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Campo Grande terá mais 50 praças ao custo de R$ 19 milhões

Com recursos parlamentar e próprio disponíveis, ideia da administração pública é tirar essas praças do papel ainda este ano

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Através do Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande), a prefeitura municipal tornou público o empenho de mais de R$ 19 milhões, com recursos próprios e de emendas de parlamentares federais, que serão usados para construção cerca de 50 de praças na Capital. 

Conforme o texto oficial, parte da verba prevista para execução de praças sob demanda trata-se de recurso destinados entre 2021 e 2023 por parlamentares representantes de MS, como: 

  • Dagoberto Nogueira (2021, 2022) 
  • Fábio Trad (2021, 2022, 2023)
  • Vander Loubet (2022) 
  • Simone Tebet (2022)
  • Loester Trutis (2022)

Engenheiro titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Ednei Marcelo Miglioli, esclareceu ao Correio do Estado que tal ação atende pedido feito há tempos pela população. 

"A licitação foi feita por preço unitário, lá tem o valor para execução da quadra de areia; para a pista de caminhada por metro quadrado; da academia ao ar livre; grama; banco; lixeira, tudo por preço unitário, não é nada fechado", comenta ele. 

Em valores totais, essas mais de cinquenta praças previstas, como bem apontado em Diário Oficial de Campo Grande, devem sair pelo preço acumulado de R$ 19.716.591,24.

Considerado pelo secretário como um "grande programa da construção de praças", esses praticamente 20 milhões de reais serão pagos pela prefeitura para a empresa Gomes & Azevedo LTDA.

A previsão, segundo o titular da Sisep, com o recurso parlamentar e próprio disponíveis, a intenção é tirar essas praças do papel ainda este ano. 

"A intenção é a gente acelerar o máximo possível, e queremos ver se a gente fecha esse programa dentro desse exercício agora de 2024", completa Miglioli. 

Ata de preços e Consórcio

Tal contratação aconteceu após realização por parte de Campo Grande de "ata de registro de preço" pelo Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Região Central de Mato Grosso do Sul. 

Também conhecido como Consórcio Central MS, Campo Grande integra o grupo junto dos seguintes municípios: Dois Irmãos do Buriti, Sidrolândia, Terenos e Jaraguari.

Foi através desse Consórcio Central, por exemplo, que esses municípios adquiriram a usina móvel que promete "asfaltar uma rua inteira em dois dias", pelo custo de R$ 5 milhões em dezembro de 2023.

Com a ata de preços pelo Consórcio, agora, os outros municípios para além de Campo Grande podem aderir ao registro para execução em cada uma dessas cidades. 

"Ela pode até ir para outras cidades, mas aí o que o Campo Grande tá fazendo, outros municípios vão fazer, que é adesão a ata, e depois eles vão executar a deles". 

Ainda segundo o secretário, "cada caso é um caso", ou seja, essas praças previstas não são padronizadas, com algumas contendo pista de caminhada; quadra de areia, variando dependendo da situação, sendo mais de 50 estipuladas na Capital. 

Empresa conhecida

Na Capital, a Gomes e Azevedo busca licitações desde que o Bioparque, por exemplo, ainda era chamado de "Aquário do Pantanal", sendo a vencedora do processo que buscava substituição dos vidros da cobertura no prédio do centro desse complexo. 

Disputando até mesmo a revitalização da antiga rodoviária, a Gomes & Azevedo foi listada em janeiro de 2023 entre outras sete empresas que não terminaram obras da educação.

Como bem abordado pelo Correio do Estado à época, quando a Capital somava 13 obras inacabadas ligadas à educação, os trabalhos só não terminaram - segundo o responsável - devido a atraso no pagamento por parte da Prefeitura. 

Diante disso, conforme o proprietário, Erson Gomes de Azevedo, em julho de 2021 a empreiteira entrou com pedido de rescisão de contrato assinada em setembro daquele ano.  

“Acho que o poder público não está muito preocupado, a prefeitura não está muito preocupada. Eu trabalho em todos os municípios de MS e para o governo do Estado, e eu percebo que todos estão caminhando para não ter obras paradas, menos Campo Grande”, comentou Erson.

