Após morte de menina por meningite meningocócica - , dois colegas que estudavam junto com a criança faltaram a aula na manhã desta quinta-feira (03), devido a sintomas como vômito e febre - o fato gerou preocupação entre a equipe. A informação foi repassada ao Correio do Estado por meio de uma denúncia anônima feita por um (a) funcionário (a) da própria escola.
A pessoa afirma que o medo é devido a doença ser transmissível e a vítima ter ido à aula na segunda-feira de manhã, ter passado mal a noite, falecido na madrugada de terça-feira e a escola não ter parado o funcionamento.
Além disso, entre as informações, o comunicante disse que não foi feita a quimioprofilaxia - procedimento que consiste na administração de antibióticos a pessoas que estiveram em contato próximo com um caso suspeito da doença - entre os pais, professores e alunos.
A equipe do Correio do Estado esteve presente na Escola Municipal Professora Ione Catarina Gianotti Igydio e confirmou que o funcionamento está normal, também houve uma tentativa de obter mais informações referentes aos horários, suspensão de aula, medidas de proteção, etc., com a coordenação do local, mas não houve uma resposta.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SESAU) se pronunciou rapidamente, dizendo que a medicação foi disponibilizada ontem (02/10), na USF Noroeste, a todos os pais das crianças da escola no Bairro Noroeste, onde estudava a menina de 7 anos.
“Não procede a informação de que isso não ocorreu, há alguns pais que ainda estão indo à USF Noroeste retirar a medicação. A Sesau informa também que não tem conhecimento de que alguma outra criança do bairro tenha sido afastada da escola ou esteja internada por conta de suspeita da doença, e orienta aos pais que, em caso de sintomas, procurem imediatamente”.
Já a Secretaria Municipal de Educação (Semed) comunicou que a mãe da aluna avisou à escola sobre o ocorrido e a direção foi orientada a entrar em contato com a UBS da região, sobre o caso, a fim de verificar os protocolos.
Por fim, foi comentado sobre o enterro da menina, no qual o caixão estava aberto. A Sesau destacou que não houve necessidade de um velório com caixão lacrado quando a causa da morte é meningite meningocócica.
O caso
Uma menina de 7 anos morreu vítima de meningite meningocócica em Campo Grande. A criança também testou positivo para a Covid-19 e não apresentava comorbidades, nem histórico de contato e/ou viagem.
Além disso, foi informado pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) que a carteira de vacinação estava em dia, com as 3 doses de meningo C, sendo a última em 28/02/2020. O óbito foi registrado nesta terça-feira (1º) em um hospital particular da Capital.
Foi solicitado ao hospital amostra de sangue da criança e enviado para a Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), a fim de ser realizado o PCR, sendo confirmado para meningites bacterianas.
Após a confirmação foram adotadas as seguintes medidas como ações Vigilância Epidemiológica:
- Investigação de casos suspeitos do agravo e casos secundários no hospital, residência e escola;
- Levantamento e isolamento dos contatos próximos;
- Quimioprofilaxia, conforme recomendações do Ministério da Saúde;
- Orientações e monitoramento de aparecimento de novos casos nos próximos 60 dias.
Esse é o primeiro óbito por meningite registrado no município este ano.
Sintomas
Meningites provocadas por bactérias, em sua maioria, têm como principais sintomas a febre, dores de cabeça, náuseas e vômitos, rigidez na região na nuca, fraqueza e debilidade física, além de confusão mental. Nos casos mais graves, o paciente também pode provocar delírios, convulsões e até o coma.
Na maior parte das vezes, a meningite viral acomete crianças, e tem sintomas muito similares aos daquela de fundo bacteriano, como febre, mal-estar geral e náusea, podendo haver também dores abdominais. Nos casos mais graves, a rigidez na nuca vem acompanhada de episódios de vômito.
A transmissão pode ocorrer por meio de tosse, espirro, mãos sujas, ingestão de água e alimentos contaminados, contato com fezes