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CORREIO DO ESTADO

Confira o editorial desta quarta-feira: "Educação, o melhor caminho"

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O conhecimento certamente é um dos maiores patrimônios que uma pessoa e, consequentemente, um povo, podem ter. Não existe nada mais civilizatório, que melhore a relação entre as pessoas, que torne o cotidiano dos cidadãos mais leve, e que possa gerar mais riqueza a uma região ou a um país que a difusão do conhecimento, o que também podemos chamar de educação.

O Correio do Estado, ao longo de 65 anos de história sempre teve a educação como uma de suas bandeiras permanentes. Este veículo de comunicação, é bom lembrar, foi pensado e construído pelo professor, e também escritor, historiador e jornalista J.Barbosa Rodrigues, e pela professora Henedina Hugo Rodrigues. Educação para nós é muito mais que algo a ser defendido e valorizado, é a base e a condição para a edificação de uma sociedade mais desenvolvida, justa e pacífica.

As boas iniciativas para o ensino, a valorização do professor e a multiplicação das boas lições, para nós, sempre serão notícia. Neste século, que está prestes a completar sua segunda década, os bons exemplos provenientes da educação, nunca foram tão necessários. O que mais queremos é transmitir boas notícias como a que está em destaque nesta edição, que apontamos o avanço na inclusão de jovens no Ensino Médio em Mato Grosso do Sul, feito exaltado por entidades respeitadas no Brasil e no exterior, como o Instituto Ayrton Senna e o Insper.

Sempre estivemos muito atentos para denunciar os maus exemplos de alguns gestores da área de educação, e elogiamos o bom trabalho que está sendo feito pela Polícia Federal e por alguns integrantes do Ministério Público, que combatem desvios de verba para reforma de escola, para merenda escolar e para o transporte de estudantes da área rural. Mas o que gostamos mesmo é de dar boas notícias.

Há mais de seis décadas que este veículo trabalha para que Mato Grosso do Sul tenha um dos melhores ensinos do Brasil, e que os seres humanos formados em nossas escolas e universidades, sejam elas estaduais, municipais, particulares ou confessionais, construam uma sociedade avançada, longe dos males, e com convivência harmônica. Que os bons exemplos de nossos educadores e alunos inspirem nossos irmãos brasileiros de outros estados.

ARTIGOS

Omissão diante das pirâmides financeiras

04/10/2024 07h45

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As eleições municipais que estão prestes a acontecer no País, em primeiro turno, revelaram, desde o curso das candidaturas e das campanhas deflagradas, que grande parte do eleitorado brasileiro, embora tenha escolhido seu candidato, não está devidamente entusiasmado, sob aquela sensação de que “não há nada de novo sob o sol”.

Embora se aponte, aqui e ali, uma mudança de tema de representantes eleitos, em razão da chegada de novos nomes que ainda não exerceram mandatos, os critérios de escolha tradicionalmente adotados pelos eleitores ainda não são, geralmente, bem definidos. 

Comparando-se às eleições municipais, com a última ocorrida em 2020, conclui-se que aquelas eclodiram em meio a uma situação bem incomum: as campanhas de divulgação de candidaturas ficaram muito restritas, em função das limitações impostas pela pandemia.

Somado a isso, o desinteresse em se buscar saber mais sobre os candidatos ou o desencanto natural que foi tomando conta do eleitor nos últimos anos fizeram-no ir às urnas mais por um sentimento de obrigação ou por desencargo de consciência que propriamente por alguma convicção firmada em propostas ou projetos. 

A partir daí, foi possível detectarmos, por meio do resultado das eleições, que ainda subsistem algumas formas de se exercer a cidadania ainda não desejosamente ultrapassadas, tais como o voto de protesto, daquele eleitor que escolhe algum nome só para subverter a seriedade da escolha. 

Ou ainda o voto de cabresto, daquele que escolhe algum nome por cega ou compulsória obediência a “mandões” da política. Cresce a cada dia, porém, o ceticismo quase absoluto dos que votam nulo ou em branco, sob uma forte e indesejável desesperança.

