Cidades

Epidêmia

Brasil registra quase 3 mil mortes por dengue e quase 5 mil de casos prováveis da doença

Sul e Sudeste concentram mais de 70% dos casos graves e mortes por dengue no país

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O Brasil atingiu 2.715 mortes confirmadas por dengue em 2024 e um total de 4.890.542 casos prováveis da doença. Os dados são do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde desta sexta-feira (17).

Em relação aos casos confirmados, já são 3.079.043. As regiões Sul e Sudeste totalizam 72% de casos graves e 74,6% de mortes por dengue, em 2024.

Nos estados do Sudeste, foram registrados 26.086 casos graves e 1.360 mortes. No Sul, de 13.909 e 666, respectivamente.

Proporcionalmente à população, o Distrito Federal, Minas Gerais e Paraná apresentam as maiores taxas, sendo 8.915, 6.803 e 4.445 por 100 mil habitantes. No estado de São Paulo, de 2.933.

Em números absolutos, São Paulo (12.050), Minas Gerais (8.754) e Paraná (7.486) lideram a quantidade de casos graves.

Em número de óbitos, São Paulo (717) e Minas Gerais (464) também aparecem com o maior quantitativo. Em seguida, vem o Distrito Federal, que registrou 342 mortes, e o Paraná, com 335.

Nos últimos 24 anos, esses números representam os mais elevados já registrados pelo Ministério da Saúde.

De acordo com especialistas ouvidos pela reportagem, os números de dengue podem aumentar nas próximas semanas no Rio Grande do Sul devido às enchentes que atingem o estado há duas semanas. A situação já contabiliza 154.736 casos prováveis e 143 mortes na região.

O quadro de dengue pode se intensificar após a água acumulada nas ruas das cidades baixar e se concentrar em determinadas áreas. O mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus, deposita seus ovos em água parada, que eclodem em condições de alta temperatura.

Entre os sintomas que devem devem acender um alerta estão febre, dor de cabeça e dor muscular, além de dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, sangramento de mucosas, queda de pressão arterial, aumento do tamanho do fígado, letargia ou irritabilidade, acúmulo de líquidos em cavidades corporais (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico), aumento progressivo do hematócrito e hipotensão postural (tontura ao levantar).

Especialistas reforçam medidas simples para evitar a contaminação, como cobrir caixas d'água, limpar recipientes de água de animais de estimação e vedar ralos e pias.

 

*Informações da Agência Brasil 

PANTANAL

Governo estuda endurecer legislação sobre ceva de onça

Chance de ocorrer um ataque como o registrado em Aquidauana na semana passada, que causou a morte do caseiro Jorge Avalo, é de cerca de 1 em 216 milhões

28/04/2025 09h00

Onça-pintada que matou caseiro de pesqueiro é acompanhada pelo Cras; animal está debilitado, o que pode explicar o ataque

Onça-pintada que matou caseiro de pesqueiro é acompanhada pelo Cras; animal está debilitado, o que pode explicar o ataque Foto: Saul Schramm/Secom

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Em 28 de abril de 2015, ou seja, há exatamente 10 anos, surgia uma resolução em Mato Grosso do Sul para tentar combater a oferta de alimentação ilegal para animais selvagens, principalmente para onças-pintadas, onças-pardas, lobos-guarás, catetos, queixadas e ariranhas.

Mesmo com essa legislação, que já estava amparada por uma lei federal de 1998 (Lei nº 9.605), e outra lei estadual, que surgiu depois, em 2021 (Lei nº 5.673), ainda não houve medidas na prática que evitassem a tragédia envolvendo o caseiro Jorge Avalo, de 60 anos, que morreu e foi devorado por onças-pintadas.

Por conta desse cenário, a reportagem apurou que pesquisadores e governo do Estado avaliam como endurecer a legislação e transformar artigos do Direito em medidas práticas nas inóspitas áreas pantaneiras. 

