Campo Grande e o Estado servirão de laboratório para um novo modelo de saúde pública. Esperamos que as iniciativas tenham êxito, e ficaremos de olho na aplicação dos recursos.
No fim do ano passado, ainda no período de transição entre as gestões de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PSL) na presidência da República, os sul-mato-grossenses tiveram duas surpresas positivas: a escolha de dois ministros para integrar a gestão atual. Luiz Henrique Mandetta, no Ministério da Saúde, e Tereza Cristina, no ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, foram escolhidos por Bolsonaro para ocupar duas pastas as importantes nesta gestão, que começou há pouco mais de seis meses.
Por mais que estes sul-mato-grossenses titulares destes cargos de primeiro escalão defendam a impessoalidade das funções que ocupam (e assim é que deve ser), também não podemos negar que a maioria dos sul-mato-grossenses sempre desejou, de uma certa forma, ver de perto parte do prestígio dedicado a eles. Ontem, os moradores de Campo Grande puderam ter uma aperitivo de como a presença de alguém da cidade, ou do Estado, em Brasília, pode facilitar as coisas.
Nesta edição mostraremos, entre outras ações do Ministério da Saúde anunciadas ontem, que Campo Grande sediará várias experiências que poderão ser utilizadas em todo o país, na atenção básica e de saúde da família. Entre as iniciativas está a expansão do atendimento, a ampliação da vacinação (em uma época em que o obscurantismo tenta voltar, impedindo a prevenção), e experiências que poderão dar bons resultados no médio e longo prazo, como a implantação da Telemedicina e de médicos residentes nos postos de saúde.
Algumas destas ações, por um lado, geram economia, e poderão ampliar a resolutividade, que é o que a população que depende do atendimento público e gratuito precisa. No caso específico da Telemedicina, ainda se faz necessária a devida regulamentação, mas no aproveitamento de médicos residentes nas unidades de saúde, trata-se de uma boa maneira de aproximar estes futuros especialistas dos problemas reais que a população de baixa renda enfrenta. Por um outro lado, a iniciativa do Ministério da Saúde ajuda os municípios a gastarem menos com os necessários atendimentos.
Também devemos lembrar da importância e da vultuosa cifra empregada nos eventos de ontem: R$ 166 milhões, sendo que R$ 78 milhões destinados exclusivamente a estas novas modalidades de atendimento. Não é pouco dinheiro para apenas um Estado ou cidade. Esperamos que esta quantia apareça em termos de retorno à população, e redução das longas filas por procedimentos e consultas. Por aqui, ficaremos de olho.