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Números de alvarás de táxi na Capital caíram 45% desde chegada da Uber

"Barões e reis" montaram verdadeiro monopólio em Campo Grande, acumulando permissões que eram divididas entre filhos, esposas e cunhados

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Levantamento na base de dados da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) mostra que, dos quase 500 alvarás ativos em Campo Grande na era "pré-Uber", só 267 mantém a renovação ativa, indicando que a concorrência levou o, outrora, monopólio "ao pó". 

Enquanto as alternativas para transporte na Capital eram depender de ônibus, mototáxis e táxis, podendo praticar preços que bem entendiam, em 2015 existia um total 486 alvarás ativos. 

Vale lembrar que naquele ano, os aplicativos de transporte (principalmente e Uber) já iniciava suas operações no Brasil, com sua vinda para a Capital cada vez mais iminente. 

Os números mostram que esse total foi caindo com o passar do tempo, até que, quatro anos depois, em 2019 - quando a validade dos alvarás passou a ser de três anos -, Campo Grande já acumulava 393 alvarás ativos. 

Confira abaixo a oscilação nos registros de renovação (alvarás ativos) - com exceção dos dois principais anos de pandemia (2020 e 2021). 

Ano Alvarás Ativos
2015 486
2016 488
2017 443
2018 359
2019 393
2022 267

Início da concorrência 

Ainda em 2015, diante da iminência de uma concorrência que ofertava preços mais baixos que os praticados até então, houve inclusive medidas e projeto para tentar deter o Uber de atuar em Campo Grande, assim como em diversas localidades brasileiras. 

Essa proibição, dos carros particulares em transporte por aplicativo, chegou a ser alvo de audiência pública. 

Importante frisar que o PL chegou a passar na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, ainda em 02 de dezembro de 2015.

Porém, dois dias antes do Natal daquele ano, o então governador, Reinaldo Azambuja, publicou o veto ao projeto de lei que proibia o transporte remunerado de passageiros em veículos particulares. 

"Lavando as mãos", o texto por sua vez apenas apontava que legislar sobre política nacional de transportes caberia à União, enquanto a competência legislativa sobre essa locomoção individual seria de responsabilidade do município. 

CPI dos Táxis

Vale lembrar que, em Campo Grande, houve alguns "barões do táxi", que ainda na década de 70 começaram a montar seus impérios, como o caso Moacir Joaquim de Matos, que chegou a acumular mais de 50 alvarás em seu nome.

Isso acontecia porque, até 1993, não havia um limite imposto de quantos alvarás uma única pessoa poderia acumular. Quando essa regra mudou, Moacir começou a "distribuir" essas permissões. 

Conforme apurado na época, ele deixou 15 no nome da esposa, Francisca Pereira dos Santos, e do filho, Elton Pereira de Matos, com a mesma quantia, e oito veículos. Importante ressaltar que, apesar desses títulos em seus respectivos nomes, nenhum deles, além de Moacir, atuava diretamente com o empreendimento de táxis. 

Até antes da morte de Moacir, em 2013, a família Matos chegou a responder por mais de 10% de toda a frota de táxis em Campo Grande. 

Com isso, em 2017 foi instaurada Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), onde os envolvidos em acumular os alvarás foram chamados para depor. 

Instaurada em 11 de abril daquele ano, contou com aprovação de 19 vereadores, motivada pelas denúncias recebidas pelo então vereador, Vinicius Siqueira, de que muitos alvarás de táxi estariam concentrados com determinados grupos familiares. 

Além da família Matos, a CPI apurou o segundo maior monopólio, pertencente a Orocídio de Araújo, que também colocou sua esposa, Maria Helena Juliace de Araújo, o cunhado Benevides Juliace Ponce e esposa do cunhado, Gleickermen Bogarim Godoy Ponce no esquema, acumulando 39 carros no nome da família. 

Até mesmo o presidente do Sindicato dos Taxistas de Campo Grande(Sintaxi), Bernardo Quartim Barrios, e o presidente do Sindicato dos Mototaxistas de Campo Grande (Sindmototaxi), Dorvair Boaventura de Oliveira. 

Através desse trabalho, foi constatado que mais de 80% dos alvarás foram transferidos de maneira informal, sendo necessário na época a quebra de sigilo financeiro e fiscal dos envolvidos. 

Já na última etapa dos trabalhos, outras 25 pessoas foram convocadas à Câmara Municipal, já que a situação até o momento apontava para 980 alvarás de permissão de exploração do serviço de táxi e mototáxi em Campo Grande.

Conforme o então vereador Odilon de Oliveira Júnior, nenhum alvará de táxi tinha todas as documentações expressas no Decreto Municipal N.º 3631. 

