Governador do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB) disse que Operação Balcão de Negócios, desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MP-MS) na manhã desta segunda-feira (8), é para "expurgar banda podre da polícia".
"Esse é o trabalho da corregedoria, nosso trabalho interno de expurgar a banda podre. Nós queremos é os bons policiais e vocês sabem que a maioria são bons policiais, infelizmente a minoria que é irresponsável e que comete ilícitos", reforçou Azambuja.
ENTENDA
A Operação Balcão de Negócios, desencandeada pelo Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado do Ministério Público de Mato Grosso do Sul na manhã desta segunda-feira (8), mirou o esquema de corrupção policial que levou ao furto de 100 quilos de cocaína de dentro da delegacia de Aquidauana e prendeu pelo menos dois investigadores da Polícia Civil que trabalhavam no local.
Além deles, outras duas pessoas foram detidas, segundo o Correio do Estado apurou. Um é um informante do crime organizado e outro é uma pessoa com envolvimento com os policiais.
Todos os detidos serão levados para o 3º DP (Carandá Bosque), na região leste de Campo Grande.
São cumpridos cumpridos 12 mandados de prisão preventiva, quatro de prisão temporária e 11 mandados de busca e apreensão, nas cidades de Campo Grande e Aquidauana.
A atuação do Gaeco acontece quatro dias após as investigações apontarem relação do furto da droga com o PCC, facção criminosa que controla o tráfico de drogas e armas nas fronteiras do Estado.
A informação levou a Corregedoria da Polícia Civil a anunciar que atuaria diariamente no local.
O Correio do Estado apurou junto a policiais da cidade que foi descoberto o envolvido de lideranças do PCC no planejamento do crime em pelo menos duas ações.
"Foi elaborado um plano minucioso, com escolha específica de dias, horários e atuação, coma participação de elementos faccionados de grande envergadura", disse o atual delegado titular do local, Wilkson Vasco Francisco Lima Barros.
"A droga entrou apreendida no local no dia 30 de maio. E foi retirada em sua totalidade em dois dias diferentes", diz o depoimento de um dos ouvidos pelo caso na delegacia. O furto só foi descoberto no dia 10 de junho, por um delegado plantonista.
O objetivo da Corregedoria é descobrir de vez se o delegado Eder Oliveira Moraes, antigo responsável pela unidade e que está preso acusado de envolvimento com o caso foi o responsável por organizar os encontros para a elaboração do plano de resgate da droga, avaliada em mais de R$ 2 milhões.
Até aqui, Moraes já fora flagrado buscando interessados na cocaína por telefone, conforme a reportagem aourou. A própria Corregedoria admitiu que podiam ter muito mais policiais envolvidos com o caso.
Na publicação desta quinta no Diário Oficial do estado, o delegado-geral Marcelo Vargas Lopes designa Roberto Gurgel de Oliveira Filho como uma espécie de interventor em Aquidauana. Sem prazo determinado, ele deverá elaborar um relatório para a Corregedoria com o que for apurado por sua equipe durante a verificação.
"Considerando a necessidade de verificar a existência e regularidade na escrituração de livros obrigatórios, assim como a verificação dos procedimentos policiais e administrativos e todos os demais documentos relativos à atividade fim da Primeira Delegacia de Polícia de Aquidauana-MS; Considerando o que dispõe os artigos 230 e 231, do Regulamento das Atividades Cartorárias, Administrativas e Operacionais da Polícia Civil", diz o chefe da Polícia Civil na publicação.
*Com Rafael Ribeiro e Bruna Aquino