Um coletivo formado por pesquisadores, que atuam para desenvolver formas de coexistência entre seres humanos e onças, o Coletivo Humano-Onças, analisa formas de se criar protocolos que possam garantir mais segurança para os seres humanos, ao mesmo tempo que haja proteção da biodiversidade e o combate a eventos ilegais, como a oferta de alimentos, conhecida como ceva.

Dentro desses estudos estão envolvidos o Instituto do Homem Pantaneiro (IHP), o Sesc Pantanal, a Associação Aliança 5P, o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) – Pontes Pantaneiras, o WWF Brasil, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), a Fazenda Ypiranga, o Panthera Brasil, o SOS Pantanal, a Pousada Piuval, o Ampara Animal, o Pró-Carnívoros e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Pantanal.

Em outra ponta, o governo do Estado aguarda direcionamentos científicos e também estuda maneiras de se consolidar ações que eliminem a prática de ceva, que pode ter sido um dos motivos que alterou o comportamento de onças-pintadas na região do Touro Morto. 

A alteração de comportamento chegou ao ponto de fazer com que o felino entendesse o ser humano como uma presa, não ameaça. Essas análises, porém, ainda estão sendo desenvolvidas e sem um prazo oficial para serem apresentadas.

O que foi possível averiguar é que ainda devem ocorrer eventos técnicos que vão promover as discussões, principalmente a partir das análises obtidas com os estudos a serem feitos com a onça-pintada capturada no local do ataque.

A morte do caseiro, que vivia há cerca de 15 anos na região isolada de Touro Morto, em Aquidauana, vem sendo atribuída a um possível ataque de onça-pintada registrado na manhã do dia 21. 

Além do possível ataque para predação, o que já está confirmado é que o maior felino das Américas alimentou-se do trabalhador rural.

Por conta do caso raríssimo registrado em Aquidauana, tanto o órgão público quanto os pesquisadores têm mais perguntas sobre a situação do que respostas para garantir a total compreensão do que ocorreu no dia 21.

Cientificamente, há uma catalogação sobre as espécies predadas pelas onças-pintadas. São 85 espécies já identificadas e nenhuma delas envolve o ser humano. Ao contrário, o felino tende a evitar o contato direto com as pessoas, e o avistamento desses animais é algo raro. 

Com a ceva, a aproximação passa a ser algo mais comum, gerando um estresse nos animais selvagens que podem levar ao caso ocorrido com o caseiro Jorge.

Estatísticas mostram que a taxa de ataques por ano de onças-pintadas a humanos alcança 0,94, algo como 1 chance em mais de 216 milhões. Apesar dessas porcentagens tão baixas, a tragédia do Touro Morto indicou a necessidade de reforçar medidas na relação de coexistência entre o ser humano e a onça-pintada.

REGRAS ATUALMENTE

A Resolução Semade nº 8, de 28 de abril de 2015, surgiu depois que pesquisadores buscaram entender o caso de ceva na região da Serra do Amolar. Por conta dos estudos, a medida jurídica foi criada como forma de dar regramento ao ecoturismo. 

A legislação liberou a observação de mamíferos de médio e grande porte em vida livre no Estado se essas regras fossem seguidas: uso de máquina fotográfica, filmadora, binóculo, luneta que não utiliza flash; proibição da alimentação de animais com o intuito de atrair ou aumentar a chance de visualização em uma determinada localidade; proibição da utilização de meios sonoros para atrair os seis animais da lista da resolução; proibição da perseguição desses animais; distanciamento mínimo de 10 metros quando o animal está na margem de um rio; e distância de 30 metros se o mamífero for encontrado dentro do rio ou em terra firme.

SAIBA

A legislação existente sobre esse tema é a Resolução Semade nº 8, de 28 de abril de 2015, que completa 10 anos hoje. A medida surgiu depois que pesquisadores buscaram entender caso de ceva na região da Serra do Amolar, no Pantanal de Mato Grosso do Sul.