"Sendo elas a cópia da CNH [Carteira Nacional de Habilitação], prova que exerce efetivamente a profissão no município, ficha de sanidade atualizada, certidão negativa criminal, atestado passado pela polícia do estado, prova de cumprimento das exigências sindicais e previdência social", declarou. 

Apesar disso, punições não foram previstas a nenhum dos envolvidos. 

 

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Estudantes de MS criam lixeira que usa IA para separar resíduos

Idealizada por alunos do IFMS, a Envirobin une tecnologia e sustentabilidade

10/11/2025 19h00

Fábio Henrique Quintana de Souza e Euzilene da Silva Larrea

Fábio Henrique Quintana de Souza e Euzilene da Silva Larrea Divulgação

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Primeira startup do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), a Envirobin é focada no desenvolvimento de uma inteligência artificial para soluções de sustentabilidade.

O projeto ganhou destaque em um evento de divulgação do Inova Cerrado, realizado pelo Sebrae. Foi lá que a equipe da Ecovantis, entusiasta do projeto, submeteu a ideia e foi aprovada.

"Foi a partir de um desses eventos, para divulgação do Inova Cerrado, do Sebrae, que a equipe do Ecovantis submeteu a ideia e foi aprovada. Depois disso foi só sucesso, apoiamos o desenvolvimento das atividades e mantemos um orientador com eles para desenvolvimento da inteligência artificial", afirma a coordenadora local da TecnoIF no Campus Jardim, Valeria Sun Hwa Mazucato Galvão.

Projeto

A EnviroBin é o principal projeto da Ecovantis. A lixeira inteligente, equipada com inteligência artificial e sensores, identifica, classifica e separa resíduos sólidos reclicáveis de forma autônoma.

No entanto, o diferencial da startup vai além da tecnologia, como explica o estudante Fábio Henrique.

“A inovação está na sua capacidade de reconhecer automaticamente os resíduos e fazer a separação correta de maneira autônoma e educativa. O diferencial vai além da tecnologia: ao realizar o descarte correto, o usuário acumula pontos em um aplicativo/plataforma, que podem ser trocados por benefícios em empresas parceiras locais”.

Essa abordagem cria um ecossistema de ganho mútuo para usuários, recompensados por praticar a sustentabilidade, e para as empresas parceiras. A tecnologia também coleta dados valiosos sobre o descarte de resíduos, ajudando municípios e empresas a planejarem ações ambientais mais eficientes.

Segundo o professor André Quintiliano Bezerra Silva, orientador da startup, essa rede de colaboração é a chave para a sustentabilidade do projeto.

“A tecnologia é conectada a um aplicativo que recompensa os usuários com pontos, os quais podem ser trocados por cupons de desconto em empresas parceiras. Essas, por sua vez, ganham certificação ambiental, visibilidade, e acesso a incentivos fiscais, criando um ecossistema de ganhos mútuos e impacto positivo”.

Aprendizado

Para os fundadores, os estudantes Fábio Henrique Quintana de Souza, de 21 anos, e Euzilene da Silva Larrea, de 43, estudantes de Licenciatura em Ciência da Computação, a criação da startup é parte fundamental de sua formação acadêmica.

Fábio relata que a motivação veio da necessidade de aplicar o aprendizado em uma causa na qual acredita.

“A ideia da startup surgiu justamente da vontade de unir o que aprendi tecnicamente a uma causa na qual acredito, que é a sustentabilidade ambiental. Mais do que aplicar os conhecimentos adquiridos, criar a startup me desafiou a ir além da sala de aula! Precisei aprender a validar ideias, conversar com possíveis usuários, montar modelos de negócio e desenvolver protótipos”, aponta.

Euzilene corrobora a visão do sócio, destacando o papel essencial do apoio recebido.

“Para mim, é uma possibilidade de aprendizado para além daquilo previsto no curso de graduação, no qual o IFMS proporciona esse conhecimento adicional, conclui a estudante.

Fomento ao empreendedorismo

A incubação da Envirobin é um marco para o TecnoIF, um dos programas da Diretoria de Empreendedorismo e Inovação (Direi), vinculada à Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação (Propi) do IFMS.

A iniciativa reflete o fortalecimento da cultura de inovação na instituição. Apenas em 2024, por meio do Programa de Empreendedorismo Inovador (Pemin), o IFMS registrou a criação de 10 empresas juniores. Esse ecossistema é apoiado e desenvolvido nos Laboratórios IFMakers e TecnoIFs, ambientes que abrigam desde as empresas juniores até a incubação de empresas de base tecnológica, como a Envirobin.

Por meio da TecnoIF, a instituição fomenta projetos e ideias de negócios com o objetivo de fortalecer a cultura empreendedora, alavancar o desenvolvimento profissional de estudantes e servidores e auxiliar a comunidade externa na modelagem de negócios inovadores. 

