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Após vandalismo em Brasília, notícias falsas voltam a tumultuar as redes sociais

Fake news sobre morte de idosos e participação de infiltrados nos atos na capital federal se espalham desde domingo no País

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Após os atos de vandalismo nas sedes dos Três Poderes, em Brasília, ocorridos no domingo, a internet foi novamente inundada por uma série de notícias falsas. Entre as fakes news estão acusações de mortes de idosos e de infiltrados de partidos da esquerda nos ataques. 

Na segunda-feira, a foto de uma idosa começou a circular nas redes sociais de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com uma mensagem afirmando que a senhora havia morrido na Academia Nacional de Polícia, local onde estão os detidos por suspeita de atentados golpistas em Brasília. 

Entretanto, foi comprovado que a foto foi baixada de um banco de imagens da internet e a Polícia Federal (PF) também desmentiu o falecimento da idosa. 

Na terça-feira, outra imagem começou a circular nas redes sociais, afirmando ter aumentado o número de mortes no “campo de concentração da Polícia Federal”. Novamente, o post foi desmentido pela PF, que informou não haver registro de óbitos entre os detidos na Academia Nacional de Polícia. 

A PF também informou que, “por questões humanitárias, foram liberados 599 detidos, em geral idosos, pessoas com problemas de saúde, em situação de rua e mães acompanhadas de crianças” na tarde de terça-feira. 

Ainda na nota, a PF também desmentiu o boato de que crianças estavam sem água e comida no local. De acordo com a Polícia Federal, “todos estão recebendo alimentação regular, hidratação e atendimento médico, quando necessário”. 

DISSEMINAÇÃO 

As notícias falsas não se limitam apenas à apreensão dos suspeitos pelos atentados em Brasília, mas se estendem para quem participou das ações de vandalismo. 

O empreendedor e ativista social Raul Santiago foi alvo de uma mensagem falsa enviada nas redes sociais, com fotos dele associada à mensagem de que ele estava “fingindo ser patriota” e que “quebrou tudo” a mando de alguém.

O empresário comprovou que todas as imagens usadas foram publicadas antes de domingo, em seu Instagram, e nenhuma delas foi tirada em Brasília. 

O sobrinho do deputado estadual Zeca do PT, Marcelo Heitor, também foi alvo das notícias falsas. No WhatsApp começou a circular nesta semana um vídeo de um homem de chapéu e óculos escuros incentivando a invasão dos vândalos aos prédios dos Três Poderes. 

Na legenda, a afirmação: “Você conhece esse aí, não? O sobrinho do Zeca do PT vai ficar conhecido agora!! [...] São infiltrados dos petistas que fizeram o quebra-quebra, tá aí!”. 

Marcelo publicou um vídeo em seu perfil do Twitter negando ser a pessoa das imagens e informou que estava em Bonito (MS) no domingo, com familiares. Ele acrescentou: “Só me envolvo em manifestações que defendem a liberdade, que defendem a democracia”. 

Heitor Miranda, filho do ex-prefeito de Porto Murtinho (MS), também foi acusado de ser o homem do vídeo, entretanto, o jovem faleceu em novembro de 2022. 

O DISCURSO

Boa parte dessas notícias falsas é publicada em aplicativos de mensagens, como WhatsApp e Telegram, e se espalha rapidamente por meio de grupos de pessoas que têm o mesmo interesse. 

A psicóloga Pietra Garcia comenta que, atualmente, as pessoas têm uma grande necessidade de estarem sempre informadas, e essa carência gera uma ansiedade, um medo de perder algo, de não saber de um fato. 

Os grupos, nesse cenário, têm uma grande importância, principalmente porque são um meio que as pessoas encontram de compartilhar essas informações e se manter sempre informadas. Sendo assim, fortalece o discurso o que está na manchete, o que está na mensagem, mesmo que seja falso. 

“No mundo em que a gente vive hoje em dia, é muito difícil as pessoas conseguirem abstrair. Nem sempre o que elas vão ouvir ou a notícia que vai chegar vai ser algo que ela goste, vai ser algo que agrade aos ouvidos dela. Acredito que as notícias falsas têm muito a ver com isso, reforçar aquilo que você queria que fosse verdade”, comenta Pietra Garcia. 

Para a psicóloga, combater fake news com ciência nem sempre funciona, porque as pessoas preferem acreditar na mentira “do que se esforçar para abrir mão daquilo que gostam de ouvir”. 

PAPEL DAS REDES SOCIAIS

As redes sociais, como um todo, fortalecem a criação desses grupos responsáveis por disseminar as notícias falsas.

Denis Ajala é analista de marketing e relata que, com o crescimento da propagação de fake news, fenômeno que foi notado principalmente nas eleições de 2018, algumas redes criaram políticas de publicações em parceria com verificadores de notícias, para tentar conter o avanço das inverdades.

