Cidades

MATO GROSSO DO SUL

Alívio das queimadas no Pantanal deve durar só até domingo

Redução dos incêndios não extingue brasas dos focos e trabalho incessante dos bombeiros e brigadistas deve se intensificar no próximo trimestre

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Ainda que a chuva na região do Pantanal sul-mato-grossense tenha "aliviado" as intensas queimada que atingem o bioma, esse "conforto" é momentâneo e deve durar somente até o próximo domingo, a partir de quando as temperaturas devem voltar a subir e voltar a favorecer novos incêndios.

Como apontado pela meteorologista do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), Valesca Fernandes, a chuva atingiu uma série de regiões que abrigam o bioma pantaneiro e que devem seguir recebendo as precipitações, pelo menos, por cerca dos próximos dois dias, principalmente nos seguintes municípios: 

  • Porto Murtinho
  • Miranda
  • Aquidauana
  • Corumbá (Região de Urucum) 

Isso porque, conforme evidenciado em balanço semanal da Operação Pantanal feito pelo Governo de Mato Grosso do Sul, as características de tempo mais nebuloso aliada à chuva, com mínimas entre 9-15 °C e máximas de até 23 °C, deve durar pelo menos até a sexta-feira. 

"Ontem (7) ao meio-dia fez 37,3°C em Corumbá, mas agora [às 10h desta quinta] está 16°C. A última chuva significativa no município aconteceu em 16 de abril, então são praticamente quatro meses de muita seca. Hoje conforme a atualização do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) já são 20 mm acumulados", explica a coordenadora do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), Valesca Fernandes.

Ela expõe que a chegada da frente fria leva o fogo a uma situação em que pode ser controlado com abafador, o que deve se estender pelo menos até 10 de agosto, a partir de quando as temperaturas se elevam e volta a probabilidade de fogo na região pantaneira.

Pantanal de MS

Apesar da chuva em certos pontos, mesmo onde há queda de temperatura e até orvalho, se há a presença de vento constante o risco de foco também se mantém. 

Segundo o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, o caminhão que pegou fogo foi o principal foco recente, já que as chamas se alastraram por cerca de uma semana, causando inclusive bloqueios na rodovia BR-262, que liga Campo Grande a Corumbá. 

Apesar do perigo, nenhum incidente com veículos de passeio foi registrado, com os vários pesqueiros e restaurantes do entorno também sendo preservados com o trabalho de controle das chamas feito pelos brigadistas. 

Em números, os dados atualizados apontam para 1.089.600 hectares de área queimada pelos incêndios do Pantanal neste 2024, que representa aumento de 3.791,4% se comparado com o ano passado, sendo 5,4 mil focos de calor registrados neste ano frente a 255 de 2023. 

Como aponta o Coronel Adriano Rampazo, subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul (CBMMS), o trabalho se mantém incessante mesmo com as chuvas, com as equipes, agora, trabalhando no rescaldo das regiões, 

"As pessoas acham que chove e acabou o fogo, mas não, ele pode ter amenizado a fumaça, mas ainda tem muita brasa e vamos nos próximos dias fazer o trabalho de rescaldo nas áreas da BR e demais regiões", conclui ele. 

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ACIDENTE

Mulher de 25 anos morre ao colidir com caminhão em rodovia de MS

Letícia Fonseca do Nascimento saiu de Jaú, no interior de São Paulo, e estava a caminho de Rio Brilhante, mas a colisão ocorreu na região de Nova Alvorada do Sul, na BR-267

12/04/2025 12h20

Situação em que ficou o carro da vítima após o acidente

Situação em que ficou o carro da vítima após o acidente Foto: Reprodução/Alvorada Informa

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Uma jovem de 25 anos, identificada como Letícia Fonseca do Nascimento, morreu na região de Nova Alvorada do Sul, após colidir com um caminhão de combustível, na BR-267, durante a madrugada deste sábado (12).

Segundo informações do jornal Alvorada Informa, Letícia saiu de Jaú, em São Paulo, e tinha como destino o município sul-mato-grossense Rio Brilhante, uma viagem de quase 9 horas de duração. Porém, esta jornada acabou sendo interrompida no km 210 da rodovia federal.