Celebração

Natal no Centro terá show nacional, sorteio de apartamentos e superprodução circense

A celebração é patrocinada pela Prefeitura de Campo Grande em parceria com empresas públicas e privadas

10/11/2025 18h30

Centro terá shows e atrações nacionais no Natal

Centro terá shows e atrações nacionais no Natal FOTO: Valdenir Rezende/Arquivo Correio do Estado

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Começa no dia 29 de novembro o Natal dos Sonhos 2025, celebração patrocinada pela Prefeitura de Campo Grande em parceria com empresas privadas e o comércio da Capital.

O evento vai levar a “magia” do Natal para o Centro da cidade, na Vila do Natal, através de shows, espetáculos, uma decoração temática, atrações culturais e a 10ª edição do Feirão Habita Campo Grande. 

Até agora, pelo menos seis instituições estão unidas na iniciativa, como a Águas Guariroba, Energisa, Famasul, MRV, Pátio Central Shopping e Sesc. Outros parceiros também somam os esforços para transformar Campo Grande em um cenário de celebração. 

Neste ano, a comemoração trará diferenciais. Um dos pontos principais será a praça Ary Coelho, com uma programação com apresentações musicais nacionais de nomes como Ana Paula Valadão, Di Ferrero, DJ Jiraya Uai e outros artistas regionais. 

Além disso, será instalado um circo no Centro da cidade, que trará o espetáculo “Natal dos Sonhos”, com música ao vivo, palhaços, malabarismo e apresentações aéreas, para trazer ao público uma “experiência emocionante sobre o verdadeiro sentido do Natal”. 

Todas as apresentações serão gratuitas e abertas à população. 

O presidente do Sistema Comércio MS, Edison Araújo, afirma que a parceria entre o setor público e privado reforça o papel do Natal como impulsionador de desenvolvimento.

 “Para o Sistema Comércio, ser parceiro de ações como esta atrai visitantes, valoriza nossa cultura, aumenta o movimento nas ruas, fortalecendo o turismo e o comércio local e, ainda, gerando oportunidades”.

Junto com as comemorações natalinas, será realizada a 10ª edição do Feirão Habita Campo Grande com um ponto exclusivo na Rua 14 de Julho, junto com o sorteio de apartamentos dos residenciais Jorge Amado, Manoel de Barros e Nova Bahia. 

"O Centro é o coração da cidade, então levar toda a estrutura do Natal para essa região é uma forma de revitalizar o comércio, atrair visitantes e fortalecer o sentimento de pertencimento da população”, destaca a prefeita Adriane Lopes.

Decoração custa R$1,7 milhão

No Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande) do dia 30 de outubro, a Prefeitura divulgou que a Construtora JCL Ltda. venceu a licitação para montagem e execução da decoração natalina da Capital neste ano, pelo valor de R$1.756.999,98. 

Conforme o edital, para a decoração natalina está prevista a instalação de mangueiras luminosas de led branco quente (âmbar), verde e azuis pelas avenidas Afonso Pena, Duque de Caxias e Mato Grosso.

Na 14 de Julho, a decoração terá flâmulas natalinas, bolas metálicas iluminadas, árvores naturais de porte médio, árvores em formato de cone, anjo iluminado e pórticos metálicos.

A Praça Ary Coelho também será decorada, desde os portais de entrada até o coreto, além de iluminação nas árvores naturais.

Complementam a decoração em outras vias estrelas dos mais variados tamanhos, árvores de arabesco, cometas, botas, bicicletas, pirâmides e pórticos, entre outros.

Além dessas, receberão decoração as rotatórias da Ceará com Joaquim Murtinho; Duque de Caxias com a Entrada da Nova Campo Grande; da João Arinos com Pedrossian; Três Barras com Marques de Lavradio; Consul Assaf Trad com Zulmira Borba; Gury Marques na rotatória da Coca-Cola; Filinto Muller no Lago do Amor; dentre outras.

A iluminação compreende ainda o Paço Municipal.

No entanto, a contratação da empresa contraria uma lei sancionada pelo próprio Executivo em agosto deste ano, com o objetivo de reduzir os gastos municipais e otimizar recursos públicos. 

A Lei 7.464/25, sancionada em 4 de agosto e que ainda está em vigor, prevê que a iluminação e ornamentação natalina em espaços públicos será realizada por meio de parcerias com a iniciativa privada, sem custos para a Prefeitura.

O programa “Natal de Luz”, inserido na lei, permite que empresas patrocinem a instalação das luzes e enfeites em locais públicos previamente definidos pela administração municipal e, em troca, poderão divulgar suas marcas nos locais iluminados. 

O vereador André Salineiro (PL), autor do projeto de lei, divulgou em sua rede social que irá lutar pela suspensão do processo licitatório e solicitar a abertura de um chamamento público para que as empresas interessadas possam participar do certame.

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