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João Badari: "Plano para reduzir a judicialização do INSS"

Advogado

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, junto ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, lançou na semana passada um plano com o objetivo de reduzir o número de processos na Justiça contra a Previdência Social.
De acordo com o STF, 48% dos processos novos hoje na Justiça Federal são relacionados a benefícios previdenciários e assistenciais. Já o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aponta que diariamente são protocoladas 7 mil novas ações contra o órgão.

Conforme ainda outros dados da autarquia, 50 mil benefícios concedidos pelo órgão em maio foram deferidos apenas após os segurados buscarem a Justiça e, das categorias de benefícios listadas pelo INSS, somente três tiveram redução no volume de concessões por meio de ação judicial no comparativo com o mês de dezembro.

O plano prevê o fortalecimento da mediação e da conciliação entre as partes envolvidas nos processos judiciais, assim como implementar medidas de prevenção do litígio, estimular a resolução consensual das controvérsias na esfera extrajudicial e agilizar o processamento das ações. Este é um ponto extremamente positivo, pois se for bem estruturado trará efetivo resultado tanto para a autarquia como para seus segurados. O INSS economizará tempo e dinheiro, e seus segurados receberão o que lhes é de direito sem precisar se socorrer de um processo judicial.

Contudo, o que poderia parecer uma iniciativa positiva por parte do governo para facilitar a vida do aposentado e do segurado se trata de, no mínimo, uma falta total de conhecimento do que acontece no dia a dia do órgão e da realidade fática relacionada ao fato de o INSS poder ser colocado como o maior réu do Brasil, pois é hoje, infelizmente, a autarquia que mais erra. Diariamente benefícios são ilegalmente cessados, negados e calculados de forma errada, o que faz o segurado recorrer administrativamente e, sem a solução do problema, só resta buscar o auxílio de um juiz para a correção do erro causado pelo ente governamental.

Criticar o fato de o aposentado ou o segurado buscar na Justiça o seu problema ignora situações em que o órgão comete erros de forma administrativa, não segue a lei e mesmo a instrução normativa existente.

O que mais restará ao segurado nesse caso se não buscar seus direitos na Justiça?

Tais pessoas, em meio à necessidade de contar com o que têm direito, passam pela situação difícil de terem seus benefícios indeferidos ou calculados de forma equivocada. O segurado ao judicializar seu problema nada mais busca o que lhe é devido e erroneamente foi suprimido.

O que ocorre não é uma “banalização processual”, em que o trabalhador por mera loteria judicializa seu descontentamento, e, sim, um afrontoso número de erros administrativos para as concessões e revisões das aposentadorias, pensões e benefícios por incapacidade. É notório que caso o INSS aplicasse em todas as situações as suas instruções normativas e seguisse as leis de benefícios não haveria tamanha judicialização.

O governo anuncia tal plano no contexto de um número reduzido de servidores públicos no INSS, de uma reforma da Previdência em aprovação iminente e com um número alto relativo à requisição de aposentadorias e de benefícios por parte de aposentados e segurados. Trata-se de um volume elevado de demandas para serem analisadas e que tem como consequência decisões equivocadas.

Primeiramente, deve o INSS garantir boas condições de trabalho para seus servidores, ampliar os seus quadros e procurar a raiz do problema, com o intuito de diminuir o número de casos em que os direitos existentes são conferidos apenas por meio do Judiciário. Qualquer outro caminho, infelizmente, passará a impressão de mera tentativa de diminuir o número de ações contra o INSS e de desequilibrar a balança da Justiça em favor do órgão e em prejuízo ao aposentado e segurado.

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Multiverso feminino: o dom de ser todas em uma

08/03/2025 07h47

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A mulher carrega dentro de si muitos mundos, coexistentes em sua mente. Neles, estão contidos múltiplos papéis, desempenhados simultaneamente, de acordo com a fase que ela está vivendo. Além dos papéis inerentes ao universo feminino – filha, esposa, mãe, profissional, amiga, líder, guerreira e, muitas vezes, todos ao mesmo tempo –, existem universos paralelos que a transportam para diferentes dimensões.

