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Cantor Leonardo entra em "lista suja" do trabalho escravo

Emival Eterno da Costa (verdadeiro nome do cantor) mantinha 176 trabalhadores em condições análogas a escravidão, diz Ministério do Trabalho e Emprego

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O cantor Emival Eterno da Costa, conhecido como Leonardo, foi incluído na chamada “lista suja do trabalho escravo” do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

A atualização da lista foi feita nesta segunda-feira (7) e publicada no site do órgão, contendo os nomes de 176 empregadores acusados de submeter trabalhadores a condições análogas à escravidão.

Segundo o MTE, a inclusão do nome de Leonardo ocorreu após uma fiscalização em uma fazenda localizada em Jussara, Goiás.

Em resposta, o cantor afirmou em suas redes sociais que arrendou a fazenda, alvo da fiscalização, em 2022. “Eu não me misturo nessa lista de trabalho escravo. Sou totalmente contra esse tipo de coisa”, declarou.

De acordo com a Procuradoria de Goiás, o caso foi arquivado em abril de 2023. No entanto, devido ao sigilo do processo, detalhes sobre a sentença judicial não foram divulgados.

A fiscalização ocorreu em novembro de 2023, quando foram encontradas seis pessoas, incluindo um adolescente de 17 anos, em “condições degradantes”.

No entanto, informações específicas sobre as condições encontradas não foram reveladas.

Cinthia Possas, advogada trabalhista, explicou que a inclusão de um proprietário na lista, mesmo que a propriedade esteja arrendada, pode ocorrer se houver indícios de que o arrendador estava ciente ou não tomou as medidas necessárias para evitar práticas abusivas.

“É importante investigar o nível de envolvimento ou diligência do cantor Leonardo no contrato de arrendamento”, afirmou.

Ela destacou que, em algumas situações, pode haver responsabilização solidária ou subsidiária do proprietário, especialmente se for comprovado que ele sabia ou foi negligente em relação às condições de trabalho no local.

Em geral, a inclusão na “lista suja” ocorre quando há evidências de que o empregador tem responsabilidade direta ou indireta pela prática de trabalho escravo.

Leonardo ficou famoso no final dos anos 1980, formando a dupla Leandro & Leonardo com seu irmão Leandro, que faleceu em 1998. Entre seus maiores sucessos estão as músicas “Pense em Mim” (1990) e “Talismã” (1989), esta última dando nome a uma de suas fazendas na região.

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Mato Grosso do Sul

"Tinha que amarrar e pendurar esses bugres", áudio revolta povo Terena

Troca de áudios em um grupo de WhatsApp causou indignação na comunidade indígena, que protestou na manhã desta terça-feira (08) em Miranda

08/10/2024 16h30

Reprodução Redes Sociais

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Após áudios de WhatsApp com conteúdo de teor racista terem ido a público, a comunidade Terena protestou pedindo respeito na manhã desta terça-feira (08) em Miranda. O conteúdo diz que os indígenas trocam votos, são a pior classe na política e outras ofensas.

Como resposta, o Conselho do Povo Terena emitiu uma nota de repúdio.

 
 
 

Durante uma conversa que envolve a campanha de uma candidata que disputou uma cadeira na Câmara Municipal de Miranda, uma mulher chegou a afirmar que os indígenas que trabalharam na campanha não passavam de “traíras” e só queriam dinheiro.

O áudio fica ainda mais alarmante quando ela diz que Miranda está rodeada por comunidades indígenas que, em suas palavras, trocariam votos por arroz.

“E você sabe que aqui nós somos rodeados de aldeias. Índio falso, bugrada, sem vergonha, inútil. Eu tenho nojo, eu sou índio, mas eu tenho nojo de bugre. Esses bugres tinham que amarrar um por um pelo pescoço e pendurar. E ainda a gente perde a força, ainda que essa bugada, sem vergonha”, disse a munícipe.

Logo depois, um homem responde concordando e chega a mencionar que o candidato a vereador e o prefeito que apoiou foram eleitos. Muito embora tenha iniciado com “não tenho nada contra” e, dizendo que não devem generalizar, porém seguiu com o discurso de ódio.

“Eu vou falar um negócio para a senhora: em todo canto tem os apalavrados e os porcarias. Mas são as porcarias, como a senhora fala, que decidem a eleição. São os índios, né? Não discordo do que a senhora fala, concordo com tudo e mais um pouco. Hoje eu senti que a classe indígena é a pior espécie, politicamente falando, que existe; porcaria é pouco.”

Providências

O secretário do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Eloy Terena, em conversa com a reportagem do Correio do Estado, informou que amanhã (09) está retornando para Brasília e irá encaminhar medidas diante do exposto.