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gecoc

MPMS mira contratos milionários da iluminação pública em Campo Grande

Empresa alvo da operação tem contratos de quase R$ 32 milhões com a prefeitura e recebeu reajuste de 25% em plena crise financeira

19/12/2025 09h10

Um dos alvos da operação do Gecoc é a  Empresa Construtora B&C Ltda, na Vila Bandeirantes

Um dos alvos da operação do Gecoc é a Empresa Construtora B&C Ltda, na Vila Bandeirantes Marcelo Victor

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul desencadeou uma operação na manhã desta sexta-feira (19) para desmantelar um suposto esquema de desvio de recursos públicos nos milionários contratos para manutenção e ampliação dos serviços de iluminação pública em Campo Grande. 

Um dos alvos da operação é a Empresa Construtora B&C Ltda, com sede na Avenida Joaquim Dornelas, na região da Vila Bandeirantes. A empresa tem pelo menos seis contratos com a prefeitura que juntos somam quase R$ 32 milhões. 

Três destes contratos são para manutenção do sistema de iluminação das regiões  do Segredo (R$ 2,11 milhões), Lagoa (R$ 2,8 milhões ano)  e Imbirussu (R$ 2,7 milhões ano). Os outros três são para instalação de novas luminárias de leed em avenidas como Lúdio Coelho (R$ 8,87 milhões) e José Barbosa Rodrigues (R$ 6,75 milhões). A empresa também foi contratada para instalar novas luminária no Parque Soter (8,48 milhões). 

Todos os contratos foram assinados em meados de 2024 e em março do ano passado, nove meses depois da assinatura, receberam reajuste da ordem de 25%. Os aumentos foram concedidos em pleno período de restrição de gastos que havia sido declarada pela prefeita Adriane Lopes (PP)

Os reajustes revelaram que, apesar da crise financeira, no setor de iluminação há fartura. Dados da Secretaria de Finanças (Sefin) mostram que, em 2024, a tarifa de iluminação pública aumentou em 28,2% na comparação com o ano anterior. 

Em 2023, os moradores de Campo Grande pagaram R$ 153,46 milhões à prefeitura de Campo Grande por meio da conta de energia elétrica, ante R$ 196,86 milhões pagos no ano passado. Em 2025 o crescimento foi um pouco menor, pois o consumo de energia caiu em torno de 8%, o que foi consequência da redução do calor. 

Na manhã desta sexta-feira, integrantes do Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc), do Ministério Público, cumpriram mandados na sede da empresa B&C, na Secretaria de Obras Públicas e na sede da prefeitura de Campo Grande. Porém, até agora não foram divulgadas informações oficiais sobre a operação. 

Além de mandados de busca, em alguns dos endereços estavam sendo cumpridos ordens de prisão, conforme informações apuradas pelo Correio do Estado. 

CAMPO GRANDE

Ônibus voltam a circular após fim da maior greve em 31 anos

Em junho de 1994 ocorreu a greve de ônibus mais duradoura na cidade, quando o transporte público ficou parado por 4 dias

19/12/2025 08h00

Ônibus retornaram no final da tarde de ontem e encerraram a greve de 3 dias e meio

Ônibus retornaram no final da tarde de ontem e encerraram a greve de 3 dias e meio Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A greve dos motoristas de ônibus chegou ao fim na tarde de ontem em Campo Grande, após três dias e meio desde o início da paralisação. Esta se tornou a maior interrupção do serviço já feita na Capital desde junho de 1994, quando o serviço ficou parado por quatro dias.

Na tarde de ontem, horas depois de o governo do Estado anunciar a antecipação do repasse de R$ 3,3 milhões de janeiro para que fosse paga a folha salarial de novembro, o Consórcio Guaicurus e trabalhadores se reuniram novamente na tentativa de oficializar o fim da paralisação e discutir os últimos ajustes, sob mediação do desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região (TRT24) César Palumbo Fernandes, que foi responsável pelas decisões judiciais recentes envolvendo o caso.

Reuniram-se Demétrio Freitas, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande (STTU-CG), Themis de Oliveira, diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, e Otávio Figueiró, diretor-executivo da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg).

Com cerca de duas horas de duração, a audiência terminou com final feliz para as partes. Após a assinatura da homologação da decisão, Demétrio Freitas confirmou o fim da greve e disse que a parte atrasada referente ao salário de novembro foi depositada, permitindo que os serviços fossem retomados de forma gradual durante o restante do dia.

“Com essa garantia de pagamento, eu vou convocar todos os trabalhadores para que retornem ao trabalho imediatamente, e amanhã [sexta-feira] volta à normalidade. Sabendo que todos os trabalhadores vão receber, que era o que a gente queria, a greve com certeza vai ser suspensa”, reforçou o presidente do STTU-CG.

