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Aumento da tarifa de ônibus em 2023 segue sem definição

Segundo o Consórcio Guaicurus, o valor proposto pela Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande deve chegar a R$ 8,00

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As tratativas sobre o valor da passagem do transporte coletivo na Capital para o ano de 2023 seguem sem definição.

Responsável pelo levantamento do valor da tarifa técnica, a Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande (Agereg) informou ao Correio do Estado que “a tarifa técnica está em estudo e depende de alguns alinhamentos entre os poderes federal, estadual e municipal”.

Segundo a Agência, os critérios para definição do valor da tarifa em 2023 estão ligados a “custos de combustível, diminuição da quantidade de passageiros no período de pandemia, transportes alternativos e gratuidades concedidas por lei a estudantes, idosos e pessoas com necessidades especiais”.

Procurado pela reportagem, o diretor-executivo do Consórcio Guaicurus, Robson Luís Strengari, informou que as tratativas do valor tarifário estão todas paradas. “Aguardamos ainda a Agereg nos chamar para reunião sobre o assunto”, disse.

O diretor acredita que a decisão do valor da tarifa deve passar pelo custo operacional de funcionamento do transporte.

“O custo mensal do sistema atual operado é de cerca de R$ 19 milhões. A diferença entre o que os clientes pagarão e esse custo tem de ser alcançada de alguma forma, nas outras capitais isso é alcançado com o subsídio”, afirmou.

TARIFA ALTA

Conforme já publicado pelo Correio do Estado em novembro, o valor da tarifa técnica do transporte coletivo em 2023, a ser apresentado pela Agereg, pode chegar a R$ 8. 

Diante da repercussão de um possível aumento exacerbado do valor, a reportagem perguntou para um integrante da Câmara Municipal de Campo Grande sobre a definição do valor da tarifa.

O vereador Silvio Eduardo Alves Pena, o Silvio Pitu, disse à reportagem que “não há nada definido, apenas uma discussão de que eles [Consórcio Guaicurus] não conseguiram aportar o valor da tarifa por parte das escolas estaduais e municipais”.

Silvio Pitu ainda esclareceu sobre as tratativas do Consórcio com a prefeitura da Capital, referentes à permanência do subsídio de R$ 12 milhões para 2023. O valor é referente ao passe gratuito dos estudantes da Rede Municipal de Ensino (Reme) e das pessoas com deficiência. 

“Com o aporte financeiro, o Consórcio Guaicurus teve um equilíbrio de custos, conseguindo manter o congelamento da tarifa em R$ 4,40 até o fim deste ano”, declarou Silvio Pitu.

Questionado sobre o que a Câmara Municipal pode fazer em relação a um possível aumento exacerbado da tarifa do transporte, o vereador informou que a Casa de Leis deve debater neste caso. 

“Vamos cuidar disso para que a população não seja pega de surpresa com relação a um possível aumento exacerbado da tarifa”, disse.

SUBSÍDIOS

A Prefeitura de Campo Grande decidiu manter o subsídio que é pago ao Consórcio Guaicurus de R$ 12 milhões ao ano para 2023. Acordado pelo então prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad (PSD) no início deste ano, o subsídio municipal é repassado por mês, com valor de R$ 1 milhão.

Segundo a Prefeitura de Campo Grande, a decisão foi tomada para garantir que no ano que vem a gratuidade do passe dos estudantes da Rede Municipal seja mantida.

“Tendo em vista que a manutenção da gratuidade aos alunos da Reme possui grande relevância social e está de acordo com as políticas públicas que essa administração enaltece, o município não tem interesse em rescindir este acordo para o exercício de 2023”, disse a prefeitura, em posicionamento enviado para o Correio do Estado.

A partir de junho deste ano, o governo do Estado também começou a conceder subsídio ao transporte da Capital, com R$ 1,2 milhão mensais para o pagamento referente ao passe dos alunos da Rede Estadual de Ensino (REE). 

Com o repasse do governo do Estado confirmado pela próxima gestão, o Consórcio Guaicurus já inicia o ano com a certeza da manutenção desse valor extra. Neste ano, as empresas responsáveis pelo setor receberam cerca de R$ 30 milhões em subsídios. 