No entanto, ainda assim, existem plataformas como Kwai e TikTok que não têm esses recursos. 

Ajala afirma que a melhor forma de combater as notícias falsas é sempre verificar a veracidade por meio desses parceiros do grupo Meta (Facebook, Instagram e WhatsApp) e do Twitter e por meio de projetos como o Comprova, que é uma agência de checagem de notícias que conta com a parceria de jornais de todo o País, inclusive o Correio do Estado

Durante as eleições de 2022, além da ação com o Comprova, o Correio do Estado também criou o primeiro núcleo de verificação de Mato Grosso do Sul, o Correio Verifica, cujo objetivo era informar a população e desmentir informações enganosas que pudessem prejudicar o processo eleitoral no Estado.

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Planos de saúde fecham 2024 com 52,2 milhões de beneficiários

Planos odontológicos somaram 34,4 milhões de usuários

05/02/2025 23h00

Imagem ilustrativa

Imagem ilustrativa Reprodução, Tânia Rêgo/Agência Brasil

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Levantamento da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), no mês de dezembro, aponta que o setor de planos de saúde totalizou 52.210.290 usuários em planos de assistência médica e 34.466.532 usuários nos planos exclusivamente odontológicos. Os números mostram que cada segmento alcançou novo recorde de beneficiários no setor, segundo a ANS.

Em 1 ano, os planos médico-hospitalares apresentaram crescimento de 862.771 beneficiários em relação a dezembro de 2023. No comparativo de dezembro de 2024 com novembro do mesmo ano, o crescimento foi de 156.217 usuários. Nos planos exclusivamente odontológicos, somaram-se 2.065.209 beneficiários nos 12 meses, e 178.642 na comparação de dezembro de 2024 com novembro do mesmo ano.

Segundo a ANS, em relação aos dados por estado, no comparativo com dezembro de 2023, o setor registrou aumento de beneficiários em planos de assistência médica em 24 unidades federativas, sendo São Paulo, Minas Gerais e Amazonas os que tiveram o maior ganho de beneficiários em números absolutos. Entre os odontológicos, São Paulo, Minas Gerais e Paraná foram os estados com maior crescimento em números absolutos.

Quanto à faixa etária, observa-se que de 45 anos a 49 anos foi a que apresentou o crescimento mais expressivo na assistência médica, com 240.336 novos beneficiários, nos últimos 12 meses, seguido pela faixa etária de 50 anos a 54 anos, com 125.734 novos beneficiários, nos últimos 12 meses. 

As faixas etárias que tiveram maior crescimento nos planos odontológicos foram 45 anos a 49 anos, com 248.771 novos usuários, nos últimos 12 meses,  e 70 anos a 74 anos, com 193.557 novos beneficiários, nos últimos 12 meses.

“Considerando os dados de usuários de planos de saúde de assistência médica nos últimos 5 anos, verificamos que o setor de saúde suplementar vem mantendo um crescimento contínuo”, informa a agência reguladora. 

De acordo com o Censo 2022, do IBGE, observa-se que o crescimento de beneficiários na saúde suplementar supera o crescimento populacional. A taxa de crescimento 2010/2022 de beneficiários foi de 12% enquanto a população brasileira cresceu 6,5%, no mesmo período. 

“Em relação à evolução no número de beneficiários, é importante destacar que esse aumento da procura por planos de saúde a partir da pandemia de covid-19 pode indicar que as pessoas ficaram ainda mais preocupadas em garantir o acesso ao sistema de saúde num momento de grande necessidade”, avalia a ANS.

Ao analisar o segmento exclusivamente odontológico, a agência observou um aumento mais significativo, o que pode indicar que as pessoas estão mais atentas à importância da saúde bucal.  

“Sobre a tendência para os próximos anos, a expectativa é que a evolução do setor mantenha sua estabilidade. Mas, é claro que é preciso analisar aspectos como o cenário econômico-financeiro, a empregabilidade, a variação dos custos em saúde, que exercem impacto relevante no setor de saúde suplementar”, analisou o diretor de Desenvolvimento Setorial da ANS, Maurício Nunes. 

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Ozempic manipulado: médicos alertam para riscos de remédio alternativo

Estes medicamentos exigem processos rigorosos de fabricação

05/02/2025 20h00

Ozempic manipulado: médicos alertam para riscos de remédio alternativo

Ozempic manipulado: médicos alertam para riscos de remédio alternativo TÂNIA RÊGO/AGÊNCIA BRASIL

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A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) divulgaram nota nesta quarta-feira (5) na qual alertam a população sobre “graves riscos” associados ao uso de medicamentos injetáveis de origem alternativa ou manipulados para tratar obesidade e diabetes.Ozempic manipulado: médicos alertam para riscos de remédio alternativoOzempic manipulado: médicos alertam para riscos de remédio alternativo

Os medicamentos em questão, de acordo com as entidades, são análogos do GLP-1 e GIP, incluindo a semaglutida (Ozempic e Wegovy, da farmacêutica Novo Nordisk) e a tirzepatida (Mounjaro e Zepbound, do laboratório Eli Lilly), aprovados por agências reguladoras como a brasileira Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a norte-americana Food and Drug Administration (FDA, na sigla em inglês).