Ela conduzia um Volkswagen Up, com placa da cidade do interior paulista, quando perdeu o controle e colidiu de frente com um caminhão Volkswagen Constellation. Com o impacto, o carro da jovem foi arremessado para fora da pista e ficou severamente despedaçado. 

Ainda, foi informado que ela ia encontrar a família em Rio Brilhante. Mesmo com a chegada do socorro, foi constatada sua morte ainda no local do acidente, de forma imediata. Já o motorista do caminhão não sofreu ferimentos. Além de Letícia, seu cachorro, que estaria no seu colo no momento do acidente, também não resistiu e morreu na hora.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) permanece nas investigações para saber como se deu o impacto. O corpo da vítima foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) de Dourados para a análise antes do velório e sepultamento.

Outro caso recente

No dia 07 de abril, uma mãe, de 29 anos, e três filhos, menina  de 10 anos, menino 11 anos e um bebê de 3 meses, morreram em acidente entre dois carros, na BR-060, próximo a curva da Estação Guavira, entre Campo Grande e Sidrolândia, a 70 quilômetros da Capital.

Conforme apurado pela reportagem, a mãe, esposo e os três filhos estavam em uma Volkswagen Saveiro sentido Campo Grande-Sidrolândia, quando, um Chevrolet Corsa, que trafegava em alta velocidade e em zigue-zague sentido Sidrolândia-Campo Grande, invadiu a pista contrária e atingiu violentamente a lateral da Saveiro.

Em seguida, a Saveiro foi atingida por uma carreta carregada com calcário. O Corsa foi parar no matagal às margens da rodovia e pegou fogo. As chamas formaram uma barricada e espalharam fumaça, prejudicando a visibilidade de motoristas. 

Mãe, Drielle Leite Lopes e os três filhos morreram na hora. O esposo, Oldinei Centurión Saraiva, de 42 anos, foi socorrido com vida e encaminhado ao hospital. A família é residente de Sidrolândia e, conforme apurado pela mídia local, voltava de um passeio.

O motorista do Corsa foi arremessado para fora do veículo, que em seguida pegou fogo. Ele sofreu diversas fraturas e foi levado ao hospital, mas seu estado de saúde não foi divulgado. O condutor da carreta não teve ferimentos.

*Colaborou Naiara Camargo

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DESCASO

Donos do Nasa Park fogem da Justiça para escapar de indenização

Desde janeiro a Justiça procura os responsáveis do condomínio de luxo para intimá-los a pagarem pelos danos causados as vítimas do rompimento de barragem

12/04/2025 11h30

Vitimas de rompimento da barragem do condomínio de luxo do Nasa Park aguardam a três meses indenização decidida pela justiça

Vitimas de rompimento da barragem do condomínio de luxo do Nasa Park aguardam a três meses indenização decidida pela justiça Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Passando por grave dificuldade financeira após perdas e danos causados pela queda de barragem do condomínio Nasa Park, vítimas de enxurrada esperam por pagamento indenizatório a mais de 3 meses.

Segundo Gabriele do Prado Lopes Bethencourt, uma das vítimas de tragédia, a indenização até então não paga, se trata de uma antecipação de tutela que foi proferida pela justiça em janeiro, dentro de processo contra o condomínio de luxo localizado em Jaraguari.

O valor decidido para pagamento é de quatro salários mínimos (cerca de R$ 6 mil) que seriam divididos para três vitimas da tragédia da mesma família, Gabriele, Thiago Andelçon do Prado Lopes (Pai de Gabriele) e Thiago Andelço (irmão de Gabriele).

De acordo com a Gabriele, esta indenização estava prevista para ser paga em fevereiro, porém o valor nunca foi pago pelos Donos do Nasa Park, porque os proprietários do condomínio não foram encontrados pela justiça para receberem a intimação da antecipação de tutela.

Sem receber nenhum tipo de auxilio dos causadores do desastre, Gabriele batalha todos os dias para conseguir o básico para custear despesas e alimentação para sua família, já que a enxurrada causada pela queda da barragem no dia 20 de agosto de 2024, levou toda a renda que existia na chácara onde morava, perdendo tanques de peixe, porcos, plantação de mandioca, milho, abóbora e hortaliças.