Saiba: A Prefeitura de Campo Grande decidiu manter, em 2023, o subsídio anual de R$ 12 milhões que é pago ao Consórcio Guaicurus. Acordado pelo então prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad (PSD) no início de 2022, o subsídio é repassado ao longo de um ano, com valor mensal de R$ 1 milhão.
 

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Cidades

Prefeita nega falha de Patrulha Maria da Penha em caso Vanessa: 'estavam à disposição'

Fala aconteceu durante coletiva de imprensa no final da tarde desta terça-feira (18), após reunião com a Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves

18/02/2025 19h15

Prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes

Prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes Arquivo Correio do Estado

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A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, afirmou que a Patrulha Maria da Penha não falhou no caso Vanessa Ricarte, vítima de feminicídio na noite da última quarta-feira (12).

A fala da chefe do executivo municipal ocorreu durante entrevista coletiva no final da tarde desta terça-feira (18), após reunião com a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.

Conforme Adriane, a Patrulha não foi acionada no dia do crime, e por essa razão, a falha não pode ser atribuída ao serviço, segundo ela.

"A falha não foi da Patrulha Maria da Penha, porque a Patrulha estava à disposição. São duas equipes, 24 horas na Casa da Mulher Brasileira, mas existe um protocolo de um serviço acionar o outro. E naquele dia, a Patrulha não foi acionada para aquele atendimento", disse.

Vale destacar que a Patrulha Maria da Penha é um serviço que atende mulheres vítimas de violência doméstica ou familiar. Ela proporciona o monitoramento e acompanhamento das vítimas que possuem medidas protetivas de urgência, fato que infelizmente não ocorreu com Vanessa Ricarte.

Investigação

Questionada sobre uma possível má comunicação interna na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), Adriane novamente reiterou que não aconteceram falhas, apesar de não conseguir dizer o motivo.

A chefe do município afirmou ainda que possíveis responsáveis serão investigados.

"Não houve falha na comunicação. Não foi acionado, talvez... eu não sei, eu não entendo a parte dos outros serviços. Mas o que a gente entende é que, se tivesse sido acionado, [a Patrulha] estava lá no plantão pronto para fazer o atendimento, mas não foi acionado naquele momento. Agora eu não posso dizer o motivo, eu desconheço. Eu acho que tem uma investigação e, no final dessa investigação, os responsáveis serão elencados", complementou.

Por fim, Adriane relatou em conjunto com a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, que é necessário melhorar a qualidade e a integração dos sistemas internos, para agilizar os procedimentos de proteção às mulheres.

Município e Estado poderão coordenar Casa da Mulher Brasileira em conjunto

No começo da tarde desta terça-feira (18), a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves participou de uma reunião junto com o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, também para tratar sobre  medidas de aperfeiçoamento na rede de atendimento a mulheres em situação de violência.

Entre as ações discutidas, está a gestão compartilhada do serviço da Casa da Mulher Brasileira (CMB) em Campo Grande, a ideia inicial seria que estado e município assumissem a coordenação de maneira conjunta. 

Além desta, também foi trazida à pauta, a necessidade de informatização na Deam, que incluiria a gravação dos atendimentos, assim como já existe em algumas delegacias do país, além de qualificação da equipe. 

O Ministério das Mulheres entrou em acordo sobre implementar o piloto do sistema UNA Casa da Mulher Brasileira na unidade de Campo Grande a partir de março, para uma fase inicial de testes. 

Mudanças

O sistema nacional de dados, UNA, irá coletar e organizar, de maneira padronizada e estruturada, os dados referentes aos atendimentos realizados nas Casas em todo o país. 

A ferramenta foi desenvolvida em parceria com a Dataprev e será responsável por integrar os serviços existentes em cada unidade, facilitando a comunicação entre elas. Atualmente, as fases de teste já tiveram início em estados como o Piauí e Maranhão. 

Prefeita de Campo Grande, Adriane LopesMinistra das Mulheres Cida Gonçalves durante encontro com governador de MS, Eduardo Riedel. (Foto: Marcelo Victor/Correio do Estado)

O estado de Mato Grosso do Sul firmará, junto ao Ministério das Mulheres, um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com o objetivo de aprimorar o fluxo de denúncias e garantir o encaminhamento adequado por meio da Central de Atendimento à Mulher Ligue 180. Até o momento, nove estados e o Distrito Federal já assinaram o acordo.