Nesses universos, ela precisa manejar desafios, ser intuitiva em suas escolhas e, às vezes, visitar o mundo da fauna, tornando-se uma ursa ou elefanta para divertir seus filhos. Outras vezes, precisa ser super-heroína: estica-se como a Mulher Elástico para alcançar metas, usa braceletes do poder como a Mulher Maravilha para se desviar das adversidades e veste diariamente a capa da Supergirl para proteger aqueles que ama.

Dentro desse sistema em constante expansão, ela assume múltiplas funções: administradora do lar, babá, educadora, diarista, nutricionista, cabeleireira e organizadora de eventos. E, apesar dos desafios, ela os enfrenta com graça e beleza, compreendendo que cada papel desempenhado é uma oportunidade de crescimento, evolução e descoberta de novas facetas de si mesma.

No entanto, viver nesse multiverso não é “recarregável”. Não há uma pilha interna que possa ser trocada nem um plugue para ser conectado à tomada e restaurar suas forças em minutos. Ela precisa aceitar suas limitações, reconhecer que o cansaço faz parte da jornada e entender que não há vergonha em não dar conta de tudo.

O segredo está em fazer pausas para se reconectar. É essencial aprender a dizer não, impor limites e priorizar o autocuidado e o descanso. Acima de tudo, deve-se enxergar essa multiplicidade não como uma sobrecarga, mas como a expressão única do seu dom de ser todas em uma.

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Caminhos da Vida

08/03/2025 07h30

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A história da humanidade vai se construindo através de fatos e acontecimentos, frutos da convivência dos seres humanos. Tudo tem seu valor e sua influencia, principalmente por meio de obras materiais e culturais. Felizes serão sempre aqueles e aquelas que souberem dispor de seus talentos e de seus dons em favor dessa humanidade.

O estágio que nos acolhe no presente momento lembra um período muito especial nessa história, o período da Quaresma. O carnaval já passou. Suas glórias e agitações já passaram. Talvez permaneçam emoções e sentimentos alegres e sonhos para o arquivo pessoal, mostrando que sempre haverá o que comemorar.

Agora é Quaresma. Um período disponível para a meditação, para o silêncio interior, para as obras de caridade. Tempo em que o coração se faz mais sensível ao sofrimento e as mãos mais abertas para apaziguar a consciência e acionar a generosidade.

Quaresma é tempo sagrado como os demais tempos. Esse, porém, marcado especialmente como tempo de reflexão e oração. Para hoje, sugerimos um texto do Evangelho escrito por Lucas (Lc.1-4). Passagem essa que nos mostra o Mestre dos mestres ser molestado por satanás, que lhe oferece as mais tentadoras recompensa e os mais deliciosos prazeres.

O mundo sempre gira nesse cosmos como um caminho da felicidade. Tudo o que tenha para oferecer, o faz sempre com segundas intenções. Mesmo que o ser humano não veja maldade, será necessário estar em alerta, pois o lobo mau tem suas artimanhas enganadoras.

Por mais que trabalhemos o equilíbrio emocional, por mais que controlemos nossa mente e nossa organização espiritual, sempre haverá brecha pela qual, pela fragilidade humana, nos deixaremos seduzir por algo tentador. 

Somos portadores, por onde andarmos, de boas intenções, de espírito convicto e de sensibilidade perfeitamente respeitável. Sabemos que somos assim. Por mais que nos esforçarmos, sempre haveremos de olhar no caminho percorrido, e no caminho a percorrer, obstáculos do tamanho que se apresentarem.

Mesmo sabendo que existam tantos inimigos, quem esteja decidido a assumir uma responsabilidade, não temerá tentações de qualquer sorte que se apresente, o importante será sempre apostar a vida em algum valor. Ninguém será tão forte que possa impedir ser feliz. Diante do tentador, o Mestre foi forte e decidido.

Quando lhe ofereceu uma vida de prazer, respondeu: “Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”. Quando lhe ofereceu poder, respondeu: “Somente a Deus adoraras e a ele prestaras culto”. Quando lheu oferece riquezas, também soube sabiamente responder, embora o inimigo continuasse com suas tentações.

Enquanto estivermos nesse mundo, estaremos caminhando em caminhos nem sempre tão agradáveis e tão seguros. São muitos os desvios. São muitas as placas indicando curvas perigosas e pedindo que ande mais devagar. E os caminhos que levam a Deus? Também são caminhos. Caminhos que devem ser percorridos com muito amor e grande responsabilidade e prudência.

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