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Cidades

Lei que estabelece novas regras para multas de trânsito em MS entra em vigor hoje

Agora, as multas de trânsito consideradas leves e médias poderão virar advertência por escrito

28/04/2025 08h45

Lei que estabelece novas regras para multas de trânsito em MS entra em vigor hoje

Lei que estabelece novas regras para multas de trânsito em MS entra em vigor hoje Gerson Oliveira

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A partir desta segunda-feira (28), as multas de trânsito de natureza leve ou média podem ser convertidas em advertências por escrito, caso o infrator não tenha cometido nenhuma outra infração nos últimos 12 meses. 

Segundo a nova lei, publicada no Diário Oficial do Estado de hoje, para se livrar de possíveis multas o motorista fica condicionado a ter um bom comportamento no período de um ano, imediatamente anterior à infração observada. 

Ou seja, caso não tenha cometido outra infração nos últimos 12 meses, o condutor poderá se livrar de possíveis multas de natureza média ou leve. 

Isso porque, antes de aplicar a multa, o agente fiscalizador deverá examinar o Sistema Nacional de Trânsito (SNT) sobre as informações contidas no prontuário dos condutores e veículos.

Essa proposta muda pontos da Lei número 4.282, de 2012, que trata dos valores de taxas da Tabela de Serviços do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS).

Presidente da Casa de Leis, Gerson Claro (PP) é autor do Projeto de Lei, com coautoria do deputado Paulo Duarte (PSB), que justificam a apresentação do PL "a fim de evitar prejuízo ao direito dos condutores e a arrecadação indevida de multas que deveriam ser convertidas em advertências escritas". 

Multas de trânsito

Pelo Código de Trânsito Brasileiro, infrações cometidas por condutores de veículos são passíveis de penalidade, que pode varia conforme a gravidade, com a seguinte classificação: 

  • Leve: R$ 88,38 e 3 pontos na CNH
  • Média: R$ 130,16 e 4 pontos na CNH
  • Grave: R$ 195,23 e 5 pontos na CNH
  • Gravíssima: R$ 293,47 e 7 pontos na CNH

As mais diversas infrações podem gerar uma multa média, como dirigir usando fones de ouvido; não dar passagem para veículos mais rápidos, ficar sem combustível ou até mesmo jogar lixo pela janela. 

Já as multas leves são aquelas que não trazem risco imediato a segurança no trânsito, como estacionar na calçada ou acostamento; uso de buzina em lugares proibidos (como hospitais) ou ainda transitar pelas faixas que são reservadas exclusivamente para o fluxo dos ônibus. 

No recorte de Campo Grande, por exemplo, é possível notar uma diminuição no total de multas aplicadas entre 2023 e 2024 na Capital, quase 19 mil a menos no comparativo entre os anos. 

Esses dados, fornecidos pela Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) por meio do Sistema de Controle de Contas Municipais (SincomWeb) e publicados no Correio do Estado, indicam certas características do trânsito local. 

Como por exemplo o fato de o maior volume de multas ser referente ao excesso de velocidade, infração que lidera o "ranking" de notificações recebidas pelos motoristas de Campo Grande, ao lado do avanço de sinal vermelho e a conversão proibida.

Em entrevista ao Correio do Estado, o diretor de trânsito da Agetran, Ciro Ferreira, esclarece que certos fatores contribuíram para que a velocidade fosse a principal ocorrência registrada, como o fato da cidade ser composta por avenidas com pistas largas.

Apesar do uso do celular contribuir para o total de notificações, Ciro esclarece que as notificações dessa infração estão um pouco abaixo das já mencionadas, o que não tira o perigo de conduzir o veículo enquanto manda mensagens, por exemplo. 

“O manusear o celular tira a atenção do trânsito, e tudo que tira a atenção leva a um tempo de reação maior para algum perigo que pode haver na pista, o que pode contribuir para um acidente”, conclui. 
**(Colaborou Leo Ribeiro)

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