"É humilhante você ter que pedir as coisas para os outros por conta da negligência dos órgãos ambientais e dos proprietários da Barragem. As contas continua chegando e ninguém quer saber se a barragem levou nossa casa e nossa renda. A conta sempre chega. Não tenho mais nem como manter o básico imagina conseguir paga as contas para deixar tudo em dia", declarou Gabriele.

Gabriele tem 4 filhos de 3, 7, 8 e 14 anos, dois dos menores usam fraldas e um deles é autista a família passa por dificuldades no pagamento de gastos sem renda fixa. "O gasto com combustível, alimentação, fraldas, remédios, aluguel, água, leite é absurdo. Estamos tentando refazer a horta na chácara mas os animais nativos da região estão acabando com tudo", descreveu.

Uma audiência deve ser realizada nos próximos dias para tratar sobre a falta de pagamento indenizatório, porém não se sabe se os proprietários ou representantes do Nasa Park comparecerão.

No dia 13 de fevereiro, um termo de ajustamento de conduta foi celebrado após reunião entre a advogada dos empresários do condomínio de luxo e promotores do Ministério Público do Mato Grosso do Sul (MPMS), onde seis vítimas da tragédia aceitaram o acordo totalizado de R$ 1,3 milhão. Entre as vítimas que firmaram este acordo, está a mãe de Gabriele, Luzia Prado Lopes.

Conforme informou Gabriele a reportagem, a primeira parcela deste acordo deveria ser paga ontem (11), porém o dinheiro indenizatório ainda não caiu na conta das vítimas.

"Era para ela [Luzia] ter recebido ontem os 30% da entrada, mas ela não recebeu um real, o advogado dela ligou para a comarca de Bandeirantes mas não tinham promotores para atender. Minha mãe iria usar o dinheiro desta entrada para alugar uma casa na cidade. Enquanto estamos dependendo de um milagre para ter comida para todo mundo", disse.

Precisando gerar renda para pagar aluguel de sua moradia na cidade, Gabriele informou a reportagem que está vendendo mini ovos de chocolate, com o que conseguiu investir em ingredientes.

Para quem se interessar na compra dos mini ovos de pascoa, como uma forma de ajudar Gabriele e sua família neste momento difícil, podem entrar em contato com o seguinte número: 67 99320-4224. Retiradas de encomendas podem ser feitas no seguinte endereço: Rua Albatroz nº 453 (Morada Verde) no bairro Coronel Antonino.

ACORDOS

Um termo de ajustamento de conduta foi celebrado no dia 13 de fevereiro, após reunião entre a advogada dos empresários do condomínio de luxo e promotores do MPMS.

O valor deverá ser pago para as seis vítimas da tragédia que aceitaram o acordo, em três parcelas quadrimestrais, ou seja, a cada quatro meses (R$ 435 mil por parcela).

O órgão fiscalizador ainda citou que o documento prevê que os empresários providenciem, dentro de 30 dias a partir da assinatura do documento, a penhora de imóveis que totalizem o valor de R$ 4 milhões, para possíveis negociações com as quatro vítimas que não aceitaram o primeiro acordo indenizatório.

Dias após a celebração de acordo com a maioria das vítimas do rompimento da barragem, foi publicado no Diário Oficial do Estado que o Nasa Park solicitou ao governo uma licença ambiental para a área afetada. O pedido foi indeferimento pelo Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul).

No mês passado, após acordo feito com algumas vítimas do rompimento da barragem, a justiça determinou que o Nasa Park tivesse bens desbloqueados no valor de R$ 35 milhões.

QUEDA DA BARRAGEM

Na região onde o desabamento da barragem aconteceu, pelo menos 10 propriedades foram afetadas pela força da água que desceu da represa do Nasa Park.

A reportagem do Correio do Estado esteve presente no dia 20 de agosto de 2024, na zona rural entre as cidades de Jaraguari e Campo Grande, onde a água da represa passou levando tudo o que vinha pelo caminho.

À época, Gabriele relatou que não estava em casa quando a força da água levou diversos móveis, a criação de animais e a plantação de milho e mandioca que faziam parte da renda de sua família por mais de 30 anos.

Foi por questão de minutos que a família de Gabriele não foi levada pela enxurrada da barragem. Seu irmão, Thiago Andelço do Prado Lopes, foi alertado por meio de uma ligação de um vizinho de que a barragem havia cedido

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