Cidades

SAÚDE PÚBLICA

Após morte de criança por meningite, escola entra em alerta

Dois alunos do colégio em que a menina de 7 anos que morreu estudava estão doentes. O Correio do Estado recebeu denúncia que a Sesau disse ser infundada

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Após a morte de uma criança de sete anos por meningite em Campo Grande, o Correio do Estado recebeu uma denúncia de um funcionário da escola em que a menina estudava, que não quis se identificar, alertando que outros dois alunos da mesma sala da criança ficaram doentes.

A pessoa estava preocupada com a saúde dos demais estudantes, já que a meningite é uma doença contagiosa.

O colaborador da escola relatou à reportagem que as duas crianças estavam com sintomas como vômito e febre, e por isso tinham faltado à aula ontem.

A pessoa comentou ainda que a vítima tinha comparecido às aulas na segunda-feira de manhã, horas antes de falecer no hospital por meningite.

Com medo da doença ter sido transmitida para outros alunos, a pessoa acredita que as aulas deveriam ter sido canceladas, porém, continuaram normalmente, mesmo após a confirmação do caso e do óbito.

A equipe do Correio do Estado esteve no local ontem e confirmou que a Escola Municipal Professora Ione Catarina Gianotti Igydio estava funcionando.

Ao tentar obter mais informações com a coordenação da escola e com a Secretaria Municipal de Educação (Semed), a equipe não obteve resposta.

A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) relatou à reportagem que “não tem conhecimento de que alguma outra criança do bairro tenha sido afastada da escola ou esteja internada por suspeita da doença”.

A Sesau também pontuou em nota que foram adotadas medidas de vigilância epidemiológica, como investigação de casos suspeitos e secundários no hospital, na residência e na escola da criança, levantamento dos contatos próximos em ambientes que a menina passou e quimioprofilaxia em dois adultos e duas crianças que moravam com a vítima, além de outros dois adultos e 31 crianças, da escola.

No caso da quimioprofilaxia, que consiste na administração de antibióticos a pessoas que tiveram contato próximo com um caso suspeito de meningite, o trabalhador da escola relatou que não foi feito nenhum procedimento.

Após a visita da equipe à escola e a publicação de uma matéria sobre o caso, o Correio do Estado recebeu de um leitor o comunicado aos pais e responsáveis, informando que hoje e nesta segunda-feira não haverá aula na escola.

Na semana que vem, o colégio também destacou que os alunos não receberão faltas, e fica a critério dos responsáveis mandar os filhos para a escola ou não.

Ainda foi relatado ao Correio do Estado que no enterro da menina, o caixão estava aberto. A Sesau esclareceu que não há necessidade de um velório com caixão fechado quando a causa da morte é meningite meningocócica.

CASO

Na terça-feira, uma criança de sete anos morreu por meningite meningocócica e meningococcemia no Hospital da Cassems, na Capital. Além disso, a Sesau informou em nota que a menina também testou positivo para Covid-19.

A criança não teve passagem pela Rede Municipal de Saúde, não tinha comorbidades, não viajou para outros municípios e estava com todas as três doses da vacina meningo C em dia, cuja última dose havia sido administrada em fevereiro de 2020, destaca a Pasta.

A Sesau pontua ainda que foi solicitado ao hospital uma amostra do sangue da criança, que foi analisada e testou positivo para meningite bacteriana.

Essa é a sétima morte por meningite bacteriana em Campo Grande, de 2022 até o momento, relata a secretaria.

Ao todo, dados da Sesau informam que 10 pessoas foram a óbito neste ano por complicações causadas pela meningite. No ano passado, foram registradas 22 vítimas da doença na Capital e em 2022, 14 mortes.

Apesar disso, o número de casos da doença tem caído nos últimos anos.

Em 2022 foram 71 confirmados em Campo Grande, enquanto no ano passado o índice caiu para 60 casos. Neste ano, até o momento, há 46 casos registrados.

VACINAÇÃO

Apesar do número de casos e mortes, a Sesau destaca que a “cobertura vacinal é muito satisfatória” em Campo Grande.

Dados da secretaria indicam que, em 2022, o imunizante meningo C, previsto no Calendário Nacional de Vacinação do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, teve 85% de adesão.

Já no ano passado, 87% da população prevista foi vacinada.

De janeiro a agosto deste ano, o índice de imunização contra a meningite está em 103,15%.

A secretaria destaca que a melhor forma de prevenção contra a meningite é a vacina, que deve ser tomada a partir dos dois meses.

A criança deve receber a dose da vacina BCG, que previne contra a tuberculose e uma das formas de meningite, e a vacina pentavalente, que protege contra diversas doenças, entre elas a meningite.

Já a meningo C deve ser tomada aos três meses a primeira dose e aos 12 meses, o reforço. Esse imunizante protege contra a doença meningocócica causada pelo sorogrupo C.

Há outra vacina que protege contra a doença sistêmica causada pela Neisseria meningitidis dos sorogrupos A, C, W ou Y, a meningocócica ACWY, que foi incorporada ao PNI em 2020 e é recomendada para adolescentes na faixa etária de 11 e 12 anos.

Além dessas, o Ministério da Saúde destaca que há outras vacinas que previnem a meningite, sendo elas a pneumocócica 10-valente (conjugada), que protege contra doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo a meningite; a vacina pneumocócica 23-valente (polissacarídica), e a pneumocócica 13-valente (conjugada).
 

