Artigos e Opinião

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Oswaldo Barbosa de Almeida: "O Hotel Campo Grande"

Integrante da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras

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Venho acompanhando pelo Correio do Estado as questões relativas ao chamado Reviva Centro, ou Reviva Campo Grande, programa do município que pretende revitalizar o centro da capital, dando aspecto mais moderno e melhorando o paisagismo, sobretudo da Rua 14 de Julho. Parece que os objetivos estão sendo alcançados e as obras físicas caminhando para a conclusão no prazo previsto, contrariando a tradição das obras públicas Brasil afora – talvez pela ação fiscalizatória do banco internacional que a financia (o BID).

No contexto desse programa, consta a intenção de se “reciclar” também antigos imóveis situados na região e que se encontram abandonados e sem conservação. Na edição de terça-feira, 20 de agosto, o jornal voltou ao tema, tratando novamente do aproveitamento do prédio do antigo Hotel Campo Grande, que marcou uma época em nossa cidade como o melhor hotel da região. Frequentei, com a família, o seu restaurante aos sábados para saborear uma feijoada sem igual e que deixou saudades. Além disso, seu piano-bar era muito frequentado nas noites pelos mais abonados. Fechado em 2002, encontra-se sem utilização alguma desde então, salvo pelo seu térreo, que tem abrigado um comércio bastante movimentado. A pretensão anunciada é transformar esse imponente edifício num residencial popular, com a ação do poder público e financiamentos oficiais.

Permito-me dar minha modesta opinião a respeito, abordando alguns aspectos que me parecem contraindicar a adaptação pretendida, por razões técnicas e econômicas, que parecem não ter sido consideradas pelos administradores públicos.

De plano se vislumbram os altos custos financeiros que sobrecarregariam o empreendimento, como o preço da aquisição ou desapropriação do imóvel, somado ao custo das reformas e adaptações necessárias. Por isso, é de se perguntar: seriam viáveis economicamente as habitações populares que ali se pretende implantar? Outro aspecto parece inviabilizar a ideia: seria tecnicamente possível transformar um apartamento de ocupação temporária, como são concebidas essas habitações, em uma residência? Todos são dotados de banheiros, claro, mas como dotá-los de cozinhas e áreas de serviço num espaço bastante reduzido? Como alterar ou implantar instalações elétricas e hidráulico-sanitárias absolutamente necessárias ao uso pretendido numa estrutura vertical erigida em concreto e aço, com concepção tão diversa da de uma unidade residencial?

Outra questão: caso fosse viável o objetivo e fossem vendidas as unidades, seria constituído ali um imenso condomínio vertical, pois consta que são 260 apartamentos; quem iria administrá-lo, impondo e cobrando as indispensáveis contribuições, com todas as dificuldades que esses sistemas apresentam (sei por experiência própria, e o meu tem apenas 40 unidades)? 

Como a saúde pública é um eterno problema, com suas mazelas e carências de leitos hospitalares, entre outras, como todos sabemos, por que não transformar a edificação em um pequeno hospital municipal? Creio que as dificuldades técnicas e os custos de adaptação seriam muito menores. O edifício possui os apartamentos, um amplo subsolo, o espaço comercial do térreo, além de outras áreas úteis ao fim sugerido. Creio que a hipótese ora mencionada merece ser analisada com isenção e os pés no chão.

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Multiverso feminino: o dom de ser todas em uma

08/03/2025 07h47

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A mulher carrega dentro de si muitos mundos, coexistentes em sua mente. Neles, estão contidos múltiplos papéis, desempenhados simultaneamente, de acordo com a fase que ela está vivendo. Além dos papéis inerentes ao universo feminino – filha, esposa, mãe, profissional, amiga, líder, guerreira e, muitas vezes, todos ao mesmo tempo –, existem universos paralelos que a transportam para diferentes dimensões.

Nesses universos, ela precisa manejar desafios, ser intuitiva em suas escolhas e, às vezes, visitar o mundo da fauna, tornando-se uma ursa ou elefanta para divertir seus filhos. Outras vezes, precisa ser super-heroína: estica-se como a Mulher Elástico para alcançar metas, usa braceletes do poder como a Mulher Maravilha para se desviar das adversidades e veste diariamente a capa da Supergirl para proteger aqueles que ama.