A ministra Cida Gonçalves reforçou a necessidade de repactuar o Colegiado Gestor para assegurar uma participação efetiva do estado na gestão do equipamento e no aperfeiçoamento dos processos de atendimento, com o objetivo de evitar tragédias como a de Vanessa. 

“É importante a gente dizer que hoje, nós não conseguimos ter um sistema que um converse com o outro, que as informações corram por dentro da casa, o sistema ainda é manual. As falhas são de toda a estrutura organizacional da casa, o sistema tecnológico que ainda está aquém do que é necessário para atender as mulheres em situação de violência. Eu quero dizer às mulheres de Campo Grande, de Mato Grosso do Sul, acreditem nesse serviço, não desistam, nós estamos aqui para melhorar, porque ele é um serviço de qualidade, e nós vamos verificar e voltar à gestão das diretrizes e protocolos que nós tínhamos desde o início, quando a casa foi pensada, do atendimento integrado, humanizado”, disse a ministra Cida.

Caso Vanessa: delegadas da Deam "atiram" contra imprensa e parte da sociedade

As delegadas responsáveis pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Campo Grande (Deam), que funciona dentro da Casa da Mulher Brasileira, entregaram os cargos ao governador Eduardo Riedel (PSDB), e saíram atirando contra a imprensa e parte da sociedade que questionou o trabalho delas no acolhimento às vítimas de violência nas ruas e nas redes sociais

“Expressamos nossa indignação diante dos ataques injustos e sensacionalistas dirigidos à nossa equipe, que se dedica há anos à proteção de defesa das vítimas de violência”, afirmam as delegadas no documento endereçado à Eduardo Riedel (PSDB), ao diretor-geral de Polícia Civil, Lupércio de Degerone, e ao secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira. 

Na carta em que toda a equipe da Deam ataca a imprensa, as delegadas saem em solidariedade da delegada titular, Elaine Cristina Ishiki Benicasa, e das delegadas Ricelly Donha e Lucelia Constantino, que atenderam a jornalista Vanessa Ricarte, 42, duas vezes, na noite de terça-feira (11) e na tarde de quarta-feria (12).

Apesar de elas falarem em renúncia no início da tarde, a entrega dos cargos não foi formalizada, segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Uma debandada inviabilizaria o atendimento na Casa da Mulher Brasileiro, causaria apagão no sistema, e poderia provocar não apenas exoneração, mas demissão em massa. 

 

Cidades

Governo do Estado fechará acordo com o Paraguai em projeto de gás natural

Informação foi confirmada pelo secretário Jaime Verruck durante Seminário Internacional da Rota Bioceânica

18/02/2025 18h16

Foto: Gerson Oliveira/ Correio do Estado

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Governo do Estado e autoridades paraguaias assinam nesta quarta-feira (19) um acordo para desenvolver um projeto de estudo que viabilize um acordo de gás natural entre os dois países. A informação foi confirmada pelo titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, durante a abertura do Seminário Internacional da Rota Bioceânica, que teve início nesta terça-feira (18), em Campo Grande.

O mote do acordo entre os dois países é fazer com que o gás  advindo da Argentina chegue até o Brasil via Rota Bioceânica, e seja conectado com o gasoduto Brasil-Bolívia, o que geraria uma nova oferta de gás em Mato Grosso do Sul por meio do lado paraguaio da Rota.

"Amanhã (19) nós vamos assinar um acordo para estudos, autoridades de Mato Grosso do Sul, o ministro das Minas e Energia, e o governo do Paraguai para desenvolver estudos que deem possibilidade de desenvolver o gasoduto ao longo da rota, de Salta, saindo da Argentina, até o gasoduto (da rota bioceânica) não necessariamente Campo Grande", disse Verruck.

O secretário disse que o tópico é sensível também aos líderes municipais, visto que 24 municípios sul-mato-grossenses serão afetados pela Rota Bioceânica, que deve estar pronta ao fim de 2026. "Eu acho que a pauta dos prefeitos é uma pauta relevante. São eles (prefeitos), que vão fazer a gestão dos impactos da rota ali nos seus municípios. São 24 prefeitos que estão aqui, afetados diretamente pela Rota (Bioceânica).", finalizou.

