemente houve aditivo no contrato para Implantação de PPD, taxiway, cerca operacional e pátio para o aeródromo de Inocência, 18% mais caro graças a ajustes em quantidades e demais serviços. 

Conforme repassado pela Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (Agesul), se deu para que serviços de drenagem e regularização da faixa de pista fossem devidamente custeados. 

A Agesul apontou ainda a execução de técnica de plantio no aeródromo, conhecida como "hidrossemeadura", uma espécie de "grama líquida" que mistura  água, fertilizantes e outros componentes em solos de superfície inclinada (os taludes), como forma de prevenir erosões. 

Em valores absolutos, a execução inicialmente prevista para custar R$16 milhões saltou para R$19 milhões com o aumento de 18% no valor do contrato, um acréscimo de R$ 2.931.608,81 para a empresa Avance Construtora. 

A obra desse aeroporto em Inocência teve início em meados 2024, servindo para a fábrica de R$ 28 bi da Arauco  e, quando estava com cerca de 15% de execução em junho do ano passado, tinha entrega prevista até junho/julho deste 2025. 

Entre as aeronaves que devem usufruir do novo aeródromo aparece o avião turbo-hélice modelo ATR 72-600, da empresa Imetame, que chamou a atenção no Aeroporto Internacional de Campo Grande por trazer dezenas de trabalhadores que iriam para a fábrica de celulose de Ribas do Rio Pardo.

Além disso, cabe destacar que o Governo do Estado confirmou mais recentemente até mesmo a  “execução do sistema de sinalização noturna” no novo aeródromo da cidade, ao preço de R$ 3.138.037,95. 


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INTERIOR

Alojamentos da fábrica da Arauco consomem 300% mais energia que toda Inocência

Diretor-presidente da Energisa considera "um crescimento muito grande num tempo muito pequeno", mas afirma que consumo não deve afetar o fornecimento ao município

09/04/2025 11h59

Fábrica está prevista para entrar em operação ao fim de 2027

Fábrica está prevista para entrar em operação ao fim de 2027 Reprodução

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Durante evento para lançamento da pedra fundamental da fábrica de celulose da empresa Arauco, que acontece hoje (09) longe cerca de 337 km de Campo Grande, o diretor-presidente da Energisa revelou que somente os alojamentos locais já consomem mais energia que todo o município de Inocência. 

Conforme revelado por Paulo Roberto dos Santos, diretor-presidente da Energisa MS, ainda que a fábrica esteja prevista para entrar em operação ao fim de 2027, os alojamentos em Inocência já consomem 300% mais energia que todo o município. 

"Inocência hoje, consome 2.5 megawatts de energia. Só os alojamentos já estão consumindo cerca de 10 megawatts", afirmou Paulo Roberto. 

Parte do projeto Sucuriú, que empregará cerca de 6 mil pessoas nas unidades florestal, fábrica e operações de logística, a expectativa antes disso é a capacitação e geração de mais de 14 mil oportunidades de trabalho durante as obras. 

Porém, apesar de indicar que comportar esse grande crescimento em um curto espaço de tempo é o maior dos desafios, ele é claro em destacar que o consumo não deve necessariamente refletir no fornecimento de energia para Inocência. 

Segundo o diretor-presidente da Energisa, a previsão repassada pela fábrica é uma estimativa de consumo que deve chegar a 140 mil durante o período de construção, o que Paulo considera "um crescimento muito grande num tempo muito pequeno". 

"Eu acho que o grande desafio é a dor do crescimento, é suportar tudo isso com muito investimento, com muita força, com muito engajamento. A gente triplicou praticamente o número de equipes que estão trabalhando aqui", disse Paulo dos Santos. 

A fábrica

Com capacidade de produção prevista em torno de 3,5 milhões de toneladas de fibra curta de celulose ao ano, cerca de 400 mil hectares de eucaliptos já foram ou serão plantados no entorno da fábrica. 

Às margens do rio Sucuriú, é prevista ainda uma produção de eletricidade em larga escala e em um ciclo fecdoihado (completo), com capacidade de geração superior a 400 megawatts (MW) e aproximadamente 200 MW destinados à demanda de consumo interno.

"Iremos gerar 400 megawatts de energia limpa dos quais pouco mais de 200 MW serão comercializados no país nacional, contribuindo com a descarbonização da matriz energética do país brasileiro", expôs o  Chief Executive Officer (CEO ou diretor-executivo, na tradução livre) da Arauco Brasil. 

Atualmente Mato Grosso do Sul abriga três fábricas de celulose em atividade: a primeira, da Suzano, opera desde 2009 em Três Lagoas. Na mesma cidade, a Eldorado, do grupo J&F, funciona desde 2012, enquanto a terceira pertence à Suzano e fica em Ribas do Rio Pardo. 

E, além do projeto da Arauco em Inocência, existem estudos para instalação de uma quinta unidade, desta vez em Água Clara, que deve ser erguida pela Bracell, o que apesar do acordo de confidencialidade, foi também confirmada hoje (09) pelo diretor da Energisa. 

"A próxima da lista aqui é a Bracell, que deve acontecer lá em Bataguassu. Estamos conversando há um ano e meio", complementa.  

Chilena, a Arauco atua no Brasil desde 2022, nos segmentos Florestal e de Madeiras, com cinco unidades industriais brasileiras, sendo a de Inocência a primeira fábrica de celulose branqueada a sair do papel.
**(Colaborou Glaucea Vaccari) 

 

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