Segurança

Corumbá solicita medidas urgentes para segurança no trânsito fronteiriço

Em reunião com a Secretaria Nacional de Trânsito, em Brasília, o município apresentou propostas para melhorar a segurança no trânsito da cidade.

06/12/2024 15h30

Imagens/ Diário Corumbaense

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A Agência Municipal de Trânsito e Transporte (Agetrat) de Corumbá, localizada a 427 quilômetros de Campo Grande, apresentou um ofício ao secretário Nacional de Trânsito, Adrualdo Catão, solicitando mais segurança no trânsito. A medida foi tomada após o aumento considerável no fluxo de veículos na região que atravessa a fronteira entre Brasil e Bolívia nos últimos dias.

O encontro, realizado em Brasília (DF), teve como objetivo identificar soluções para aprimorar a infraestrutura e a legislação de trânsito em regiões de intensa movimentação internacional, como é o caso da fronteira entre Brasil e Bolívia.

De acordo com o relatório do órgão, cerca de 8 mil veículos atravessam a fronteira diariamente. O fluxo intenso de veículos e carga na linha internacional tem contribuído para a redução da segurança na região.

Em entrevista ao jornal Diário Corumbaense, o especialista em trânsito e servidor da Agetrat (Agência Municipal de Trânsito e Transporte), Jeferson Braga, confirmou que entregou um documento ao secretário Nacional de Trânsito, Adrualdo Catão, propondo medidas para melhorar a segurança na cidade.

"Corumbá tem características únicas, com um fluxo elevado de veículos e um grande movimento devido a sua proximidade com a Bolívia. A segurança no trânsito precisa de uma abordagem mais específica, que leve em consideração essas peculiaridades locais", afirmou Braga.

Ainda segundo Braga, o objetivo do relatório é iniciar uma discussão e propor modificações para melhorar a infraestrutura do trânsito em Corumbá.

Entre as sugestões entregues ao secretário estão a revisão da legislação de trânsito, a adequação das normas para o transporte de cargas pesadas e a implementação de campanhas educativas voltadas para os motoristas da região.

Para o secretário Nacional de Trânsito, as ações apresentadas são necessárias, devem ser analisadas e, em breve, colocadas em prática.

 "Entendemos que as cidades de fronteira enfrentam realidades únicas, e por isso é fundamental que as políticas de trânsito sejam adaptadas a essas especificidades", afirmou Adrualdo Catão.

De acordo com Adrualdo, os pedidos serão analisados pela União para estudos de viabilidade de implementação.

 

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Mato Grosso do Sul

Campo Grande: Acesso ao saneamento melhora a saúde de recém-nascidos, diz estudo da FGV

O levantamento foi realizado com base nos dados fornecidos pela Águas Guariroba, referentes ao programa Sanear Morena, que ampliou a rede de esgoto na cidade entre 2005 e 2019

06/12/2024 14h55

Estudo indicou melhora no saneamento básico da Capital

Estudo indicou melhora no saneamento básico da Capital Divulgação

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A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou resultados parciais de um estudo que avalia os efeitos do saneamento básico na saúde neonatal em Campo Grande. O levantamento foi realizado com base nos dados fornecidos pela Águas Guariroba, referentes ao programa Sanear Morena, que ampliou a rede de esgoto na cidade entre 2005 e 2019.

O estudo, intitulado Saneamento e Saúde Neonatal: Evidências do Brasil, foi conduzido pelos pesquisadores Pedro Oliveira, Daniel da Mata e Fernanda Batolla, da Escola de Economia de São Paulo da FGV. 

A pesquisa mostrou que o acesso ao saneamento básico está diretamente relacionado ao aumento do peso dos recém-nascidos e à redução de nascimentos com peso abaixo de dois quilos, diminuindo o tempo de internação em UTIs neonatais.

Entre os destaques, a pesquisa identificou que, a cada mês de acesso ao saneamento durante a gestação, o peso do bebê aumenta em média 20 gramas. Esse impacto é mais significativo quando o saneamento é acessado nos dois primeiros trimestres de gravidez. 

“O que acontece ainda na barriga da mãe terá efeitos permanentes na vida da criança”, explicou Fernanda Batolla, uma das autoras do estudo, durante uma live de divulgação.

Cobertura

Durante o período analisado, a cobertura de esgoto em Campo Grande avançou de 22%, em 2005, para 83%, em 2019. Atualmente, o índice chega a 93%, superando as metas estipuladas pelo Marco Legal do Saneamento Básico, que exige 90% de cobertura até 2033. A Águas Guariroba, responsável pela rede, destacou que 95% das famílias têm aderido ao serviço quando ele é disponibilizado.

Francis Faustino, diretora-executiva da concessionária, enfatizou a importância dos resultados.  

“O estudo reforça nosso compromisso com a população e mostra os frutos do trabalho realizado ao longo dos anos. Continuamos investindo na ampliação da Tarifa Social, que hoje beneficia mais de 65 mil pessoas, garantindo que cada vez mais famílias tenham acesso ao saneamento”, afirmou a diretora.

A pesquisa também destacou disparidades no acesso ao saneamento, com maiores benefícios observados entre mães com melhor escolaridade e renda.

Para mitigar essa desigualdade, a Águas Guariroba vem intensificando ações de conscientização e investindo em infraestrutura, como os 500 quilômetros de rede implantados nos últimos dois anos, dentro do programa Campo Grande Saneada.

O estudo da FGV será publicado integralmente em breve e integrará a tese de doutorado de Pedro Oliveira, um dos autores, com financiamento da Fapesp.

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