De acordo Verruck, a ampliação da oferta do combustível é essencial para o funcionamento da indústria em Três Lagoas.


Lançamento de aplicativo 

Durante o evento, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), anunciou o lançamento de um aplicativo para  divulgar as potencialidades econômicas e turísticas das cidades que compõem a Rota Bioceânica. A ferramenta, que está em fase de aperfeiçoamento, visa  democratizar o acesso a informações sobre infraestrutura, rede hoteleira, gastronomia e setores estratégicos das localidades envolvidas na rota. Apesar do anúncio, não há um prazo definitivo para o início do funcionamento.

Cabe destacar que os municípios interessados em integrar suas informações à plataforma devem buscar auxílio junto a equipe técnica da prefeitura de Campo Grande, responsável pela inclusão dos dados.
"Hoje estamos lançando aqui o aplicativo da Rota Bioceânica, ferramenta que permitirá aos visitantes e investidores explorarem os negócios e o turismo das cidades envolvidas, acessando informações sobre a rede hoteleira, gastronômica e pontos estratégicos, como sedes de governos e prefeituras", falou a prefeita.

A plataforma foi desenvolvida pela secretaria de desenvolvimento de Campo Grande e funcionará de maneira similar ao aplicativo Waze, com dados sobre industrialização, PIB, agronegócio, e demais informações das cidades participantes

"Muitas vezes, ao buscar informações no celular, não encontramos todos os detalhes necessários. Pretendemos suprir essa lacuna e fomentar a rede gastronômica, incluindo restaurantes capacitados para atender turistas em espanhol e inglês, facilitando a vida de quem visita nossa cidade", finalizou Adriane. 

O evento

Iniciado nesta terça-feira, o Seminário Internacional da Rota Bioceânica acontece até a próxima quinta-feira (20) e reúne cerca de 1400 participantes, de 22 países das Américas, Europa, África e Oceania.

O objetivo do evento é fomentar o desenvolvimento e a integração regional entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, destacando as oportunidades e desafios que serão gerados pelo Corredor Bioceânico de Capricórnio, trajeto rodoviário de 3.250 km que vai conectar os oceanos Atlântico e Pacífico, passando por 8 territórios de 4 países (Regiões de Tarapacá e Antofagasta, no Chile; Províncias de Jujuy e Salta, na Argentina; Departamentos de Boquerón, Presidente Hayes e Alto Paraguay, no Paraguai e o Estado de Mato Grosso do Sul, no Brasil), até chegar aos portos chilenos de Iquique, Antofagasta, Mejillones e Terminais Tocopilla.

O objetivo do evento é fomentar o desenvolvimento e a integração regional entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, destacando as oportunidades e desafios que serão gerados pelo Corredor Bioceânico de Capricórnio, trajeto rodoviário de 3.250 km que vai conectar os oceanos Atlântico e Pacífico, passando por 8 territórios de 4 países (Regiões de Tarapacá e Antofagasta, no Chile; Províncias de Jujuy e Salta, na Argentina; Departamentos de Boquerón, Presidente Hayes e Alto Paraguay, no Paraguai e o Estado de Mato Grosso do Sul, no Brasil), até chegar aos portos chilenos de Iquique, Antofagasta, Mejillones e Terminais Tocopilla.

"Vamos discutir questões extremamente relevantes, como a infraestrutura. Cada um dos países tem um papel importante para que a gente tenha no prazo de dois anos a consolidação de toda a infraestrutura. Nós vamos discutir toda a situação das alfândegas, que é uma questão crucial para a competitividade da Rota. E mais importante, discutir o desenvolvimento econômico das regiões afetadas pelo Corredor Bioceânico", lembrou Verruck. 

De acordo com o titular da Semadesc, "a ideia é discutir mercado, discutir competitividade e desenvolvimento local. O Corredor Bioceânico é um grande projeto nacional que impacta não somente a Mato Grosso do Sul. Ele é importante para o Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. Nós estamos redesenhando a geopolítica internacional de ligação entre o Atlântico e o Pacífico e olhando para os mercados asiáticos", complementou em nota. 

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