Dentro desse sistema em constante expansão, ela assume múltiplas funções: administradora do lar, babá, educadora, diarista, nutricionista, cabeleireira e organizadora de eventos. E, apesar dos desafios, ela os enfrenta com graça e beleza, compreendendo que cada papel desempenhado é uma oportunidade de crescimento, evolução e descoberta de novas facetas de si mesma.

No entanto, viver nesse multiverso não é “recarregável”. Não há uma pilha interna que possa ser trocada nem um plugue para ser conectado à tomada e restaurar suas forças em minutos. Ela precisa aceitar suas limitações, reconhecer que o cansaço faz parte da jornada e entender que não há vergonha em não dar conta de tudo.

O segredo está em fazer pausas para se reconectar. É essencial aprender a dizer não, impor limites e priorizar o autocuidado e o descanso. Acima de tudo, deve-se enxergar essa multiplicidade não como uma sobrecarga, mas como a expressão única do seu dom de ser todas em uma.

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Caminhos da Vida

08/03/2025 07h30

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A história da humanidade vai se construindo através de fatos e acontecimentos, frutos da convivência dos seres humanos. Tudo tem seu valor e sua influencia, principalmente por meio de obras materiais e culturais. Felizes serão sempre aqueles e aquelas que souberem dispor de seus talentos e de seus dons em favor dessa humanidade.

O estágio que nos acolhe no presente momento lembra um período muito especial nessa história, o período da Quaresma. O carnaval já passou. Suas glórias e agitações já passaram. Talvez permaneçam emoções e sentimentos alegres e sonhos para o arquivo pessoal, mostrando que sempre haverá o que comemorar.

Agora é Quaresma. Um período disponível para a meditação, para o silêncio interior, para as obras de caridade. Tempo em que o coração se faz mais sensível ao sofrimento e as mãos mais abertas para apaziguar a consciência e acionar a generosidade.

Quaresma é tempo sagrado como os demais tempos. Esse, porém, marcado especialmente como tempo de reflexão e oração. Para hoje, sugerimos um texto do Evangelho escrito por Lucas (Lc.1-4). Passagem essa que nos mostra o Mestre dos mestres ser molestado por satanás, que lhe oferece as mais tentadoras recompensa e os mais deliciosos prazeres.

O mundo sempre gira nesse cosmos como um caminho da felicidade. Tudo o que tenha para oferecer, o faz sempre com segundas intenções. Mesmo que o ser humano não veja maldade, será necessário estar em alerta, pois o lobo mau tem suas artimanhas enganadoras.

Por mais que trabalhemos o equilíbrio emocional, por mais que controlemos nossa mente e nossa organização espiritual, sempre haverá brecha pela qual, pela fragilidade humana, nos deixaremos seduzir por algo tentador. 

Somos portadores, por onde andarmos, de boas intenções, de espírito convicto e de sensibilidade perfeitamente respeitável. Sabemos que somos assim. Por mais que nos esforçarmos, sempre haveremos de olhar no caminho percorrido, e no caminho a percorrer, obstáculos do tamanho que se apresentarem.

Mesmo sabendo que existam tantos inimigos, quem esteja decidido a assumir uma responsabilidade, não temerá tentações de qualquer sorte que se apresente, o importante será sempre apostar a vida em algum valor. Ninguém será tão forte que possa impedir ser feliz. Diante do tentador, o Mestre foi forte e decidido.

Quando lhe ofereceu uma vida de prazer, respondeu: “Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”. Quando lhe ofereceu poder, respondeu: “Somente a Deus adoraras e a ele prestaras culto”. Quando lheu oferece riquezas, também soube sabiamente responder, embora o inimigo continuasse com suas tentações.

Enquanto estivermos nesse mundo, estaremos caminhando em caminhos nem sempre tão agradáveis e tão seguros. São muitos os desvios. São muitas as placas indicando curvas perigosas e pedindo que ande mais devagar. E os caminhos que levam a Deus? Também são caminhos. Caminhos que devem ser percorridos com muito amor e grande responsabilidade e prudência.

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