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Com previsão de chuvas, tendência é que nível do rio Paraguai volte a subir em dezembro

Monitoramento sobre volume do rio tem mais de 100 anos e menor registro feito em 2022 ocorreu neste mês

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A régua no 6º Comando do Distrito Naval, em Ladário, apontou que o rio Paraguai atingiu o seu menor nível neste ano agora em dezembro, com 19 centímetros alcançados nesta quarta-feira e mantidos neste dia 15.

Dados coletados em 118 anos de análise mostram que dezembro e novembro são os meses em que geralmente há esse menor nível registrado.

Em compensação, avaliação feita a partir da previsão de chuva para as próximas semanas aponta que a bacia atingiu seu nível de vazante – redução do volume – e a tendência é que o processo de cheia seja retomado.

Estudos que acompanham a bacia do rio Paraguai apontam que, ainda neste mês, o nível na régua de Ladário tem previsão para alcançar 61 centímetros.

A estação localizada dentro do 6º Comando do Distrito Naval serve como “termômetro” para avaliar as cheias e o estágio de estiagem no Pantanal.

Esses dados são originados a partir da medição diária da Marinha do Brasil, além do Boletim de Monitoramento Hidrológico da Bacia do Rio Paraguai, elaborado pelo Serviço Brasileiro Geológico (SBG-CPRM).

O estudo faz parte do Sistema de Alerta Hidrológico (SAH) desenvolvido pela autarquia federal para embasar a atuação de empresas de navegação, governos municipais e estaduais, além do próprio governo federal.

A condição do rio Paraguai e a condição de seca ou cheia no Pantanal gera reflexos sociais para comunidades ribeirinhas, também envolve questões econômicas ligadas à navegação para transporte de minério de ferro e manganês.

Além de gerar impactos na Bolívia, pois o principal canal de escoamento de importação e exportação do país vizinho por meio fluvial é a partir do canal Tamengo, que é alimentado pelo rio Paraguai, na região de Corumbá.

Conforme a análise do SBG, a forte estiagem no Pantanal persiste e vem sendo registrada desde 2020, principalmente nas estações de Cáceres (MT) como em Ladário.

Ambas são referências no monitoramento porque indicam o volume de água que vai descer pelo rio Paraguai (Cáceres) e como está se comportando as enchentes do Pantanal (Ladário).

O mesmo monitoramento também ocorre em 18 estações localizadas entre Barra dos Bugres (MT) e Porto Murtinho (MS).

As únicas estações que apresentam dados fora do esperado, conforme análise histórica, ficam em Ladário e Cáceres.

“Os modelos indicam a tendência de estabilização do nível d’água na maioria das estações, o que é indicativo da proximidade do fim da estação de vazante nos rios da Bacia”, sugeriu o estudo o Serviço Geológico do Brasil. 

Nas projeções feitas sobre o nível do rio Paraguai com base na previsão de chuva para as próximas semanas, a régua de Ladário começa a subir gradativamente neste mês.

“Considerando o início do período de chuvas, os modelos indicam a tendência de estabilização do nível d’água na maioria das estações. De acordo com o modelo GEFS/NCEP-NOAA, para as próximas duas semanas são previstos acumulados de chuva em torno de 64 mm na bacia”, aponta o SBG.

No começo de dezembro, a régua em Ladário mostrava que o nível estava em 35 centímetros, em 2 de dezembro.

Essa medição aponta que a forte estiagem está persistindo porque a média histórica do rio para o mesmo período é de 1,31 m na mesma estação. Essa comparação é feita entre períodos de cheia e seca, ao longo do último século.

Essas projeções, conforme o Serviço Brasileiro de Geologia, podem sofrer alteração por conta das condições climáticas que surgem.

“Os dados hidrológicos utilizados nos boletins são provenientes da Rede Hidrometeorológica Nacional de responsabilidade da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), operada pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e demais parceiros. Os dados de monitoramento de chuvas foram obtidos por meio do produto MERGE/GPM, disponibilizados pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Os dados de previsão de chuvas são provenientes do Centro de Previsão Climática da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (CPC/NOAA)”, detalhou a autarquia federal.

Seca mais extrema do século


Entre as décadas de 1960 e 1970, rio Paraguai enfrentou o pior período de estiagem até hoje registrado. Em 1964, a régua em Ladário registrou nível de -61 cm.

Nesse período, em Corumbá, havia uma estrada no Porto Geral que permitia as pessoas trafegarem de um lado para outro da margem com veículos, devido à baixa do volume de água. A estiagem prosseguiu até 1972.

Ano passado, houve o registro da segunda pior estiagem em 121 anos de dados coletados.

O nível chegou próximo do -61 cm em meados de outubro, mas chuvas ajudaram a retomar o volume.

O período de seca no Pantanal tem sido registrado desde o final de 2019 e prossegue até hoje.

Além da questão de falta de chuva, o calor intenso na região do Pantanal também gera impacto na redução do volume de água.

Avaliação divulgada em setembro deste ano pelo meteorologista Natálio Abrahão indicou que temperaturas acima dos 40º C em regiões do bioma permitem que a bacia perca 1,4 litro de água por metro quadrado a cada 10 horas.

Neste mês, só no município de Corumbá, houve registro de temperaturas nesse nível no dia 9 (41,4º C), no dia 8 (41,2º C).

Altas temperaturas também foram registradas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em outras áreas da bacia do Paraguai.