Entre tantos, o mais preocupante mesmo é a constatação de que ainda existem aqueles que até as vésperas das eleições não sabem em quem votar, seja por desconhecimento acerca das reais propostas e intenções dos candidatos, seja pela desimportância que atribuíram a essa manifestação de exercício democrático. 

Tenho certeza de que muitos (e)leitores ainda se deparam com questionamentos relacionados a pelo menos um desses perfis referidos, o que é até compreensível, por já vivenciarem tantas desilusões, que hoje estão soterradas sob os escombros dos sonhos acumulados, ao longo da caminhada como cidadãos.

Todavia, embora esse sentimento de incerteza, que de nós fatalmente se apodera, insista em nos rodear, o recado aqui é para que cada eleitor não deixe de ir às urnas, não só pela oportunidade que se tem de escolher, democraticamente, seus representantes, mas por ser direito e dever moral, que nos cobrará durante mais uma jornada de quatro anos.

Basta uma análise ou comparação com outros períodos eleitorais pretéritos para se chegar à conclusão de que ainda precisamos de muita maturidade e de conhecimento sobre a responsabilidade de nossas escolhas, tendo em vista que muitos deixaram de votar sem justificativa ou empecilho. 

Aproveitemos o tempo e a oportunidade que, diferentemente de alguns países, temos do livre direito de escolher, constitucionalmente assegurado, sempre lembrando que foram tão duros os percursos e percalços para a conquista do voto universal e de valor igual, sem distinção de qualquer natureza.

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ARTIGOS

Construindo pontes invisíveis

04/10/2024 07h30

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Imagine que a administração de uma cidade é como um trem de alta velocidade em que a Educação é a locomotiva que puxa os vagões do desenvolvimento social e econômico. Em um cenário de transição política, como a troca de prefeitos, é preciso garantir que esse trem continue sua jornada sem descarrilar. Para isso, o regime de colaboração entre municípios funciona como os trilhos invisíveis que mantêm o trem em movimento, permitindo que a mudança de maquinistas não interrompa o curso do progresso educacional.

A transição política é um momento delicado, semelhante a uma estação de troca, em que a preparação é essencial para evitar paradas bruscas ou desvios indesejados. No setor educacional, essa preparação é ainda mais crucial, pois a falta de continuidade pode resultar em perdas irreparáveis para os alunos e a comunidade. 

Essa colaboração entre municípios pode ser vista como uma rede de túneis e pontes que conectam diferentes partes de um vasto território, permitindo a troca de informações, estratégias e recursos. Isso porque a Educação é uma área complexa que demanda uma gestão eficiente de pessoas, insumos e recursos.

Quando os profissionais de municípios próximos trabalham juntos, apoiam-se mutuamente e criam uma sinfonia harmoniosa de soluções que beneficiam todos os envolvidos, essa cooperação é como a orquestração de um grande concerto, em que cada município contribui com sua parte para criar uma melodia coletiva de sucesso educacional.

No entanto, para que essa sinfonia de colaboração seja eficaz, é crucial que todos os participantes vejam a transição política como uma responsabilidade compartilhada, em vez de um campo de disputa. A elaboração de um memorial de transição, documentando as ações e os resultados da gestão anterior, é como um mapa que guia a nova equipe, garantindo que ela possa navegar com segurança pelas complexidades do sistema educacional.

Assim, o regime de colaboração entre municípios se torna a estrutura invisível que sustenta a continuidade e a qualidade da educação pública durante as transições políticas.

Ao construir essas pontes invisíveis, é permitido que o trem da educação continue sua jornada, sempre em frente, sem retrocessos, independentemente de quem esteja no controle da locomotiva. Os gestores públicos que estiverem imbuídos dos compromissos com a cooperação e a continuidade serão aqueles que vão assegurar que as gerações futuras recebam a educação que merecem, contribuindo para um Brasil mais justo e desenvolvido.

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