“Esse tipo de ataque é muito inaceitável em pleno século 21. Isso é um crime de incitação ao ódio contra a população originária da cidade de Miranda, então tem que ser repudiado, condenado e também acionados os órgãos para responsabilização desse tipo de crime”, pontuou Eloy, e completou:

“As pessoas têm que se acostumar. Nós estamos vivendo um novo momento em que os indígenas cada vez mais estão se despertando para os seus direitos. É importante ter a participação ativa na política local, nos espaços de decisão. Isso faz parte de um trabalho que a gente tem feito há mais de uma década e é um grande projeto chamado Aldear o Estado. Aldear a Política. O que é Aldear o Estado? Aldear a Política? É ter cada vez mais indígenas nesses espaços de decisão para justamente participarem da elaboração das políticas públicas para os povos indígenas, com a participação dos povos indígenas.”

Leia na íntegra a nota de repúdio:

"O Conselho do Povo Terena manifesta seu repúdio contra os ataques racistas e desrespeitosos que circularam em áudios em grupos de WhatsApp no município de Miranda.

Esses atos atingem a honra e a dignidade das populações indígenas, perpetuando o racismo, um crime previsto em lei.

Em pleno século XXI, é inadmissível que sejamos alvos de discriminação e violência moral e psicológica, enquanto seguimos carregando o peso histórico de lutas pela defesa dos nossos territórios e direitos.

Exigimos que as autoridades investiguem e responsabilizem os autores desses atos. O racismo não é apenas uma ofensa pessoal; é uma ferida na sociedade que deve ser combatida com rigor a justiça.

Apelamos aos cidadãos e cidadãs de Miranda e de todo o Brasil que se unam contra o preconceito e promovam o respeito mútuo ea convivência pacífica. O povo Terena sempre resistiu e continuará lutando por dignidade, cultura e por uma sociedade justa e inclusiva.

Respeitar os povos indígenas é respeitar o Brasil e sua história!"

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Corumbá

Jovem que havia adquirido motocicleta há um mês morre em colisão com carreta

Segundo informações de familiares, o jovem estava na cidade para votar nas eleições municipais e aproveitou o domingo para passar com os avós. O motociclista morreu em acidente, na manhã de hoje, na BR-262, perto de Corumbá.

08/10/2024 15h02

Acidente ocorreu no km 749, da BR-262, próximo a Corumbá

Acidente ocorreu no km 749, da BR-262, próximo a Corumbá Fotos: Diário Corumbaense

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O motociclista Romário Sidney Ferreira Santos, de 30 anos, morreu nesta terça-feira (8) após colidir com uma carreta na BR-262, próximo ao município de Corumbá, a 427 quilômetros de Campo Grande. Segundo informações de familiares, o jovem estava a caminho de Campo Grande e conduzia a motocicleta que havia comprado há menos de um mês.

O acidente aconteceu por volta das 6h30, no km 749, durante uma ultrapassagem. Aos policiais, o motorista da carreta envolvida no acidente relatou que estava a caminho de Corumbá para carregar o veículo, quando uma caminhonete ultrapassou outro caminhão no sentido contrário e invadiu a contramão.

Acidente ocorreu no km 749, da BR-262, próximo a CorumbáFotos: Diário Corumbaense

Ainda em depoimento, o motorista disse que foi surpreendido pelo motociclista que estava logo atrás e não conseguiu retornar à pista no sentido Campo Grande. Ele afirmou aos policiais que tentou desviar a carreta para o acostamento, mas o jovem seguiu na mesma direção, resultando na colisão na parte dianteira do veículo. Com o impacto, a vítima foi arremessada para a pista.

Equipes do Corpo de Bombeiros foram ao local do acidente e encontraram o corpo do jovem no meio da pista, sem vida. 

O trecho do acidente ficou parado por alguns minutos até a chegada da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que, logo após, passou a operar no sistema Pare e Siga, até a conclusão dos trabalhos da Perícia Técnica e da Polícia Civil. O corpo de Romário foi encaminhado ao IMOL (Instituto de Medicina e Odontologia Legal). 

Motociclista foi á Corumbá para votar 

Acidente ocorreu no km 749, da BR-262, próximo a CorumbáRomário Sidney Ferreira Santos, de 30 anos

Em entrevista ao jornal Diário Corumbaense, a sobrinha de Romário, Aline Sampaio do Nascimento, de 21 anos, relatou que Romário esteve em Corumbá no último domingo (6) para votar nas eleições municipais e também para mostrar à família do motociclista a motocicleta que havia comprado recentemente.

“Ele veio para votar e também aproveitar para visitar a família e mostrar a moto que tinha comprado há cerca de um mês em Campo Grande, onde morava há uns dois anos. Chegou no domingo mesmo, veio na minha casa, aí ontem ele jantou com meus avós, pois já ia embora hoje.

Aline relatou ao jornal o seu último contato com o tio. 

“Ele saiu por volta das 05h de hoje. Meu último contato com ele foi ontem mesmo, quando mandei mensagem para ele vir tomar tereré, mas ele acabou não vindo, porque ia sair para jantar com meus avós”, lamentou Aline.
 

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