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Justiça determina prisão preventiva de estudante que atropelou e matou atleta

Acidente aconteceu na manhã deste sábado (15) enquanto Danielle corria com um grupo de atletas na MS-010

16/02/2025 11h30

Justiça determina prisão preventiva de estudante que atropelou e matou atleta

Justiça determina prisão preventiva de estudante que atropelou e matou atleta Redes Sociais

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Em audiência realizada na manhã deste domingo (16), foi decretado que o estudante de medicina João Vitor Vilela, de 22 anos - responsável pela morte de Danielle Oliveira, continuará preso, conforme decisão do juíz Aluízio Pereira dos Santos. O acidente aconteceu pela manhã do último sábado (15), quando Danielle foi atropelada enquanto corria na MS-010, saída para Rochedinho.

João Vitor chegou à audiência acompanhado de seu advogado, Leandro José de Arruda Flávio. Durante a defesa foi requerido prisão domiciliar com uso de tornozeleira, com a justificativa de que o estudante estaria sendo ameaçado de morte, no entanto, o pedido foi recusado.

Amigos e colegas da atleta se reuniram em frente ao Fórum de Campo Grande para pedir por justiça e esperar o resultado da audiência.

O acidente

O motorista, havia saído de uma casa noturna e estava em um Fiat Pulse prata, em alta velocidade, quando perdeu a direção, atingiu o grupo e atropelou ela e outra corredora, que se exercitavam junto de um grupo com 20 pessoas, no acostamento da rodovia,

João Vitor estava visivelmente bêbado e foi preso em flagrante por embriaguez ao volante. Latinhas de cerveja foram encontradas dentro do veículo e uma pulseira de boate estava no pulso do autor.

Socorristas tentaram reanimar a atleta por uma hora, mas sem sucesso. A parte lateral frontal do Fiat Pulse foi amassada e teve o vidro quebrado. Não se sabe o estado de saúde da mulher que teve ferimentos.

Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), Polícia Civil, Polícia Científica e funerária foram acionados para efetuar os procedimentos de praxe.

Danielle corria para combater o luto

Danielle começou no esporte após perder a filha Geovanna, de apenas quatro anos, por um câncer renal. Diagnosticada com Tumor de Wilms, a pequena partiu aos 4 anos e nove meses, após um longo tratamento.

Desde a morte precoce da filha, viu na corrida um meio para combater o luto, e desde 2018 passou a competir em provas de longa distância. 

"Por trás de uma mulher que corre, existe uma mãe solo que trabalha e não deixa faltar o pão de cada dia, que sepultou uma filha de 5 anos, que sofreu com divórcio, que aprendeu a morar sozinha, que dorme pouco para atender as filhas e por preocupação com as contas… Por trás de uma mulher que corre existe uma mulher que tem muita pé, que sonha com dias melhores e menos preocupantes, que treina e é compromissada consigo. E ser disciplinada não é tão difícil pois já enfrentou situações tão difíceis na vida que ser fiel aos seus objetivos é o de menos”, compartilhou a atleta nas redes sociais.

A atleta deixa duas filhas, uma de 19 anos e outra de 6 anos.

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Amigos de atleta morta por motorista bêbado protestam em frente ao Fórum

Danielle foi morta pelo estudante de medicina, João Vitor Vilela, de 22 anos na manhã de ontem (15), enquanto se preparava para a disputa da Maratona de Campo Grande, que acontece em julho

16/02/2025 11h00

Amigos de atleta morta por motorista bêbado protestam em frente ao Fórum

Amigos de atleta morta por motorista bêbado protestam em frente ao Fórum Redes Sociais: Luciana Ferraz

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Na manhã deste domingo (16), cerca de 100 pessoas entre atletas de diversos grupos de corrida e amigos, se reuniram em frente ao Fórum de Campo Grande, para pedirem justiça por Danielle Oliveira, de 41 anos, que morreu no último sábado (15), após ser atropelada na MS-010 enquanto corria. 

Amigos de atleta morta por motorista bêbado protestam em frente ao FórumAtletas e amigos se reúnem em busca de justiça por morte de Danielle - Redes Sociais

No local também ocorreu a audiência de custódia do motorista que atingiu 'Danny', como era chamada. O motorista, identificado como João Vitor Vilela, tem 22 anos e estava em um Fiat Pulse prata, em alta velocidade, quando perdeu a direção, atingiu o grupo e atropelou ela e outra corredora, que se exercitavam junto de um grupo com 20 pessoas, no acostamento da rodovia,

João Vitor estava visivelmente bêbado e foi preso em flagrante por embriaguez ao volante. Latinhas de cerveja foram encontradas dentro do veículo e uma pulseira de boate estava no pulso do autor.

Socorristas tentaram reanimar a atleta por uma hora, mas sem sucesso. A parte lateral frontal do Fiat Pulse foi amassada e teve o vidro quebrado. Não se sabe o estado de saúde da mulher que teve ferimentos.

Danielle começou no esporte após perder a filha Geovanna, de apenas quatro anos, por um câncer renal. Diagnosticada com Tumor de Wilms, a pequena partiu aos 4 anos e nove meses, após um longo tratamento.

Desde a morte precoce da filha, viu na corrida um meio para combater o luto, e desde 2018 passou a competir em provas de longa distância. 

"Por trás de uma mulher que corre, existe uma mãe solo que trabalha e não deixa faltar o pão de cada dia, que sepultou uma filha de 5 anos, que sofreu com divórcio, que aprendeu a morar sozinha, que dorme pouco para atender as filhas e por preocupação com as contas… Por trás de uma mulher que corre existe uma mulher que tem muita pé, que sonha com dias melhores e menos preocupantes, que treina e é compromissada consigo. E ser disciplinada não é tão difícil pois já enfrentou situações tão difíceis na vida que ser fiel aos seus objetivos é o de menos”, compartilhou a atleta nas redes sociais.

Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), Polícia Civil, Polícia Científica e funerária foram acionados para efetuar os procedimentos de praxe. Danielle deixa duas filhas, uma de 19 anos e outra de 6 anos.

**Com colaboração de Alison Silva**

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