Artigos e Opinião

CORREIO DO ESTADO

Confira o editorial desta quarta-feira: "Educação, o melhor caminho"

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O conhecimento certamente é um dos maiores patrimônios que uma pessoa e, consequentemente, um povo, podem ter. Não existe nada mais civilizatório, que melhore a relação entre as pessoas, que torne o cotidiano dos cidadãos mais leve, e que possa gerar mais riqueza a uma região ou a um país que a difusão do conhecimento, o que também podemos chamar de educação.

O Correio do Estado, ao longo de 65 anos de história sempre teve a educação como uma de suas bandeiras permanentes. Este veículo de comunicação, é bom lembrar, foi pensado e construído pelo professor, e também escritor, historiador e jornalista J.Barbosa Rodrigues, e pela professora Henedina Hugo Rodrigues. Educação para nós é muito mais que algo a ser defendido e valorizado, é a base e a condição para a edificação de uma sociedade mais desenvolvida, justa e pacífica.

As boas iniciativas para o ensino, a valorização do professor e a multiplicação das boas lições, para nós, sempre serão notícia. Neste século, que está prestes a completar sua segunda década, os bons exemplos provenientes da educação, nunca foram tão necessários. O que mais queremos é transmitir boas notícias como a que está em destaque nesta edição, que apontamos o avanço na inclusão de jovens no Ensino Médio em Mato Grosso do Sul, feito exaltado por entidades respeitadas no Brasil e no exterior, como o Instituto Ayrton Senna e o Insper.

Sempre estivemos muito atentos para denunciar os maus exemplos de alguns gestores da área de educação, e elogiamos o bom trabalho que está sendo feito pela Polícia Federal e por alguns integrantes do Ministério Público, que combatem desvios de verba para reforma de escola, para merenda escolar e para o transporte de estudantes da área rural. Mas o que gostamos mesmo é de dar boas notícias.

Há mais de seis décadas que este veículo trabalha para que Mato Grosso do Sul tenha um dos melhores ensinos do Brasil, e que os seres humanos formados em nossas escolas e universidades, sejam elas estaduais, municipais, particulares ou confessionais, construam uma sociedade avançada, longe dos males, e com convivência harmônica. Que os bons exemplos de nossos educadores e alunos inspirem nossos irmãos brasileiros de outros estados.

Editorial

Corte necessário em cenário incerto

A história mostra que os governos que melhor atravessam momentos de incerteza são aqueles que têm disciplina orçamentária e flexibilidade para reavaliar prioridades

14/07/2025 07h15

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O futuro sempre foi, por natureza, incerto. Mas há momentos em que essa incerteza deixa de ser uma abstração distante e se impõe com força no presente. É o que acontece quando decisões de grande impacto global desorganizam projeções e embaralham as condições que sustentam o planejamento econômico. Vivemos, atualmente, uma dessas épocas turbulentas.

O anúncio de um novo tarifaço feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, trouxe mais um ingrediente de instabilidade ao cenário internacional. Como é a maior economia do planeta, qualquer movimento protecionista dos EUA repercute no comércio global, afeta cadeias produtivas e atinge diretamente países emergentes como o Brasil. Nessas horas, projeções de crescimento, arrecadação e investimentos perdem confiabilidade e exigem dos governos mais cautela e firmeza.

É justamente essa postura que o governo de Mato Grosso do Sul, sob a liderança de Eduardo Riedel, anuncia para o segundo semestre. Diante das incertezas internacionais e da frustração de algumas receitas importantes – como as relacionadas à importação de gás natural, essencial para o funcionamento da máquina pública –, o Executivo estadual pretende cortar R$ 800 milhões do orçamento até o fim do ano. A reportagem com os detalhes dessa medida pode ser lida nesta edição.

Trata-se de uma atitude que, embora dura, transmite uma importante mensagem de responsabilidade fiscal. Ajustar o orçamento em tempos difíceis é uma ação que requer coragem e capacidade de priorização. Não se trata de cortar por cortar, mas de readequar os gastos com base na realidade de arrecadação e nos limites do que o Estado pode suportar sem comprometer a entrega de serviços essenciais à população.

A decisão do governo do Estado tem o mérito de tentar preservar a credibilidade das finanças públicas. Em um ambiente de desconfiança econômica, a previsibilidade fiscal torna-se um diferencial competitivo.