Sobre a multa prevista na decisão judicial, que acumula valor de R$ 520 mil desde segunda-feira, Demétrio disse que ainda segue, mas o desembargador prometeu que haverá uma nova rodada de conversas para determinar se será paga ou retirada. Porém, garantiu que os motoristas não serão penalizados pelos dias parados.

Mesmo com a decisão sendo oficializada no fim da tarde, o presidente do sindicato garantiu que os ônibus já voltariam a circular no mesmo dia. Como prometido, às 17h51min saiu o primeiro coletivo da garagem do Consórcio Guaicurus em direção a um dos terminais.

Ônibus retornaram no final da tarde de ontem e encerraram a greve de 3 dias e meioOs ônibus voltaram a pegar passageiros na noite de ontem, após três dias inteiros sem nenhum carro em circulação na Capital - Gerson Oliveira/Correio do Estado

Pelo lado do Consórcio Guaicurus, Themis de Oliveira destacou o empenho do poder público para que se conseguisse o valor necessário para quitar os vencimentos.

Além da antecipação anunciada pelo governador Eduardo Riedel (PP), o diretor-presidente da empresa disse que conseguiu cerca de R$ 1,5 milhão com a ajuda de acionistas, o que vai contribuir pagar o 13º e o adiantamento salarial (vale) até hoje.

“Foi um esforço conjunto para acharmos uma solução, que foi encontrada. A greve já foi encerrada e, a partir de agora, voltamos à normalidade na cidade. Eu acho que era isso o importante para se conseguir nessa audiência”, disse Oliveira ao fim do debate entre as partes.

É esperado que hoje volte a circular toda a frota de ônibus desde o primeiro horário, às 4h30min.

HISTÓRICO

Ônibus retornaram no final da tarde de ontem e encerraram a greve de 3 dias e meioFeito por Denis Felipe com IA

A maior greve do transporte coletivo começou no dia 17 de junho de 1994, quando cerca de 1,5 mil motoristas pararam a frota de ônibus de Campo Grande pedindo melhores condições salariais.

Assim como ocorreu desta vez, o prefeito da época, Juvêncio da Fonseca, criticou a paralisação total e, inclusive, conseguiu uma liminar para que 45% da frota voltasse a circular, mas sem cumprimento por parte da classe.

Como noticiado pelo Correio do Estado na época, há 31 anos, mais de 270 mil campo-grandenses foram afetados pela greve.

“Na periferia, os trabalhadores apelaram para a carona, lotação e táxis. No Centro, o movimento foi baixo e o clima era de um sábado à tarde. Os hospitais temem pelos pacientes caso a greve perdure”, trouxe a edição impressa do dia 18 de junho de 1994.

Quatro dias depois, no dia 21 de junho, os ônibus voltaram a circular normalmente, após os empresários do transporte público garantirem uma estabilidade de 40 dias para a classe, sem desconto dos dias parados, semelhante ao acordo firmado ontem na audiência de conciliação.

Curiosamente, quatro meses depois, em outubro de 1994, outra greve foi realizada pelos motoristas de ônibus. No dia 25, cerca de 310 mil campo-grandenses ficaram sem transporte coletivo, já que os funcionários (chamados de rodoviários na época) estavam pedindo reposição salarial de 20% e o cumprimento de algumas conquistas trabalhistas.

Porém, três dias depois, a Justiça determinou que o serviço voltasse à atividade, sob multa diária de R$ 10 mil. Ao contrário do acontecido agora e em junho daquele mesmo ano, os motoristas não peitaram a decisão e decidiram decretar a retomada dos trabalhos.

Além disso, os dias parados foram descontados do salário e uma multa de R$ 20 mil foi aplicada ao sindicato, por ter desrespeitado duas decisões anteriores.

A última greve do transporte público havia acontecido em novembro de 2021, quando motoristas pediram aumento salarial. Porém, no mesmo dia em que foi iniciada a paralisação, o problema foi resolvido, após uma reunião no TRT24 que terminou em acordo, garantindo, assim, a retomada das atividades em poucas horas.

*SAIBA

A greve e o sindicato não representam apenas os motoristas, mas também todos os trabalhadores envolvidos, como os empregados na parte administrativa e mecânicos do consórcio, totalizando 1,1 mil funcionários.

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