“Medicamentos biológicos, como a semaglutida e a tirzepatida, exigem processos rigorosos de fabricação para assegurar que o organismo utilize e metabolize a substância de forma eficaz e segura. Essas moléculas são administradas por injeções subcutâneas, o que demanda padrões rigorosos de esterilidade e estabilidade térmica”, destacou a nota.

O uso de versões alternativas ou manipuladas, segundo as entidades, figura como “prática crescente, preocupante e perigosa” e carece de bases científicas e regulatórias que garantam eficácia, segurança, pureza e estabilidade do produto, “expondo os usuários a sérios riscos à saúde, pois não passam pelos testes de bioequivalência necessários, tornando impossível prever seus efeitos no corpo humano”.

“Relatos da FDA documentam problemas graves de administração em versões alternativas ou manipuladas, com doses superiores ou inferiores às recomendadas, contaminações e substituição por outros compostos”, alerta a nota. “A semaglutida e a tirzepatida alternativas ou manipuladas são frequentemente divulgadas como opções mais acessíveis e igualmente eficazes, o que é uma falsa promessa.”

Ainda de acordo com as entidades, a comercialização direta dessas medicações alternativas ou manipuladas por profissionais de saúde em consultórios configura prática contrária ao Código de Ética Médica, “ferindo a confiança da relação médico-paciente”. “Versões vendidas em sites, redes sociais ou por WhatsApp também aumentam o risco de adulteração, contaminação e ineficácia por desestabilização térmica”.

Dentre as recomendações que constam na nota está:

  1. que profissionais de saúde não prescrevam semaglutida ou tirzepatida alternativas ou manipuladas. “Apenas utilizem medicamentos aprovados por agências reguladoras, com fabricação industrial certificada e vendidos em farmácias”;
  2. que pacientes rejeitem tratamentos que incluam versões alternativas ou manipuladas dessas moléculas – incluindo vendas diretas em sites, aplicativos ou em consultórios – e busquem alternativas aprovadas pela Anvisa;
  3. que órgãos reguladores e fiscalizadores, em especial a Anvisa e os conselhos de medicina, intensifiquem ações de fiscalização sobre todas as empresas e pessoas envolvidas na prática.

Por fim, as entidades reforçam a importância de seguir recomendações baseadas na ciência e na ética, priorizando a segurança e o bem-estar da população. “E reiteram o compromisso social de melhorar o acesso a medicações seguras e eficazes para tratar a obesidade e o diabetes mellitus, assim como reivindicam políticas públicas de inclusão e abordagem ampla de prevenção e tratamento dessas condições”.

Falsificações

Em janeiro de 2024, a Organização Mundial da Saúde (OMS) chegou a fazer um alerta para a escassez de medicamentos como um problema global, sobretudo em países de baixa e média renda. Segundo a entidade, desde setembro de 2021, o número de insumos em falta em dois ou mais países cresceu 101%.

“Essa escassez de medicamentos é uma força motriz reconhecida para remédios falsificados ou de qualidade inferior e acarreta o risco de muitos procurarem obter medicamentos através de meios não oficiais, como a internet”, destacou a OMS, em nota.

O comunicado cita especificamente a escassez global, registrada em 2023, de produtos indicados para o tratamento do diabetes tipo 2 e utilizados também para a perda de peso, como o semaglutida. A substância é o princípio ativo do Ozempic, caneta de aplicação na pele para controle do apetite.

Anvisa

Em outubro, a Anvisa recebeu um comunicado da farmacêutica Novo Nordisk, responsável pela produção do Ozempic, sobre indícios de que canetas de insulina foram readesivadas e reaproveitadas com rótulos do medicamento. A suspeita era que os adesivos tenham sido retirados indevidamente de canetas originais de um lote da medicação e utilizados em embalagens de insulina vendidas.

A orientação da Anvisa é que a população e os profissionais de saúde fiquem atentos às características da embalagem do Ozempic e adquiram somente produtos dentro da caixa, em farmácias regularizadas junto à vigilância sanitária, sempre com a emissão de nota fiscal.

A agência recomenda ainda que não sejam adquiridos produtos de sites e canais que comercializam medicamentos usando nomes de marcas ou aplicativos de vendas, além de perfis em redes sociais que oferecem os produtos.

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