Investidores que miram Mato Grosso do Sul querem, além de incentivos e infraestrutura, estabilidade – e estabilidade se constrói com contas equilibradas. Mostrar que o Estado está disposto a se ajustar antes de ser forçado a isso é uma postura que inspira confiança.

Naturalmente, será preciso acompanhar com atenção os efeitos práticos desses cortes, especialmente nos setores mais sensíveis da administração pública. Mas a sinalização política é clara: o governo opta por agir, e não por aguardar passivamente que o cenário internacional se resolva por si só. Isso tem valor estratégico.

A história mostra que os governos que melhor atravessam momentos de incerteza são aqueles que têm disciplina orçamentária e flexibilidade para reavaliar prioridades. Mato Grosso do Sul parece disposto a seguir por esse caminho. Em um tempo em que o presente está contaminado pelas inseguranças do futuro, a prudência fiscal é uma das poucas formas de manter o rumo e preservar o desenvolvimento.

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ARTIGOS

Como formar crianças seguras e confiantes

12/07/2025 07h45

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A autonomia infantil tem ganhado cada vez mais relevância no debate educacional, por estar diretamente ligada ao desenvolvimento integral da criança. Ela contribui para a formação de sujeitos críticos, responsáveis e capazes de tomar decisões. Inclusive, documentos atuais, como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), reforçam a importância da participação ativa dos estudantes desde os primeiros anos.

O que é autonomia infantil? Na prática, significa permitir que as crianças façam pequenas escolhas no dia a dia, cuidem de si mesmas e do ambiente, expressem opiniões e participem ativamente de suas aprendizagens. Envolve, por exemplo, escolher materiais para uma atividade, organizar seus pertences, participar da montagem de cardápios ou de projetos coletivos, resolver conflitos com apoio do adulto e buscar soluções para desafios simples.

A construção da autonomia infantil, por sua vez, é um processo que deve ser mediado pelo educador, por meio da oferta de um ambiente seguro, do respeito ao tempo da criança e do estímulo da curiosidade, iniciativa e senso de responsabilidade.

Benefícios. Quando a autonomia infantil é incentivada e respeitada, as crianças se tornam mais confiantes, assumem seu papel com mais naturalidade e mostram maior disposição para buscar soluções, desenvolvendo resiliência e protagonismo.

Ao serem estimuladas a tomar decisões e refletir sobre suas escolhas, elas aprimoram o pensamento crítico, aprendem a questionar, a analisar situações e a entender que suas ações têm consequências. Isso fortalece o senso de responsabilidade e a compreensão de que suas atitudes impactam tanto a si quanto ao outro.    

A autonomia na infância também favorece a empatia. Ao se sentirem respeitadas em suas escolhas, as crianças aprendem a respeitar as escolhas dos colegas, o que torna o ambiente mais colaborativo e solidário.

A escola como parceira da autonomia infantil. A construção dessa autonomia depende de práticas pedagógicas intencionais, planejadas com base no conhecimento do desenvolvimento infantil, que ofereçam experiências nas quais a criança possa pensar, agir e decidir, sempre com a mediação cuidadosa do educador.

O papel do professor é ser um mediador sensível e ético. Cabe a ele oferecer opções reais, adequadas à faixa etária, escutar as preferências das crianças e explicar com clareza os limites e as possibilidades de cada escolha. É fundamental acolher as decisões dos pequenos, mesmo quando são diferentes das que o adulto espera, e garantir que todos participem ativamente. O educador é, assim, um guia que promove o diálogo, o respeito mútuo e a responsabilidade individual e coletiva.

O papel da família. Quando família e escola trabalham em parceria, alinhando objetivos e práticas, o processo de desenvolvimento da autonomia infantil se torna ainda mais consistente, natural e significativo para a criança. Assim, oferecer um ambiente seguro, afetuoso e estimulante em casa, no qual a criança possa realizar tarefas, tomar pequenas decisões e enfrentar desafios cotidianos, pode fortalecer o trabalho realizado na escola.

Em um mundo em constante transformação, o estímulo da autonomia deve ser contínuo, dentro e fora do ambiente de aprendizagem, e desponta como um caminho promissor para que os pequenos cresçam como indivíduos conscientes, críticos, responsáveis e confiantes.

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